Osteomielite e Artrites Infecciosas Flashcards

1
Q

Qual o conceito de osteomielite?

A

Inflamação óssea causada por microorganismo infectante.

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2
Q

Quantos agentes infecciosos costumam estar presentes na osteomielite?

A

Um agente

Exceção: pé diabético = polimicrobiano

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3
Q

Como se classifica a osteomielite hematogênica aguda quanto à duração dos sintomas?

A

Aguda 1 semana
Subaguda 2-3 semanas
Crônica >3 semanas

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4
Q

Como se classifica a osteomielite hematogênica aguda quanto ao mecanismo de infecção?

A

Hematogênica

Contiguidade (exógeno)

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5
Q

Como se classifica a osteomielite hematogênica aguda quanto ao tipo de resposta do hospedeiro?

A

Piogênico

Não piogênico

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6
Q

Quanto ao biofilme, qual seu conceito?

A

Comunidade de bactérias sésseis com um glicocálix.

Formação de uma membrana na região superficial da região infectada (cápsula de proteção bacteriana).

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7
Q

Quando é formado o biofilme?

A

Origem com início em 5h e formado com 72 horas (3º dia)

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8
Q

Qual a epidemiologia da Osteomielite Hematogênica Aguda?

A
Infecção óssea mais comum
Crianças
Bimodal: <2 anos e 8-12 anos
Metade das crianças com menos de 5 anos
Homens > Mulheres
Metáfise de ossos longos
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9
Q

Quais os principais patógenos na Osteomielite Hematogênica Aguda?

A
S. aureus = mais comum 85%
Pseudomonas = Drogas EV
Salmonella = Anemia falciforme
- Mais diafisária
Gram negativo = pre maturo grave (uti)
- Multifocal
- Pós osteossíntese precoce
H. Influenzae = 6 meses a 4 anos
Fungos = doença crônica, parenteral
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10
Q

Com qual idade é mais provável ocorrer disseminação epifisária?

Descreva características da difusão até essa idade e nos maiores dela.

A

Nos < 2 anos (devido vasos cruzarem a fise)

  • Ocorre disseminação para a epífise
  • Risco de artrite séptica
  • Qualquer articulação
  • Discrepância de comprimento e deformidade angular

Nos > 2 anos a fise age como barreira (risco na diáfise)
- Risco na fise intra-articular (Fêmur proximal, Fíbula distal, Rádio proximal, Úmero proximal)

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11
Q

Quais as articulações com fise intra-articular (mais acometidas nas osteomielites)?

A

Fêmur proximal (principal)
Fíbula distal
Rádio proximal
Úmero proximal

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12
Q

Descreva a fisiopatologia da osteomielite hematogênica aguda.

A

Bactéria na metáfise causa proliferação, inflamação, necrose e abscesso, levando a isquemia cortical que evolui com saída do material até espaço subperiosteal

Se o abscesso não é tratado ocorre sequestro e Osteomielite Crônica.

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13
Q

Como é o quadro clínico e exame físico do paciente com osteomielite hematogênica aguda?

A

Dor, Edema, Hiperemia e Febre

OBS: Crianças e idosos podem não apresentar estes sintomas e podem ter comprometimento do estado geral.

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14
Q

Cite como deve ser encontrado os exames laboratoriais no paciente com osteomielite hematogênica aguda.

A

PCR aumentado: estimulado pela IL-6
- Aumenta após 6 horas e diminui após 1 semana da melhora

VHS aumentado
- Aumenta 3-5 dias e cai com 3 semanas

Leucócitos: pode estar normal ou aumentado

Hemocultura: positivo em 50% dos casos

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15
Q

Cite alterações radiográficas que podem estar presentes na osteomielite hematogênica aguda.

A

Reação periosteal com 10-12 dias de infecção

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16
Q

Qual melhor exame para visualização de reação periosteal e estoque ósseo na osteomielite hematogênica aguda?

A

Tomografia

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17
Q

Cite as alterações visualizadas na RNM de um paciente com quadro de osteomielite hematogênica aguda.

A

Hipossinal T1 e hiperssinal T2
- S98% e E75%

Abscessos intra-ósseos e subperiósteais

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18
Q

Quais diagnósticos diferenciais da osteomielite hematogênica aguda podemos diferenciar ao exame de USG?

