Oncologia: Pulmão, Tireoide, Próstata, Bexiga e Rim Flashcards
Qual é a definição de Nódulo Pulmonar Solitário? A quais possibilidades pode se referir e como conduzir cada uma?
DEFINIÇÃO DE NPS
Lesão assintomática no Rx com até 3cm
(Referências atuais colocam até 6cm)
Obs. Lesão > 3-6 cm = Massa Pulmonar
POSSIBILIDADES
Lesão Benigna: Pensar em cicatriz de BK
Conduta: Seguimento a cada 3-6 meses, por 2 anos
Exames possíveis: RX/TC/PET
Lesão Maligna: Pensar em carcinoma broncogênico
Aumentam probabilidade de malignidade:
- Tabagismo
- > 35 anos
- Lesão > 2cm (> 0,8 para algumas referências)
- Crescimento em 2 anos
- Calcificação e Forma: Padrão salpicado ou excêntrico da calcificação + Irregularidade do nódulo (principais)
Obs. Geralmente o CA de pulmão é não-calcificado.
Obs. As principais características que aumentam a probabilidade são: Crescimento em 2 anos E o padrão da forma e da calcificação do nódulo.
Conduta: Biópsia (excisional) ou Ressecção (lobectomia)
Como se divide o carcinoma broncogênico? Cite as características de cada tipo de neoplasia.
Origem no epitélio respiratório: Brônquios, Bronquíolos e Alvéolos.
NÃO PEQUENAS CÉLULAS (80-85%)
- Adenocarcinoma Broncogênico
- Subtipo mais comum (40%) c/aumento de incidência
- Tipo característico também no paciente atípico: não fumante; jovem; mulheres.
- Formação mais periférica: Faz derrame pleural
- —– Variante Bronquioloalveolar ——
- É uma variante mais bem diferenciada do adenocarcinoma, de melhor prognóstico.
- Formação externa à árvore brônquica
- TC: Imagem em vidro fosco
- Carcinoma Epidermoide Broncogênico
- 2° subtipo mais comum (30%)
- Mais associado ao paciente típico: idoso fumante
- Formação mais central: cursa com cavitação - Carcinoma de Grandes Células Broncogênico
- Representa 10% dos casos
- Formação mais periférica
PEQUENAS CÉLULAS / OAT CELL (20%)
- Mais agressivo
- Formação mais central
Qual é a clínica no carcinoma broncogênico?
- Tosse: manifestação mais comum
- Síndrome consumptiva
- Hemoptise
- Dispneia
- Dor torácica
- Síndromes Compressivas:
I) Síndrome de Pancoast: Carcinoma Epidermoide
- Dor torácica: comprime inervação intercostal +/- destruição das primeiras duas costelas
- Compressão do plexo braquial: parestesias e atrofia de membro
- Síndrome de Horner: compressão de cadeias simpáticas cervicais (gânglio estrelado)
[Horner = Miose + Ptose + Enoftalmia + Anidrose]
II) Síndrome da Veia Cava Superior: Oat-Cell
- Edema de face, pletora e TJP
- Varizes de tórax e MMSS
Como chegar ao diagnóstico de carcinoma broncogênico?
Através da Histopatologia (Biópsia)
# Nódulo mais periférico (Ex: Adenocarcinoma/Grandes células) Conduta: - Biópsia percutânea transpleural OU - Biópsia por Toracotomia/Videotoracoscopia
# Nódulo mais central (Ex: Epidermoide / Oat Cell) Conduta: - Biópsia por broncoscopia (ideal) OU - Teste do Escarro
Há rastreio para carcinoma broncogênico? Quais as suas indicações e como deve ser realizado?
MS: Não preconiza
Contudo, o US Preventive Services Task Force e o Harrison preconizam o rastreio da seguinte forma:
Indicação?
Paciente de 55-80 anos (Harrison 55-74 anos)
+ Tabagismo atual ou cessado dentro de 15 anos
+ Histórico de carga tabágica > 30 maços/ano
Como rastrear?
TC de Tórax com Baixa Dose de Radiação s/ Contraste
Anualmente
Quando Interromper o Rastreamento?
- Passados 15 anos sem apresentar doença
- Problema de saúde que limite a expectativa de vida
Como estadiar o carcinoma broncogênico?
