Osteoporose Flashcards

1
Q

Defina fratura de fragibilidade

A

São fraturas decorrentes da baixa resistência óssea causadas por baixo impacto em localizações típicas como: coluna vertebral (mais comum), radio distal (fratura de Colles), fêmur proximal (quadril — mais grave)
Causam dor, incapacidade física e deformidades
Sozinhas já fecham diagnostico de osteoporose (mesmo sem densitometria óssea porém na vida sempre pede-se)

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2
Q

Qual a epidemiologia típica da osteoporose?

A

Mulheres (4:1) pós-menopausa, brancas, asiáticas, magras, sedentárias, hipogonadismo em homens

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3
Q

Qual a localização mais grave das fraturas vertebrais?

A

Na Zona de transição toracolombar (T10 a L1) → fratura por impactação (geralmente assintomática)

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4
Q

Como diferenciar uma fratura por queda de mão espalmada em pessoas com e sem osteoporose?

A

Em pacientes jovens/sem osteoporose espera-se que a fratura seja na região escafoide e osso do carpo, enquanto em pacientes com osteoporose a fratura é em radio distal (mais comum na peri-menopausa)

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5
Q

Por que a obesidade entra como “fator protetor” de osteoporose ?

A

Pois a obesidade causa uma estimulação da matriz óssea (osteoblastos) pelo aumento da carga mecânica sobre os músculos e ossos, fazendo aumentar a secreção de osteoprotegerina e osteocalcina que vão respectivamente inibir a reabsorção óssea e estimular o anabolismo celular/formação óssea

Da mesma forma que o exercício físico de alto impacto!!!

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6
Q

A partir de qual idade há início da perda de massa óssea ? Qual a diferença entre homens e mulheres?

A

A partir dos 30 anos
Em homens a queda é continua e gradual enquanto na mulher a queda é abrupta por volta dos 50 anos (na menopausa, principalmente nos primeiros 5 anos)

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7
Q

Como é feita a prevenção da osteoporose idealmente ?

A

Início na infância/adolescência
• Atividade física de impacto alto
• Alimentação rica em calcio
• Exposição solar ou reposição de vitamina D

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8
Q

Quais são as fases da remodelação óssea?

A

Ativação
- Os osteócitos são os responsáveis pelo processo de remodelação e ativação → envia estímulo para o funcionamento do osteoclasto
Reabsorção
- Dura 10 dias
Reversão
- Sinal para finalizar a reabsorção e iniciar a formação óssea
Formação
- Dura 90 dias
- Os osteoblastos recobrem a cavidade de howship e produzem colágeno e proteínas da matriz óssea
Mineralização
- Necessidade de ambiente mineral próprio e adequado para deposição dos cristais de hidroxiapatita na matriz óssea → rigidez óssea

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9
Q

Explique o papel do estrogênio no contexto ósseo

A

O estrogênio aumenta os níveis de osteoprotegerina pelos osteoblastos e com isso diminui a ligação Rank-Rank-L inibindo a reabsorção óssea
Por isso que a menopausa é um fator de risco tão importante

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10
Q

Defina células de revestimento ósseo

A

Lining cells
São osteoblastos quiescentes e achatados
Impedem a interação direta entre os osteoclastos e a matriz óssea, impedindo a ocorrência da reabsorção óssea

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11
Q

Defina os osteoblastos

A

São células formadoras de osso
Originados de células tronco mesenquimais
Produzem e secretam osteoide (matriz óssea extracelular)
Regulam a minerarização secretando fosfatase alcalina
Secretam osteocalcina e osteonectina, proteínas que permitem a ligação a cálcio e fósforo promovendo a deposição de minerais regulando a quantidade de cristais de hidroxiapatita

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12
Q

Defina os osteócitos

A

São células mecanossensiveis
São derivadas dos osteoblastos
90% das células óssea
Coordenam todo o processo de remodelação óssea
Fazem transmissão de sinais de forma autócrina e parácrina para as células que executam a modulação e remodelação óssea — verdadeiras células endócrinas
Expressam osteocalcina, secretam FGF23 para regular os níveis séricos de fosfato e produzem esclerostina (regulador negativo da formação óssea)

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13
Q

Defina os osteoclastos

A

São originados de macrófagos
Promovem reabsorção óssea através da secreção de íons hidrogênio, fosfatase alcalina ácida resistente ao tártaro (TRAP) e enzima catepsina K

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14
Q

Como o envelhecimento afeta a massa óssea?

