Obstetrícia Flashcards

1
Q

Como se classificam as desacelerações na cardiotocografia?

A

Precoces, tardias e variáveis. Variáveis são aquelas que atingem o “pico” (nadir) em menos de 30 segundos. Precoces levam mais de 30 segundos e correlacionam-se mais diretamente com as contrações enquanto tardias são distantes das contrações

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2
Q

Quais os critérios avaliados em uma cardiotocografia e seus valores habituais?

A

Linha de base, entre 110 e 160 bpm

Variabilidade, moderada entre 6 e 25 bpm, mínima < 5 e acentuada > 25

Desaceleração, se ausentes, precoces, tardias ou variáveis

Acelerações, aumento de 15 bpm por no mínimo de 15 segundos (10 bpm em 10 segundos se < 32 semanas)

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3
Q

Quais os laudos possíveis de uma cardiotocografia em período anteparto?

A

Feto reativo: pelo menos duas acelerações (aumento de 15 bpm por no mínimo 15 segundos, 10 bpm em 110 s se < 32 sem) nos 20 minutos do exame

Feto não reativo: nenhuma ou uma aceleração no período

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4
Q

Quais as classificações para uma cardiotocografia no intraparto?

A

Tipo I: linha de base entre 110 e 160 bpm; variabilidade moderada; ausência de desacelerações tardias ou variáveis; podendo ou não apresentar acelerações ou desacelerações precoces.

Tipo III: padrão sinusoidal; variabilidade ausente com desacelerações tardias OU com desacelerações variáveis recorrentes OU bradicardia

Tipo II: critérios intermediários entre I e III (traçado inespecífico)

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5
Q

Qual a nova classificação da FIGO para a cardiotocografia?

A

Normal: linha de base entre 110 e 160 bpm; variabilidade moderada (entre 6 e 25 bpm) e ausência de desacelerações recorrentes

Suspeita: falta de uma das características normais porém sem características patológicas

Patológica: linha de base abaixo de 100 bpm; variabilidade reduzida (<5 bpm) ou acentuada (>25bpm); padrão sinusoidal; desacelerações tardias recorrentes; desacelerações prolongadas ou UMA desaceleração > 5 min.

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6
Q

Quais as condutas a depender do traçado da cardiotocografia anteparto?

A

Feto reativo: normalidade, conduta expectante

Feto não reativo: realizar estimulação mecânica ou vibro acústica, deambulação, introdução de dieta e repetir cardiotocografia.

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7
Q

Quais as condutas diantes dos traçados da cardiotocografia intraparto?

A

Tipo I, traçado normal: expectante

Tipo II, traçado indeterminado: baixa probabilidade de hipóxia; acompanhamento e correção de causas reversíveis (mudança para decúbito lateral, suspensão de ocitocina, suspensão de puxos maternos, oxigenioterapia*, hidratação endovenosa)
* por tempo controlado devido a efeito vasoconstritor

Tipo III, traçado anormal: alta probabilidade de hipóxia; corrigir causas reversíveis e considerar outras formas de avaliação disponíveis. Indicação de interrupção imediata se não houver reversão.

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8
Q

Quais os ‘passos’ para interpretação e laudo de uma cardiotocografia?

A

Mnemômico DR. CoNiVADO
Verificar identificação do exame
DR: determinar o risco (idade, IG, antecedentes)
Co: Contrações
Ni: Nível da linha de base (normal entre 110 e 160 bpm)
V: Variabilidade (moderada: entre 6 e 25 bpm)
A: Acelerações (15 bpm em 15s | 10 bpm em 10 s se <32 sem)
D: desacelerações (variáveis - nadir em < 30s, precoce ou tardia)
O: opinião e conduta (se reativo ou não no anteparto, tipo I, II ou III no intraparto e conduta)

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9
Q

Quando se coleta a pesquisa do Streptococcus do grupo B (SGB)?

A

Coleta-se entre a 35ª e 36ª semanas de gestação (validade de 5 semanas)

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10
Q

Quais os diagnósticos em obstetrícia?

A
DON: Diagnóstico obstétrico de normalidade
DOPP: Diag. obs. patológico pregresso
DOPA: Diag. obs. patológico atual
DG: Diag. ginecológico
DCC: Diag. clínico-cirúrgicos
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11
Q

Quais as informações do DON?

A

Gestação tópica, idade gestacional, paridade (primigesta, secundigesta …), apresentação ou variedade de posição, número de fetos e vitalidade

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12
Q

A ausculta dos batimentos fetais deve ser realizada com qual frequência no intraparto?