A

Celulite, artrite séptica, abscesso de partes moles, tumor…

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19
Q

Como encontra-se o aspirado ósseo na osteomielites hematogênica aguda?

A

Área metafisáiria de maior dor e edema

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20
Q

Na osteomielite hematogênica aguda, quando a cintilografia com Tecnécio-99 encontra-se positiva?

A

Positiva após 24-48 horas.

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21
Q

Cite as fases da cintilografia e suas correlações.

A

Fases de Fluxo, Equilíbrio e Tardia

Osteomielite: aumentada 3 fases
Celulite: equilibrio fase tardia
osteoartrite equilibrio fase fluxo e equilibrio

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22
Q

Sobre o tratamento da osteomielite hematogênica aguda:

1) Quando deve ser iniciado?
2) Quando deve ser indicado e como devem ser feitos os tratamentos conservador e cirúrgico?
3) Por quanto tempo deve-se manter o tratamento?

A

Deve ser iniciado o mais precoce possível!

Sem coleção:

  • ATB empírico
  • PCR a cada 2-3 dias
  • Sem resposta = cirurgia

Coleção (abscesso e sequestro):
- DRENAR e ATB pós op

Cirurgia na falha do tratamento empírico (ATB)

  • Remover pus e tecido não viável
  • Pus intramedular = fazer janela óssea
  • Osteomielite subperiosteal = fazer microperfurações
  • Fechamento frouxo da pela + dreno + tala
  • Proteger membro por algumas semanas (risco fratura)

ATB

  • 4 a 6 semanas
  • 10 a 14 dias EV, Restante oral
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23
Q

Cite aspectos epidemiológicos e características da Osteomielite Hematogênica Subaguda.

A
Inicio insidioso - 2 semanas em média
Relativamente comum
1/3 (35%) das infecções ósseas primarias evoluem para osteomielite hematogênica subaguda
Ossos longos dos MMII
Tipo mais comum IA e IB, seguido por V
Decorrente de baixa virulência e boa defesa do hospedeiro
Sem quadro clinico exuberante
Difícil diagnóstico
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24
Q

Como é esperado o exame físico na osteomielite hematogênica subaguda?

A

Dor leve a moderada

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25
Q

Quais os principais achados nos exames laboratoriais na osteomielite hematogênica subaguda?

A
Hemocultura negativa
VHS aumentado 50% casos
PCR normal
Leucócitos geralmente normal
Cultura positiva em 60%
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26
Q

Cite alterações radiográficas encontradas na osteomielite hematogênica subaguda.

A

Reação periosteal

Abaulamento partes moles

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27
Q

Cite alterações na cintilografia que são encontradas na osteomielite hematogênica subaguda.

A

Aumento da capitação

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28
Q

Descreva a classificação de Gledhill modificada por ROBERTS

A

IA: Radioluscência METAFISÁRIA excêntrica SEM esclerose
IB: Radioluscência METAFISÁRIA excêntrica COM esclerose
II: METAFISÁRIA excêntrica (com EROSÃO cortical)
III: DIAFISÁRIA
IV: Reação PERIOSTEAL (casca de cebola)
V: EPIFISÁRIA
VI: Lesão no corpo VERTEBRAL

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29
Q

Cite os possíveis diagnósticos diferenciais da Osteomielite Hematogênica Subaguda segundo a classificação de Roberts.

A
IA: Histiocitose das células de Langerhans
IB: Abscesso de Brodie
II: Granuloma eosinofílico
III: Osteoma osteóide
IV: Sarcoma de Ewing
V: Condroblastoma
VI: Tuberculosa ou Sarcoma osteogênico
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30
Q

Descreva as características do Abscesso de Brodie.

A

Lesão lítica com halo esclerótico (Roberts IB)
- Tibia distal
Infecção óssea ciscunscrita
S. aureus 50%
Evolução lenta
Abscesso intra-ósseo inativo por longa data
20% cultura negativa
Geralmente necessita de tratamento com biópsia + curatagem com dreno

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31
Q

Descreva o tratamento da osteomielite hematogênica subaguda.

A

Abscesso simples na epífise ou metáfise (benignas)

  • Biopsia não recomendada
  • ATB EV 2 a 7 dias + Oral 4 a 6 semanas (cura 87%)

Lesões agressivas (casca de cebola, destruição cortical) ou que não respondem ao tratamento conservador:

  • Biopsia e Cultura
  • Se cultura positiva = curetagem agressiva
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32
Q

Descreva a definicação de Osteomielite Crônica e cite características quanto sua duração.

