Pediatria Flashcards
Definição de aleitamento materno exclusivo
Somente leite materno
Definição de aleitamento materno predominante
Leite materno + outros líquidos
Definição de aleitamento materno complementado
Leite materno + alimentos sólidos ou semissólidos
Definição de aleitamento materno misto ou parcial
Leite materno + outros tipos de leite
Até quando deve ser mantido o aleitamento materno?
Exclusivo até 6 meses
Complementado até, no mínimo, 2 anos
Vantagens do aleitamento materno para a criança
Composição nutricional, metabólica e imunológica ideal para o sistema gastrointestinal e renal em amadurecimento; Redução da mortalidade infantil; Prevenção de doenças crônicas; Desenvolvimento da cavidade bucal; Desenvolvimento cognitivo
Vantagens do aleitamento materno para a mãe
Prevenção de hemorragia pós-parto;
Método contraceptivo;
Redução do risco de câncer de mama e ovário;
Proteção contra diabetes mellitus tipo 2
Vantagens econômicas e psicoativas para o binômio mãe- bebê
Leite humano x leite de vaca
Humano: menos proteínas e eletrólitos; mais gordura e lactose; maior biodisponibilidade do ferro
Fatores de proteção no leite humano
IgA secretória, fator bífido, lactoferrina, lisozima, lactoperoxidase, oligossacarídeos, lipase
Definição e função da IgA secretória no leite humano
Principal imunoglobulina do leite humano.
Proteção contra diversos agentes infecciosos
Definição e função do fator bífido no leite humano
Glicoproteína.
Serve de substrato para o crescimento de flora saprófita intestinal; leva a acidificação das fezes e dificulta a reprodução de enteropatógenos como Shigella, Salmonella e E coli
Definição e função da Lactoferrina no leite humano
Proteína bacteriostática.
Inibe a adesão da E coli às células e indisponibiliza o ferro necessário para a sobrevida de vários patógenos intestinais, especialmente E coli e Cândida albicans
Definição e função da Lisozima no leite humano
Ação bactericida e e anti-inflamatória.
Destrói E. coli e algumas cepas de Salmonella
Função da Lactoperoxidase no leite humano
Efetiva contra Streptococcus
Função dos oligossacarídeos no leite humano
Bloqueiam a adesão de alguns agentes ao epitélio intestinal
Função da lipase no leite humano
Efetiva contra vários parasitas como Giárdia lamblia, Entamoebs hystolitica, Trichomonas vaginalis
Colostro
Primeiros 5 dias
Maior concentração de proteínas, imunoglobulinas, vitaminas A e E
Menor concentração de gordura e lactose
Leite de transição
6-10 Dias
Leite maduro
> 2 semanas
Maior concentração de lactose, gordura e vitaminas hidrossolúveis
Leite anterior x leite posterior
Anterior (início da mamada): mais água, lactose, proteínas, vitaminas e sais
Posterior (final da mamada): mais gordura
*mais gordura no fim do dia
Estrogênio x progesterona na lactação
Estrogênio: hiperplasia / ramificação dos ductos mamários
Progesterona: hiperplasia de alvéolos e túbulos
Fases da lactogênese
Fase 1: pequena secreção láctea na segunda metade da gestação
Fase 2: após o parto (apojadura) produção láctea independente da sucção
Fase 3 (galactopoiese): produção depende do estímulo e esvaziamento regular da mama
Regulação hormonal da lactação
Prolactina: estimula a secreção de leite pelos alvéolos mamários
Ocitocina: Estimula a contração das células mioepiteliais; ejeção do leite; contração uterina no período pós parto reduzindo o sangramento
Técnicas da amamentação
Bebê bem apoiado; bebê com cabeça e tronco alinhados; corpo do bebê próximo ao da mãe; rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo
Boca bem aberta; mais aréola visível acima da boca do bebê; lábio inferior virado para fora; queixo tocando a mama
Definição e fatores de risco para Traumas mamilares
Lesões de continuidade lineares e concêntricas à pele do mamilo. Decorrentes do posicionamento e pega incorretos
Prevenção de traumas mamilares
Técnica adequada, manter mamilos secos, não retirar proteção natural dos mamilos, evitar o ingurgitamento, não usar protetores de mamilos, não interromper mamada bruscamente
Tratamento traumas mamilares
Manter a amamentação, iniciar pela mama menos afetada, ordenhar antes da mamada, variar posições para amamentação, analgesia sistêmica, usar conchas protetoras entre as mamadas
Definição de ingurgitamento mamário
Aumento de volume, calor, dor e tensão nas mamas
Entre 3-5 dias pós-parto
Prevenção do ingurgitamento mamário