A

Fase de latência: a cada 30 minutos
Fase ativa: a cada 15-30 minutos
Período expulsivo: a cada 5 minutos

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13
Q

Quais as contraindicações absolutas à indução do trabalho de parto?

A

Sofrimento fetal confirmado, cicatriz uterina longitudinal ou em T invertido, mais de 2 cesáreas anteriores, apresentações anômalas (pélvica ou córmica), desproporção feto-pélvica, tumor prévio, placenta prévia/vasa prévia, descolamento prematuro de placenta com feto vivo, miomectomia ou rotura uterina prévia, tumores fetais de grande volume,
herpes genital ativo, carcinoma invasivo de colo, estados maternos e/ou fetais que imponham urgência

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14
Q

Quais as contraindicações relativas à indução do trabalho de parto?

A

Volume uterino excessivo, polihidrâmnio, gestação gemelar, macrossomia (peso fetal > 4000g), cicatriz uterina segmentar transversa, restrição do crescimento fetal, prematuridade extrema, cardiopatia materna e estado materno precário

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15
Q

Em casos de prematuridade, o que visa o uso de corticoides?

A

Maturação pulmonar (deficiência de surfactantes), prevenção de hematomas intracranianos e prevenção de enterocolite necrotizante.

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16
Q

Quais os corticoides utilizados em prematuros e suas doses?

A

Dose total de 24 mg em 48h.
Betametasona 12 mg IM 24/24h
Dexametasona 06 mg IM de 12/12h

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17
Q

Qual a janela para o uso de corticoides em prematuridade?

A

Recomendação geral: da 24ª a 34ª semanas

Uso real depende da viabilidade do feto e capacidade da UTI neonatal

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18
Q

Qual a definição de abortamento?

A

Segundo a OMS, é a expulsão ou extração de conceptos até 500 g (usualmente, peso da 20ª a 22ª semanas).
Usualmente, utiliza-se a idade gestacional como parâmetro, sendo 22 semanas o parâmetro jurídico.

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19
Q

Como se classificam os abortamentos?

A

Quanto à idade gestacional: precoce (até a 12ª semana) ou tardio (após a 12ª semana)

Quanto à causa: espontâneo, induzido ou acidental

Quanto à evitabilidade: evitável (sangramento uterino com colo impérvio e sem perda de tecidos ovulares); inevitável incompleto (sangramento uterino com dilatação cervical e parte do conteúdo uterino eliminado, febril ou afebril), inevitável completo (sangramento uterino com dilatação cervical e eliminação total do conteúdo uterino).

Classificações extras: aborto retido (morte fetal antes da 20ª semana e retenção da gravidez), abortamento habitual (abortamento espontâneo de repetição consecutivo de 3 ou mais gestações), aborto por Clostridium welchii (infecção pelo agente, cursando com icterícia cianótica e hemoglobinúria, elevada mortalidade materna e associado a abortos inseguros).

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20
Q

Qual a definição de descolamento prematuro de placenta?

A

Separação da placenta do corpo do útero, antes da expulsão fetal e após a 20ª semana de gestação.

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21
Q

Qual a margem de erro para a idade gestacional do ultrassom?

A

Primeiro trimestre: 1 semana
Segundo trimestre: 2 semanas
Terceiro trimestre: 3 semanas

Maior confiabilidade do método utilizando a data da última menstruação

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22
Q

Quando se solicita glicemia de jejum durante o pré-natal de rotina e quais os valores de referência?

A

Realizado no primeiro e terceiro trimestres.

Valor de referência: até 92 mg/dl; valores acima de 126 mg/dl apontam para DM prévio.

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23
Q

Quando se realiza o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) e qual sua referência?

A

O TOTG é realizado entre a 24ª e 28ª semanas

Valores de referência: Jejum até 92, 1ª hora até 180 e 2ª hora até 153 mg/dl.

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24
Q

Quais os exames laboratoriais de rotina do 1º trimestre?

A

Hemograma, glicemia de jejum, sorologia para sífilis (VDRL), sorologia para HIV, sorologia para rubéola (IgG e IgM), sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM), sorologia de hep. B (anti HbSAg), tipagem sanguínea e fator Rh, colpocitológico, protoparasitológico, urina I e urocultura.

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25
Q

Quais os exames laboratoriais de rotina do 3º trimestre?

A

Glicemia de jejum, sorologia para sífilis (VDRL), sorologia para HIV, urina I e urocultura.

