Obstetrícia Flashcards
Como se classificam as desacelerações na cardiotocografia?
Precoces, tardias e variáveis. Variáveis são aquelas que atingem o “pico” (nadir) em menos de 30 segundos. Precoces levam mais de 30 segundos e correlacionam-se mais diretamente com as contrações enquanto tardias são distantes das contrações
Quais os critérios avaliados em uma cardiotocografia e seus valores habituais?
Linha de base, entre 110 e 160 bpm
Variabilidade, moderada entre 6 e 25 bpm, mínima < 5 e acentuada > 25
Desaceleração, se ausentes, precoces, tardias ou variáveis
Acelerações, aumento de 15 bpm por no mínimo de 15 segundos (10 bpm em 10 segundos se < 32 semanas)
Quais os laudos possíveis de uma cardiotocografia em período anteparto?
Feto reativo: pelo menos duas acelerações (aumento de 15 bpm por no mínimo 15 segundos, 10 bpm em 110 s se < 32 sem) nos 20 minutos do exame
Feto não reativo: nenhuma ou uma aceleração no período
Quais as classificações para uma cardiotocografia no intraparto?
Tipo I: linha de base entre 110 e 160 bpm; variabilidade moderada; ausência de desacelerações tardias ou variáveis; podendo ou não apresentar acelerações ou desacelerações precoces.
Tipo III: padrão sinusoidal; variabilidade ausente com desacelerações tardias OU com desacelerações variáveis recorrentes OU bradicardia
Tipo II: critérios intermediários entre I e III (traçado inespecífico)
Qual a nova classificação da FIGO para a cardiotocografia?
Normal: linha de base entre 110 e 160 bpm; variabilidade moderada (entre 6 e 25 bpm) e ausência de desacelerações recorrentes
Suspeita: falta de uma das características normais porém sem características patológicas
Patológica: linha de base abaixo de 100 bpm; variabilidade reduzida (<5 bpm) ou acentuada (>25bpm); padrão sinusoidal; desacelerações tardias recorrentes; desacelerações prolongadas ou UMA desaceleração > 5 min.
Quais as condutas a depender do traçado da cardiotocografia anteparto?
Feto reativo: normalidade, conduta expectante
Feto não reativo: realizar estimulação mecânica ou vibro acústica, deambulação, introdução de dieta e repetir cardiotocografia.
Quais as condutas diantes dos traçados da cardiotocografia intraparto?
Tipo I, traçado normal: expectante
Tipo II, traçado indeterminado: baixa probabilidade de hipóxia; acompanhamento e correção de causas reversíveis (mudança para decúbito lateral, suspensão de ocitocina, suspensão de puxos maternos, oxigenioterapia*, hidratação endovenosa)
* por tempo controlado devido a efeito vasoconstritor
Tipo III, traçado anormal: alta probabilidade de hipóxia; corrigir causas reversíveis e considerar outras formas de avaliação disponíveis. Indicação de interrupção imediata se não houver reversão.
Quais os ‘passos’ para interpretação e laudo de uma cardiotocografia?
Mnemômico DR. CoNiVADO
Verificar identificação do exame
DR: determinar o risco (idade, IG, antecedentes)
Co: Contrações
Ni: Nível da linha de base (normal entre 110 e 160 bpm)
V: Variabilidade (moderada: entre 6 e 25 bpm)
A: Acelerações (15 bpm em 15s | 10 bpm em 10 s se <32 sem)
D: desacelerações (variáveis - nadir em < 30s, precoce ou tardia)
O: opinião e conduta (se reativo ou não no anteparto, tipo I, II ou III no intraparto e conduta)
Quando se coleta a pesquisa do Streptococcus do grupo B (SGB)?
Coleta-se entre a 35ª e 36ª semanas de gestação (validade de 5 semanas)
Quais os diagnósticos em obstetrícia?
DON: Diagnóstico obstétrico de normalidade DOPP: Diag. obs. patológico pregresso DOPA: Diag. obs. patológico atual DG: Diag. ginecológico DCC: Diag. clínico-cirúrgicos
Quais as informações do DON?
Gestação tópica, idade gestacional, paridade (primigesta, secundigesta …), apresentação ou variedade de posição, número de fetos e vitalidade
A ausculta dos batimentos fetais deve ser realizada com qual frequência no intraparto?
Fase de latência: a cada 30 minutos
Fase ativa: a cada 15-30 minutos
Período expulsivo: a cada 5 minutos
Quais as contraindicações absolutas à indução do trabalho de parto?
Sofrimento fetal confirmado, cicatriz uterina longitudinal ou em T invertido, mais de 2 cesáreas anteriores, apresentações anômalas (pélvica ou córmica), desproporção feto-pélvica, tumor prévio, placenta prévia/vasa prévia, descolamento prematuro de placenta com feto vivo, miomectomia ou rotura uterina prévia, tumores fetais de grande volume,
herpes genital ativo, carcinoma invasivo de colo, estados maternos e/ou fetais que imponham urgência
Quais as contraindicações relativas à indução do trabalho de parto?
Volume uterino excessivo, polihidrâmnio, gestação gemelar, macrossomia (peso fetal > 4000g), cicatriz uterina segmentar transversa, restrição do crescimento fetal, prematuridade extrema, cardiopatia materna e estado materno precário
Em casos de prematuridade, o que visa o uso de corticoides?
Maturação pulmonar (deficiência de surfactantes), prevenção de hematomas intracranianos e prevenção de enterocolite necrotizante.
