Modelos de Contextos Flashcards

1
Q

Categorias funcionais das competências primárias

A

Há 20 competências primárias que qualquer psicólogo deve ser capaz de demonstrar. Estas podem ser agrupadas em seis categorias funcionais, que se relacionam com atividades profissionais. Estas funções são designadas de:
1. Especificação de Objetivos: estabelecer metas claras e mensuráveis para a intervenção psicológica, baseadas na compreensão das necessidades do cliente ou da população-alvo
2. Avaliação (assessment): recolha sistemática de informações relevantes para entender as questões ou problemas em um contexto social específico, utilizando uma variedade de métodos e técnicas de avaliação
3. Desenvolvimento: processo de criação e implementação de estratégias e programas com base nos resultados da avaliação
4. Intervenção: implementação de técnicas e abordagens psicológicas
5. Avaliação Final (evaluation): avaliar a eficácia e o impacto das intervenções psicológicas realizadas, com o objetivo de fazer ajustes, se necessário, e garantir a melhoria contínua da prática profissional
6. Comunicação: capacidade de transmitir informações de forma clara, precisa e ética, tanto verbalmente quanto por escrito, para clientes, colegas de trabalho e outras partes interessadas, a fim de facilitar a compreensão mútua e a colaboração eficaz

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2
Q

Programa de intervenção: Dimensões - Objetivos

A

Objetivos das intervenções Psicológicas:
* De natureza remediativa
* De natureza desenvolvimental
* De natureza preventiva
Prevenção obriga à identificação das competências necessárias no futuro e meios para as adquirir; Desenvolvimento envolve alvos saudáveis e promove o desenvolvimento de potencial

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3
Q

Programa de intervenção: Dimensões - Alvos

A

Intervenção psicológica pode ser realizada a diversos níveis (alvos):
* Individual,
* Grupal (família, amigos, equipa de trabalho),
* Organizacional,
* Comunitário.

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4
Q

Programa de intervenção: Dimensões - Métodos

A

Métodos das intervenções Psicológicas: estratégias e técnicas utilizadas para alcançar os objetivos do programa e atender às necessidades dos alvos.
Eles podem incluir uma variedade de abordagens psicológicas, como terapia cognitivo-comportamental, intervenções baseadas em habilidades sociais, técnicas de relaxamento, programas de prevenção, entre outros.

  • Intervenção direta com o alvo;
    o Desvantagens da intervenção direta: custo; incapacidade para lidar com um grande grupo de pessoas; incapacidade para ser abrangente na intervenção
    o Vantagens da intervenção direta: grande impacto para pequenos/limitados recursos
  • Consultadoria: Envolve fornecer orientação e suporte; objetivo é capacitar os clientes a lidar com desafios e desenvolver estratégias eficazes para melhorar seu funcionamento pessoal ou profissional; por exemplo, formação.
  • Intervenção indireta: O objetivo é fornecer suporte adicional e oportunidades de aprendizado para os participantes fora do contexto da terapia tradicional (através do uso de media, computadores, exercícios programados, tec.)
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5
Q

Modelo de Intervenção Psicológica (Morril, Oetting & Hurst): informação e dimensões

A

As funções do conselheiro devem incluir uma ampla gama de intervenções e organizá-las dentro de um “Cubo”. As intervenções de aconselhamento compreendem todas as funções do conselheiro projetadas para produzir mudanças nos clientes, grupos ou instituições.
Dimensões:
a) alvo da intervenção
b) propósito da intervenção
c) Método de intervenção
d) avaliação de necessidades e impacto

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6
Q

Modelo de Intervenção Psicológica (Morril, Oetting & Hurst): (a) Alvo da intervenção

A

O aconselhamento em grupo geralmente não reflete um esforço para mudar o grupo como uma unidade funcional, mas sim para influenciar indivíduos por meio de métodos de grupo. Intervenções voltadas para grupos, instituições e comunidades que influenciam indivíduos podem ser objetivos diretos em si mesmos. No final, tais intervenções influenciam efetivamente a qualidade de vida do indivíduo, mas o objetivo primordial de uma intervenção pode ser a estrutura do grupo ou as características organizacionais da instituição ou comunidade.
1. Individual. O alvo da intervenção pode ser o indivíduo, geralmente numa base de um para um ou em pequenos grupos. A tentativa é influenciar o indivíduo alterando seu conhecimento, atitudes, perceções, respostas…
2. Grupo Primário. Os grupos primários são unidades fundamentais de organização social que exercem uma forte influência sobre o indivíduo, como a família, casais ou amigos próximos. Eles são caracterizados por associações pessoais íntimas e contínuas, onde a proximidade emocional é mais relevante do que a proximidade física. A intervenção nesse nível visa modificar padrões de comunicação e interação, perceções, estrutura e relacionamentos nos grupos primários do indivíduo, reconhecendo seu impacto significativo no autoconceito e comportamento.
3. Grupo Associativo. São organizações mais estruturadas formadas por membros que compartilham interesses ou necessidades semelhantes. Eles se reúnem de maneira organizada para perseguir esses interesses, como em aulas, clubes ou grupos de governo estudantil. A distinção em relação ao 4º alvo é que os membros se encontram regularmente com outros membros do grupo. Intervenções neste nível visariam modificar objetivos, padrões de comunicação, interações, organização e métodos de alcançar objetivos dentro do grupo associativo.
4. Instituição ou Comunidade. Representam grupos nos quais os membros estão conscientes de sua afiliação, como escolas, cidades, organizações religiosas ou nações. Ao contrário do 3º alvo, eles não exigem necessariamente reuniões físicas. Intervenções nesse nível visam modificar objetivos, comunicações, estruturas de poder, fluxo de informações e sanções dentro dessas entidades.

