Pericardite Flashcards

1
Q

Definição pericardite

A

Pericardite é um processo inflamatório do pericárdio, com múltiplas causas, que se apresenta como doença primária ou secundária, aguda ou crônica, geralmente benigna e autolimitada, mas pode cursar com derrame e/ou constrição pericárdica.

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2
Q

Classificação pericardite

A

*Pericardite aguda
*Pericardite crônica
*Pericardite com derrame pericárdico
*Pericardite com tamponamento cardíaco
*Pericardite constritiva
*Pericardite recorrente.

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3
Q

PERICARDITE AGUDA EPIDEMIOLOGIA

A

Caracterizada pela inflamação aguda do pericárdio, 3-6 semanas.

Representa 5% de todas as causas de dor torácica na sala de emergência.

Decorrente de infecções virais em 85 a 90% dos casos, mas pode ser observada também em afecções não virais e sistêmicas.

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4
Q

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PERICARDITE

A

Na maioria dos pacientes, o quadro clínico é antecedido por sinais e sintomas de infecção viral, com febre e mialgia, e do trato gastrintestinal.

Surge em seguida dor torácica, com característica de dor pleurítica, contínua ou em pontada, de início súbito, localizada na face anterior do tórax, de forte intensidade que piora com a inspiração profunda com irradiação para o pescoço e membros superiores.

A dor pode piorar em decúbito dorsal e melhorar ao sentar.

No exame físico pode-se encontrar atrito pericárdico em 85% dos pacientes, representado por um som rude, irregular, mais bem audível na borda esternal esquerda.

Pode possuir caráter intermitente, sendo importante a realização de exame físico seriado para identificá-lo.

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5
Q

Tríade Diagnóstica da Pericardite Aguda

A

1️⃣ Dor torácica – Geralmente pleurítica, piora com inspiração e melhora ao inclinar-se para frente.
2️⃣ Atrito pericárdico – Som característico na ausculta cardíaca, semelhante a um “ranger”.
3️⃣ Alterações eletrocardiográficas – Supra de ST difuso e depressão do PR são achados comuns.

🔹 Observação: Derrame pericárdico pode ser um quarto critério diagnóstico.

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6
Q

Etiologias da Pericardite

A

🔹 Infecciosas
Viral: Coxsackievírus, HIV.
Bacteriana: Mycoplasma, Chlamydia.
Fúngica: Candida, Histoplasma.
Parasitária: Toxoplasma, Entamoeba.

🔹 Autoimunes
Lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide.

🔹 Doenças de órgãos adjacentes
Infarto do miocárdio, dissecção aórtica.

🔹 Metabólicas
Uremia, cetoacidose diabética.

🔹 Neoplásicas
Primárias: Mesotelioma, sarcoma.
Secundárias: Pulmão, mama.

🔹 Traumáticas
Diretas: Perfuração torácica, esofágica.
Indiretas: Trauma torácico, irradiação mediastinal.

🔹 Outras causas
Pancreatite aguda, gravidez.

🔹 Idiopática
Sem causa definida.

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7
Q

Exames Complementares na Pericardite

A

🔹 Laboratoriais: PCR, VHS e leucocitose elevados em 75% dos casos.
🔹 Marcadores cardíacos: CK-MB e troponinas podem estar aumentados.
🔹 Radiografia: Normal na maioria; aumento cardíaco sugere derrame pericárdico.
🔹 ECG: Supra de ST difuso e infra de PR; alternância elétrica em derrames graves.
🔹 Ecocardiograma: Exclui derrame e avalia comprometimento miocárdico.
🔹 RM: Mais precisa para inflamação e espessamento pericárdico.

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8
Q

fluoxograma de tratamento da pericardite

A

🔹 Critérios Diagnósticos: Requer pelo menos 2 dos 4 critérios:

Dor torácica sugestiva
Atrito pericárdico
Alterações de ECG
Derrame pericárdico novo ou piora do pré-existente
🔹 Se diagnóstico duvidoso → Considerar outras causas e solicitar RNM cardíaca.

🔹 Se pericardite aguda confirmada:

Sinais de alto risco / etiologia não viral?
✔ Sim → Internação hospitalar, investigar causa e tratar.
✔ Não → Avaliar tamponamento, tuberculose pericárdica, pericardite bacteriana ou neoplasia → Pode ser necessária pericardiocentese.
🔹 Se sem sinais de alto risco → Tratamento ambulatorial com AINE + colchicina.

Monitorar: Constrição, derrame e recidiva.

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9
Q

Prognóstico provavel da pericardite

A

*Na maioria dos casos de pericardite aguda viral o tratamento visa apenas ao controle dos sintomas

*Nos pacientes com sinais de alto risco de complicações ou suspeita de etiologia não viral é indicada a internação hospitalar

*Tratamento da dor

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10
Q

Tratamento Medicamentoso da Pericardite

A

🔹 AINEs: Uso por 14 dias, retirada lenta para evitar recorrências.
🔹 PCR sérica: Auxilia no tempo de tratamento como marcador inflamatório.
🔹 Colchicina: Reduz sintomas em 72h e recorrência em 18 meses (dose: 0,5 mg 2x/dia se >70 kg; 1x/dia se ≤70 kg, por 3 meses). Efeito colateral comum: diarreia.
🔹 Corticoides: Melhora rápida, mas aumenta recidiva; evitar uso precoce. Apenas para intolerância ou falha com colchicina e AINEs.
🔹 Estudo COPE: Prednisona aumentou 4x a recidiva comparado ao grupo sem corticoide.