Início precoce da amamentação, amamentação em regime de livre demanda
Tratamento do ingurgitamento mamário
Manter a amamentação em livre demanda, ordenhar antes da mamada e após a mamada, massagear as regiões mais afetadas, usar sutiãs de alças largas, compressas frias nos intervalos entre as mamadas por até 20 minutos
Definição e fisiopatologia da mastite
Processo inflamatório da mama com ou sem infecção bacteriana causada por estase do leite e lesões de continuidade na pele
2-3 semanas pós-parto
Dor, vermelhidão, calor e edema
Unilateral, febre, mal estar, náuseas e vômitos
Tratamento da mastite
Manter aleitamento, corrigir a técnica da amamentação, analgésicos, antitérmicos e antibiótico (cefalexina ou amoxicilina + clavulanato)
Definição de abscesso mamário
Complicação da mastite
Dor intensa, febre e acúmulo de pus
Tratamento do abscesso mamário
Drenagem cirúrgica e antibioticoterapia
Amamentação pode ser mantida
Definição e características da candidíase mamária
Infecção fúngica dos mamilos acusada pela Cândida albicans
Dor, sensação de prurido, pele hiperemias, brilhante e com fina descamação
Tratamento da candidíase mamária
Miconazol ou clotrimazol tópicos ou cetoconazol via oral
Manter mamilos secos e expô-los a luz solar alguns minutos por dia
Contraindicações absolutas para amamentar
HIV
HTLV 1 e 2
Galactosemia
Contraindicações relativas para amamentar
Infecção herpética - não pode ser amamentada na mama que apresentar lesões em atividade
Varicela - 5 dias antes até 2 dias após o nascimento da criança
Citomegalovírus
Doença de Chagas - fase aguda
Psicose puerperal
Fenilcetonùria
Fármacos contraindicados durante amamentação
Amiodarona - risco de hipotireoidismo na criança
Antineoplásicos e imunossupressores
Bromocriptina - pode inibir a lactação
Isotretinoína
Compostos radioativos
Sais de ouro
Linezolida, Ganciclovir
Fenindiona - risco de sangramento no bebê
Drogas de abuso - amamentação deve ser suspensa por algumas horas (efeitos sobre o SNC e dependência na mãe e na criança)
Armazenamento do leite
Leite cru (não pasteurizado): geladeira por 12 horas e freezer por 15 dias Descongelar na geladeira e esquentar em banho maria fora do fogo
Em caso de não poder amamentar, qual leite oferecer?
Fórmula infantil
Como diluir o leite de vaca?
<4 meses: leite de vaca diluído a 2/3 - 2/3 leite + 1/3 água + 1 colher de chá de óleo a cada 100 ml
Aspectos legais da amamentação
Licença maternidade de 4 meses
Direito a creche e 2 descansos de 30 minutos cada um
Licença paternidade de 5 dias (20 dias para as empresas participantes do programa Empresa cidadã
Direito a garantia de emprego desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto
Principal alimento contraindicado para <1 ano
Mel (risco de botulismo)
Esquema de alimentação para crianças de 6 meses - 2 anos que estão em aleitamento materno
Ao completar 6 meses: papa de frutas 2x/dia + papa principal 1x/dia
Ao completar 7 meses: papa de frutas 2x/dia + papa principal 2x/dia
Ao completar 12 meses até 24 meses: frutas picadas 2x/dia + refeição principal da família 2x/dia
Suplementação de ferro para a termo em aleitamento materno ou a termo em uso de <500 ml de fórmula infantil por dia
3 meses - 2 anos: 1mg/kg/dia de ferro elementar
Suplementação de ferro para pré termo e a termo entre 1500-2500g
30 dias-1 ano: 2mg/kg/dia de ferro elementar
1 - 2 anos: 1mg/kg/dia de ferro elementar
Suplementação de ferro para pré-termo com 1000-1500g
30 dias - 1 ano: 3mg/kg/dia de ferro elementar
1 - 2 anos: 1mg/kg/dia de ferro elementar
Suplementação de ferro para pré-termo <1000g
30 dias - 1 ano : 4mg/kg/dia de ferro elementar
1 - 2 anos : 1mg/kg/dia de ferro elementar
Suplementação de Vitamina A
6-11 meses: 100.000 UI (uma dose)
12-59 meses: 200.000 UI a cada 6 meses
* intervalo seguro de administração é de, no mínimo, 4 meses
Suplementação de Vitamina D
400 UI/dia para <1 ano e 600 UI/dia para >1 ano
*nao há consenso acerca da duração
Classificação da diarreia
Aguda < 14 dias
Persistente 14 dias ou mais
Crônica > 30 dias
Definição de desinteria
Diarreia com sangue e pus. Associada com tenesmos e urgência fecal, pela inflamação do cólon
Características da diarreia por Rotavírus
Principal causa de diarreia grave em menores de 2 anos
Mecanismo osmótico e secretor
Vômitos, febre diarreia líquida, volumosa e explosiva
Duração média de 4-8 dias
Características da diarreia por E. coli Enterotoxigênica (ETEC)
