Pé diabético Flashcards

1
Q

Defina pé diabético.

A

Um distúrbio primário no metabolismo da glicose que leva a uma alteração no suporte da carga e a deformidades no tornozelo e pé. Infecção, ulceração e ou destruição dos tecidos profundos associadas a anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica nos membros inferiores.

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2
Q

Quais são os mecanismos envolvidos na etiologia/fisiologia do pé diabético?

A

Neuropático e Angiopático; existe também a forma associada (neuroisquêmico).

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3
Q

Explique o mecanismo neuropático do pé DM.

A

A neuropatia cujo mecanismo patogênico mais aceito é o da via poliol pode apresentar-se sob três formas:
Motora – caracterizada por alteração da arquitetura do pé que desloca os sítios de pressão plantar e por alterações do colágeno, queratina e coxim adiposo; gera deformidades principalmente em região de antepé, com dedos em garra ou em martelo.
Sensorial – a mais comum, na qual se observa perda da sensação protetora de pressão, calor, propriocepção, de modo que traumas menores repetitivos e, até mesmo, danos maiores, não são percebidos pelos pacientes.
Autonômica – Há disfunção simpática, resultando em redução da sudorese e alteração da microcirculação.

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4
Q

Explique o mecanismo angiopático do pé DM.

A

Quanto a vasculopatia diabética, estudos observaram que a idade e a duração do diabetes melito, assim como a neuropatia, também estavam correlacionados à sua prevalência. Pode apresentar-se de duas formas:

Microangiopatia – Segundo LoGerfo & Coffman, não é considerada um fator importante na fisiopatologia das lesões, pois, apesar do espessamento da membrana basal capilar, não compromete a redução do fluxo sanguíneo para o pé no diabético;

Macroangiopatia – que resulta de um processo arterosclerótico que, no diabético, é mais frequente, prematuro, progressivo e mais distal, portanto, mais grave. No membro inferior, os vasos mais comumente afetados por arteriosclerose são as artérias tibiais, sendo geralmente preservadas as artérias fibulares e do pé.

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5
Q

Como é a infecção do pé DM?

A

É sempre polimicrobiana, mais grave e abrangente do que aparenta; usualmente não apresenta sinais flogísticos locais.

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6
Q

Quais são os exames neurológicos que devem ser feitos?

A

São 04:

Reflexos patelar e aquileu; testes motores para músculos extensores, flexores, inversores e eversores do pé, com e sem resistência; exame sensitivo do pé (método de Semmes-Weinstein – monofilamentos de nylon; falta de sensibilidade de proteção quando há impossibilidade de sentir o monofilamento 5,07 ou 10g); testar a capacidade vibratória, com o uso de diapasão.

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7
Q

Quais são os exames vasculares que devem ser feitos?

A

São 06:

Pulsos pediosos e tibial posterior; aspectos tróficos da pele; temperatura; tempo de enchimentos venoso (anormal se maior que 20 segundos); tempo de enchimento capilar (anormal se exceder 5 segundos).

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8
Q

O que é o ITB?

A

O índice de pressão tornozelo/braço (ITB = pressão arterial sistólica do tornozelo dividida pela pressão arterial sistólica do braço, ambas medidas com o paciente na posição supina) abaixo de 0.9 indica doença arterial oclusiva. Entretanto, no momento, não se dispõe de vasta informação na literatura indicando qual o procedimento subseqüente dos pacientes com ITB < 0.9, porém, sem ulcerações.

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9
Q

Quais são os exames de imagem que devem ser solicitados?

A

Solicitar radiografias inicialmente; RNM pode auxiliar na confirmação diagnóstica. TC e cintilografia não são bons exames para essa patologia.

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10
Q

Em quanto tempo aparecem alterações nas radiografias?

A

A lesão só aparece após 7 a 10 dias, com características inespecíficas de destruição e reparação óssea, também presentes no Charcot.

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11
Q

Quais são os diagnósticos diferenciais do pé DM?

A

São patologias que também causam úlceras (celulite, abscesso, fasciíte necrotisante, osteomielite aguda,fase aguda do Charcot).

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12
Q

Como é a classificação de Wagner para pé DM?

A

Grau 0 - pele intacta com deformidades dos pés (pé em risco), Deve-se realizar a profilaxia das úlceras.
Grau 1 - úlcera superficial localizada na pele e TCSC. Repouso, uso de calcados apropriados, bota gessada leve ou gesso de contato total.
Grau 2 - úlcera atingindo planos profundos, como fáscia, tendão, osso, ligamento ou articulação. Gesso de contato total ou eventual correção cirúrgica da deformidade fixa.
Grau 3 - infecção ativa com celulite, abscesso e ou osteomielite. Internação hospitalar para compensação do diabete, compensação clínica e nutricional, ATB parenteral de largo espectro e tratamento cirúrgico dos pés.
Grau 4 - gangrena do antepé. Se for gangrena seca, sem infecção, e limitada a um dedo do pé aguarda-se a mumificação e auto-amputação. Se for gangrena úmida com infecção, opta-se por amputação aberta (dedos, raios, transmetatarsal, Lisfranc, Chopart, Syme-melhor, abaixo ou acima do joelho).
Grau 5 - gangrena de todo o pé. Amputação abaixo ou acima do joelho.

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13
Q

Como é a classificação de Brodsky?

A

Não inclui gangrena.
Grau 0 - pele intacta, mas representa uma lesão pré-ulcerativa.
Grau I - úlcera de pele de espessura total, mas não ultrapassa tecido subcutâneo.
Grau II - Até o tendão e cápsular articular, mas nem a articulação nem o osso são visíveis.
Grau III - Osso ou articulação expostos e osteomielite ou pioartrose.

Não existe tipo IV.

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14
Q

O que faz o Gesso de Contato Total?

A

Distribui a pressão mecânica; diminui o edema intersticial; permite a mobilização do paciente; protege o pé isolado. Diminui a pressão localizada na área ulcerada; funciona como uma bomba venosa, facilitando o retorno venoso e linfático; avalia-se o tamanho da ferida a cada troca de gesso; protege tornando desnecessário curativos diários.

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15
Q

Explique o tratamento do pé DM, de acordo com as fases de Wagner.

A

O objetivo principal no grau 0 é a profilaxia das úlceras por meio de orientação médico-educacional do paciente e seus familidares. Devem ser informados que este é um pé em risco e que algumas regras devem ser seguidas (nunca andar descalço; examinar os pés todos os dias; evitar queimaduras; examinar sapatos diariamente; lavar bem os pés; cuidar das unhas).

G I  Repouso no leito; curativos diários; uso de calçados apropriados; uso de bota gessada leve, sem carga; uso de gesso de contato total.

G II  Gesso de contato total, aberto ou fechado, com cicatrização estimada em um prazo médio de 6 a 8 semanas. Eventuais correções cirúrgicas de deformidade fixa.

G III  Internação para compensação do DM, reequilíbrio clínico e nutricional; drenagem e debridamento cirúrgico amplos; ATB venoso – aminoglicosídeo com penicilina semi-sintética.

G IV  Se for gangrena seca, aguarda a mumificação e a auto-amputação, ou seja, a área necrótica funciona como curativo biológico. Se for grangrena com infecção, é recomendado a amputação. Caso apresente pulso palpável da artéria tibial posterior e/ou índice sistólico do tornozelo >0,45 pode ser realizado amputação tipo Syme.

G V  Nenhum outro procedimento local pode ser realizado. Deve-se realizar amputação (em 1 ou 2 estágios)

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