NÃO PEQUENAS CÉLULAS
T1: ≤ 3 cm = NPS (se N0 e M0)
- T1a: ≤ 1cm
- T1b: ≤ 2cm
- T1c: ≤ 3cm
T2: 3 a ≤ 5cm + Ausência de acometimento da carina
- T2a: ≤ 4cm
- T2b: ≤ 5cm
T3: 5 a ≤ 7cm
ou Acomete pleura / pericárdio parietal
ou Acomete parede torácica ou nervo frênico
ou Nódulo satélite ipslateral em mesmo lobo
T4: > 7cm
ou Acomete estrutura adjacente: coração, traqueia, esôfago (Irresecável)
ou Nódulo satélite ipslateral em lobo diferente (Ressecável)
N1: Linfonodos Hilares
N2: Linfonodos Mediastinais
N3: Linfonodos Contralaterais ou Supraclaviculares (Irressecável)
M0: Não há metástase à distância
M1: Metastáse à distância (Irresecável)
PEQUENAS CÉLULAS
Limitado: Um hemitórax acometido
Extenso: Bilateral
Como deve ser conduzido o tratamento no carcinoma broncogênico?
# NÃO PEQUENAS CÉLULAS Ideal: Ressecção com margem de segurança (exceto se critério de irressecabilidade) + QT adjuvante. Tratamento depende do Estadiamento:
- Estágio Ia (T1N0M0)
Ressecção com margem de segurança - Estágio Ib ou II
Ressecção com margem de segurança + QT adjuvante - Estágio IIIa
Se ressecável: = II
Se irressecabilidade (T4, N3, M1): = IIIb - Estágio IIIb: QT + RT (com intenção de cura)
- Estágio IV: QT paliativa
PEQUENAS CÉLULAS
- Limitado: QT + RT (com intenção de cura; 15-25%)
- Extenso: QT paliativa
Como podemos dividir os tipos de Câncer de Tireoide?
BEM DIFERENCIADOS (+ COMUNS)
Paciente típico: Mulher jovem (20-40a)
Bom prognóstico
- Carcinoma Papilífero
- Carcinoma Folicular
- Tem um variante mais agressivo: Células de Hurthle
# POUCO DIFERENCIADOS Geralmente paciente atípico: Mais idoso
- Carcinoma Medular
- Carcinoma Anaplásico (Indiferenciado)
Em relação ao Carcinoma Papilífero, responda:
- Quais são suas principais características?
- Como diagnosticar?
- Como conduzir o tratamento?
- Como deve ser o seguimento?
CARACTERÍSTICAS
- É o carcinoma mais comum da tireoide
- Excelente prognóstico
- Típico: Mulheres (20-40a)
- Disseminação: Linfática
- Fator de Risco: Irradiação da tireoide
- Citológico: Corpos Psamomatosos
DIAGNÓSTICO
- PAAF (citológico)
TRATAMENTO # < 1cm: Tireoidectomia parcial # > 1cm ou < 15a. ou Irradiação: Tireoidectomia total
SEGUIMENTO PÓS-TIREOIDECTOMIA
I) Para todos: T4 (Reposição + Supressão de TSH)
II) USG: a cada 6 meses para avaliar crescimento
III) Dosar tireoglobulina: > 1-2ng/dl?
IV) Cintilografia com iodo de corpo inteiro: Positiva?
Se: Tireoglobulina OU Cintilografia positivas
Conduta: Ablação com Iodo 131.
Em relação ao Carcinoma Folicular, responda:
- Quais são suas principais características?
- Como diagnosticar?
- Como conduzir o tratamento?
- Como deve ser o seguimento?
- Qual é a seu variante? Como é denominado, como se caracteriza e como deve ser tratado?
CARACTERÍSTICAS
- 2° carcinoma mais comum da tireoide
- Bom prognóstico
- Típico: Mulher (40-60a)
- Disseminação: Hematogênica
- Fator de risco: Carência de Iodo
- Citológico: Aumento de células foliculares
DIAGNÓSTICO
Histopatológico (PAAF não consegue diferenciar o Adenoma folicular do Carcinoma Folicular)
TRATAMENTO # ≤ 2cm: Tireoidectomia parcial + Mandar para análise histopatológica. - Se adenoma: Resolvido - Se carcinoma: Totalizar # > 2cm: Tireoidectomia total
SEGUIMENTO PÓS-TIREOIDECTOMIA
I) Para todos: T4 (Reposição + Supressão de TSH)
II) USG: a cada 6 meses para avaliar crescimento
III) Dosar tireoglobulina: > 1-2ng/dl?