Quais os corticoides utilizados em prematuros e suas doses?
Dose total de 24 mg em 48h.
Betametasona 12 mg IM 24/24h
Dexametasona 06 mg IM de 12/12h
Qual a janela para o uso de corticoides em prematuridade?
Recomendação geral: da 24ª a 34ª semanas
Uso real depende da viabilidade do feto e capacidade da UTI neonatal
Qual a definição de abortamento?
Segundo a OMS, é a expulsão ou extração de conceptos até 500 g (usualmente, peso da 20ª a 22ª semanas).
Usualmente, utiliza-se a idade gestacional como parâmetro, sendo 22 semanas o parâmetro jurídico.
Como se classificam os abortamentos?
Quanto à idade gestacional: precoce (até a 12ª semana) ou tardio (após a 12ª semana)
Quanto à causa: espontâneo, induzido ou acidental
Quanto à evitabilidade: evitável (sangramento uterino com colo impérvio e sem perda de tecidos ovulares); inevitável incompleto (sangramento uterino com dilatação cervical e parte do conteúdo uterino eliminado, febril ou afebril), inevitável completo (sangramento uterino com dilatação cervical e eliminação total do conteúdo uterino).
Classificações extras: aborto retido (morte fetal antes da 20ª semana e retenção da gravidez), abortamento habitual (abortamento espontâneo de repetição consecutivo de 3 ou mais gestações), aborto por Clostridium welchii (infecção pelo agente, cursando com icterícia cianótica e hemoglobinúria, elevada mortalidade materna e associado a abortos inseguros).
Qual a definição de descolamento prematuro de placenta?
Separação da placenta do corpo do útero, antes da expulsão fetal e após a 20ª semana de gestação.
Qual a margem de erro para a idade gestacional do ultrassom?
Primeiro trimestre: 1 semana
Segundo trimestre: 2 semanas
Terceiro trimestre: 3 semanas
Maior confiabilidade do método utilizando a data da última menstruação
Quando se solicita glicemia de jejum durante o pré-natal de rotina e quais os valores de referência?
Realizado no primeiro e terceiro trimestres.
Valor de referência: até 92 mg/dl; valores acima de 126 mg/dl apontam para DM prévio.
Quando se realiza o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) e qual sua referência?
O TOTG é realizado entre a 24ª e 28ª semanas
Valores de referência: Jejum até 92, 1ª hora até 180 e 2ª hora até 153 mg/dl.
Quais os exames laboratoriais de rotina do 1º trimestre?
Hemograma, glicemia de jejum, sorologia para sífilis (VDRL), sorologia para HIV, sorologia para rubéola (IgG e IgM), sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM), sorologia de hep. B (anti HbSAg), tipagem sanguínea e fator Rh, colpocitológico, protoparasitológico, urina I e urocultura.
Quais os exames laboratoriais de rotina do 3º trimestre?
Glicemia de jejum, sorologia para sífilis (VDRL), sorologia para HIV, urina I e urocultura.
Quais os exames laboratoriais de rotina do 2º trimestre?
Urina I e urocultura, TOTG
Quais as vacinas necessárias no pré-natal e quando são realizadas?
Vacina de Influenza (1 dose anual); Hepatite B (três doses comprovadas, aplicar no esquema 0-1-6 meses); DTPa a partir da 20ª semana, completar duas doses de DT se incompleto ou desconhecido.
O que é distócia de ombros?
É uma distócia de partes ósseas, configurando uma emergência obstétrica, na qual ocorre impactação do ombro anterior contra a sínfise púbica após o desprendimento cefálico.
Qual o fluxo a ser seguido em caso de distócia de ombros e o tempo máximo de resolução?
ALEERTA:
Ajuda (necessidade de auxiliares para manobras, avisar obstetra mais experiente)
Levantar as pernas (manobra de McRoberts)
Exercer pressão externa suprapúbica (manobra de Rubin I), realizada conjuntamente com McRoberts soluciona a maior parte dos casos
Episiotomia, amplia o campo para realização das manobras internas
Remover o braço posterior, flexionando o cotovelo (manipula-se a articulação, não os ossos longos), cruzando sobre o braço
Toque vaginal, aplicando pressão no ombro anterior e posterior para rotacionar o feto
Alterar a posição para 4 apoios
Cada manobra deve ser tentada por 30 segundos, se não houver resolução em 5 minutos, mudança para cesárea de urgência, sinfisiotomia ou fratura da clávicula
Quantas consultas de pré-natal são recomendadas pelo Ministério da Saúde e quando são realizadas?
6 consultas ou mais, usualmente 1 consulta no 1º trimestre, 2 no 2º e 3 no 3º.
Como se realiza a palpação abdominal obstétrica segundo as escolas alemã e francesa?
Escola Alemã (manobras de Leopold-Zweifel), em 4 tempos: fundo uterino, dorso, manobra de Leopold ou escava uterina (mobilidade do polo fetal), e pelve (apresentação do feto).
Escola francesa (manobra de Budin), em 3 tempos: pelve (apresentação), fundo uterino, e dorso.
Quais os períodos clínicos do parto?
1º período: dilatação
2º período: expulsão
3º período: dequitação
4º período ou de Greemberg, 1ª hora pós-parto.
O que deve ser observado após dequitação da placenta?
Avaliar integridade, presença de todos os cotilédones, reconstituir as membranas, avaliar face materna e localização do cordão.