Performative Utterances Flashcards
Introduction
Escrito por J. L. Austin
Viveu entre 1911 - 1960 (49 anos)
2 partes da sua vida: professor em Oxford e depois na guerra trabalhou em contra espionagem como voluntariado
Voltou para Oxford como professor
Great teacher um filósofo excêntrico
Qual a origem desta obra?
Programa de rádio de BBC (convida-se filósofos para falarem de assuntos de filosofia)
Ensaio que não é escrito para um público contemporâneo
Em que obra John L. Austin apresentou o conceito de performative utterances?
“How to Do Things With Words”, publicado 1962
Quais são os 3 momentos que Austin fala na obra?
Apresentar a primeira teoria (teoria)
Dificuldade com essa teoria (dificuldades)
Depois propõe uma segunda teoria (marcha atrás)
Qual é a primeira teoria de Austin?
Austin observa que em toda a história da filosofia desde Platão, os filósofos só se interessam por um tipo de frases (frases declarativas), onde se declara algo como verdadeiro ou falso ou então que não faz sentido.
Ou seja, as frases tem 2 características: true or false/ frase sem sentido
Explica porque é que esta frase é uma frase sem sentido: mato no está gato o.
Não pode ser verdadeira nem falsa porque está mal construída então não percebemos o seu conteúdo
E porque é que esta frase também é uma frase sem sentido: o gato está eternamente no mato?
Embora esta gramaticalmente correta, não conseguimos atribuir significado à afirmação colocada ou certos termos que ocorrem na frase.
A ideia do gato estar eternamente no mato é estranha
Com isto Austin observa que isto um 3 tipo de frases que não são verdadeira nem falsas, nem frases sem sentido. Quais são?
Juras
Explica porque é que juras não são frases verdadeira ou falsas de acordo com o seguinte exemplo: Juro que o gato está no mato.
Embora esteja a jurar algo, a pessoa não se compromete a nada/ não há compromisso e por essa razão pode estar a mentir ou dizer a verdade but nós não sabemos disso
Com isto conseguimos determinar 2 conjuntos de frases. Quais são?
1º conjunto: frases declarativas
2º conjunto: frases performativas
Que características são importantes numa frase? (3 características)
contexto, gramática e justificação
Dá exemplos de tipos de performativos.
Apostas, juras, promessas, declaro,…
Então qual é que é a primeira teoria de Austin?
Distinção entre constativos (frases declarativas) e performativos
Constativos são frases que descrevem um estado de coisas e podem ser avaliados como verdadeiros ou falsos
Já os performativos são enunciados que realizam uma ação ao serem proferidos e não podem ser avaliados como verdadeiros ou falso, mas sim como bem-sucedidos ou mal-sucedidos
Austin identificou que ao falar, os indivíduos não dizem apenas coisas mas também fazem (speech acts). Quais são os 3 níveis dos speech acts?
Ato locutório: Ato de proferir sons ou palavras que formam uma frase com significado. (ex: dizer “Eu prometo te ajudar”)
Ato Ilocutório: a intenção por trás do ato de fala; a função que a frase desempenha ao ser proferida. (ex: ao dizer “Eu prometo te ajudar”, o falante está realizando o ato de prometer)
Ato Perlocutório: o efeito que o ato de fala tem sobre o ouvinte.
Exemplo: Ao prometer ajuda, o falante pode criar confiança ou expectativa no ouvinte.
Como os atos ilocutórios se relacionam com as frases performativas?
Os atos ilocutórios são frequentemente performativos, pois realizam uma ação ao serem proferidos
O que é a doutrina das infelicidades?
A doutrina das infelicidades de Austin é fundamental para entender os limites e vulnerabilidade dos atos performativos. Ela classifica os diferentes tipos de falhas que podem ocorrer quando as condições de felicidade não são atendidas.
Essas falhas estão divididas em 2 categorias principais.
Quais são as duas categorias principais das falhas da doutrina das infelicidades?
Misfires (falhas) e abuses (abusos)
O que são misfires?
Ocorrem quando a ação performativa não é realizada corretamente devido a problemas no procedimento ou contexto.
Quais são os subtipos de misfires?
Falha na execução do procedimento: o procedimento necessário para a ação performativa não é realizada corretamente.