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7
Q

Modelo de Intervenção Psicológica (Morril, Oetting & Hurst): (b) Propósito da Intervenção

A
  1. Remediativa. Geralmente ocorre quando há uma discrepância entre as habilidades individuais e as demandas ambientais, resultando em dor para o indivíduo ou falha do grupo. Exemplos: problemas com falta de habilidades sociais, dificuldades na tomada de decisões vocacionais e falhas de grupos devido a deficiências organizacionais.
  2. Prevenção. Concentra-se em identificar e fornecer as habilidades necessárias para indivíduos ou grupos, visando antecipar e evitar problemas futuros. Isso pode envolver programas projetados para enfrentar desafios específicos (ex. como a transição do ensino médio para a faculdade, oferecendo suporte em grupo, aconselhamento pré-universitário e modificando ambientes para reduzir o impacto de problemas potenciais). O objetivo é equipar as pessoas com as habilidades necessárias para lidar com demandas ambientais e modificar ambientes que possam ser prejudiciais.
  3. Desenvolvimento. Abordagem proativa que visa melhorar o funcionamento e o potencial de desenvolvimento de indivíduos e grupos saudáveis. Esses programas visam promover o crescimento positivo para todos, não apenas para aqueles que enfrentam problemas iminentes, diferenciando-se da prevenção ao focar no desenvolvimento do potencial humano.
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8
Q

Modelo de Intervenção Psicológica (Morril, Oetting & Hurst): (c) Método de Intervenção

A
  1. Serviço Direto. Envolve um contato profissional direto com o cliente-alvo, exigindo julgamento experiente ou habilidades específicas. A presença de profissionais qualificados pode fornecer garantias ou carisma necessários para certos programas. No entanto, há desvantagens, como custos financeiros e limitações na capacidade de lidar com um grande volume de clientes, além da impossibilidade de alcançar todos os grupos-alvo ou oferecer determinados tipos de programas.
  2. Consultoria e Treino. O conselheiro pode influenciar a população-alvo através de outras pessoas, em vez de interação direta. Isso é feito através da seleção e treino de paraprofissionais para trabalhar em várias situações. Esses paraprofissionais, sob a orientação do profissional, fornecem serviços, aumentando a força de trabalho em saúde mental. Eles muitas vezes podem atender certos grupos de forma mais eficaz do que os profissionais, tornando o uso de paraprofissionais uma estratégia valiosa para lidar com recursos limitados e demandas de saúde mental crescentes.
  3. Mídia. Diversos meios de comunicação são utilizados para ampliar e aprimorar a influência do aconselhamento, como aconselhamento assistido por computador, materiais de treino em relações humanas programadas, televisão, artigos de jornal e programas de rádio. Esses esforços visam atingir e influenciar tanto indivíduos quanto grupos por meio de meios que não dependem da intervenção direta de um profissional.
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9
Q

Modelo de Intervenção Psicológica (Morril, Oetting & Hurst): Avaliação de Necessidades (diagnóstico) e Impacto

A

Os conselheiros são confrontados com decisões de prioridade quanto ao alvo, ao propósito e ao método de intervenção mais eficiente/eficaz. Estas questões destacam a necessidade crítica de avaliação sistemática das necessidades institucionais e individuais para planejar intervenções adequadas e devem ser seguidas por uma avaliação sistemática dos efeitos de quaisquer programas desenvolvidos.

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10
Q

Prevenção: O que sabemos sobre prevenção?

A
  1. Mesmo que não saiba como curar um problema, pode ainda ser capaz de o prevenir.
  2. Não precisa de conhecer a causa de um problema para o prevenir; apenas precisa de entender algo sobre os mecanismos através dos quais o problema é transmitido.
  3. Muitas vezes pode prevenir um problema ao alterar algum especto do comportamento humano.
  4. Embora a mudança de comportamento individual possa contribuir para a prevenção, a prevenção completa de um problema muitas vezes depende da ação pública.
    O Modelo de Saúde Pública baseia-se na ideia de que nenhuma doença foi erradicada através do tratamento dos seus pacientes. O que geralmente acontece é que são encontradas formas de prevenir novos casos do distúrbio.
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11
Q

Modelo de Intervenção: Caplan (1964) e a Saúde Mental

A
  1. Prevenção primária. Intervenção direcionada a populações inteiras que não estão em condições de necessidade imediata. O seu objetivo é reduzir a incidência de novos casos de distúrbios, visando diminuir circunstâncias potencialmente prejudiciais antes que causem dificuldades. Exemplos incluem vacinações, fluoretação da água e programas de desenvolvimento de habilidades para crianças na pré-escola. Essa abordagem também pode ser aplicada a todos num determinado ambiente, independentemente de sua necessidade potencial, como alunos do quinto ano se preparando para o ensino médio.
  2. Prevenção Secundária ou Intervenção Precoce/em Risco. Visa ajudar populações que apresentam sinais iniciais de um distúrbio ou dificuldade. Isso inclui indivíduos que demostram sinais precoces de problemas, como crianças tímidas, com dificuldades académicas, ou adultos que enfrentam conflitos no trabalho. A intervenção secundária requer métodos para identificar quem está em risco, o que pode levar à estigmatização, já que alguns podem nunca desenvolver o distúrbio em questão. A melhoria dos métodos de identificação de risco é uma área importante de trabalho na psicologia comunitária.
  3. Prevenção Terciária ou Reabilitação. Intervenção voltada para populações ou indivíduos que já possuem um distúrbio, com o objetivo de limitar sua a incapacidade, reduzindo a intensidade e duração do distúrbio e prevenindo recorrências ou complicações adicionais. Quando aplicada a indivíduos, é chamada de reabilitação, enquanto, quando direcionada a populações, é conhecida como prevenção terciária.
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12
Q

Modelo de Intervenção:Prevenção IOM (U.S. Institute of Medicine, 1994)

A

Medidas de Prevenção Universal
* Projetadas para serem oferecidas a todos num determinado grupo populacional;
* Normalmente administradas a populações que não estão em perigo. Semelhante à intervenção primária
Medidas de Prevenção Seletiva
* Projetadas para pessoas com risco acima da média, de desenvolver distúrbios comportamentais ou emocionais.
* Esse risco pode basear-se no ambiente (ex. baixo rendimento ou conflitos familiares) ou em fatores pessoais (ex. baixa auto-estima, dificuldades na escola).
* Estas características de risco estão associadas ao desenvolvimento de distúrbios específicos, mas não são sintomas do distúrbio em si.
Medidas de Prevenção Indicada
* Direcionados a indivíduos considerados de alto risco de desenvolver distúrbios no futuro, especialmente se aparecerem precocemente sintomas do transtorno.
* Contudo, não atendem aos critérios para um diagnóstico completo de transtorno mental.

O relatório do IOM destaca a promoção da saúde mental como uma área separada e distinta da prevenção, com foco principal na autoestima e no domínio. Termos como competência, autoeficácia e capacitação individual são comumente usados para descrever esses esforços. O IOM define seu foco em relação à prevenção de distúrbios específicos, em vez de aumentar a competência geral.

