NEUROPEDIATRIA Flashcards
O que é convulsão febril?
É definida como crise convulsiva acompanhada por febre (temperatura maior ou igual a 38ºC por qualquer método de medida) que ocorre em crianças de 6 meses a 5 anos sem evidência de infecção ou inflamação do sistema nervoso central, alteração metabólica e sem história prévia de crise convulsiva.
Defina convulsão febril simples e complexa.
SIMPLES: convulsões tônico-clônicas generalizadas, de curta duração, únicas e precoce em uma mesma doença febril. Geralmente não tem estado pós-ictal.
COMPLEXA: crises com duração maior que dez minutos, parciais, que se repetem durante o mesmo episódio febril, e acompanhadas por sinais neurológicos transitórios.
A partir de qual duração de um episódio convulsivo se estabelece uma intervenção terapêutica ativa e por que?
A partir de 5 minutos, porque muitas vezes não param espontaneamente e tem um maior potencial para induzir permanente lesão neuronal ou resistência a drogas.
Qual o pico de incidência da crise convulsiva febril?
1,5 ano a 3 anos.
Quais são os fatores de risco para a recorrência de uma crise febril?
Idade precoce na primeira crise (<18 meses), sexo masculino, antecedente familiar de CF ou epilepsia, anormalidade do desenvolvimento neuropsicomotor, crises focais, duração prolongada, recorrência de crise epiléptica no mesmo episódio de doença desencadeante.
Quando solicitar EEG diante de uma crise febril?
Quando mais de uma característica complexa está presente e/ou se repetir a crise.
Quando solicitar exames de neuroimagem diante da crise febril?
Se houver evidência de doença neurológica.
Como tratar a crise convulsiva febril na fase aguda?
Realizar o ABC.
A classe de drogas de primeira linha consiste nos benzodiazepínicos, como o DIAZEPAM (0,2 a 0,3 mg/kg, EV ou retal podendo ser repetido até a dose cumulativa de 5 mg) e o MIDAZOLAM (0,2 a 0,7 mg/kg, EV, IM ou retal).
Quais orientações devem ser dadas aos familiares quanto a crise febril?
Devemos alertar quando a benignidade do quadro, à possibilidade de recorrência e ao risco levemente aumentado de desenvolver epilepsia no futuro, mas sempre com o objetivo de que a criança leve uma vida normal.
Durante a crise: manter a calma, proteger contra traumas durante o período ictal, impedir que coloque algum objeto na boca da criança, posicionar lateralmente o paciente para prevenir aspiração de saliva e monitorar o tempo de crise.
Se optarmos por fazer profilaxia medicamentosa secundária na crise convulsiva febril, como deve ser realizada?
Devemos tratar se já for uma recorrência de crise febril ou se for um crise complexa.
Utiliza-se DIAZEPAM 0,5 a 1 mg/kg/dia. Iniciar a qualquer sinal de adoecimento da criança e manter por até 24-48 após o último pico febril.
Qual a segunda linha na profilaxia da crise convulsiva febril?
Ácido valpróico e fenobarbital.
O que é traumatismo cranioencefálico (TCE)?
É considerado por trauma craniano aberto ou fechado, com evidência de envolvimento cerebral, demonstrado por alteração do nível de consciência (sonolência, letargia, confusão mental ou como) ou sinais de déficit neurológico focal.
Como acontece o mecanismo da injúria cerebral pós-traumática?
Primariamente pelo impacto do trauma; e de forma secundária, acusada pelo efeitos da insuficiência respiratória ou circulatória, ou pelo aumento da pressão intracraniana.
Classifique a severidade da injúria cerebral traumática.
LEVE: ECG 13-1, coma ausente, duração da amnésia pós-traumática < 1 hora e evolução boa.
MODERADA: ECG 9-12, coma ausente, amnésia entre 1-24 horas e alto risco para problemas cognitivos e comportamentais.