Falha no contexto apropriado: a ação é realizada em um contexto inadequado
Participantes Inadequados: as pessoas envolvidas não têm a autoridade ou os papéis apropriados
Dá um exemplo de uma falha na execução do procedimento, uma falha no contexto apropriado e nos participantes inadequados
- alguém tenta nomear uma pessoa para um cargo mas não segue o procedimento formal necessário, logo essa nomeação não é válida
- Alguém diz “Eu vos declaro marido e mulher” fora de uma cerimônia de casamento oficial, isto faz com que o casamento não seja válido
- Uma pessoa sem autoridade legal tenta realizar um casamento ou batismo
O que são abusos?
Ocorrem quando a ação performativa é realizada, mas de maneira insincera ou fraudulenta. Mesmo que as condições formais sejam atendidas, a falta de sinceridade ou intenção genuína compromete o ato
Quais são os subtipos de abusos?
Intenção insincera: a pessoa realiza o ato sem a intenção genuína
Fraude: a pessoa finge realizar um ato performativo com o objetivo de enganar
Dá um exemplo para intenção insincera e fraude
- Prometer algo sem qualquer intenção de cumprir a promessa
- Falsificar uma assinatura em um documento oficial
O que são e quais são as condições de felicidade?
Para evitar infelicidades e garantir que os atos performativos sejam bem-sucedidos, Austin propõe que as seguintes condições de felicidade devem ser atendidas:
1. Procedimento convencional
2. Contexto apropriado
3. Participantes apropriados
4. Execução correta
5. Intenção sincera
O que é que cada uma das condições de felicidade significa? (procedimento convencional, contexto apropriado, participantes apropriados, execução correta e intenção correta)
Procedimento convencional: o ato deve seguir um procedimento reconhecido
Contexto apropriado: o ato deve ser realizado no contexto adequado
Participantes apropriados: as pessoas envolvidas devem ter os papéis e a autoridade necessários
Execução correta: o procedimento deve ser realizado corretamente e completamente
Intenção sincera: a pessoa que realiza o ato deve ter a intenção genuína
Dá um exemplo de quando as circunstâncias fazem um performativo infeliz.
Agora sou um gato.
(performativo infeliz, ex: se for crianças, faz sentido = they would be happy, however se eu estipular a minha identidade, esse performativo será infeliz pois a ideia que a definir por auto estipulação o que uma pessoa é não é considerado como convenção/ não é aceite)
Um performativo infeliz não é feito de propósito. É verdade ou mentira?
Verdade
Explica o “last case of unhappiness” (teatro)
(Richard III, V, 4): “My kingdom for a horse!” (performativo: estou a propor vos uma troca, dou te o meu reino e tu das me um cavalo, quem diz não é o verdadeiro Richard III, é um autor; cita a frase, quando dizemos uma frase não estamos complementamente a mean/ meaning a fazer, a quer dizer!!! querer em princípio é muito díficil que um performativo seja feliz)
O que são speech acts?
Ato de fala ou ato de discursão (produção de um ato linguístico que faz acontecer alguma coisa)
O que é necessária para existir um speech act?
Circunstâncias e convenções, pois se estas não existirem cria-se uma infelicidade
A infelicidade afeta apenas os performativos ou todas as frases em geral?
Todas as frases em geral
São todas speech acts
Austin acaba o ensaio com uma sugestão importante que as frases precisam de ter ou têm. Qual é?
A força.
A mesma está dependente da sua convenção.
O que é um performativo feliz? E um performativo infeliz?
Performativo feliz: circunstâncias convencionais que fazem sentido
Performativo infeliz: não faz sentido, não tem contexto
MINI RESUME
Austin reconheceu que a distinção entre constativos e performativos não era tão clara quanto inicialmente pensava.
Ele percebeu que muitos enunciados têm uma dimensão performativa, mesmo que também possam ser avaliados como verdadeiros ou falsos. Essa revisão levou ao desenvolvimento da teoria dos “atos de fala”, que inclui os componentes locutórios, ilocutórios e perlocutórios, abrangendo uma compreensão mais ampla das funções da linguagem.
Em resumo, a primeira teoria de Austin trouxe uma nova perspectiva sobre como a linguagem funciona, destacando que as palavras podem ser usadas para realizar ações, além de meramente descrever o mundo.