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26
Q

Quais os exames laboratoriais de rotina do 2º trimestre?

A

Urina I e urocultura, TOTG

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27
Q

Quais as vacinas necessárias no pré-natal e quando são realizadas?

A

Vacina de Influenza (1 dose anual); Hepatite B (três doses comprovadas, aplicar no esquema 0-1-6 meses); DTPa a partir da 20ª semana, completar duas doses de DT se incompleto ou desconhecido.

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28
Q

O que é distócia de ombros?

A

É uma distócia de partes ósseas, configurando uma emergência obstétrica, na qual ocorre impactação do ombro anterior contra a sínfise púbica após o desprendimento cefálico.

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29
Q

Qual o fluxo a ser seguido em caso de distócia de ombros e o tempo máximo de resolução?

A

ALEERTA:
Ajuda (necessidade de auxiliares para manobras, avisar obstetra mais experiente)
Levantar as pernas (manobra de McRoberts)
Exercer pressão externa suprapúbica (manobra de Rubin I), realizada conjuntamente com McRoberts soluciona a maior parte dos casos
Episiotomia, amplia o campo para realização das manobras internas
Remover o braço posterior, flexionando o cotovelo (manipula-se a articulação, não os ossos longos), cruzando sobre o braço
Toque vaginal, aplicando pressão no ombro anterior e posterior para rotacionar o feto
Alterar a posição para 4 apoios

Cada manobra deve ser tentada por 30 segundos, se não houver resolução em 5 minutos, mudança para cesárea de urgência, sinfisiotomia ou fratura da clávicula

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30
Q

Quantas consultas de pré-natal são recomendadas pelo Ministério da Saúde e quando são realizadas?

A

6 consultas ou mais, usualmente 1 consulta no 1º trimestre, 2 no 2º e 3 no 3º.

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31
Q

Como se realiza a palpação abdominal obstétrica segundo as escolas alemã e francesa?

A

Escola Alemã (manobras de Leopold-Zweifel), em 4 tempos: fundo uterino, dorso, manobra de Leopold ou escava uterina (mobilidade do polo fetal), e pelve (apresentação do feto).

Escola francesa (manobra de Budin), em 3 tempos: pelve (apresentação), fundo uterino, e dorso.

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32
Q

Quais os períodos clínicos do parto?

A

1º período: dilatação
2º período: expulsão
3º período: dequitação
4º período ou de Greemberg, 1ª hora pós-parto.

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33
Q

O que deve ser observado após dequitação da placenta?

A

Avaliar integridade, presença de todos os cotilédones, reconstituir as membranas, avaliar face materna e localização do cordão.

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34
Q

Para que a ocitocina é utilizada no pós-parto imediato, sua via de administração e posologia?

A

A ocitocina é usada como prevenção à hemorragia pós-parto, reduzindo a mortalidade materna. Deve ser aplicada nos primeiros minutos após o parto.
São utilizadas 10 UI de ocitocina (2 ml) IM no vasto lateral.

35
Q

Quais as principais causas de hemorragia no pós-parto?

A

4T’s:
Tônus: contratilidade uterina anormal ou atonia
Trauma: lacerações, ruptura uterina e inversão uterina
Tecido: retenção de tecidos, acretismo
Trombina: anormalidades da coagulação

36
Q

Para que se utiliza o escore de Bishop?

A

O escore avalia a maturação do colo uterino, predizendo o sucesso de uma indução do trabalho de parto.

37
Q

Como se calcula o escore de Bishop?

A

Pontua-se 0, 1, 2 ou 3 pontos para cada item
Plano de De Lee: -3; -2; -1/0; +1
Dilatação: 0; 1/2; 3/4; 5+
Esvaecimento do colo: grosso; médio-grosso; médio fino; fino
Consistência do colo: firme; mediana; amolecida
Posição do colo: posterior, centralizado, anterior

38
Q

Como se utiliza o escore de Bishop e os valores de corte?

A

Com valores abaixo de 6, deve-se proceder a preparação do colo antes da indução do parto.
Para Bishops maior ou igual a 6, pode-se iniciar a indução ao parto.

39
Q

Quais os métodos de preparo do colo uterino?

A

Mecânico com utilização da sonda de Foley (posicionada acima do orifício interno do colo, insuflado o balão e permanece por 12-24h ou até expulsão espontânea);
Farmacológico com misoprostol (25 mcg via vaginal a cada 6h)

40
Q

Quais as contraindicações para o uso do misoprostol?

A

É contraindicado o uso do misoprostol em caso de cesárea prévia, cirurgia uterina prévia, uso concomitante com ocitocina e placenta prévia.