A

• O envelhecimento leva a uma diminuição do hormônio GH que leva a diminuição da produção de IGF-1 e IGF-2 pelo fígado (estimulantes da formação óssea) fazendo um desequilíbrio para o lado da reabsorção óssea
• Também ocorre uma diminuição da formação de osteoblasto e os que existem se tornam senescentes e secretam citocinas, fatores de crescimento e proteases que estimulam a ação reabsorva dos osteoclastos
• Os idosos tem maior sensibilidade a glicocorticoides exógenos e endógenos: a isoenzima 11-beta-hidroxiesteroide desidrogenase está aumentada e transforma cortisona em cortisol ativo o que diminui a formação óssea
• Um quadro característico do envelhecimento é o inflammaging que é um estado inflamatório sistêmico crônico de baixo grau que leva a uma ativação da imunidade inata e aumento da reatividade do corpo levando a senescência do sistema imune
• Aumento do estresse oxidativo

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15
Q

Quais são as 3 funções do Paratormônio durante uma hipocalcemia?

A

Controlar a calcemia:
1- Age nos rins diminuindo a excreção de cálcio (aumentando a reabsorção renal)
2- Ainda nos rins, estimula a produção da forma ativa da vitamina D (1,25 OH vitamina D ou calcitriol) que aumenta a absorção intestinal de cálcio
3- No osso, o PTH promove a liberação de cálcio dos ossos para a corrente sanguínea através da reabsorção óssea pelos osteoclastos

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16
Q

Quais os sinais que podem indicar um risco aumentado de quedas?

A

• Dificuldade de equilíbrio ou marcha
• Hipotensão ortostática
• Fraqueza nos membros inferiores
• Baixa acuidade visual
• Déficit de audição
• Comprometimento cognitivo

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17
Q

Quando fazer o rastreamento de osteoporose ?

A

Mulheres > 65 anos (60 se fatores de risco) e homens > 70 anos

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18
Q

Qual a manifestação mais comum da osteoporose ?

A

Fratura vertebral
Geralmente é assintomática mas quando sintomática pode causar dor, cifose (“corcunda da viúva”) e redução de altura (>2cm em relação ao último ano, ou >4cm em relação a juventude)
Obs: em casos de múltiplas fraturas vertebrais pode ocasionar redução das cavidades torácicas com comprometimento cardíaco, pulmonar e vesical causando dispneia, hérnia de hiato e incontinência urinária

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19
Q

Qual fratura é considerada a mais grave? Quais as localizações mais frequentes?

A

Fratura de quadril/fêmur proximal
Em região de colo ou região intertrocantérica
Leva incapacidade física das atividades diárias

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20
Q

Qual fratura é mais comum em mulheres peri-menopausa?

A

Fratura de Colles (radio-distal)
Queda sobre a mão

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21
Q

Quais são os fatores de risco para perda de massa óssea? Modificáveis e não modificáveis!

A

• Não modificáveis
- Sexo feminino
- Caucasianos
- Menopausa
- Idade > 60 anos (independente do sexo)
- História familiar de osteoporose/ fratura por fragilidade

• Modificáveis
- Tabagismo atual
- Etilismo (≥3 doses/ dia → 150ml de vinho, 45ml de destilado ou 360ml de cerveja)
- Baixa ingestão de cálcio na dieta, vitamina D, inflammaging
- Sedentarismo
- Baixo peso (<58kg ou IMC <19kg/m3)
- Uso de corticóides

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22
Q

Cite as causas endócrinas de osteoporose secundária (10)

A

• Síndrome de Cushing → solicitar cortisol urinário de 24h, creatinina urinaria, cortisol da meia noite, dosar ACTH basal, teste de supressão com dexametasona overnight
• Hipertireoidismo → T4 livre alto e TSH baixo
• Hipogonadismo → dosar testosterona total e livre, FSH e LH
• Hiperparatireoidismo → Dosar cálcio sérico e PTH
• Hipercalciúria → calciúria em urina de 24h
• Hiperprolactinemia → Dosagem sérica de prolactina
• Pan-hipopituitarismo → ACTH, FSH, LH, GH, PRL, TSH — todos baixos
• Diabetes → hemoglobina glicada, glicemia de jejum
• Gravidez → B-HCG
• Amenorreia induzida pelo exercício

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23
Q

Cite as causas hematológicas de osteoporose secundária (6)