SEVERA: ECG 3-8, coma > 6 horas, amnésia 1-7 dias, altíssimo risco.
MUITO SEVERA: ECG 3-4, amnésia maior que 7 dias, déficit cognitivo-comportamental.
Em quais situações realizar TC no TCE?
1) Em todo paciente que tenha perdido a consciência acima de 5 minutos, mesmo com escore de TCE leve;
2) pacientes que preenchem critérios de alto risco para injúria intracraniana;
3) Na ocorrência de dois fatores de risco intermediário, se a perda de consciência for superior a 15-30 segundos, se a mudança comportamental for superior a 30 minutos.
4) situações de forte impacto, como colisões ou queda em movimento de motocicletas, com ejeção da crianças, com queda de 1 metro de altura; queda sobre superfícies duras; hematomas de escalpo.
O que é TCE leve?
História de trauma de escalpe, crânio ou cérebro, com estado mental em alerta ou em vigília, observado ao primeiro exame, ausência de achados neurológicos focais, e ausência física de evidência de fratura de crânio.
Quais as crianças consideradas de alto risco para injúria intracraniana?
Crianças que apresentam:
1) alteração do nível de consciência
2) presença de anormalidades neurológicas focais, sinal de depressão de calota craniana, presença de sinais clinicos de fratura craniana, presença de irritabilidade ao manuseio, fontanela abaulada, convulsões e;ou vômitos persistentes.
3) lactentes abaixo dos 3 meses de idade.
Quais são as crianças com algum indicador potencial de risco de IIC (risco intermediário)?
1) crianças com 3-4 episódios de vômitos;
2) perda transitória da consciência maior que 1 minuto;
3) história de letargia ou irritabilidade (melhorada até o exame)
4) alterações de comportamento;
5) fratura craniana observada após um período de 24 horas.
Quais são as crianças de baixo risco para IIC?
Crianças com trauma de baixo impacto, quedas abaixo de 1 metro, nas quais não há manifestações clínicas pós-trauma de pelo menos 2 horas.
Quando as crianças com TCE podem ser liberadas pra casa?
Somente se presente:
1) s criança não apresenta nenhuma condição de possibilidade de IIC;
2) a criança permanece sempre alerta com exame neurológico normal;
3) não há suspeita de abuso ou negligência
4) a criança reside próximo a um posto de atendimento de saúde, ou próximo ao hospital onde foi atendida, caso necessite retornar.
Qual é o exame de imagem de escolha no TCE e na avaliação de ICC?
Tomografia axial computadorizada.
Descreva a classificação tomografia da lesão cerebral difusa.
I. Ausência de lesão intracraniana visível na tomografia.
II. Cisternas presentes. Desvio de linha média de 0 a 5 mim ou lesão densa ou ambos. Ausência de lesão de densidade alta ou mista > 25 ml. Inclui fragmentos ósseos e corpos estranhos.
III. Cisternas comprimidas ou ausentes. Desvio da linha média de 0 a 5 mm. Ausência de lesão de densidade alta ou mista > 25 ml.
IV. Desvio da linha média > 5 mm. Ausência de lesão de densidade alta ou mista > 25 ml.
Quando são indicados anticonvulsivantes no TCE?
Os traumas severos, nos quais as crises convulsivas podem potencialmente ocorrer.
Quando fazer TC em TCE em > 2 anos?
INDICAÇÕES DEFINITIVAS:
1) Glasgow < 15 na emergência
2) Alteração do estado mental
3) Fratura de crânio
4) Sinais neurológicos focais
5) Deterioração neurológica progressiva
6) Suspeita de trauma não acidental
RELATIVAS
1) Perda de consciência ou amnésia pós-traumática
2) Crise convulsiva
3) Diagnóstico prévio de Coagulopatia
4) Necessidade de anestesia
5) Persistente/progressiva cefaleia, náuseas ou vômitos.