41
Q

Quais os efeitos colaterais do misoprostol?

A

Pode causar náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia, além de taquissistolia e eliminação do mecônio no líquido amniótico.

42
Q

Quais as formas de indução do trabalho de parto?

A

Amniotomia (rotura artificial das membranas; aumenta o risco de amniomielite e acidentes de cordão);
Ocitocina ( dose máxima de 30 mU/min, usada EV em BIC, a partir de doses entre 0,5-2,0 ou 6,0 mU/min, com incrementos em 15 a 40 minutos).

43
Q

Qual uma complicação possível da ocitocina EV e em qual dose ela ocorre? Como reverte-la?

A

Intoxicação hídrica pela semelhança estrutural com o ADH, usualmente em doses de 40 mU/min (redução da diurese começa com 20 mU/min).
A suspensão da ocitocina cessa o efeito antidiurético após 5 minutos do fim da infusão.

44
Q

O que é o manejo ativo do 3º período do parto?

A

Clampeamento oportuno do cordão (entre 1 e 3 minutos)
Tração controlada do cordão
Aplicação profilática de ocitocina (10 mU IM nos primeiros minutos)

45
Q

Quais os mecanismos fisiológicos para a dequitação da placenta?

A

Mecanismo de Baudelocque-Schultze, com sangramento na face fetal da placenta de modo central. Não há exteriorização de sangramento até o desprendimento total.

Mecanismo de Baudelocque-Duncan, com sangramento periférico da face fetal, com exteriorização do sangramento pelo canal.

46
Q

O que é retenção placentária e qual a conduta diante dela?

A

Caracterizada pela não dequitação da placenta em 30 minutos após o parto. Realiza-se a extração manual da placenta (curagem), em centro cirúrgico, sob anestesia. Deve-se realizar antibioticoterapia profilática.

47
Q

Qual o tratamento para colonização pelo Streptococcus do grupo B (SGB)?

A

Ampicilina em dose de ataque (2g EV) + dose de manutenção (1g EV de 4/4h) até o parto.
Penicilina cristalina em dose de ataque (5 milhões de UI EV) + dose de manutenção (2,5 milhões de UI EV de 4/4h) até o parto.
Considera-se tratada depois da primeira dose de manutenção.

48
Q

O que é Ruptura Prematura de Membranas?

A

Ruptura espontânea das membranas ovulares, fora do trabalho de parto, após a 20ª semana de gestação

49
Q

Como é feito o diagnóstico da Ruptura Prematura de Membranas?

A

Eminentemente clínico, pela combinação de história de perda de líquido e exame físico evidenciando saída de líquido pelo orifício interno do útero.
Pode ser complementado pelo teste do fenol, o qual identifica pH maior que 6 pela alcalinização do líquido amniótico.

50
Q

Qual a conduta diante da Ruptura Prematura de Membranas?

A

A conduta é variável de acordo com a idade gestacional, presença de infecção materna e/ou fetal, sinais de sofrimento fetal e desencadeamento do parto.
Acima das 37 semanas, a conduta é imediata pela interrupção da gestação.
Entre 34 e 37 semanas, será ativa na maioria dos casos.
Entre 24 e 34 semanas, é expectante
Abaixo de 24 semanas, é variável a depender de condições do serviço e desejo da gestante

51
Q

Quais os fatores predisponentes para o Descolamento Prematuro de Placenta?

A

Histórico de DPP em gestação prévia, hipertensão arterial, idade materna, multiparidade, rotura prematura de membranas, gemelaridade, tabagismo, traumas, trombofilias, polidrâmnio e infecções intrauterinas.

52
Q

Como é feito o diagnóstico da DPP?

A

Eminentemente clínico, pela história de sangramento vaginal após a 20ª semana e/ou dor abdominal/lombar, associado a aumento do tônus uterino, parada da movimentação fetal, trauma ou trabalho de parto prematuro.
Pode ser confirmado ou auxiliado por USG e CTG.

53
Q

Quais alguns dos diagnósticos diferenciais para DPP?

A

Placenta prévia, trabalho de parto prematuro, infecção do trato urinário, apendicite, mioma com degeneração, doenças ovarianas, dores musculares ou outras causas de dor e sangramento vaginal.

54
Q

Quais os possíveis achados na USG na vigência de DPP?

A

Identificação de coágulos retroplacentários ou na bolsa amniótica, embora de difícil visualização.

