JURISDIÇÃO, AÇÃO E PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS Flashcards

1
Q

Jurisdição é o poder que o Estado tem de resolver os conflitos, substituindo a vontade das partes e impondo essa decisão coercitivamente. Assinale a alternativa que estabelece, de acordo com a teoria clássica, majoritária no Brasil, a característica da jurisdição voluntária.

a) Tem caráter administrativo.
b) Ocorre em um procedimento em que há interessados e coisa julgada.
c) A jurisdição atua a partir de uma lide, na qual há conflitos de interesse.
d) Tem por finalidade a atuação do direito e a pacificação social.
e) Um exemplo de jurisdição voluntária é a ação de restauração de autos.

A

letra a.

a) Certa. A banca adotou a teoria clássica/administrativista, a qual preceitua que o juiz, na jurisdição voluntária, atua como mero gestor de negócios privados. Dessa forma, sua decisão produziria mera coisa julgada formal.
b) Errada. A banca deu ao termo “coisa julgada” o significado de coisa julgada material, que é aquela com força de lei e definitividade. Na jurisdição voluntária, não existe coisa julgada material.
c) Errada. A existência de lides/conflitos é própria da jurisdição contenciosa.
d) Errada. Pacificação social relaciona-se à existência de conflitos na sociedade, e a existência de lides/conflitos é própria da jurisdição contenciosa.
e) Errada. Ação de restauração de autos é um procedimento especial de jurisdição contenciosa, pois pode ter autor e réu (art. 714 do CPC).

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2
Q

Constitui uma exceção à característica inerte da jurisdição:

a) ação possessória tendo por objeto bem público.
b) habeas data.
c) restauração de autos.
d) ação popular.
e) mandado de injunção.

A

letra c

A ação de restauração de autos pode ser instaurada, inclusive, de ofício pelo juiz (art. 712, caput, do CPC).

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3
Q

O Estado democrático de direito é caracterizado pela distribuição de suas funções ou poderes e pelo respeito à Constituição Federal. Sobre a função jurisdicional do Estado, assinale a alternativa INCORRETA.

a) A jurisdição é atividade estatal revestida de imperatividade, e é exercida por agente imparcial.
b) As decisões dos órgãos jurisdicionais têm aptidão para se tornarem indiscutíveis, mas são passíveis de revisão pelas demais funções estatais.
c) Embora dotada de imperatividade, a jurisdição não é o único meio de solução de conflitos reconhecido pelo Estado, podendo o jurisdicionado optar por outros meios, como, por exemplo, a autocomposição.
d) Embora as formas de atuação da jurisdição possam ser divididas, como função exercida pelo Poder Judiciário a jurisdição é una.
e) Pelo princípio da inércia, em regra a jurisdição deverá ser provocada. Depois de instaurada a demanda, o processo se desenvolve por impulso oficial.

A

letra b.
a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa reproduz corretamente a noção teórica da característica da definitividade. Ademais, como decorrência de outras carac-
terísticas, como a da substitutividade, o juiz deve ser imparcial.
b) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa afronta a noção de impe-
ratividade, que é uma das características essenciais da função jurisdicional: outros órgão não podem negar força às decisões judiciais.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa é correta pelo fato de não ignorar a autocomposição, que é uma forma de tutela jurídica não jurisdicional, ao lado das ferramentas alternativas de solução de conflitos, como a arbitragem.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa está correta: a função jurisdicional pode ser exercida de forma dividida em variados ramos (Justiça Estadual, Federal, do Trabalho etc.). De qualquer forma, a função jurisdicional pertence a uma única fonte imperativa: o Estado (República Federativa do Brasil).
e) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta alternativa reproduz de forma perfeita a característica da inércia, corroborada pela norma principiológica do art. 2º do CPC.

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4
Q

Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, em nenhuma hipótese.

A

Errada.
Conforme o art. 18, caput, “Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico”. Portanto, há possibilidade de exceções no sentido de que o pleito de direito alheio em nome próprio será possível.

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5
Q

A possibilidade jurídica da ação é uma das condições preliminares a serem observadas no atual CPC por ocasião da prestação jurisdicional, até mesmo de ofício.

A

Errada.
Conforme o art. 17, “Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade”. A possibilidade jurídica do pedido não é mais uma condição da ação, no Novo CPC.

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6
Q

É admissível a ação meramente declaratória, salvo se houver ocorrido a violação do direito.

A

Errada.

Conforme o art. 20, “É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito”.

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7
Q

A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.

A

Certa. Trata-se da correta regra literal do art. 24, caput, do CPC.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.

