LRA Flashcards
Definição
A lesão renal aguda (LRA) é definida pelo comprometimento das funções renais de filtração e excreção, que ocorre ao longo de dias a semanas, resultando na retenção de escórias nitrogenadas e outros detritos normalmente eliminados pelos rins.
Causas mais comuns de LRA adquirida na comunidade
depleção de volume, insuficiência cardíaca, efeitos adversos de
medicamentos e obstrução do trato urinário, ou ainda malignidade
Cenários clínicos mais comuns da LRA adquirida no hospital
sepse, cirurgias de grande porte, doença crítica envolvendo insuficiência cardíaca ou hepática e administração de medicamentos nefrotóxicos.
Classificação etiológica
azotemia pré-renal, doença renal parenquimatosa intrínseca e obstrução pósrenal
Tipo mais comum de LRA
Azotemia pré-renal
Definição de azotemia pré-renal
Esse termo é usado para
descrever a elevação da concentração de CrS ou ureia, em consequência do fluxo plasmático renal inadequado e da pressão hidrostática intraglomerular insuficiente para manter a filtração glomerular normal
Distúrbios clínicos mais associados a azotemia pré-renal
Os distúrbios clínicos mais associados à azotemia pré-renal são hipovolemia, redução do débito cardíaco e fármacos que interferem com as respostas autorreguladoras renais,
incluindo anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e inibidores da angiotensina II
Mecanismo da LRA por uso de AINES
Inibição prostagland –> Vasoconstrição aferente –> menor TFG
Mecanismo da LRA por IECA/BRA
O bloqueio da ação da angiotensina II reduz a resistência eferente; isso reduz a pressão capilar glomerular abaixo dos
valores normais e diminui a TFG
Como aterosclerose, HAS e idade avançada podem ser fator de risco para LRA pré-renal
Aterosclerose, hipertensão crônica e idade avançada podem causar hialinose e hiperplasia da mioíntima, resultando
no estreitamento luminal das arteríolas intrarrenais e diminuição da capacidade de vasodilatar as arteríolas aferentes renais
Mecanismo fisiopat da doença hepática avançada para azotemia pré-renal
Muitos pacientes com doença hepática avançada desenvolvem um perfil hemodinâmico semelhante ao da azotemia pré-renal no contexto de sobrecarga de volume corporal total. A resistência vascular sistêmica diminui acentuadamente em consequência da vasodilatação arterial primária na circulação esplâncnica e, por fim, resulta na ativação das respostas vasoconstritoras semelhantes às que ocorrem com a hipovolemia. A LRA é uma complicação comum nesses casos e pode ser desencadeada pela depleção de volume e por peritonite bacteriana espontânea
Qual a síndrome hepatorrenal com pior prognóstico?
tipo 1, na qual a LRA (definida como um aumento superior a 2 vezes na CrS para valores > 2,5 mg/dL, em 2 semanas, sem outra causa [p. ex. choque ou fármacos nefrotóxicos]) persiste apesar da administração de líquidos e da interrupção do uso dos diuréticos.
Causas mais comuns de LRA intrínseca
sepse, isquemia e nefrotoxinas endógenas e exógenas
É muito comum que azotemia pré-renal evolua para?
Lesão tubular
LRA por sepse quase sempre é causada por que aspecto da doença?
Hipotensão da sepse + lesão tubular por inflamação + dano endotelial
Região do rim mais vulnerável a hipóxia
Medula externa em razão da arquitetura dos vasos sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes aos túbulos
Isquemia isolada em geral é o suficiente para LRA grave. V/F
F. Clinicamente, a LRA é mais frequente quando a isquemia coincide com reservas renais limitadas (p. ex., DRC ou idade avançada) ou insultos coexistentes como sepse, exposição a fármacos vasoativos ou nefrotóxicos, rabdomiólise ou estados
inflamatórios sistêmicos associados a queimaduras e pancreatite
LRA é uma complicação de que procedimento?
LRA Isquêmica pós-operatória sobretudo após procedimentos cirúrgicos de grande porte com perdas sanguíneas e hipotensão intraoperatória significativas
Procedimentos cirúrgicos mais associados a LRA
cirurgias cardíacas com bypass cardiopulmonar (principalmente em procedimentos valvulares e cirurgia
de revascularização combinados), intervenções vasculares com clampeamento transversal da aorta e cirurgias intraperitoneais
Fisiopatologia da LRA em queimaduras
Além da hipovolemia grave que diminui
o débito cardíaco e amplia a ativação neuro-hormonal, as queimaduras e a pancreatite aguda podem causar inflamação desregulada e aumentar o risco de sepse e lesão pulmonar aguda – condições que podem facilitar o
desenvolvimento e a progressão da LRA
Fisiopatologia da LRA em pancreatite
Os pacientes submetidos à reposição maciça de líquidos para tratar traumatismo, queimaduras e pancreatite aguda
também podem desenvolver a síndrome compartimental abdominal, na qual as pressões intra-abdominais acentuadamente altas (em geral, acima de 20 mmHg)
causam compressão das veias renais e diminuição da TFG.
Como hipoalbuminemia aumenta risco de LRA
A hipoalbuminemia pode aumentar o risco de desenvolver alguns tipos de LRA associada a nefrotoxinas, os quais são atribuídos a concentrações aumentadas de fármacos livres circulantes
Risco de desenvolver LRA por contraste de exames de imagem
insignificante quando a função renal está normal, mas aumenta quando há DRC, sobretudo nefropatia diabética
Fisiopat da nefropatia por contraste
(1) hipoxia da medula renal
externa resultante de alterações microcirculatórias renais e da obstrução de pequenos vasos;
(2) lesão citotóxica dos túbulos por mecanismo direto ou pela
formação dos radicais livres de oxigênio, sobretudo porque a concentração doagente no túbulo é acentuadamente maior; e
(3) obstrução tubular transitória
pelo material de contraste