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13
Q

Outras fases necessárias e importantes - Diagnóstico

A
  • Fase crítica que envolve a identificação e a caracterização dos problemas de saúde mental ou emocional em um indivíduo, grupo ou comunidade.
  • O que inclui a coleta de informações sobre sintomas, história clínica, fatores de risco e recursos disponíveis.
  • O objetivo é formular uma compreensão clara dos problemas enfrentados pelos participantes para informar o plano de intervenção
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14
Q

Outras fases necessárias e importantes - Avaliação de impacto

A
  • é feita durante e/ou após a implementação de uma intervenção para determinar sua eficácia e impacto.
  • Isso pode incluir a seleção e implementação de medidas de resultado, a coleta de dados para monitorar o progresso e a avaliação dos resultados alcançados.
  • A avaliação do impacto fornece informações para ajustes e melhorias contínuas no programa.
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15
Q

O que é um programa?

A

Ex. Intervenção em Saúde.
Por “programa”, entende-se uma proposta estruturada de intervenção profissional, com base em dados da literatura científica e modelo teórico fundamentado, de modo a atingir objetivos específicos, tanto para a promoção de saúde, quanto para a prevenção de doenças, em todos os níveis (Fernandez-Ballesteros, 2001)

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16
Q

Modelos Sistémicos: Informações

A

Até a emergência da abordagem sistêmica, prevalecia a aplicação da abordagem clássica, analítica ou cartesiana. Esta concentrou-se no estudo dos elementos em si (partes homogéneas) e nas relações de causa-efeito que orientavam um sistema.
Entretanto surgiu a abordagem sistémica, que estudava a relação de cada elemento com os outros próximos, concentrando-se nas interações entre os elementos e com o funcionamento do sistema como um todo.
As interações entre os elementos do sistema mantém-se independentemente do elemento que seja (mesmo que sejam substituídos). Certas características do sistema não existem em nenhum dos elementos individuais, mas por existir uma interação entre eles.
Os eventos são compreendidos através de uma visão global, partindo do todo para os detalhes, e simulando o seu funcionamento geral, mesmo que não seja detalhado.
O método de validação sistémica é a modelagem, construindo modelos simples que representam comportamentos semelhantes à realidade observada, geralmente através de ensaios e simulações.
Para adotar este paradigma, é crucial entender os objetivos e funções dos elementos que compõem o sistema.

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17
Q

Pressupostos norteadores da abordagem clássica e da abordagem sistémica

A

Tabela (5)

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18
Q

Teoria Geral dos Sistemas (Bertalanffy) - Informações

A

A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) foi pioneiramente desenvolvida pelo biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy para explicar o comportamento de organismos vivos, abordando aspetos científicos e empíricos dos sistemas. Trata-se de uma teoria interdisciplinar aplicada nas mais diversas áreas do conhecimento humano e podendo ter diferentes alvos: indivíduo, grupo, organização, comunidade…
Naquela altura, as diferentes ciências não interagiam, eram estudadas de forma independente; Bertalanffy foi o primeiro a sugerir utilizar os vários sistemas para produzir resultados;

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19
Q

TGS- Sistemas

A

De acordo com Bertalanffy é o “conjunto de unidades em inter-relações mútuas”.
Um sistema caracteriza-se por um conjunto de elementos dinamicamente relacionados entre si, desempenhando uma atividade ou função para atingir um objetivo comum.
Um sistema é um todo organizado com elementos interdependentes e que opera num ambiente específico que o condiciona.

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20
Q

TGS- características dos sistemas

A

Características dos sistemas:
De forma geral, todos os sistemas apresentam quatro características:
1. Propósito ou objetivo: Todo sistema tem um ou alguns propósitos ou objetivos. Não podemos trabalhar sem um propósito, senão o sistema corre o risco de não existir.
2. Globalismo ou totalidade: Qualquer estimulação em qualquer unidade do sistema afetará todas as demais unidades.
3. Entropia: A entropia é a tendência dos sistemas para desintegração, desgaste e aumento da aleatoriedade. Conforme a entropia aumenta, os sistemas se degradam, desintegram e desaparecem.
4. Homeostasia: equilíbrio dinâmico alcançado pela autorregulação dos sistemas, mantendo variáveis dentro de limites mesmo diante de estímulos externos. Isso é feito através de mecanismos de feedback que restauram o equilíbrio perturbado, sendo a comunicação a base desse processo.

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21
Q

TGS - tipos de sistemas

A

Sistemas Fechados: não ocorrem trocas com o meio e portanto tendem à morte por entropia positiva (tendência para um sistema se degradar/desintegrar/desaparecer);
Sistemas abertos:
* Ocorre interação com o ambiente: As interações entre o sistema e o ambiente envolvem trocas de energia ou informação, chamadas de input e output. Os canais que conduzem essas trocas são chamados de canais de comunicação
* Equifinalidade (as trocas podem ser diferentes mas a finalidade é a mesma) e entropia negativa – importação de energia exterior;
o Interdependência;
o Totalidade: funcionamento global do sistema – todas as partes participam no seu funcionamento
o Sinergia: efeito final é superior à soma das partes

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22
Q

TGS - características dos sistemas abertos

A

Características dos sistemas (abertos):
1. Totalidade maior que a soma das partes, com características próprias.
2. Interdependência entre as partes.
3. Relação e integração hierárquica entre sistemas e subsistemas.
4. Autorregulação e controlo exercido pelo sistema para manter o equilíbrio.
5. Influência recíproca com o meio exterior através de energia e informação.
6. Capacidade de adaptação às mudanças do meio exterior.
7. Alcançam objetivos por meio de diferentes modos.

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23
Q

TGS - ideias básicas aplicadas ao contexto organizacional

A

Ideias básicas da TSG aplicadas ao contexto organizacional:
1. Homem Funcional: Os papéis são mais enfatizados do que as pessoas em si, e a interação entre eles é vital para a produtividade da empresa.
2. Conflitos de Papéis: As pessoas agem de acordo com os papéis que representam, gerando potenciais conflitos quando as expectativas não são atendidas.
3. Equilíbrio Integrado: Qualquer ação em uma unidade da empresa afeta todas as outras, exigindo uma resposta unificada do sistema a estímulos externos.
4. Estado Estável: A empresa busca manter uma troca de energia constante com o ambiente, alcançando estabilidade através de condições iniciais e diferentes meios

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24
Q

TGS - Katz & Kahn e a perspetiva sistémica de uma organização

A

(aplicaram a teoria geral dos sistemas a uma organização): input, transformação, output, retroalimentação – elementos de uma organização
* Sistemas como ciclo de eventos: conjunto de transações com o ambiente. As transformações resultam do funcionamento e das transações internas do sistema.