Endêmica em países em desenvolvimento
Diarreia dos viajantes
Evacuações abundantes com fezes aquosas
Duração de 3-5 dias
Características da diarreia por E. coli enteropatogenica (EPEC)
Menores de 2 anos
Diarreia aquosa, vômitos, febre baixa
Pode causar diarreia persistente
Características da diarreia por E. coli EnteroInvasiva (EIEC)
Maiores de um ano
Disenteria com febre
Semelhante a causada por shigella
Características da diarreia por E. coli enterro-hemorrágica (EHEC)
Disenteria sem febre
Complicações: SHU (síndrome hemolítica urêmica)
Cepa OH157:H7
Definição de síndrome hemolítica urêmica (SHU)
Insuficiência renal aguda + anemia hemolítica microangiopatica + tombocitopenia
Características da diarreia por Salmonella
Início abrupto com náuseas, vômitos e dor abdominal, diarreia aquosa tornando-se disenteria e febre alta
Por evoluir com sepse, meningismo e convulsões
Características da diarreia por Shigella
Disenteria, febre alta, dor abdominal intensa, náuseas, vômitos, tenesmos e urgência para defecar
Sintomas extraintestinais: cefaleia, meningismo, letargia, confusão e alucinações
Complicações: desidratação, SIADH, sepse, CIVD, SHU e crises convulsivas
Características da diarreia por Campylobacter jejuni
Semelhante a disenteria por Shigella
Complicações: síndrome de guillain- barre
Características da diarreia por vibrio cholerae
Grandes epidemia de diarreia
Diarreia aquosa muito volumosa, fezes em água de arroz
Características da diarreia por giárdia lamblia
1-5 anos
Quadro assintomático
Diarreia aguda com distensão abdominal, flatulência e cólicas
Características da diarreia por entamoeba histolytica
Incidência aumenta com a idade
Disenteria, abscesso hepático, megacalote tóxico, peritonite e perfuração intestinal
Classificação clínica da desidratação de acordo com o Ministério da saúde
Estado geral Olhos Sede Sinal da prega Lágrimas Pulso Tempo de enchimento capilar
Sem desidratação - características MS
Lágrimas presentes
Pulso cheio
Tempo de enchimento capilar < 3 segundos
Desidratação - características MS
Inquieta ou irritada Olhos fundos Bebe avidamente, com sede A pele volta lenta,ente ao estado anterior Lágrimas ausentes Pulso rápido e fraco Enchimento capilar de 3-5 segundos
Desidratação grave - características MS
Letárgica ou insconsciente Olhos fundos Não consegue beber ou bebe muito mal A pele volta muito lentamente ao estado anterior Lágrimas ausentes Pulso muito fraco ou ausente Enchimento capilar > 5 segundos
Tratamento Plano A (sem desidratação)
- Aumentar oferta de líquidos
- Após cada evacuação oferecer 50-100ml para <1 ano e 100-200ml para >1 ano
- Suplementação de Zinco por 10 dias com 10 mg/dia para <6 meses e 20mg/dia para >6 meses
- Manter alimentação habitual
Utilidade do zinco nos casos de desidratação
Reduzir gravidade, recorrência e duração
Tratamento Plano B (desidratação)
- Terapia de Reidratação oral na unidade de saúde
- SRO 75ml/kg em 4 horas
- Alimentação deve ser suspensa até que a desidratação desapareça . Crianças em aleitamento materno podem continuar recebendo leite materno
O plano B termina quando desaparecem o sinais de desidratação, mesmo que o volume inicia, de SRO não tenha sido todo administrado
- Liberar com plano A para domicílio
- retornar dieta
* vômito não é contraindicação para início da TRO
Tratamento Plano C (desidratação grave)
- Hidratação venosa em unidade de saúde
- RL ou SF 0,9% 100ml/kg sendo:
< 1 ano - 30ml/kg em 1 hora + 70ml/kg em 5 horas
> 1 ano - 30ml/kg em 30 minutos + 70ml/kg em 2h30min - Reavaliar criança a cada 1-2 horas
Se criança já é capaz de beber: TRO 5ml/kg/h - Reavaliar criança após término da infusão venosa e reclassificar para continuar tratamento
Indicações de gastróclise
Desidratação grave quando não é possível iniciar logo a hidratação venosa
Perda de peso após as primeiras duas horas
Vômitos persistentes após o início da TRO (>= 4 episódios/hora)
Distensão abdominal (com peristalse presente)
Dificuldade de deglutição
Características da gastróclise
SRO administrado por sonda nasogástrica
20-30ml/kg/hora
Indicação de antibiótico na diarreia
Casos de disenteria, cólera, salmonelose, amebíase e giardíase
Antibiótico de escolhe para diarreia por shigella ou Salmonella
Ciprofloxacino
Antibiótico de escolha para diarreia por amebíase ou giardíase
Metronidazol
Antibiótico de escolha para diarreia por cólera
Doxicilina