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8
Q

Compete à autoridade judiciária brasileira, em qualquer hipótese, o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, por sua ineficácia.

A

Errada. Conforme o art. 25, caput, do CPC, “Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação”.

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9
Q

a jurisdição é invariavelmente uma atividade estatal a cargo do Poder Judiciário.

A

Errada.
Esta alternativa levou em conta a possibilidade de exercício de atividade jurisdicional por outros poderes, de forma atípica ou excepcional, como no caso de julgamento de processo de impeachment pelo Poder Legislativo. Portanto, a atividade de “dizer o direito” não é invariavelmente pertencente ao Judiciário: ela pode ser exercida mediante outras óticas por outros Poderes.

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10
Q

o escopo social da jurisdição é a pacificação mediante a eliminação dos conflitos.

A

Certa. A eliminação/redução de conflitos é a causa da pacificação social, e o atingimento desta causa necessita da atividade jurisdicional (aplicação do direito ao caso concreto, evitando-se conflitos de homem a homem, como num estado de barbárie).

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11
Q

a respeito da jurisdição:

Seu escopo jurídico abrange a descoberta da verdade e a formação da coisa julgada material

A

Errada.
A descoberta da verdade não se insere como escopo (elementar) da jurisdição. Tal descoberta pode, ou não ocorrer no campo das provas apresentadas, mas é perfeitamente possível o exercício de jurisdição sem a efetiva descoberta da verdade real. Esta é, até mesmo, a regra geral na prática processual. Ademais, também é possível o exercício de jurisdição sem formação de coisa julgada material. Utilizemos o exemplo da jurisdição voluntária: ela não forma coisa julgada material, mas, somente, coisa julgada formal.

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12
Q

sobre a jurisdição:

Ela é sempre uma atividade voltada à atuação do direito objetivo em concreto.

A

Errada.
Nem sempre o exercício da jurisdição será pautado na aplicação da lei ao caso concreto. É muito frequente – e até incentivada pelo CPC – a realização de conciliações em processos. Veja: havendo conciliação, o direito objetivo (abstrato) não será imposto às partes por um agente investido de jurisdição (juiz). Esta situação já é suficiente para desconstituirmos a credibilidade do advérbio “sempre”, desta alternativa.

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13
Q

Na jurisdição voluntária não há lide: trata-se de uma forma de a administração pública participar de interesses privados.

A

certo
Trata-se da característica basilar e principal da jurisdição voluntária: o interesse das partes é privado e comum a ambas, e o Poder Judiciário atua de forma essencialmente administrativa, limitando-se à homologação do pactuado.

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14
Q

De acordo com o Código de Processo Civil, reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir.

A

errado.

O art. 55 dispõe: “Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir”.

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15
Q

Entre os princípios que regem a jurisdição, o da investidura é aquele que determina que o juiz exerça a atividade judicante dentro de um limite espacial sujeito à soberania do Estado.

A

errado.
o princípio da investidura determina que o agente estatal aplicador da atividade jurisdicional deve cumprir todos os requisitos legais e constitucionais para investir-se no cargo: aprovação em concurso público para juízes de carreira, idade e tempo de atividade profissional para membros do quinto constitucional etc.

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16
Q

Ao tratar dos limites da jurisdição nacional, o CPC determina que a justiça brasileira possui competência concorrente para conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil.

A

errado
Ações relativas a imóveis situados no Brasil são de competência exclusiva dos órgãos judiciários brasileiros, com exclusão de qualquer outro (art. 23, inciso I, CPC).

17
Q

A jurisdição é divisível

A

errado.
Uma das características da jurisdição é a indivisibilidade: somente o Estado pode exercê-la, por meio de seus órgãos judiciários (Poder Judiciário), e ninguém mais. Na verdade, a possibilidade de divisão refere-se à competência: os órgãos integrantes do Judiciário repartem (dividem) as competências, mas não a jurisdição.

18
Q

Jurisdição consiste na função estatal de compor litígios e de declarar e realizar o direito.

A

certo

19
Q

São inerentes à jurisdição os princípios do juiz natural, da improrrogabilidade e da indelegabilidade.

A

certo

20
Q

Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil.

A

certo.
rt. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:

I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;

21
Q

Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação.

A

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:

II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;

22
Q

Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.

A

certo.

Trata-se da regra estabelecida no art. 21, inciso III, do CPC.

23
Q

Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil. Se o réu for pessoa jurídica estrangeira, ele será considerado domiciliado no Brasil se, neste país, tiver sua sede principal.

A

errado.
O único erro do item está no requisito para que a pessoa jurídica estrangeira se considere domiciliada no Brasil. Conforme o art. 21, parágrafo único, “considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.”. O primeiro período do item, sobre a competência, está correto (art. 21, inciso I, CPC).