Retroalimentação: são os inputs de informação, feedback (negativo) e processo de codificação

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25
Q

TGS - diagnóstico organizacional

A

Organizações como Sistemas
Temos inputs e outputs e no meio temos os processos de transformação que se traduzem em comportamentos e processos. Os processos de transformação dependem da tecnologia, metas, cultura e estrutura. Os outputs vão influenciar os inputs posteriores.

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26
Q

Modelo Ecológico vs Bioecológico

A

No modelo ecológico (Bronfrenbrenner e Hoffman & Kruczek (2011): enfatiza a influência do ambiente (ecologia) no desenvolvimento humano. Ele sugere que o desenvolvimento de uma pessoa é moldado por uma série de sistemas ambientais nos quais ela está inserida, desde o ambiente mais próximo e imediato até os contextos mais amplos da sociedade. – Toda experiência individual se dá em ambientes “concebidos como uma série de estruturas encaixadas, uma dentro da outra, como um conjunto de bonecas russas”.
No modelo bioecológico: também enfatiza o ambiente, mas propõe que o desenvolvimento humano seja estudado por meio da interação do núcleo ambiente com outros três – o processo, a pessoa e o tempo – de forma inter-relacionada, ampliando o foco do modelo.
o acrescenta a dimensão “bio” à equação, implicando que o desenvolvimento humano depende da interação dinâmica entre fatores biológicos e ambientais.
O modelo bioecológico, juntamente com os seus correspondentes desenhos de investigação, é um sistema teórico em evolução para o estudo científico do desenvolvimento humano ao longo do tempo.
O perfil específico do modelo bioecológico de desenvolvimento humano é o seu enfoque interdisciplinar e integrador nos períodos etários da infância e da adolescência e o seu interesse explícito em aplicações e políticas e programas pertinentes para melhor o desenvolvimento da juventude e da família.

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27
Q

Modelo Bioecológico - Núcleos de Desenvolvimento: Processo

A

Formas de interação organismo-ambiente (processo proximal) – mecanismo primário de desenvolvimento humano
* O impacto do desenvolvimento é diferente para cada pessoa, dependendo de quem ela é, do ambiente em que vive e das etapas de vida em que se encontra.
* processo é visto como interações em evolução, tornando-se mais complexo ao longo do tempo. O ser humano é percebido como um ser em constante evolução biopsicológica. Para que essas interações sejam reconhecidas, o sujeito precisa de estar ativo.

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28
Q

Modelo Bioecológico - Núcleos de Desenvolvimento: Pessoa

A

3 tipos de características disposicionais que têm impacto no desenvolvimento, através da influência dos processos proximais:
1. as disposições podem colocar processos proximais em movimento em um determinado domínio de desenvolvimento e continuar a sustentar sua operação
2. recursos bioecológicos de habilidade, experiência, conhecimento e habilidade são necessários para o funcionamento eficaz dos processos proximais em um determinado estágio da vida de desenvolvimento
3. a procura de recursos convida ou desencoraja reações do ambiente social que podem fomentar ou atrapalhar o funcionamento dos processos proximais.
analisada por meio de suas características determinadas biopsicologicamente (ex: experiências vividas, habilidades) e aquelas construídas (ex: demanda social) na sua interação com o ambiente.
Características da pessoa são:
* produtoras do desenvolvimento: pois constituem um dos elementos que influenciam a forma, a força, o conteúdo e a direção dos processos proximais.
* produtos do desenvolvimento: pois são resultados da interação conjunta destes elementos - processo, pessoa, contexto e tempo.
Desenvolvimento relacionado com estabilidade e mudança das características da pessoa
Recursos: aptidões; experiencia, conhecimento e competências; procura pelos recursos que a pessoa possui

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29
Q

Modelo Bioecológico - Núcleos de Desenvolvimento: Contexto

A

Vai de micro a macro
Microssistema: (padrão de atividades, papeis e relações interpessoais)
* processos proximais, que produzem e sustentam o desenvolvimento
* conjunto de relações entre a pessoa em desenvolvimento e seu ambiente mais imediato, como a família, a escola, a vizinhança mais próxima.
Mesossistema:
* conjunto de relações entre dois ou mais microssistemas nos quais a pessoa em desenvolvimento participa de maneira ativa (ex: relações família-escola)
* Sistema é ampliado sempre que uma pessoa passa a frequentar um novo ambiente.
Exossistema:
* envolve os ambientes que a pessoa não frequenta como um participante ativo, mas que desempenham uma influência indireta sobre o seu desenvolvimento
* ex: família extensa, as condições e as experiências de trabalho dos adultos e da família, as amizades, a vizinhança
Macrossistema:
* inter-relações entre microssistemas em diferentes configurações – família, trabalho; vida social
* é o sistema mais distante da pessoa: abrange a comunidade na qual os outros três sistemas estão inseridos e que pode afetá-los.

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30
Q

Modelo Bioecológico - Núcleos de Desenvolvimento: Tempo

A

Tempo: (cronossistema)
* Microtempo: continuidade vs. descontinuidade em episódios contínuos do processo proximal.
o análise do tempo numa escala muito pequena, quase instantânea, observando a continuidade e descontinuidade nos episódios de processo proximal.
o Ex: tempo gasto por uma criança numa conversa com um amigo ou membro da família.
* Mesotempo: periodicidade desses episódios ao longo intervalos de tempo mais amplos, como dias e semanas.
o examina a regularidade ou padrões de interação ao longo de intervalos de tempo mais amplos (dias, semanas ou meses)
o ex: como as interações entre um grupo de crianças numa sala de aula se desenvolvem ao longo de uma semana.
* Macrotempo: mudança de expectativas e acontecimentos na sociedade.
o examina como as mudanças sociais, culturais e históricas mais amplas afetam o desenvolvimento humano ao longo do tempo.
o Ex: analisar como mudanças nas políticas governamentais ao longo de várias décadas impactam a estrutura familiar e, consequentemente, o desenvolvimento das crianças

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31
Q

Modelo Biológico: Efetividade dos processos proximais

A

Efetividade dos processos proximais depende de interações recíprocas, progressivamente mais complexas, numa base de tempo regular. -> Não efetividade em ambientes instáveis e imprevisíveis.