A

É a manutenção do foco infeccioso de forma crônica.

Pode ocorrer exacerbações agudas por anos (alta recorrência)
Infecções secundárias são comuns

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33
Q

Descreva como é o quadro clíncio e quais alterações laboratoriais podem estar presentes na osteomielite crônica.

A

Quadro clinico + exame fisico
- inespecífico

Laboratório: VHS e PCR aumentado
Leuco aumentado 35% casos

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34
Q

Cite alterações radiográficas que podem estar presentes na osteomielite crônica.

A

SEQUESTRO - GRANDE MARCO (PATOGNOMÕNICO)
Destruição cortical
Reação periosteal

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35
Q

Quais marcadores devem ser utilizados na cintilografia em pacientes com suspeita de osteomielite crônica?

A

GÁLIO (principal marcador)
Leucócitos marcados
Índio 111

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36
Q

Quais os benefícios da fistulografia na avaliação da osteomielite crônica?

A

Avaliar extensão e planejamento cirúrgico

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37
Q

Descreva a classificação Cierny e Mader para Osteomielite Crônica

A

Tipo anatômico
I: Medular: reação endosteal
II: Superficial: problema da superfície
III: Localizada:
- Sequestrectomia NÃO AFESTA ESTABILIDADE
- Pode retirar o local.
IV: Difusa (mais grave): INSTABILIDADE mecânica importante

Classe fisiológica:
A: Normal
B: Comprometido (fator local ou sistêmico)
C: Proibitivo (pior prognóstico)

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38
Q

Descreva como deve ser feito o tratamento para osteomielite crônica.

A

Cirúrgico!

  • Azul de metileno 24h antes da cirurgia
  • Ressecção agressiva
  • Tala até melhora
  • Fixador externo se instabilidade
  • ATB prolongado
  • Técnicas para preencher espaço morto
  • SEQUESTRECTOMIA E CURETAGEM
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39
Q

Descreva a Técnica de Papineu e a Técnica de Masquelet no tratamento cirúrgico das osteomielites crônicas.

A

Papineu:

  • Enxerto osseo aberto
  • Debridamento e estabilização com material (fixador, haste), depois enxertia, depois cobertura.

Masquelet:

  • Perda ossea grande 4-25cm
  • Sequestrectomia
  • Espaçador polimetilmetacrilato (PMMA) 4-6 semanas para induzir formação de membrana osteogênica sinovial
  • Abre membrana com cuidado, remoção do cimento após 4-6 semanas e coloca enxerto esponjoso
  • Haste ou placa bloqueada para fixação
  • Tempo médio de 3 a 6 meses para consolidação
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40
Q

O que é a Osteomielite Esclerosante de Garré?

Qual o provável causador?

A

Forma crônica da doença com osso ESPESSO e DISTENDIDO, SEM ABSCESSO OU SEQUESTROS

Idiopática
- Possível infecção por anaeróbio pouco virulento

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41
Q

Cite a epidemiologia da Osteomielite Crônica Recorrente Multifocal

A

Autoimune
Causa genética
Pico aos 10 anos
Feminino 5:1
Metáfise de ossos longos, clavícula e coluna (vértebra plana)
Apresenta sintomas intermitentes (exacerbam e regridem durante anos)

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42
Q

Qual a epidemiologia das artrites infecciosas?

A
Qualquer idade
- Mais em adultos
- Crianças 70% entre 1 mês e 5 anos
- Metade com <2 anos
- Sequelas mais graves em crianças
Homens > Mulheres
Monoarticular 94%
Articulações MMII 61-79%
Morbidade e mortalidade significativa quando não tratada (principalmente nos extremos de idade)
43
Q

Quais locais que mais ocorrem artrite séptica?

A

Quadril 41%
Joelho 23

Em seguida:
Tornozelo, cotovelo, punho, ombro (normalmente por contiguidade - osteomielite)

44
Q

Quais os principais agentes causadoras da artrite séptica?