55
Q

Quais as possíveis alterações na cardiotocografia na vigência de DPP?

A

Desacelerações tardias ou variáveis, redução da variabilidade, bradicardia e padrão sinusoidal, além de taquissistolia.

56
Q

Quais as condutas gerais diante de DPP?

A

Monitorização cardíaca, monitorização da diurese, suporte hemodinâmico com acessos venosos calibrosos, possível aporte de oxigênio em máscara.
Monitorização laboratorial com Hb/Ht ou hemograma, coagulograma, dosagem de fibrinogênio e detecção de produtos de degradação da fibrina, ureia e creatinina séricas.

57
Q

Quais as condutas obstétricas diante da DPP?

A

Decidida pelo estado materno e viabilidade fetal.
Com feto vivo e viável, é realizada interrupção imediata com cesárea.
Em casos não viáveis, pode-se prosseguir de modo expectante por 4 a 6 horas, a depender das condições maternas.
Em caso de óbito fetal, pode ser optado por via vaginal caso as condições maternas permitam.

58
Q

Como se dá o diagnóstico de abortamento?

A

História clínica sugestiva ou comprovada de gestação juntamente a perda sanguínea vaginal, com ou sem cólica/dor em baixo ventre.
Exame especular evidencia sangramento uterino variável, acompanhado ou não de restos ovulares, útero menor ou igual ao esperado para IG, colo dilatado ou não.
Em abortos infectados, há febre, queda do estado geral, dor abdominal e saída de material fétido/purulento.

59
Q

Como se dá o diagnóstico de aborto através do beta-hCG?

A

Dosagem seriada com redução à metade a cada 24/48h em caso de morte fetal/embrião.

60
Q

Qual a conduta diante dos abortamentos?

A

Em abortamentos evitáveis, o tratamento é sintomático, associado a repouso e restrição da atividade sexual e seguimento próximo da gestante.
Em abortamentos inevitáveis imcompletos, pode-se optar pela conduta expectante ou por assistência com aspiração intrauterina manual, curetagem ou uso de misoprostol seguido por curetagem.
Em abortamentos retidos, realiza-se o preparo do colo com doses variáveis de misoprostol para cada IG, seguido de expulsão ou remoção dos restos fetais.
Em casos infectados, realiza-se antibioticoterapia para anaeróbios com aminoglicosídeos e remoção dos restos com aspiração intrauterina ou laparotomia caso sugestiva de perfuração.

61
Q

Qual a definição de gestação ectópica?

A

Implantação e desenvolvimento fora da cavidade uterina, podendo ser tubária, ovariana, no colo uterino, cicatriz de cesárea ou cavidade abdominal.

62
Q

Quais os fatores de risco para gestação ectópica?

A

Gestação ectópica prévia, doença inflamatória pélvica (MIP), cirurgia tubária, uso de DIU, tratamento para infertilidade, endometriose, tabagismo, uso de contracepção de emergência e pílulas de progesterona.

63
Q

Qual o quadro clínico de gestação ectópica?

A

Quadro de dor abdominal (sincopal/lancinante em perfurações, cólica em abortos tubários), atraso menstrual e sangramento vaginal, as vezes confundindo com ciclo menstrual irregular.
Casos de ruptura cursam com sinais de descompensação hemodinâmica.

64
Q

Quais alguns achados do exame físico e como é feito o diagnóstico de gravidez ectópica?

A

Sinais de reação peritoneal, sangramento uterino em exame especular, dor ao toque no fórnice posterior da vagina (grito de Douglas, sinal de Proust), útero aumentado e amolecido, tumoração dos anexos.
Diagnóstico clínico, auxiliado por dosagem de beta-hCG, USG (descarta gestação tópica ou confirma ectópica) ou achado intraoperatório.

65
Q

Quais os tratamentos possíveis para a gestação ectópica?

A

Cirurgia é a conduta padrão e imperativa em casos de instabilidade hemodinâmica. Prefere-se a salpingectomia total, já que a conservadora não garante a viabilidade devido à invasão trofoblástica e manipulação cirúrgica.
Metotrexato (MTX) pode ser usado em casos selecionados
Conduta expectante pode ser aplicada em casos selecionados, especialmente se beta-hCG declina em 24-48h

66
Q

Quais as indicações para o tratamento cirúrgico da gestação ectópica?

A

Escolha padrão, especialmente se instabilidade hemodinâmica (abdome agudo), localização atípica (cervical ou abdominal), massas grandes (>5 cm) e múltiplas aderências.

67
Q

Quais os critérios para uso do metotrexato (MTX) na gestação ectópica?