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32
Q

Modelo Bioecológico: Contextos promotores de resiliência

A
  1. Resiliência:
    * processos de enfrentamento e de superação de crises e adversidades
    * não é uma característica ou traço individual, mas processos psicológicos
    * não é uma característica fixa, ou um produto
    * capacidade inata, herdada por alguns “privilegiados”, mas a partir da interação dinâmica existente entre as características individuais e a complexidade do contexto ecológico
    * processos de resiliência requerem compreensão dinâmica e interacional dos fatores de risco e de proteção.
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33
Q

Modelo Biológico: Contextos promotores de fatores de risco

A
  1. Fatores de risco: Relacionam-se com eventos negativos de vida e, quando presentes, aumentam a probabilidade de a pessoa apresentar problemas físicos, sociais ou emocionais.
    A forma como as pessoas lidam com eventos estressantes varia em termos de ocorrência, intensidade, frequência, duração e severidade, sendo o impacto determinado pela sua perceção.
    * Ex: O modo como uma criança que sofreu agressão física enfrenta a situação é influenciado pelo contexto, incluindo os ambientes frequentados, rede de apoio, estágio de desenvolvimento, experiências passadas, processos psicológicos e traços individuais.
    A identificação de fatores de risco e proteção (buffers) é essencial para compreender e mitigar distúrbios e promover resiliência.
34
Q

Modelo Biológico: Contextos promotores de fatores de proteção

A
  1. Fatores de proteção:
    São influências que modificam, melhoram ou alteram respostas pessoais a riscos de desadaptação.
    Esses fatores geralmente não têm efeito na ausência de um estímulo stressor, mas atuam principalmente para modificar respostas em situações adversas do que favorecer o desenvolvimento.
    Deve-se abordá-los como processos nos quais diferentes fatores interagem para produzir uma experiência de cuidado, fortalecimento ou proteção contra o risco.
    Fatores de proteção fundamentais incluem:
    * atributos disposicionais das pessoas (como autonomia, autoestima, bem-estar subjetivo);
    * rede de apoio social (recursos individuais e institucionais que ajudam a lidar com as circunstâncias da vida);
    * 4. coesão familiar/ecológica (ausência de negligência e habilidade para administrar conflitos).
    o caracteriza-se pela ausência de negligência, pela administração de conflitos, pela presença de pelo menos um adulto com interesse pela criança e de laços afetivos que forneçam suporte em momentos adversos e de stresse.
    Risco e proteção, assim como o processo de resiliência, não são necessariamente entidades estáticas: podem ser elásticas e mutáveis por natureza. A flexibilidades dos sistemas ecológicos é importante para garantir proteção
35
Q

Modelo Biopsicológico: Proposições (ñ é importante)

A

Quadro (9)

36
Q

Mudança: Info

A

Quando planeamos um programa de intervenção estamos a tentar produzir uma mudança na pessoa/comunidade/organização.
As organizações estão em continua mudança. Esta ocorre sempre entre indivíduos e o contexto onde estão, e pode ser planeada mas há sempre algo que não esperamos que aconteça.
Enquanto sistemas abertos, são influenciadas e influenciam as mudanças que ocorrem na sua envolvente (na qual está em constante interação), quer a nível tecnológico, do comportamento dos consumidores, ou económico.

37
Q

Objetivos e alvos da mudança

A

As mudanças são aprendizagens, e no âmbito das organizações, podem ter vários objetivos: novas competências tecnológicas, novos comportamentos e atitudes, reorganização de processos de trabalho, etc.

Exemplos
Individual: aperfeiçoamento profissional; a aquisição de novos conhecimentos ou competências, modificação de comportamentos e de atitudes.
Grupos: relações entre grupos _ cooperação e a competição _ que visam desenvolvimento do espírito de equipa; resolução de problemas, etc.
Organizacional: valores e cultura organizacional (ex. proibição da praxe após a morte no acidente do muro, e produziu assim uma mudança na cultura organizacional da praxe e na universidade); estrutura organizacional, conceção de postos de trabalho, etc.

Mudanças a nível individual: normalmente associadas a programas da formação (consultoria, coaching, dispositivos de feedback e análise de problemas)
Mudança ao nível das equipas: as equipas permitem alargar o nível de autonomia e de participação no funcionamento da organização, enquanto fatores de produtividade e de satisfação no trabalho
Mudanças a nível organizacional: a mudança pode incidir sobre toda a atividade sócio-organizativa ou sobre algumas áreas dessa atividade

38
Q

Modelos Teóricos sobre Mudança Organizacional - Info

A

A mudança nas organizações pode surgir tanto da sua própria existência e interação com o ambiente, como também de decisões planeadas para atingir objetivos específicos (teleologicamente orientados), sendo importante coordenar ambos os processos para garantir a eficácia das iniciativas.
É crucial considerar o nível de mudança, que pode ser tanto estratégico, envolvendo a interação com outras organizações, quanto operacional, afetando a própria organização e suas partes internas, incluindo as interações entre elas

39
Q

Modelo de Forças da Física de Lewin: info

A

O equilíbrio resulta de um conjunto de forças em sentidos contrários. Sempre que há um desequilíbrio num lado das forças, a nossa posição altera-se.

40
Q

Modelo de Forças da Física de Lewin: Processo de mudança - 1º fase

A
  1. Descongelamento: insatisfação com o estado atual; diminuição da força dos valores, das atitudes ou comportamentos anteriores, levam a querer iniciar uma mudança (ex. mudar de rotina porque nos cansamos da nossa).
    * 3 Mecanismos (que devem ser acionados e que nos levam à mudança):
    A desconfirmação leva à insatisfação e à perceção da necessidade de mudança, ativando a motivação através da culpa e ansiedade, enquanto a segurança psicológica é crucial para enfrentar esses desafios, garantindo a confiança na capacidade de mudança sem prejudicar a autoestima ou a organização.
    * Fatores que levam ao descongelamento:
    o Externos: Competitividade; exigências dos clientes; inovação tecnológica, etc.
    o Internos: problemas de eficiência e eficácia; novas formas de trabalho ou de gestão (ex. exigências dos clientes potenciam a mudança).

O processo de descongelamento não ocorre apenas em resposta a problemas; às vezes, inovações surgem, tornando certas situações desejáveis ao oferecer uma alternativa vista como mais adequada.