A

• Mieloma múltiplo → solicitar eletroforese de proteínas / imunofixação
• Leucemia
• Linfoma
• Mastocitose sistêmica
• Talassemias
• Outras gamopatias monoclonais

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24
Q

Cite as causas reumatológicas de osteoporose secundária

A

• Artrite reumatoide
• Lúpus eritematoso sistêmico
• Espondiloartropatias
• Vasculites
• Outras doenças inflamatórias sistêmicas
• Doenças que provocam restrição de movimentos

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25
Q

Cite as causas gastrointestinais de osteoporose secundária (8)

A

• Bypass gástrico
• Gastrectomia
• Doença inflamatória intestinal (DC e RCU)
• Cirrose biliar primária
• Doença celíaca → solicitar antiendomisio IgA/IgG e antitransglutaminase IgA/IgG
• Pancreatite
• Etilismo (> 3 doses/dia)
• Desnutrição

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26
Q

Cite as causas renais de osteoporose secundária

A

• Insuficiência Renal
• Acidose Tubular Renal

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27
Q

Cite as causas pulmonares de osteoporose secundária

A

• Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

28
Q

Cite as causas neurológicas de osteoporose secundária (7)

A

• Epilepsia
• Esclerose múltipla
• Doença de Parkinson
• Distrofias musculares
• AVC
• Lesão medular
• Polineurite crônica

29
Q

Cite as causas genéticas de osteoporose secundária (10)

A

• Doença do armazenamento do glicogênio
• Hemocromatose
• Homocistinúria
• Fibrose cística
• Hipofosfatemia
• Doença de Gaucher
• Osteogênese imperfeita
• Ehlers-Danlos
• Marfan
• Pseudoglioma

30
Q

Cite as causas medicamentosas de osteoporose secundária (15)

A

• Glicocorticoides (> 5 mg/dia de prednisona ou equivalente por > 3 meses)
• Fenitoína
• Carbamazepina
• Heparina
• Agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (Leuprorrelina/Leuprolida)
• Lítio
• Inibidores da aromatase (Anastrozol, Letrozol)
• Alumínio em antiácidos (Maalox, Mylanta, Gaviscon, Amphojel)
• Quimioterápicos oncológicos (Cisplatina, Ciclofosfamia, Metotrexato)
• Depomedroxiprogesterona
• Inibidores da bomba H2 (cimetidina, famotidina)
• Uso de tamoxifeno na pré-menopausa
• Tiazolidinedionas (para DM2 com resistência a insulina: Pioglitazona, Rosiglitazona)
• Excesso de hormônio tireoidiano
• Medicamentos para HIV (Tenofovir, lamivudina, dolutegravir)

31
Q

Cite as causas de perda óssea pós-transplante de osteoporose secundária

A

• Cardíaco
• Hepático

32
Q

Como os glicocorticoides interferem no metabolismo ósseo?

A

• O glicocorticoide:
– Reduz a absorção intestinal e a reabsorção renal do cálcio
– Inibe a via osteoformadora (sinalização Wnt/β-catenina)
– Impede a osteoblastogênese
– Reduz a função dos osteoblastos
– Aumenta os níveis de RANKL → aumentando a reabsorção óssea
– Inibe a síntese de fatores de crescimento
– Induz a resistência à insulina

33
Q

Como é a interação entre a osteoporose e as doenças reumáticas (principalmente Artrite Reumatoide)?

A

• A reabsorção óssea que acontece entre a membrana sinovial e o osso pode ser responsável por erosão articular em pacientes que sofrem de artrites inflamatórias
• Com a sinóvia inflamada ocorre um aumento na expressão de RANK-L → estimulando osteoclastogênese e a reabsorção óssea
• Fator Reumatoide e Anticorpo Anticitrulina são capazes de estimular a diferenciação de osteoclastos

34
Q

Quais são os locais avaliados na densitometria óssea ?

A

Coluna vertebral → Seguimentos de L1-L4
Colo do fêmur → Seguimento colo

SEMPRE levar em conta o pior parâmetro

Obs: Para diagnostico de osteoporose não deve ser usado densitometria em ossos periféricos, exceto se:
• Quando a coluna lombar ou o fêmur proximal não puderem ser interpretados
• Hiperparatireoidismo (acometimento preferencial do osso cortical)
• Obesidade grave

Nesses casos devem ser avaliados por RÁDIO (antebraço não dominante)

35
Q

Quais são as regiões de Ward? Elas podem ser úteis para diagnóstico de osteoporose?