IV) Cintilografia com iodo de corpo inteiro: Positiva?
Se: Tireoglobulina OU Cintilografia positivas
Conduta: Ablação com Iodo 131.
VARIANTE
- Denominação: Carcinoma de Células de Hurthle
- Variante mais agressiva e menos diferenciada
- Tratamento: Tireoidectomia total + Linfadenectomia
Em relação ao Carcinoma Medular da Tireoide (CMT):
- Qual é a sua origem?
- Qual é o seu marcador? Qual é o sintoma clínico associado a esse marcador?
- Como diagnosticar?
- Quais são as duas formas de apresentação?
- Qual é o oncogene relacionado? Há alguma recomendação perante essa associação?
- Como tratar o CMT?
- Como guiar o seguimento?
ORIGEM: Célula C ou Parafolicular
(Produtora de Calcitonina)
MARCADOR: Calcitonina
SINTOMA CLÍNICO ASSOCIADO: Diarreia
DIAGNÓSTICO: PAAF
APRESENTAÇÕES
# Esporádico: 80%
# Familiar: 20% -> Associação com NEM2
[NEM 2A: CMT + Feo + Hiperparatireoidismo]
[NEM 2B: CMT + Feo + Neuromas e Marfan-Like]
ONCOGENE RELACIONADO: Proto-oncogene RET
- Na vigência de um diagnóstico de CMT, o proto-oncogene RET deve ser pesquisado em parentes de primeiro grau do paciente índice. Se positivo: proceder com a Tireoidectomia profilática.
- Além disso, a pesquisa genética de NEM2 é recomendada no paciente índice.
TRATAMENTO: Tireoidectomia + Linfadenectomia
SEGUIMENTO: Calcitonina
Em relação ao Carcinoma Anaplásico (Indiferenciado):
- Qual é a sua prevalência, prognóstico, população habitualmente acometida e fator de risco associado?
- Como se apresenta clinicamente?
- Como diagnosticar?
- Como tratar?
Prevalência: Raro
Prognóstico: Muito ruim -> Agressivo
População: Idosos
Fator de Risco: Deficiência de iodo
CLÍNICA
- Crescimento acelerado
- Sintomas compressivos: disfagia/dispneia/rouquidão
DIAGNÓSTICO: PAAF
TRATAMENTO: Traqueostomia eletiva + QT/RT paliativa
Como deve ser a abordagem em relação ao Nódulo de Tireoide?
1°) ANAMNESE + EXAME FÍSICO
- Nódulo palpável
2°) DOSAR TSH
TSH Suprimido: Solicitar Cintilografia
- Nódulo Hipercaptante: Abordagem do Adenoma Tóxico (Ablação com iodo radioativo)
- Nódulo Hipocaptante: Conduta = TSH normal
TSH Normal: Solicitar USG-Doppler da Tireoide
< 1cm: Acompanhar
≥ 1cm e/ou suspeito: PAAF (Classificação de Bethesda)
Considerar como nódulo suspeito se:
- Paciente com < 30a. ou > 60a.
- História de irradiação da tireoide
- Rouquidão
- Crescimento
- USG-Doppler: Chammas IV e V
Como é a Classificação Ultrassonográfica de Chammas?
Chammas 1: Não tem vascularização
Chammas 2: Só há vascularização periférica
Chammas 3: Vascularização periférica > central
Chammas 4: Vascularização central > periférica
Chammas 5: Só há vascularização central
Quanto maior o Chammas, maior a suspeição de malignidade
Como é a Classificação Citológica de Bethesda, obtida pela PAAF? Qual é a conduta mediante cada resultado?
Tipo 1: Insatisfatório
Conduta: Repetir PAAF.
Tipo 2: Benigno
Conduta: Seguimento
Tipo 3: Atipia Indeterminada
Conduta: Repetir PAAF.
Tipo 4: Folicular
Conduta: Tireoidectomia parcial + Biópsia (se ≤ 2cm) x Tireoidectomia total (se > 2cm)
Tipo 5: Suspeito de malignidade
Tipo 6: Maligno
Conduta: Tireoidectomia total + Linfadenectomia
Obs. Pode fazer análise genético (pouco comum)