41
Q

Modelo de Forças da Física de Lewin: Processo de mudança - 2º fase

A
  1. Mudança: ocorrem mudanças de comportamentos, atitudes e valores; Nesta fase, é crucial ter motivação para aprender novas informações e ver a situação de maneira diferente.
    Dois processo podem suceder:
    * Identificação com o novo modelo: adotando uma nova perspetiva – permite à pessoa ver a situação de outra perspetiva e compreender que é possível agir de maneira diferente.
    * Perscrutação da envolvente (procura de informação): forma de encontrar confirmações ou desconfirmações dos nossos comportamentos (ex. premiar aqueles que já adotaram o novo comportamento)
    Essa fase implica uma reestruturação do pensamento e a aprendizagem de novos comportamentos
42
Q

Modelo de Forças da Física de Lewin: Processo de mudança - 3º fase

A
  1. Recongelamento: Estabilização das mudanças ocorridas, integrando-as nos processos operacionais normais da organização.
    * Recongelamento pessoal: harmonização interna – pessoas avaliam se os novos comportamentos estão alinhados com seus valores e autoconceito; A pessoa já não dedica tempo a pensar se vai ter ou não o comportamento, a mudança já automatizou.
    * Recongelamento relacional: aceitação das mudanças pelo grupo e pessoas de referência
    Esta etapa é facilitada pelas relações dentro e entre os grupos da organização.

Podemos intervir nas 3 fases para potenciar a mudança; A duração de cada fase tem um caráter contingencial, variando conforme a situação, condições, tipo e profundidade da mudança

43
Q

Tipos de mudança organizacional: A mudança pode ser:

A

A mudança pode ser:
* Planeada: desencadeada conforme previsto
* não planeada: desencadeada por fatores imprevistos;
* de 1º ordem: ajustes na cultura e estratégias para melhorar a eficiência
* de 2ª ordem: mais radicais, resultando de novas estratégias, crises ou alertas sobre a sustentabilidade da organização, exigindo uma reconceptualização profunda.
* De 3ª ordem (possivelmente): envolvem desenvolver a capacidade dos membros da organização para identificar e implementar mudanças de segunda ordem, exigindo competências para interpretar sinais de problemas emergentes e conceber medidas de ação.

44
Q

Tipos de mudança organizacional: combinações - 4 tipos

A
  1. Incremental: São mudanças planeadas de primeira ordem, contínua, sempre em mudança – como atualizações normais no funcionamento da organização.
  2. Transformacional: Envolve mudanças profundas no clima e cultura da organização, com alterações nos processos de gestão, estrutura e conceção do trabalho, seguindo um plano elaborado.
  3. Evolucionária: Refere-se ao desenvolvimento da organização que implica mudanças não planeadas para se adaptar às mudanças na envolvente.
  4. Revolucionária/Radical (2ª ordem): abruptas, inesperadas (ex. uma organização é comprada por outra, ou tem um novo chefe); Quando a organização precisa alterar radicalmente seus princípios, com mudanças gerais e profundas na estrutura e funcionamento estratégico.

A literatura tem focado principalmente nos tipos incremental e transformacional de mudança, com mudanças incrementais sendo necessárias praticamente diariamente.

45
Q

Atitudes face à mudança: Info

A

Um dos principais obstáculos à mudança é a resistência à mudança - ocorre quando os colaboradores não aderem ou aceitam as mudanças propostas pela direção da organização, mesmo com o suporte de consultores especializados.
A resistência à mudança não é exclusivamente negativa, podendo levar a melhorias no programa de mudança e nos processos associados.

46
Q

Fatores associados à resistência à mudança

A
  • perceção da mudança como ameaçadora,
  • falta de controlo sobre a mudança (ex. não foi pedida por si)
  • falta de informação
  • incerteza face à situação de trabalho anterior
  • medo de não conseguir adquirir novas competências necessárias
  • expectativa de condições de trabalho piores ou perda de emprego.
47
Q

Consequências da resistência

A

Consequências da resistência: variam dependendo da importância da mudança e grau de oposição
* Manifestação aberta: contestação direta (ex. greves)
* Manifestação indireta: através de comportamentos de passividade, negligência ou contraprodutividade

Antecipar a resistência à mudança é essencial para prevenir ou reduzir sua magnitude, utilizando procedimentos e técnicas de envolvimento e negociação

48
Q

Mudança: participação de colaboradores associa-se a processos:

A

A participação dos colaboradores no processo de mudança organizacional e tomada de decisão é considerada um fator importante para o comprometimento com a mudança
A participação é associada a três processos:
1. Motivacionais: a participação das pessoas implica-as na mudança - Ao terem voz nas decisões, associam recompensas intrínsecas e autoestima ao sucesso das mudanças. (tentar perceber as necessidades das pessoas e ir de encontro a isso; ou, quando isso não é possível, posso sempre perguntar o que preferiam ou gostariam mais, ou o que facilitaria);
2. Relativos à própria natureza da mudança: as pessoas influenciam a operacionalização da mudança – Isso ocorre devido aos múltiplos interesses e racionalidades envolvidos, com os colaboradores estruturando a mudança de acordo com suas perspetivas e interesses para maximizar os benefícios.
3. Comunicacionais: facilita a compreensão e aceitação dos objetivos da mudança. É importante a forma como as informações são comunicadas, em função do alvo - Uma comunicação clara pode aumentar a adesão à mudança, especialmente se os colaboradores perceberem a mudança como favorável e tiverem oportunidades de influenciar o processo.

A participação dos colaboradores não garante automaticamente mudanças de melhor qualidade.

49
Q

Metodologia da Mudança Planeada:

A
  1. Diagnóstico: Identificação do problema e de soluções alternativas.
  2. Intervenção: Atividades estruturadas (técnicas) com implicações nos sistemas e processos organizacionais
  3. Avaliação: Análise dos resultados vs objetivos; Feedback à organização
    A avaliação vai impactar o diagnóstico seguinte.
50
Q

Mudança Planeada: Diagnóstico

A

A fase de diagnóstico é crucial para identificar problemas que afetam a eficácia da organização e condicionam os objetivos estratégicos.