A

Triângulo de Wards (área de menor densidade da região proximal do fêmur, com predomínio de osso trabecular)
As regiões de Ward e trocanter não devem ser usadas para diagnóstico, pois superestima o percentual esperado de indivíduos osteoporóticos

36
Q

Quando utilizar o Z-score? como interpretar?

A

O z-score compara a densidade óssea com a curva de mesma idade e sexo

Para todos os pacientes que não se encaixam na regra do T-score (mulheres jovens ou pré-menopausa e homens < 50 anos de idade)

‣ Baixa massa óssea para idade ≤ -2,0
‣ Adequada massa óssea para idade

37
Q

Quando usar o T-score? Como interpretar?

A

Todos os pacientes que forem homens acima de 50 anos ou mulheres após a menopausa

• Normal → ≥1,0
• Osteopenia → ≤-1,1 e > -2,5
• Osteoporose → ≤ -2,5
• Osteoporose estabelecida ou grave → ≤ -2,5 associado a fratura

38
Q

Como fazer o diagnóstico de Osteoporose?

A

• Densitometria óssea (feita com absorciometria por raios X de dupla energia - DXA) com uma densidade óssea ≤ -2,5 desvios-padrão (DP) em relação à massa óssea do jovem adulto (T-score).
• Presença de uma fratura considerada de baixo impacto periférica ou vertebral. A fratura vertebral pode ser clínica ou, mais comumente, diagnosticada por radiografia simples ou pela densitometria (vertebral fracture assessment, VFA).

39
Q

Como definir o risco de fraturas ? Como interpretar?

A

Pelo FRAX

◦ Verde = baixo risco
‣ Não está indicado tratamento medicamentoso
‣ Tratar fatores de risco modificáveis — tratamento não medicamentoso
◦ Amarelo = risco intermediário
‣ Necessidade de densitometria
◦ Vermelho = alto risco
‣ Tratamento dos fatores de risco
‣ Iniciar tratamento medicamentoso para osteoporose
‣ Alto risco de fratura nos próximos 10 anos

40
Q

Quais os fatores utilizados para calcular o FRAX?

A

◦ Idade atual
◦ IMC
+
◦ Fratura por fragilidade prévia
◦ Fratura de quadril por fragilidade nos pais
◦ Tabagismo
◦ Uso de glicocorticoide
◦ Artrite reumatoide
◦ Osteoporose secundária (diferentes doenças)
◦ Uso de três ou mais unidades de bebida alcoólica por dia.

41
Q

Quando fazer o FRAX?

A

• O risco de fratura é calculado para mulheres e homens entre as idades de 40 e 90 anos
• Útil para pacientes que não tem/conseguem fazer uma densitometria óssea
• Útil também nos pacientes que fizeram densitometria com osteopenia para decidir tratamento medicamentoso preventivo
◦ Sempre orientando a mudança dos fatores de risco modificáveis

42
Q

O que é o TBS? Qual sua utilidade?

A

O TBS é um software que pode ser incorporado a densitometria óssea
Dá um score do osso trabecular → níveis baixos de TBS indicam deteriorização da microarquitetura trabecular óssea
Avaliação do risco de fratura

Indicação: Pacientes com fratura vertebral entre aqueles com valores de densitometria óssea normal ou fora da faixa osteoporótica.

43
Q

Como investigar fraturas vertebrais?

A

• Radiografia simples da coluna torácica e lombar em perfil → precisa de duas incidências e tem maior exposição a radiação e maior custo, maior capacidade de visualização das primeiras vértebras torácicas
• Ou
• VFA (vertebral fracture assesment) realizada pela densitometria → leva menos radiação porem a resolução da imagem é maior

44
Q

Quais as indicações para realizar a radiografia ou VFA?

A

• Mulher ≥ 70 anos ou homem ≥ 80 anos;
• História de perda de altura >4cm; (da juventude para idade atual)
◦ Normalmente tem uma diminuição fisiológica devido a desidratação dos disco intervertebrais porém não tão grande assim
• História de fratura prévia não documentada;
• Terapia com glicocorticoide ≥5mg de predisona por dia, com duração ≥3 meses. (NO MANUAL É ≥7,5)

45
Q

Como é feito a classificação de fratura vertebral?