A
S. Aureus
Estreptococco Grupo A
Enterobacter
Pseudomonas - drogas ev
Salmonella - anemia falciforme, lues
Neisseria gonorrhoea
- 75% jovens adultos saudáveis e sexualmente ativos
- Poliarticular ASSIMÉTRICO ( menos de 4 articulações)
- Associada com pápulas
- Drenagem desnecessária
- TTO ATB
45
Q

Como se caracteriza a Síndrome de Reiter?

A

Conjuntivite
Uretrite
Sinovite

46
Q

Cite fatores de risco artrite séptica (9)

A
Artrite reumatóide
Artrose
Prótese articular
Baixo nível socioeconômico
Abuso fármaco injetável
Alcoolismo
DM
Infiltração prévia com corticoide intra-articular
Úlceras cutâneas
47
Q

Quais os tipos de disseminação possível nos casos de artrite séptica?

A

Hematogênica

Direta: trauma ou cirurgia

Contiguidade: osteomielite e celulite

48
Q

Descreva como é esperado encontrar o quadro clínico e exame físico do paciente com artrite séptica.

A

Quadro clinico
- posição antálgica de BONNET (quadril em flexão, abdução e rotação externa) - alivia a capsula, alivia pressao

Recem nascido

  • resposta inflamatoria frusta, pode chegar séptico
  • 50% multifocais
49
Q

Descreva os achados do líquido sinovial da punção articular nos casos de artrite séptica.

Como deve ser feita a coleta?

A

Leucócitos > 50.000 (ou > 28.000 em imunocomprometido) = DIAGNÓSTICO
Neutrófilos >90%

Glicose 1 baixa
Proteína alta
Culturas negativas em ate 75%

Tubo com EDTA: 2ml líquido sinovial + anticoagulante EDTA (1mg para cada ml de liquido sinovial)

50
Q

Quais os critérios de Kocher para diagnóstico de artrite séptica

A
Temperatura Oral > 38,5ºC
Incapacidade de APOIAR o membro
VHS >40mm
Leucocitose >12.000
PCR > 2mg/dL (ou 20mg/L)
51
Q

Qual a chance de estarmos diante de um quadro de artrite séptica segundo os critérios de Kocher?

A
Nenhum critério: 0,2%
Um critério: 3%
Dois critérios: 40%
Três critérios: 93% 
Quadro critérios: 99%

OBS: Se INCAPACIDADE APOIAR + PCR >2 = 74% chance de artrite séptica

52
Q

Cite alterações radiográficas possíveis de serem encontradas na artrite séptica.

A

Inicial:
- Alargamento do espaço articular

Tardio:

  • Diminuição do espaço articular por destruição (sequela)
  • Colágeno destruído após 10-12 dias
53
Q

Em relação aos exames de imagem na artrite séptica, cite indicações para:

1) USG
2) RNM
3) Cintilografia (Gálio)

A

1) Detectar pequenas poças de fluidos, derrames ecogênicos de coleções hemáticas coaguladas
2) Casos de difícil abordagem
3) Detectar áreas localizadas de inflamação

54
Q

Cite a classificação dos Estágios de infecção de Gachter para artrite séptica.

(raro cair)

A

Estádio I

  • Opacidade do líquido
  • Rubor da membrana sinovial
  • Possibilidade de sangramento

Estádio II:

  • Inflamação grave
  • Pus
  • Deposição fibrinosa

Estádio III:

  • Espessamento da membrana sinovial
  • Sem alteração radiográfica

Estádio IV:

  • PANNUS AGRESSIVO
  • Alteração RX (osteólise subcondral)
  • Comprometimento da cartilagem
  • Erosões e cisto ósseo (possível)
55
Q

Cite os 3 princípios do tratamento da artrite séptica.

A

DRENAGEM da articulação = PRINCIPAL

  • Abrir e lavar bem
  • Artroscopia se: joelho, cotovelo, ombro ou tornozelo

ATB
- Empírico até resultado da cultura

REPOUSO DA ARTICULAÇÃO

  • Em uma posição estável
  • Fisioterapia para restaurar função articular (principalmente em destruição articular)
56
Q

Quais as principais complicações da artrite séptica?

A
Sepse
Artrose precoce
Osteonecrose da cabeça do fêmur
Fechamento fisário precoce
Distúrbio de crescimento
Rigidez articular
Artrofibrose
57
Q

Qual a epidemiologia da sinovite transitória do quadril?