A

Estabilidade hemodinâmica, massa anexial <3,5 cm, ausência de dor abdominal importante, funções hepáticas e renais normais, desejo de gestação futura, consentimento livre e esclarecido da paciente

68
Q

Qual a dosagem de metotrexato (MTX) para a gestação ectópica?

A

50 mg/m^2, IM, em dose única (outros esquemas existem mas não são o habitual)

69
Q

Quais os critérios para conduta expectante na gestação ectópica?

A

Estabilidade hemodinâmica, declínio do beta-hCG em 24-48h, ausência de atividade cardíaca embrionária, diâmetro <5 cm e beta-hCG < 1.500 mUI/ml

70
Q

Qual a definição de placenta prévia?

A

Placenta inserida, total ou parcialmente, no segmento inferior do útero após 22ª semana.

71
Q

Quais os fatores de risco para placenta prévia?

A

Idade > 35 anos, multiparidade, cesárea prévia, tabagismo, abortos/curetagens prévios, endometriose pregressa

72
Q

Como se dá o diagnóstico da placenta prévia?

A

História clínica de sangramento na 2ª metade, de início e fim súbitos, geralmente sem alterações ao exame físico.
USG diagnostica avaliando posição da placenta.
NÃO tocar em suspeita de placenta prévia pelo risco de hemorragia.

73
Q

Qual a conduta diante de placenta prévia?

A

Interrupção da gestação se trabalho de parto franco, sofrimento fetal, maturidade fetal ou hemorragia grave.
Conduta expectante intrahospitalar nos demais casos, repouso domiciliar somente se hemorragia cessada há 3 dias e condições favoráveis em domicílio.

74
Q

Quais as principais causas de sangramentos no 1º trimestre da gestação?

A

Abortamentos, gestação ectópica, doença trofoblástica gestacional, descolamento corioamniótico.

75
Q

Quais os fatores prognósticos diante de um abortamento?

A

Bom prognóstico: saco gestacional regular e presença de batimentos cardíacos embrionários/fetais
Mau prognóstico: saco gestacional irregular, frequência cardíaca embrionária <100 bpm entre 5 e 7 semanas, hematoma subcoriônico >25%
Gestação inviável: saco gestacional > 25 mm sem presença de embrião ou vesícula vitelínica, embrião com CCN > 7mm sem atividade cardíaca

76
Q

Diferencie PIG e RCF

A

PIG: constitucional, prognóstico fetal próximo ao normal, entre o p3 e p10
RCF: processo multifatorial capaz de modificar o potencial de crescimento do feto em consequência de disfunção placentária
Ambos excluem as malformações fetais

77
Q

Explique o que é RCF

A

Disfunção placentária com restrição do crescimento, apresentando índice de pulsatilidade da a. umbilical > 55, Doppler de ACM < p5, relação cérebro-placentária (CPR) < p5, predição de peso abaixo de p3 e declínio da curva de crescimento

78
Q

Como é classificada a RCF?

A

Precoce (< 32 semanas) e tardia (> 32 semanas)

79
Q

Compare RCF precoce e tardia

A

Precoce: < 32 semanas, alta morbimortalidade, feto imaturo, resistência à hipóxia
Tardia: > 32 semanas, baixa mortalidade porém risco de óbito fetal tardio e prognóstico ruim a longo prazo, feto maturo, baixa resistência à hipóxia

80
Q

Condutas diante de RCF

A

Não existe terapêutica capaz de reverter o quadro

Vigilância fetal com Doppler (IP de AU, IP de ACM e DV), cardiotocografia e perfil biofísico fetal

81
Q

Quais os cuidados gerais com fetos RCF?

A

Corticoideterapia a depender da IG (via de regra, < 34 semanas), neuroproteção com sulfato de magnésio em menores de 32 semanas, evitar o uso de prostaglandinas e controle rigoroso do trabalho de parto

82
Q

Quais os parâmetros avaliados no perfil biofísico fetal?

A
Em ordem de surgimento embriológico:
Tônus fetal
Movimentos fetais
Movimentos respiratórios
Reatividade cardíaca
Líquido amniótico
83
Q

Qual a pontuação do perfil biofísico fetal?

A

Cada critério pontua de 0 a 2

Total de 10 pontos, quanto maior melhor

84
Q

Qual a ordem de alterações do perfil biofísico fetal?

A

Ordem contrária a de desenvolvimento, iniciando pela reatividade de FCF até tônus fetal.
Líquido amniótico como variável independente