A

Pela analise semiquantitativa de Genant

• Fratura leve - Grau 1 (10 a 25% de perda)
• Moderada - Grau 2 (25 a 40% de perda de altura)
• Grave - Grau 3 (mais de 40% de perda)

‣ Fratura em cunha: achatamento acontece na parte anterior da vértebra geralmente
‣ Fratura bicôncava: acontece mais medialmente
‣ Fratura por colapso: na parte posterior da vértebra

46
Q

Quais são os marcadores bioquímicos de remodelamento ósseo e pra que servem?

A

São formulas de avaliação de forma mais contínua (já que a densitometria óssea se faz apenas anualmente) → úteis para seguimento do tratamento
• CTX → Rabsorção
- Deve ser coletado pela manhã com o paciente em jejum (sofre influência do ritmo circadiano e da alimentação)
- Medicamento antireabsortivos: espera-se uma queda do CTX de 35-55% após 12 semanas de tratamento
• P1NP → Formação
- Pode ser coletado a qualquer hora do dia (não sofre interferência alimentar)
- Medicamentos anabólicos: espera-se uma elevação do P1NP de 40% em 3-6 meses de tratamento

Obs: mede-se antes e após o tratamento para fins comparativos
Obs: não se deve levar em consideração para escolha de tratamento
Obs: esses marcadores não são específicos (podem se elevar em outras doenças)

47
Q

Quais são as indicações de densitometria óssea? (9)

A

• Mulheres com 65 anos de idade ou mais
• Homens com 70 anos de idade ou mais
• Mulheres na pós-menopausa com menos de 65 anos de idade e homens (50-70 anos) com fatores de risco
• Adultos com fratura prévia por fragilidade
• Adultos com doença que se associa à perda óssea
• Adultos em uso de medicações associadas à baixa massa óssea ou à perda óssea
• Pacientes para as quais sejam consideradas intervenções farmacológicas para osteoporose
• Monitorar a eficácia do tratamento
• Indivíduos que não estejam realizando tratamento, nos quais a identificação de perda de massa óssea possa determinar a indicação do tratamento

48
Q

Como indicar o tratamento não farmacológico da osteoporose?

A

Principal → Mudança do estilo de vida

• Orientar: cessar tabagismo e reduzir ou cessar etilismo (menos de 3 doses diárias)

• Dieta: reduzir consumo de sódio, proteína e caféina (café, chá-preto, refrigerantes) e aumentar ingesta de frutas, vegetais, legumes, peixes, nozes e produtos lácteos

• Exercícios físicos
- principalmente de alto impacto (se possível)

49
Q

Como fazer a suplementação de cálcio?

A

• Suplementação de cálcio
– 1ª linha é o aumento da ingesta de cálcio pela DIETA, se não for suficiente iniciar suplementação na menor dose possível (meta 1.000-1.200mg/dia) → aumento do risco cardiovascular
– Prefere-se o Carbonato de cálcio 500mg VO logo após as refeições
– Contraindicação: litíase renal, hipocloridria e intolerância gástrica
– 2ª opção: Citrato de cálcio 250mg (para pacientes com nefrolitíase e gastrectomia)

50
Q

Como fazer a suplementação de vitamina D?

A

Primeiro avalia os níveis séricos de acordo com cada paciente:

◦ Nível <10ng/ml: muito baixo e com risco de evoluir com defeito na mineralização óssea (osteomalacia e raquitismo).
◦ Níveis entre 10 e 20ng/ml: baixo risco e com risco de aumentar remodelação óssea e, com isso, perda de massa óssea, além do risco de osteoporose e fraturas
◦ Nível >20 ng/ml: desejável para população geral saudável até 60 anos
◦ Níveis entre 30 e 60ng/ml: recomendado para os idosos, pacientes em uso de antirretrovirais, anticonvulsivantes e glicocorticoides, mulheres gestantes, pacientes sarcopênicos, diabéticos, com osteomalacia, raquitismos, osteoporose, hiperparatireoidismo secundário, doenças inflamatórias, doenças neoplásicas, autoimunes e renal crônica e prébariátricos

• Suplementação
◦ Ataque: Colecalciferol 50.000Ul por semana, durante 08 semanas;
‣ Depois dessas 8 semanas dose novamente a vitamina D
‣ Se fora da meta faz mais um ciclo de dose de ataque por 8 semanas
◦ Manutenção 7.000Ul (para população normal) ou 14.000UI (para pacientes com fatores de risco) → pelo resto da vida para ESSES pacientes com osteoporose
‣ Pode ser diário ou semanal (de forma individualizada)

Obs: Calcitriol fica reservado para pacientes com DPOC, osteomalácia ou má absorção extrema

51
Q

Quais são as estratégias para prevenção de quedas?