51
Q

Mudança Planeada: Diagnóstico - Áreas de diagnóstico

A
  • Envolvente externa: social, econômica, política, cultural, tecnológica.
  • Sistema técnico: organização do trabalho, métodos e técnicas de trabalho, sistemas de informação, sistema de operações.
  • Sistema social: clima, cultura, normas e valores, estrutura e composição social.
  • Estrutura organizacional: unidades de trabalho, autoridade formal.
  • Processos organizacionais: informação e comunicação, liderança e tomada de decisão, processos políticos, estratégias e objetivos.
52
Q

Mudança Planeada: Diagnóstico - Fases de diagnóstico

A
  • Identificar o sistema a ser analisado e mudado.
  • Investigar a relação das variáveis com os resultados desse sistema.
  • Identificar problemas críticos e produzir soluções alternativas.
53
Q

Mudança Planeada: Diagnóstico - métodos e técnicas de recolha de informação

A

Métodos e técnicas de recolha de informação: Questionários, entrevistas individuais e de grupo, observação direta e participante, análise documental.

54
Q

Mudança Planeada: Diagnóstico - Metodologia Pesquisa-Ação

A
  • Resolução de problemas através de recolha e análise de informação, discussão com a organização cliente, planos de ação e implementação, com participação ativa dos membros da organização.
  • Atividades sequenciais e cíclicas, analisando novos problemas ou os mesmos com diferentes enfoques.
  • Caráter aberto, permitindo iniciar novos ciclos após resolver problemas anteriores.
55
Q

Mudança Planeada: Diagnóstico - Como otimizar

A

Para otimizar a fase de diagnóstico: Recolha de informação sistematizada e orientada com base em modelos teóricos sobre a eficácia das organizações.

56
Q

Mudança Planeada: Diagnóstico - Características a ter em conta

A

Para o diagnóstico e intervenção neste nível, um modelo sobre as características do trabalho contempla 3 dimensões:
* Características motivacionais: características da tarefa (autonomia, significado, feedback do trabalho, variedade) e características do conhecimento (resolução de problemas, especialização, variedade de competências, processamento de informação, complexidade).
* Características sociais: apoio social, interdependência interpessoal e grupal, interação com elementos externos, feedback dos outros, demografia.
* Características do contexto de trabalho: ergonomia, exigências físicas e cognitivas, condições de trabalho, uso de equipamento.
Fatores situacionais afetam os comportamentos individuais e influenciam o desempenho da organização, com influência bidirecional entre níveis (conceção de trabalho para desempenho individual; departamento para organização).

57
Q

Mudança Planeada: Diagnóstico - Subsistemas básicos

A
  1. Trabalho: atividade realizada pela organização para prosseguir sua estratégia, com análise das características da tarefa.
  2. Pessoas: indivíduos que realizam o trabalho, incluindo características demográficas e competências profissionais.
  3. Dispositivos organizacionais formais: estruturas, procedimentos e políticas de gestão que regulam explicitamente o trabalho.
  4. Cultura: crenças e valores nucleares da organização, aspetos que regulam o comportamento efetivo dos indivíduos e incluem a estruturação sócio-organizativa.
    No diagnóstico, não basta identificar as características das componentes, mas analisar suas interações e efeitos sobre a eficácia da organização.
58
Q

Mudança Planeada: Diagnóstico - Realizabilidade e adequação

A

A abordagem destaca que a realizabilidade da estratégia organizacional é maior quando há coerência entre suas diferentes componentes – alcançada quando as necessidades, exigências e objetivos de um subsistema são compatíveis com os de outro.
Três tipos de adequação são fundamentais para a eficácia global da organização:
1. Adequação estratégica: As decisões de alta direção permitem à organização utilizar os seus recursos para lidar com as restrições e oportunidades do ambiente.
2. Adequação estratégia-organização: Coerência entre as exigências dos objetivos de negócio e a dinâmica organizacional.
3. Adequação da organização interna: Consistência entre os componentes-chave: trabalho, pessoas, dispositivos organizacionais formais e cultura.
O diagnóstico define fatores críticos e áreas prioritárias para intervenção e mudança.

59
Q

Mudança Planeada: Intervenção

A

A intervenção organizacional é uma fase estruturada de atividades destinadas à mudança, podendo ser aplicada em níveis individual, de grupo ou em toda a organização. Essas atividades podem ser integradas na rotina normal da organização ou requerer a suspensão temporária das atividades habituais (por reuniões/sessões de análise). A implementação bem-sucedida das mudanças geralmente requer uma combinação dessas abordagens estruturadas.

60
Q

Mudança Planeada: Avaliação

A

Na avaliação, os resultados são comparados com os objetivos da intervenção, identificando progressos e falhas, especialmente no desempenho organizacional. Essa etapa fornece insights cruciais para o planeamento de novas mudanças.

As três fases - intervenção, avaliação e diagnóstico - estão interligadas e perdem eficácia se realizadas isoladamente.

61
Q

Abordagem do Desenvolvimento Organizacional (DO) - Info

A

O Desenvolvimento Organizacional (DO) considera as organizações como sistemas sociais capazes de aprender, resolver problemas e lidar eficazmente com desafios.

62
Q

Pressupostos da DO

A

Alguns pressupostos fundamentais do DO incluem:
* Reconhecimento das necessidades de crescimento e desenvolvimento pessoal dos indivíduos, alcançadas em ambientes desafiadores e com apoio organizacional.
* A crença na eficácia das equipas de trabalho através da gestão cooperativa de interesses e conflitos.
* Compreensão de que a organização é um sistema aberto, onde mudanças num subsistema afetam e são afetadas por outros subsistemas.

63
Q

Intervenções comuns na DO

A

Intervenções comuns no DO incluem: aconselhamento individual, formação, consultoria de processos e uso de técnicas como coaching. Diferentes abordagens e técnicas podem ser empregadas num mesmo processo de mudança organizacional, desde que sejam adequadas à situação específica e aos objetivos da mudança.

64
Q

Técnicas de Intervenção Organizacional – French & Bell

A

Intervenções centradas nos indivíduos
Intervenções centradas nos grupos
Intervenções centradas na organização

65
Q

Intervenções centradas nos indivíduos

A
  • Formação em competências técnicas (ex. como executar o trabalho)
  • Formação em competências sociais (ex. ensinar, por exemplo, em termos de interações com os outros)
  • Aconselhamento, coaching
66
Q

Intervenções centradas nos grupos

A
  • Reformulação do trabalho (ex. Modelo das Características do Posto de Trabalho – o trabalho tem de ter determinadas características para manter as pessoas motivadas)
  • Gestão por objetivos
  • Inquérito com devolução de resultados
67
Q

Intervenções centradas na organização

A
  • Inquérito com devolução de resultados
  • Reestruturação organizacional
  • Cultura organizacional
  • Reengenharia organizacional
68
Q

Avaliação de Programas de Intervenção: para que é feito e que questões são feitas?

