Patologia Ginecológica Flashcards

1
Q

Qual o papel da zona de transformaçaõ cervical no contexto do câncer de colo uterino

A

O colo do útero apresenta uma parte interna, que constitui o chamado canal cervical ou endocérvice, que é revestida por uma camada única de células cilíndricas produtoras de muco (epitélio colunar endocervical mucossecretor). A parte externa, que mantém contato com a vagina, é chamada de ectocérvice e é revestida por um tecido de várias camadas de células planas (epitélio escamoso estratificado glicogenado).

Entre esses dois epitélios encontra-se a junção escamocolunar (JEC), que é uma linha que pode estar tanto na ecto como na endocérvice, dependendo da situação hormonal da mulher.

Na infância e no período pós-menopausa, geralmente, a JEC situa-se dentro do canal cervical. No período da menacme, quando ocorre produção estrogênica, geralmente a JEC situa-se ao nível do orifício externo ou para fora deste (ectopia ou eversão). Vale ressaltar que a ectopia é uma situação fisiológica e por isso a denominação de “ferida no colo do útero” é inapropriada.

Nesta situação, o epitélio colunar fica em contato com um ambiente vaginal ácido, hostil às suas células. Assim, células subcilíndricas (de reserva) bipotenciais, através de uma metaplasia, se transformam em células mais adaptadas (escamosas), dando origem à um novo epitélio, situado entre os epitélios originais, chamado de terceira mucosa ou zona de transformação. Nesta região, pode ocorrer obstrução dos ductos excretores das glândulas endocervicais subjacentes, dando origem a estruturas císticas sem significado patológico, chamadas de Cistos de Naboth. É nessa zona onde se localizam mais de 90% dos cânceres do colo do útero.

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Q

A linha de progressão desde a infecçaõ pelo HPV até a evolução para o câncer de colo uterino, com ênfase nos eventos moleculares, aspectos citológicos e histológicos

A

Classicamente, a história natural do câncer do colo do útero é descrita como uma afecção iniciada com transformações intra-epiteliais progressivas que podem evoluir para uma lesão cancerosa invasora, num prazo de 10 a 20 anos.

NEOPLASIA INTRA-EPITELIAL CERVICAL: NIC:

O colo uterino é revestido por várias camadas de células epiteliais pavimentosas, arranjadas de forma bastante ordenada. Nas neoplasias intra-epiteliais, esta estratificação fica desordenada.

Quando a desordenação ocorre nas camadas mais basais do epitélio estratificado, estamos diante de uma displasia leve ou neoplasia intra-epitelial cervical grau I (NIC I). Cerca de 60% das mulheres com NIC I vão apresentar regressão espontânea, 30% podem apresentar persistência da lesão como tal, e das demais, menos de 10% irão evoluir para NIC III, sendo a progressão para o câncer invasor estimada em cerca de 1%.

Se a desordenação avança até os três quartos de espessura do epitélio, preservando as cama- das mais superficiais, estamos diante de uma displasia moderada ou NIC II. Na NIC III, o desar- ranjo é observado em todas as camadas.

Esta desordenação das camadas é acompanhada por alterações nas células que vão desde núcleos mais corados até figuras atípicas de divisão celular. A coilocitose, alteração que sugere a infecção pelo HPV, pode estar presente ou não.

Quando as alterações celulares se tornam mais intensas e o grau de desarranjo é tal que as células invadem o tecido conjuntivo do colo do útero abaixo do epitélio, temos o carcinoma in- vasor.
Para chegar a câncer invasor, a lesão não tem, obrigatoriamente, que passar por todas estas etapas. As lesões de alto grau são consideradas como as verdadeiras precursoras do câncer e, se não tratadas, em boa proporção dos casos, evoluirão para o carcinoma invasor do colo do útero.


Analisar progressão da infecção pelas lâminas dos slides.

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3
Q

A correlação entre citologia e biópsia de lesões precursoras e carcinomas invasivos do colo uterino

A

(Lâminas dos slides)

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4
Q

Citar as principais causas de sangramento uterino anormal em mulheres na idade reprodutiva e na menopausa.

A

Idade reprodutiva:
- Complicações da gravidez (abortos, doença trofoblástica, gravidez ectópica).
- Proliferações (leiomioma, adenomiose, pólipos, hiperplasia do endométrio, carcinoma).
- Ciclo anovulatório.
- Sangramento disfuncional ovulatório (ex: fase lúteo inadequada).

Perimenopausa:
- Ciclo anovulatório.
- Menstruação irregular.
- Proliferações (carcinoma, hiperplasia, pólipos).

Pós-menopausa:
- Proliferações (carcinoma, hiperplasia, pólipos).
- Atrofia do endométrio.

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5
Q

Compreender as principais diferenças epidemiológicas, histológicas e prognósticas entre os tipos mais comuns de carcinoma endometrial, englobando a importância da classificação molecular.

A

Historicamente, há 2 tipos patogênicos diferentes de CE:

• Tipo I: hiperestrogenismo, tumores bem a moderadamente diferenciados, <50% do miométrio, prognóstico mais favorável

• Tipo II: distúrbios endócrinos e metabólicos ausentes, tumores pouco diferenciados, >50% do miométrio, ILV +, prognóstico pior.