A

• Exercício físico regular (para melhorar o equilíbrio, a força muscular e respostas protetoras em caso de desestabilização)
• Suplementação de vitamina D
• Ingesta adequada de cálcio na dieta
• Retirada gradual de psicotrópicos
• Correção da baixa acuidade visual
• Uso de sapatos fechados e com sola de borracha
• Adequação do cenário em que o idoso vive (instalação de corrimãos em escadas e banheiros, ambientes com iluminação adequada, evitar pisos molhados ou encerados e retirar tapetes soltos no chão).

52
Q

Quais são as opções de tratamento medicamentoso disponíveis para Osteoporose?

A

• Antireabsortivos
– Bifosfonatos (Alendronato, Risedronato, Ibandronato, Ácido zoledrônico)
– Denosumabe
– Raloxifeno

• Anabólicos
– Teriparatida
– Abaloparatida

• Duplo mecanismo de ação
– Romosozumabe

53
Q

Qual o mecanismo de ação dos Bifosfonatos ?

A

Inibe a ativação dos osteoclastos por seus efeitos no metabolismo do mevalonato, interferindo na prenilação de proteína

54
Q

Qual as doses, efeitos colaterais e contraindicações dos Bifosfonatos ?

A

• Alendronato → 70mg/semana VO
• Resendronato → 150 mg/mensal VO
• Ácido Zoledreônico → 5 mg/ano IV

Obs: Tomar em jejum com água, não fazer decúbito, esperar 30 minutos para comer

• Efeitos colaterais: Esofagite, mialgia, artralgia, febre, osteonecrose de mandíbula, fratura atípica (região subtrocantérica ou diafisária)

• Contraindicação: insuiciência renal (TFG < 35 ml/min), doença ativa do trata gastrointesinal alto, osteonecrose de mandíbula, gravidez e lactação

55
Q

Qual o mecanismo de ação do denosumabe?

A

Anticorpo monoclonal contra o RANKL, assim reduz a diferenciação, atividade e sobrevida dos osteoclastos

56
Q

Qual a dose, indicação e efeito colateral do Denosumabe?

A

60mg a cada 6 meses SC

Obs: não pode fazer holiday dessa medicação pelo risco de fratura vertebral. Na suspensão deve-se colocar um bifosfonato deve ser prescrito

• Indicação: Terapia de supressão hormonal, câncer de mama/próstata, metástases ósseas, disfunção renal (não é metabolizado pelo rim)

• Efeitos colaterais: ONM, fratura atípica e celulite

57
Q

Qual o mecanismo de ação do raloxifeno? Dose? indicação? Efeitos colaterais?

A

Modulador seletivo dos receptores de estrogênio.

• Dose: 60mg/dia VO
• Indicação: mulher recém menopausada (no climatério já pode começar a usar)
• Efeitos colaterais: fogachos, náuseas, câimbras e tromboembolismo

58
Q

Como é feita a prevenção hormonal da osteoporose?

A

Com Estrógeno 0,625mg/dia VO
Obs: se indicado deve ser feita logo após o inicio da menopausa

• Contraindicação: neoplasia, histórico familiar ou pessoa de neoplasia (CA de mama, ovários e endométrio), LES, SAF

• Efeitos colaterais: CA de mama, doença cardiovascular, tromboembolismo

59
Q

Qual o mecanismo de ação da teriparatida?

A

• Molécula de PTH humano, que estimula a atividade dos osteoblastos, aumentando a formação óssea. Propriedade ANABÓLICA, principalmente no osso trabecular. Diminui apoptose dos osteoblastos, aumentando sua atividade formadora

60
Q

Qual a dose, indicação, efeitos colaterais e contraindicações da Teriparatida?

A

• Dose 20mg/dia SC pela manhã por 18-24 meses (após esse tempo retirar teriparatida e iniciar agente antireabsortivo)

• Indicação:
– Osteoporose grave ou já estabelecida (FRATURAS JÁ PRESENTES)
– 1ª linha para pacientes com alto risco de fratura
– Resposta ineficaz/falha de tratamento ao uso de bifosfonato

• Efeitos colaterais: hipercalcemia, náuseas, tontura e mialgias

• Contraindicação: hipercalcemia, situações com alta remodelação óssea, como fase de crescimento, presença de metástases ósseas e doença de Paget

61
Q

Quais são as características de pacientes com risco muito alto de fraturas?