A

Necessária para decidir sobre a generalização de uma intervenção ou seja, responder às seguintes questões (que devem direcionar a nossa avaliação):
* Em que circunstâncias uma intervenção funciona? Perceber em que contextos/situações um programa permite a mudança ( o principal objetivo de um programa)
* Quais foram os processos que facilitaram a mudança?

69
Q

A Avaliação é fundamental para

A
  • Aperfeiçoar práticas de intervenção – tanto perceber os pontos negativos a melhorar, mas também pontos positivos que devem continuar a ser implementados e melhorados para aumentar a sua eficácia.
  • Otimização da utilização de recursos e materiais – perceber que materiais são essenciais, de modo a utilizá-los de forma sustentável.
  • Dinamização da gestão do programa – perceber o que está a resultar e o que deve ser alterado (ex. podemos não estar a utilizar linguagem adequada e por isso a informação não está a ser assimilada corretamente). Por isso é necessário ter em conta estas dinâmicas;
  • Replicação de programas em outros sistemas; evitando erros.
70
Q

A avaliação pode ser realizada:

A
  1. Durante o processo;
  2. No final do programa. (ex. programas associado ao empreendedorismo e liderança)
71
Q

Porque é que a avaliação de uma intervenção em sistemas pode ser difícil

A

A avaliação de intervenções em sistemas – respostas ao Porquê (Why) e Como (How) – pode ser difícil quando consideramos apenas o efeito do programa pela dinâmica interna do sistema, de que não pode ser separada.
* Precisamos de ter em conta que existem outras variáveis para além do programa que devem ser tidas em conta na avaliação de impacto do programa (ex. se utilizamos um programa de intervenção na dieta de um adolescente mas ele em casa só tem porcarias que os pais lhe compram, mesmo que haja uma intervenção com o adolescente, esse fator externo deve ser tido em conta como possível impactador dos resultados)

71
Q

Avaliação baseado nas variáveis de um sistema (diagnóstico diferencial)

A

Na avaliação é preciso também avaliar:
* inputs (ex. avaliação pré-programa dos inputs como: os conhecimentos, área do grupo, cultura da organização….)
* outputs (ex. avaliação pós-programa dos outputs: se houve mudança, melhoria…)
o a avaliação exclusiva de outputs é bastante utilizada quando condicionados no tempo, quando há grande quantidade de pessoas…
* processos (como está a correr o programa? O que está a acontecer ? o processo está a correr da melhor forma? Pensamos bem na sequencia de ações? O que será que podíamos ter alcançado? Os processos que selecionamos são adequados àquela pessoa? Organização?)
o Nós trabalhamos muito com a perceção e as expectativas como aspetos que impactam a avaliação do sucesso. (ex. se a expectativa de que um programa funcione é de 100 e ele funciona em apenas 70, apesar de ele ter tido eficácia, a avaliação vai ser impactada pelas expectativas de maior sucesso)

72
Q

Critérios de eficiência - Outputs

A

tabela (12)

73
Q

Critérios de eficiência - Estado interno do sistema

A

tabela (12)

74
Q

Critérios de eficiência - Adaptação e recursos

A

Tabela (12)

75
Q

Critérios de eficiência - Meio

A

Tabela (12)

76
Q

Modelo de Avaliação Processual – Nielsen & Randal: Design de Intervenção

A
  • Iniciação: quem iniciou e com que objetivo foi usado o programa? (problemas internos e desafios externos ou uma combinação dos dois)
  • Desenvolvimento das intervenções: As intervenções estão focadas nos problemas do local de trabalho? (qualidade de diagnóstico do problema e/ou situação e aplicação de programas estruturados)
  • Implementação: A intervenção atingiu o grupo-alvo? (características e abrangência da mudança observada)
77
Q

Modelo de Avaliação Processual – Nielsen & Randal: Estratégias de Implementação

A

Agentes de mudança
* * Papel dos stakeholders: Quem foram os agentes de mudança? (os que nos vão levar à comunidade, nos vão dar sponsor e apoiar) - + stakeholders maior potencial de mudança
* Participação dos envolvidos: os envolvidos participaram na tomada de decisão e quantos?
* Apoio da gestão: qual foi o papel dos gestores seniores? Dos gestores intermédios? Consultores?
* Informação e comunicação (é importante esclarecer bem aos participantes as várias informações sobre o programa, o que esperam delas)

78
Q

Modelo de Avaliação Processual – Nielsen & Randal: Contexto

A
  • Omnibus context: Como a intervenção se adequou (fit) à cultura e condições do grupo?
  • Discret Context: Que ações/eventos ocorreram durante a fase de intervenção e que influenciaram os seus efeitos?
79
Q

Modelo de Avaliação Processual – Nielsen & Randal: Modelos mentais

A
  1. Perceções das atividades de intervação: Qual o Papel dos modelos mentais dos participantes (perceções e avaliações) no tipo de resposta dada ao programa de intervenção? – nós temos de compreender os participantes e as suas perceções e avaliações de modo a adequar o programa (ex. um programa pró-vacina é criado de forma diferente para um grupo apoiante de vacinas e para um grupo contra)
  2. Prontidão para a mudança: Em que medida estão os participantes preparados para a mudança, partilham a perceção do problema/objetivo?
80
Q

Critérios de avaliação da eficácia dos programas - critérios transversais

A

Critérios fundamentais transversais (Durgante & Dell´Aglio):
1. As diretrizes do programa devem ser baseadas em ampla e análise de literatura empírica relevante;
2. Medidas utilizadas para avaliar os resultados devem ter validade psicométrica;
3. Os resultados devem ser melhores que: (a) não tratamento; (b) resultados de outras intervenções;

81
Q

Critérios de avaliação da eficácia dos programas - critérios em programas de promoção de saúde e prevenção de doenças

A

Critérios em programas de promoção de saúde e prevenção de doenças:
1. Para resultados a longo prazo deve haver pelo menos um acompanhamento de seguimento (seis meses após a intervenção) – Esse intervalo pode variar para diferentes tipos de intervenções
2. Todos os resultados devem ser apresentados (positivos, não significativos ou negativos)

Podem haver múltiplos critérios de avaliação, temos de pensar essencialmente nos objetivos, nas condições de implementação, no impacto. Considerando o tipo de programa também temos que ser mais ou menos específicos na avaliação.