A
Homens > mulheres
3-8 anos (media 5 a 6 anos)
Brancos
Unilateral 95%
Causa mais comum de dor no quadril e da claudicação não traumatológica da infância
Autolimitada (1 a 10 dias)
Taxa anual de recorrencia 4-10%
Causa desconhecida
58
Q

Qual a causa mais comum de dor no quadril e da claudicação não traumatológica na infância?

A

SINOVITE TRANSITÓRIA DO QUADRIL

59
Q

Como é feito o diagnóstico da sinovite transitória do quadril?

A

Quadro clinico e exame fisico
- semelhante a artrite séptica, porém mais brando

DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO

60
Q

Cite 2 achados radiográficos na sinovite transitória do quadril.

A

Sombra muscular

Edema capsular

61
Q

Cite 1 achado na USG da sinovite transitória do quadril.

A

Efusão articular

62
Q

Como é esperado encontrar os exames laboratoriais na sinovite transitória do quadril?

A

Inespecífico ou NORMAL

63
Q

Quais os principais diagnósticos diferenciais da sinovite transitória do quadril?

A

Febre reumática aguda
Artrite tuberculosa
TUMOR
Artrite piogênica

64
Q

Descreva o tratamento para a sinovite transitória do quadril.

A
Repouso e AINEs
Quadro autolimitado (dura 1 a 10 dias)
65
Q

Cite 3 fatores nutricionais em que a cirurgia eletiva deve ser evitada.

A

Perda de peso >5kg
Albumina <3,4 g/dl
Linfócito <1500

66
Q

Cite fatores dependentes do cirurgião para prevenção de infecção pós operatória.

A

Assepsia e antissepsia (antissepsia não esteriliza completamente folículo piloso e glândula sebácea)

Lavar mãos de 2 a 5 minutos

Clorexidina e Álcool: sem superioridade

Fluxo ar laminar reduz 80% infecção

Duas luvas diminui exposição mão cirurgião em 87%

Não fazer tricotomia no dia anterior (lesão e reprodução bactérias)

67
Q

Em relação à ATB profilaxia operatória, cite:

1) Qual ATB usar?
2) Quanto tempo antes do início?
3) Quando repicar?
4) Por quanto tempo?

A

Cefalosporina 1ª geração

30 minutos antes da incisão

A cada 4 horas e/ou se sangramento >1000ml

Manter por 24 horas

68
Q

Descreva o Período de Ouro após bacteremia.

A

6 horas iniciais pós bacteremia.

2 horas iniciais: defesa > bactérias
2 a 6 horas: equilíbrio defesa x bactérias

69
Q

Quais os germes mais prevalentes na Osteomielite Hematogênica Aguda nas crianças?

A

S. Aureus (principal)
Streptococcus grupo B: 2 a 4 semanas de idade
H. Influenzae: 6 meses a 4 anos de idade

70
Q

Como se realiza o diagnóstico de osteomielite hematogênica aguda segundo Morrey e Petensen?
(Definitiva, provável, possível)

A

Definitiva: isolada bactérica tecido ósseo
Provável: Hemocultura positiva, clínica e RX
Possível: Clínica e RX, resposta ao ATB

71
Q

Como se realiza o diagnóstico de osteomielite hematogênica aguda segundo Peltola e Vahvanen?

A

2 dos 4 critérios:

  • Pus aspirado do osso
  • Cultura positiva (hemo ou osso)
  • Clínica
  • RX
72
Q

Quais os principais germes responsáveis pela osteomielite hematogênica subaguda?

A

S. Aureus

S. Epidermidis

73
Q

Cite 2 alterações encontradas na RNM da osteomielite hematogênica subaguda.

A

Sinal da penumbra em T1 (diferencia neoplasia de osteomielite)

Halo hipervascular ao redor da lesão com sinal elevado em T1

74
Q

Descreva a classificação de JONES para osteomielite crônica nas crianças.

A

Tipo A: Abscesso de Brodie
Tipo B: Sequestro com involocrum
Tipo C: Lesão esclerótica

DANO À FISE:

  • P: proximal
  • D: distal
75
Q

Qual o exame padrão ouro para diagnóstico da osteomielite crônica?

A

Biópsia!

76
Q

Deve ser feita cultura do trajeto da fístula nas osteomielites crônicas?

A

NÃO!