A

• História de fratura recente, especialmente nos úlimos 12 meses.
• Densitometria óssea na coluna ou fêmur com T-score < -3,0
• Múliplas fraturas em vigência de tratamento
• Uso de medicações que levam a perda de massa óssea ou risco de quedas
• FRAX alto risco
• Quedas frequentes

62
Q

Qual o mecanismo de ação do Romosozumabe? Dose? Efeitos colaterais? Contraindicações?

A

• Anticorpo monoclonal IgG2 totalmente humanizado com alta especificidade para esclerostina humana. Essa glicoproteína é preferencialmente produzida por osteócitos e sua função primária é a de inibir a sinalização Wnt, principal via de sinalização relacionada à osteoblastogênese e à formação óssea.

Obs: é anabólico e antireabsortivo (mais anabólico)

• Dose: 210mg/mês SC por 12 meses (após usar antireabsortivo)
• Efeitos colaterais: reações no local da injeção, hipocalcemia, fratura atípica, osteonecrose mandibulomaxilar, evento cardiovascular
• Contraindicação: IAM, AVC nos últimos 12 meses

63
Q

Como e quando fazer o holiday dos Bisfosfonatos?

A

• Pacientes em BF oral por 5 anos ou ZOL IV por 3 anos → sem história de fratura + T-score >-2,5

Monitoramento: Densitometria a cada 1-2 anos e marcadores ósseos → se fratura ou queda de DMO: reintroduzir BF

• Se t-score <-2,5 ou fratura ou osteoporose secundaria ou terapia com glicocorticoide → continuar terapia e DXA a cada 1-2 anos (não tem indicação de holiday)

64
Q

O que é a doença de paget óssea? Como diagnosticar e como tratar?

A

Também chamada de Osteíte deformante
• Causa aumento da atividade dos osteoclastos por hiperatividade do sistema RANK
• Caracterizada por reabsorção óssea excessiva e neoformação óssea desorganizada
- Monostótica (1 região)
- Poliostótica (mais de 1 região)
• Rara antes dos 40 anos de idade
• Maioria assintomático / quando sintomático: dor, deformidade óssea (fronte proeminente e face triangular), fraturas patológicas, osteoartrite e surdez (secundária à compressão neurológica provocada pelas deformidades ósseas no crânio)

• Diagnóstico: por cintilografia, FA sérica, CTX, P1NP e NTX

• Fases
◦ Fase inicial: osteolítica → ossos longos com lesões em “chama de vela”
◦ Fase intermediária: reabsorção e remodelação óssea excessivas
‣ Espessamento do osso cortical, expansão óssea, perda da diferenciação corticomedular e trabeculado grosseiro
◦ Fase tardia: aumento difuso da densidade óssea, esclerose medular e aumento acentuado do tamanho do osso

• Tratamento: sintomáticos + Bifosfonatos
– Ácido zolendrônico: 5 mg IV , dose única anual

• Controle:
– Fosfatase Alcalina sérica, CTX, NTX, P1NP a cada 4-6 semanas inicialmente e após a cada 6 meses
– Cintilografia a cada 3-6 meses

Obs: se aumento de 25% de FA sérica → iniciar novo tratamento
Obs: em monostótica a FA sérica pode estar normal

65
Q

O que é hipercalciúria e quais suas etiologias? (Diferencie as etiologias com hipercalcemia e sem hipercalcemia)

A

• Cálcio na urina acima do limite superior para a excreção urinária de cálcio é 4 mg/kg/dia (fica entre 200mg/dia a 280mg/dia)

• Etiologias
◦ Ingestão de cálcio via dieta.
◦ Excesso de 1,25(OH)2 vitamina D3
◦ Aumento da reabsorção óssea: evolução da desmineralização
◦ Hipercalciúria por hipercalcemia
‣ Hiperparatireoidismo
‣ Hipertireoidismo
‣ Síndrome de Cushing
‣ Uso prolongado de glicocorticoide
‣ Doença de Paget (hipercalcemia é menos frequente)
◦ Hipercalciúria sem hipercalcemia
‣ Osteoporose primária ou secundária