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11
Q

Aspectos clínicos de maior gravidade / epidemiologia da pericardite

A

*Quadro clínico com semanas de evolução
*Elevação de enzimas miocárdicas, sugerindo miocardite associada, com ou sem disfunção ventricular no ecocardiograma
*Febre alta com leucocitose importante, sugerindo pericardite purulenta
*Falha de tratamento com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) após 1 semana
*Derrame pericárdico volumoso, com risco de tamponamento cardíaco
*Nos casos de traumatismo
*Pacientes imunossuprimidos
*Paciente em uso de anticoagulante
*Comprometimento secundário a tumores
*Pericardite intermitente ou incessante
*Pacientes do sexo feminino, pela maior probabilidade de doenças autoimunes sistêmicas.

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12
Q

Principais Tipos de Pericardite

A

🔹 Fibrinosa: Causa mais comum; associada a infarto, uremia e infecções virais.
🔹 Purulenta: Causada por bactérias piogênicas (ex.: estafilococos, pneumococos).
🔹 Hemorrágica: Principalmente por tuberculose e neoplasias.
🔹 Granulomatosa: Associada à tuberculose, histoplasmose e Candida.

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13
Q

Pericardite Recorrente

A

🔹 Episódios repetidos de pericardite, geralmente de causa autoimune.
🔹 Ocorre em 15-30% dos casos após o quadro agudo.
🔹 Diagnóstico exige dor torácica + febre, atrito pericárdico, ECG alterado ou PCR elevada.

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14
Q

Pericardite Constritiva

A

🔹 Perda da elasticidade do pericárdio → Restrição do enchimento ventricular.
🔹 Redução do débito cardíaco → Baixo fluxo sanguíneo.
🔹 Causa mais comum: tuberculose.

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15
Q

Síndrome de Dressler (Pós-Infarto)

A

🔹 Ocorre 2-3 semanas após IAM.
🔹 Causa autoimune → Inflamação do pericárdio.

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16
Q

Biópsia Pericárdica para pericardite

A

🔹 Pouco sensível, mas útil para tuberculose e neoplasias.
🔹 Citologia do líquido pericárdico pode ser mais informativa.

17
Q

Neoplasias no Pericárdio

A

🔹 Metástases (40x mais comuns que primárias): Pulmão, mama e linfoma.

18
Q

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL pericardite

A

*Doença arterial coronariana (DAC)

*Dissecção aórtica aguda

*Tromboembolismo pulmonar

*Costocondrite

*Pneumotórax

*Herpes-zóster (antes das lesões cutâneas)

*Infecções pulmonares

*Afecções abdominais (refluxo gastresofágico, pancreatite, colecistite aguda).

19
Q

Por que a pericardite pode causar intensa dor e ativar reflexos vagais?

A

🔹 Dor intensa → Inflamação do pericárdio sensibiliza terminações nervosas, especialmente no pericárdio parietal.
🔹 Fatores que pioram a dor → Respiração profunda e posição supina.
🔹 Ativação do nervo vago → Pode causar bradicardia, hipotensão e náuseas devido ao aumento da resposta parassimpática.
🔹Dor aguda no peito, podendo irradiar para o pescoço, os ombros ou até a região superior do abdômen.

20
Q

Camadas do Pericárdio

A

🔹 Pericárdio Fibroso → Camada externa, rígida e inelástica, protege e fixa o coração.
🔹 Pericárdio Seroso → Camada interna, subdividida em:

Parietal → Adere ao pericárdio fibroso.
Visceral (epicárdio) → Reveste diretamente o coração e produz líquido lubrificante para reduzir atrito.

21
Q

Quais são as funções do pericárdio?

A

-O pericárdio protege o coração contra traumas e infecções, mantém o órgão fixo na cavidade torácica, lubrifica as superfícies com um líquido seroso para evitar atrito durante os batimentos e evita a dilatação excessiva do coração durante o enchimento ventricular.

22
Q

Componentes da Tríade de Beck:

A

🔹Hipotensão arterial → Redução do débito cardíaco devido à compressão do coração pelo acúmulo de líquido no pericárdio.

🔹Estase jugular → Aumento da pressão venosa central por dificuldade no retorno venoso ao coração.

🔹Abafamento de bulhas cardíacas → Som cardíaco reduzido devido ao acúmulo de líquido no pericárdio, que impede a adequada propagação do som.

23
Q

Estágios da pericardite

A

🔹Estágio 1 (até 2 semanas)
→ Supra de ST em várias derivações.
→ Infra de PR nas mesmas derivações.

🔹Estágio 2 (1 a 3 semanas)
→ Normalização do segmento ST.
→ Achamento difuso da onda T.
→ Pseudonormalização.

🔹Estágio 3 (>3 semanas)
→ Inversão da onda T (achatada).

🔹Estágio 4 (algumas semanas)
→ Normalização completa do ECG.

24
Q

Principais agentes etiológicos virais e bacterianos Pericardite

A

🔹Viral: Echovírus, →Coxsackievírus, SARS-CoV

🔹Bacteriano: →Pneumococo & Estafilo.
→ Tuberculose (Mais relacionado com Pericardite crônica e recorrente)