Não há correlação com infecção óssea

77
Q

Cite métodos de manejo do espaço morto na osteomielite crônica.

A
Enxerto com fechamento 1º ou 2º
Pérolas de cimento com ATB
Retalhos locais (muscular e pele)
Retalhos livres
Transporte ósseo (Ilizarov)
- Casos graves com ressecção grande até 13 cm (relacionado com PSA infecciosa)
78
Q

Qual o método de Lautenbach no tratamento das osteomielites crônicas?

A

Drenos de sucção fechados

  • Taxa de sucesso 85%
  • Entrada e saída de ATB de sucção fechada
79
Q

Qual a quantidade de ATB local deve ser usado no tratamento cirúrgico das osteomielites crônicas?

A

Gentamicina 500mg a cada 40g pacote do monômero
Vancomicina 2 a 4g
Tobramicina 1g para cada pacote

80
Q

Qual a diferença entre corticotomia, osteotomia e caloclasia?

A

Corticotomia: corte no osso proximal e distal à área de uma doença

Osteotomia: corte em um local

Caloclasia: retirada de calo (sem tecido ósseo formado)

81
Q

Sobre a Osteomielite Esclerosante de Garré, cite:

1) A faixa etária acometida
2) Aspectos do quadro clínico
3) Diagnósticos diferenciais
4) Tratamento

A

Criança e adulto jovem

Quadro clinico discreto

Osteoma osteóide e Paget

Se tratamento definido
- Fenestração óssea + ATB

82
Q

Como é feito o diagnóstico da Osteomielite Crônica Recorrente Multifocal?

A

Radiográfico:
- RX: lesões líticas bilaterais simétricas com esclerose variável

Critérios:

  • +2 lesões ósseas compatíveis com osteomielite
  • 6 meses de dor crônica ou recorrente
  • Falta de resposta com 1 mês de terapia
  • Sem outro fator causador

OBS: Cultura geralmente negativa

83
Q

Qual o tratamento da Osteomielite Crônica Recorrente Multifocal?

A

Sem tto específico
Sintomáticos: AINEs, Bifosfonados, Interferon Gama
Cultura negativo: não usar ATB
Autolimitada: geralmente após 2 anos

Possui bom prognóstico

84
Q

Sobre a osteomielite do calcâneo, cite como deve ser feito o tratamento cirúrgico e o que é a técnica de Gaenslen e qual sua grande complicação.

A

Drenagem de abscessos localizados
- Normalmente medial e lateral são satisfatórias

Gaenslen

  • Incisão do calcanhar dividido (abre o calcanhar com osteótomo)
  • Retração da cicatriz (dor ao deambular)
85
Q

Qual o meio mais confiável para tratar osteomielite associada com transformação maligna (carcinoma de células escamosas)?

A

Amputação (pouco frequente).

86
Q

Em relação à destruição articular na artrite séptica, cite:

1) Tempo para iniciar a destruição
2) Tempo para destruição ser aparente no RX
3) Tempo de destruição total

A

Destruição real se inicia com 8 horas
Destruição aparente no RX com 4-6 dias após início do quadro
Destruição articular completa 4 semanas

87
Q

Quando deve ser feita punção articular para diagnóstico de artrite séptica?

Quando iniciar o tratamento com ATB?

A

SEMPRE QUE SUSPEITAR!

APÓS A PUNÇÃO!

88
Q

Descreva de maneira breve como é a fisiopatologia da artrite séptica.

A

Falta de membrana basal nos capilares da sinóvia

causa inibição da fagocitose pelos fibroblastos sinoviais (estimula proliferação bacteriana).

89
Q

Quanto à ATBterapia nos casos de artrite séptica. Cite o tempo de uso de acordo com os patógenos.

A

H. Influenzae Tipo B, Neisseria ou Streptococcus
- <2 semanas

Estafilococos e Bacilos Gram Negativos
- 4 a 6 semanas

OBS: Quadril ou Ombro possuem um período mais longo de tratamento

90
Q

Quais as características da Artrite gonocócica?

Agente, local mais comum, quadro clínico, tratamento…

A
Neisseria Gonorrae
Disseminação do trato genitourinário
Tempo para artrite: dias a semanas
80% poliarticular
Joelho é mais comum
Tratamento apenas com ATB!
- Cefalosporina 3ª geração
91
Q

Quais as características da Doença de Lyme?