Carcinoma endometrial ENDOMETRIOIDE:

• Neoplasia maligna do endométrio com arquitetura glandular, papilar e sólida de padrão endometrioide

• > 80% dos casos dos carcinomas do endométrio

• Sinônimo= carcinoma endometrial tipo I

• Lesão precursora: hiperplasia endometrial atípica/EIN

  • Fatores de risco:
    Obesidade
    Diabetes mellitus
    Hipertensão arterial sistêmica
    Infertilidade
    Nulíparas com ciclos anovulatórios
    Estímulo estrogênico sem oposição de progesterona (ex: uso de tamoxifeno, TRH, SOP)

• Mutações nos genes PTEN (em 30-80%), ARID1A, PIK3CA ⚬ PTEN: gene supressor tumoral ⚬ ARID1A: gene com função reguladora de cromatina ⚬ PIK3CA: proto-oncogene

• Comportamento em geral mais indolente

• Disseminação linfática para linfonodos ilíacos e para-aórticos

  • Macroscopia:
    Massas polipoides ou placas infiltrativas
    Consistência amolecida e friável
    Coloração amarelada
    Focos de necrose

    Carcinoma seroso do endométrio:

• Menos frequente, estrógeno-independente, 65-70 anos

• Sinônimo: carcinoma endometrial tipo II

• Lesão precursora: carcinoma intraepitelial endometrial

• Mutações em TP53

• Comportamento agressivo - ALTO GRAU HISTOLÓGICO

  • Disseminação intraperitoneal e linfática

(Analisar imagens nos slides)

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6
Q

Descrever adequadamente aspectos macroscópicos e microscópicos de carcinomas endometriais e tumores mesenquimais originados à partir de músculo liso miometrial (leiomiomas e leiomiossarcomas)

A

LEIOMIOMA- Origem em músculo liso miometrial

• Tumor benigno mais comum da mulher adulta

• Perimenopausa

• Múltiplos

• Geralmente sem atipias ou mitoses numerosas

• Necrose de tipo isquêmico

• Fatores de risco: nuliparidade e raça negra

• Sintomas: dor pélvica e SUD

  • Macroscopia:

• Bem circunscritos

• Consistência firme

• Aspecto fasciculado

• Localização:

⚬ Submucosa
⚬ Intramural
⚬ Subserosa

  • Microscopia:

• Fascículos entrelaçados

• Células fusiformes alongadas

• Núcleos em formato de cigarro

• Citoplasma eosinofílico

• Vacúolos perinucleares

  • LEIOMIOSSARCOMA:

• Sarcoma uterino mais frequente

• Mulheres > 50 anos

• Massas friáveis únicas ou predominantes > 5 cm

• Bordas irregulares

-Microscopia:

Atipias nucleares Pleomorfismo intenso

Numerosas mitoses atípicas > 10 mitoses/CGA

Necrose tumoral de padrão geográfico/ zonal

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7
Q

Cite as definições, teorias de origem da endometriose e aspectos macroscópicos do acometimento ovariano

A

Definição: Presença de tecido endometrial funcional em local fora do endomiométrio.

Teorias de origem:
- Diferenciação metaplásica de epitélio celômico.
- Disseminação linfática.
- Regurgitação através das tubas uterinas.
- Disseminação extrapélvica através das vv. pélvicas.

Aspectos macroscópicos do acometimento ovariano:
- Formação de cistos grandes e repletos de sangue - coloração marrom (cistos chocolate)
- Fibrose generalizada
- Desenvolvimento de aderências entre as estruturas pélvicas.
- Obstrução das extremidades fimbriadas das tubas.

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8
Q

Quais os tipos de neoplasias ovarianas e a origem delas em termos também de frequência global e qual tipo histológico é mais comum em cada grupo.

A

Tipos de neoplasias ovarianas:
- Seroso
- Endometrioide
- Brenner
- Mucinoso
- Células claras
- Seromucinoso.

-

Neoplasias serosas

Benignas (60%): Cistoadenoma e cistoadenofibroma seroso

Borderline (15%):Tumor seroso borderline

Malignas (25%):
• Carcinoma seroso de baixo grau
• Carcinoma seroso de alto grau

-

Neoplasias mucinosas:
Benignas (80%):Cistoadenoma e cistoadenofibroma mucinoso

Borderline (15%):Tumor mucinoso borderline

Malignas (05%):Carcinoma mucinoso
- Mutações em KRAS
- Amplificação/superexpressão de HER-2

-
Neoplasias de cordão sexual-estroma:

• 05% das neoplasias ovarianas
• 07% das neoplasias malignas
• Mais comuns:
Fibroma
Tumor de células da granulosa

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9
Q

Compreender vias distintas de carcinogênese de carcinomas ovarianos, com foco na patogênese do carcinoma seroso de alto grau.

A

Carcinoma seroso de alto grau - Alterações moleculares:
• Mutação em p53 (>95%)
• Aneuploidia e instabilidade cromossômica (100%)
• Mutação germinativa em BRCA 1 e 2 (˜25%)
• Deficiência de recombinação homóloga (˜50%)
• Perda de função de BRCA (˜30-45%)

Definição de sítio primário (tuba-ovárioperitônio)
• Maioria: carcinoma intraepitelial seroso tubário (STIC) e HGSC invasivo tubário

-
Vias de carcinogênese - estudar imagem dos slides

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10
Q

Em neoplasias germinativas, foco em aspectos macroscópicos e microscópicos de teratomas maduros

A

Imagens de lâminas nos slides

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11
Q

Analisar tumores da granulosa do tipo adulto em termos de recorrência tardia e manifestações clínicas atreladas a esse tipo histológico

A

Neoplasia maligna indolente de baixo grau
• Origem em células da granulosa dos folículos ovarianos
• Mutações somáticas em FOXL2
• Metástases tardias (>5-20 anos)
• Perimenopausa
• Dor abdominal, hemoperitônio e manifestações estrogênicas (SUA)

Características morfológicas:
• Unilaterais, 10 cm
• Células da granulosa: fendas nucleares
• Variedade de padrões arquiteturais em meio a fibroblastos

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