24
Q

A cooperação jurídica internacional somente é possível sob a vigência de tratado assinado pelo Brasil.

A

Errada. O art. 26, § 1º, dispõe que “na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática”

25
Q

I – A competência em razão da matéria é derrogável pela vontade das partes. II. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
III – Para se postular em juízo é necessário que se tenha interesse, legitimidade e que o pedido seja juridicamente possível.
IV – É possível ter capacidade de ser parte e não ter capacidade processual.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II, III e IV.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, III e IV, apenas.

A

letra b
I – Errado. Tal espécie de competência é inderrogável (art. 62 do CPC).
II – Certo. É a regra do art. 55, § 1º.
III – Errado. De acordo com o art. 17, “para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade”. A possibilidade jurídica do pedido não é mais uma condição da ação.
IV – Certo. A capacidade processual é a possibilidade de defender o próprio direito em juízo, sem necessidade de representação/assistência. A capacidade de ser parte é tida por qualquer sujeito, que pode precisar, ou não, de representação/assistência. Logo, se um sujeito não precisar de representação/assistência, ele terá a capacidade de ser parte, mas não a capacidade processual

26
Q

Na legitimidade das partes, pode-se afirmar que a dívida do sócio, por exemplo, não pode ser cobrada da sociedade e vice-versa, hipóteses em que se dá a ilegitimidade passiva para a causa.

A

certo.
Quando um réu é cobrado por pretensão cuja satisfação não seja de sua responsabilidade, ele será parte ilegítima; logo, haverá ilegitimidade passiva.

27
Q

A Associação “X”, constituída em 1999 com a única finalidade de tutela coletiva dos direitos dos consumidores, ingressou com ação civil pública ambiental em face do Município “Y”, pretendendo impedir a continuidade de obras de alargamento de um logradouro, sob alegação de que a ampliação poderia causar dano ao meio ambiente. O magistrado, embora reconhecendo o atendimento do requisito da pré-constituição, considerou ausente a pertinência temática para a propositura da demanda. Nesse caso, o processo deve ser extinto, sem resolução do mérito,

a) por ausência de possibilidade jurídica do pedido.
b) por falta de interesse processual.
c) por ausência de legitimidade ativa.
d) por ausência de pressuposto processual.
e) por falta de capacidade jurídica.

A

letra c
A associação é legitimada a ajuizar ações para representar os interesses da classe abrangida por suas atribuições institucionais. Logo, se a associação é incumbida de representar consumidores, ela não terá legitimidade (ativa) para ajuizar ação em defesa do meio ambiente. Trata-
-se de direito alheio, que não pode ser tutelado por associação de outro ramo de representação jurídica. Aplica-se a regra do art. 18, caput: “Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico

28
Q

Em regra, pessoas físicas e jurídicas possuem capacidade de serem partes em processo, mas não as pessoas formais, tais como a massa falida, o condomínio edilício e o espólio, por serem entes despersonalizados.

A

errado.
A massa falida, o condomínio edilício e o espólio possuem, sim, capacidade de serem partes, pois o art. 75 do CPC trata de elencar quem são seus representantes em juízo (incisos V, VII e XI).

29
Q

As pessoas incapazes de modo absoluto e aquelas que o sejam de modo relativo não possuem capacidade para estar em juízo, razão pela qual precisam ser, respectivamente, assistidas e representadas.

A

Errada. Capacidade de estar em juízo (ser parte) é tida por todo sujeito, ainda que incapaz, absoluta ou relativamente.

30
Q

Embora o advogado possua capacidade postulatória plena, a parte poderá atuar nos autos sem advogado em casos como nos juizados especiais cíveis em causas de primeira instância cujo valor seja de até vinte salários mínimos.

A

Certa. De fato, tal situação é um exemplo em que uma pessoa poderá postular sem advogado (art. 9º da Lei n. 9.099/1995).

31
Q

Os magistrados podem ter duas extensões de parcialidade: a suspeição, que é fruto de uma presunção absoluta; e o impedimento, que decorre de uma presunção relativa.

A

Errada. É o contrário: a suspeição importa presunção relativa de parcialidade, e o impedimento, absoluta.

32
Q

São condições genéricas para o regular exercício da ação:

a) partes capazes e demanda regularmente formulada.
b) pedido e causa de pedir.
c) legitimidade ad causam e interesse de agir.
d) juízo competente e capacidade postulatória.
e) capacidade para estar em juízo e representação processual.

A

São as condições genéricas instituídas pelo art. 17 do CPC.

Letra c.