Agente, local mais comum, quadro clínico, tratamento…

A
Borrelia burgdorferi (espiroqueta)
Transmitido por carrapato
Artrite reativa -> Joelho
Dor leve, edema, rigidez
Joelho é mais comum
Semelhante a ARJ
Sobe IgG e cai IgM
Tratamento com Amoxicilina
92
Q

Quais as características da Sífilis óssea?

Agente, local mais comum, quadro clínico, tratamento…

A

Treponema pallidum (via placentária, contato sexual ou transfusão)
Congênita: espessamento cortical da região proximal da tíbia (“lâmina de sabre”)
Artralgia crônica (articulação de Charcot)
Diagnóstico: VDRL, microscopia
Tratamento: Penicilina Benzatina. Cirurgia geralmente não é necessária

93
Q

Quais as características da Brucelose?

Agente, local mais comum, quadro clínico, tratamento…

A

Zoonose: Cocobacilo Gram Negativo
Brucella melitensis - cabra - mais comum
Transmissão: leite animais ou contato direto
Fazendeiros, veterinários, manipuladores carne
Adultos
76% acomete músculo esquelético
Placa terminal da VÉRTEBRA e ossos chatos
Abscesso epidural - pode simular hérnia
Disco costuma ser preservado (avascular)
Abscesso psoas

94
Q

Quais as características da Artrite Tuberculosa?

Agente, local mais comum, quadro clínico, tratamento…

A
TB extrapulmonar mais comum em criança (<5 anos)
1 ano entre infecção e diagnóstico
Afebril, dor leve, laboratório negativo
Edema local, RX normal no início
Lesão lítica, preferencialmente na metáfise
Mal definido, sem reação periósteo
COLUNA (50%), joelho e quadril
GERALMENTE MONOARTICULAR
95
Q

Cite as características inerentes à tuberculose óssea na coluna.

(Localização, Prognóstico, Evolução…)

A
50% dos casos de tuberculose óssea
1/3 anterior
Torácica baixa ou lombar alta
L1 é a mais frequente
T10 é a de pior prognóstico (mais déficit)
Abscesso paravertebral
Evolui com cifose
96
Q

Como é feito o diagnóstico de Artrite Tuberculosa?

A

Hemocultura e Biópsia.

97
Q

Como é feito o tratamento da Artrite Tuberculosa?

A

Clínico (ATB), drenagem de abscesso

98
Q

Quando está indicado o tratamento cirúrgico na artrite tuberculosa da coluna vertebral?

A

Déficit neurológico
Instabilidade
Ausência de melhora com ATB

99
Q

Qual o agente responsável pela Febre Reumática?

Qual idade costuma ocorrer?

A

Strepto Beta Hemolítico do Grupo A

5 a 17 anos

100
Q

Cite os critérios de Jones para diagnóstico de febre reumática e como é sua interpretação.

A

Diagnóstico positivo se:

  • 2 critérios maiores
  • 1 critério maior e 2 menores

Critérios Maiores (“CANCE”):

  • Cardite (eleva mortalidade)
  • Artrite (POLIartrite migratória - sinal mais precoce)
  • Nódulos subcutâneos
  • Coréia (normalmente unilateral)
  • Eritema marginal (último a desaparecer)

Critérios Menores:

  • Febre
  • Artralgia
  • Prolongamento intervalo P-R
  • Aumento PCR e VHS
101
Q

Cite os Critérios de Choi relacionados ao mau prognóstico na febre reumática.

A

Infecção antes das 22 semanas de idade
Prematuridade
Sintomas que duram mais de 4 dias

102
Q

Qual a classificação de Choi para sequela de artrite séptica no quadril?

A

1 - Quadril aparentemente normal
1A - Sinais de necrose avascular
1B - Coxa magna: talvez precise melhorar contenção cabeça

2 - Acometimento epífise, físe, metáfise - cirurgia para prevenir luxação
2A - Coxa brevis
2B - Coxa vara ou valga

3 - Colo acometido
3A - Varo ou Valgo com anteversão ou retroversão - precisa de osteotomia
3B - PSEUDOARTROSE COLO - precisa de osteotomia valgizante com enxerto

4 - Perda da cabeça femoral

103
Q

Qual o principal causador de artrite piogênica no adulto jovem?

A

Neisseria gonorrohoeae