INTRODUÇÃO Flashcards

1
Q

Qual o tamanho longitudinal e peso aproximado de um rim adulto normal?

A

Um rim adulto normal tem aproximadamente 11-12cm em tamanho longitudinal e pesa em torno de 150g

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2
Q

O que é o parênquima renal e em quantas camadas é dividido? Quais são as camadas?

A

O parênquima renal é o tecido renal propriamente dito, que é dividido em duas camadas visivelmente distintas: a medula, mais interna, e o córtex, mais externo

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3
Q

O que reveste o contorno externo dos rins?

A

Revestindo o contorno externo dos rins, existe a cápsula renal, que é uma membrana de tecido conjuntivo. Ao redor da cápsula renal, existe a gordura perirrenal, chamada de Fáscia de Gerota

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4
Q

O que é o Hilo renal?

A

Hilo renal é o nome que se dá à região central da borda côncava do rim, onde chegam os vasos e nervos que suprem o órgão

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5
Q

Qual a estrutura microscópica principal encontrada no córtex renal? Qual função renal ocorre nessa estrutura e então no córtex renal?

A

O córtex renal contém os glomérulos e por isso são responsáveis por depurar o sangue que chega aos rins e dar início à formação do filtrado, que é o precursor da urina

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6
Q

Qual a espessura do córtex renal?

A

O córtex renal é uma camada externa fina, tendo em torno de 1cm de espessura

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7
Q

Que estruturas funcionais estão presentes na região medular do rim e como elas se organizam?

A

A região medular é composta macroscopicamente por 10 a 18 estruturas chamadas de Pirâmides de Malpighi. Essas estruturas fazem limite em sua base com o córtex renal, enquanto seus vértices formam saliências junto aos cálices renais menores, que seguem as pirâmides. Ao lado das pirâmides existem projeções do córtex renal chamadas de Colunas de Bertin. Essas saliências entre as Pirâmides de Malpighi e os cálices menores são chamadas de Papilas renais, e cada papila possui 10 a 25 aberturas na região distal que deságuam em um cálice menor. Normalmente, a partir de 3 ou 4 cálices menores se forma um cálice maior e, a partir de 2 ou 3 cálices maiores, normalmente se forma uma estrutura chamada de Pelve renal

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8
Q

Qual o caminho da urina entre as estruturas macroscópicas da medula e do córtex renal?

A

A urina produzida no córtex renal é conduzida aos túbulos coletores, que atravessam as Pirâmides de Malpighi e deságuam a urina pelos ductos de Bellini das papilas no sistema calicial. A partir dos cálices menores, a urina é conduzida aos cálices maiores e então à Pelve renal, de onde chega ao Ureter

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9
Q

O que são os lobos renais e que estruturas os formam?

A

Os lobos renais são estruturas que consistem em uma Pirâmide de Malpighi e sua área cortical adjacente. Dessa forma, o rim pode ser dividido em lobos, existindo em torno de 10-18 deles por rim e, na área cortical de cada lobo, estão contidos cerca de 160 mil néfrons. Todas as estruturas dos néfrons estão presentes então em cada lobo

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10
Q

O que é o Néfron e quais estruturas o compõem?

A

O Néfron é a unidade funcional dos rins, sendo composto pelo Corpúsculo de Malpighi, pelos túbulos contorcidos proximal e distal, pela alça de Henle e pelo túbulo coletor

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11
Q

Quais processos renais ocorrem nos Néfrons?

A

Os néfrons são responsáveis pelos dois processos principais da gênese da urina, que são a produção do filtrado glomerular nos corpúsculos de Malpighi e o processamento desse filtrado no sistema tubular

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12
Q

Qual a sequência de estruturas do Néfron? Quais estruturas são medulares e quais são corticais?

A

Os néfrons são formados inicialmente pelo corpúsculo de Malpighi, que deságua a urina no túbulo contorcido proximal, sendo essas duas estruturas localizadas totalmente no córtex renal. O túbulo contorcido proximal então dá origem à Alça de Henle, que mergulha na medula renal e está totalmente nessa camada do rim. Então, a Alça de Henle se dirige de volta ao córtex renal e dá origem ao túbulo contorcido distal, que está totalmente no córtex e dá origem ao túbulo coletor ainda nessa camada. O túbulo coletor então mergulha na medula renal, tendo sua porção proximal no córtex mas sua maior parte na medula

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13
Q

Que estruturas formam o corpúsculo de Malpighi?

A

O corpúsculo de Malpighi é formado pelo tufo glomerular e pela cápsula de Bowman que o recobre

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14
Q

Como é o caminho da estrutura vascular que forma os glomérulos?

A

A artéria renal entra no parênquima renal pelo Hilo renal. A partir disso, essa artéria se ramifica em vários vasos no seu caminho até o córtex. Já no córtex, surgem ramos muito importantes, que recebem o nome de arteríola aferente. Dessas arteríolas aferentes, é formada uma rede de alças capilares que se enovela para então formar uma estrutura arredondada, chamada de glomérulo. Após se enovelarem, essas alças capilares dão origem a outro vaso, a arteríola eferente, que forma a via de saída dos glomérulos

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15
Q

Qual tipo de sangue, arterial ou venoso, circula nos glomérulos?

A

Arterial

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16
Q

Como é controlada a pressão hidrostática nos glomérulos e por que? Qual a consequência prática disso?

A

A pressão hidrostática nos glomérulos é controlada pelas arteríolas eferentes, já que essas possuem maior quantidade de músculo liso e o músculo liso é capaz de contrair ou dilatar de acordo com estímulos. Portanto, quanto maior for a contração das arteríolas eferentes, maior será a pressão hidrostática nos glomérulos e maior quantidade de filtrado será formada

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17
Q

O que são as alças de capilares do glomérulo renal e como é sua estrutura?

A

Os capilares sanguíneos se organizam em alças nos glomérulos. Essas alças nada mais são que a união de alguns capilares dentro de uma membrana basal, que é a estrutura que delimita as alças. Além disso, há um tecido conjuntivo de sustentação (matriz) que compõe a parte interna das alças e preenche o espaço entre os capilares. Essa matriz recebe o nome de mesângio e é formada pelas células mesangiais. Uma vez que o endotélio dos capilares é fenestrado, o sangue que chega a eles extravasa para esse mesângio, ficando envolvido pela membrana basal da alça

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18
Q

Como é a estrutura da cápsula de Bowman?

A

A cápsula de Bowman, que reveste o glomérulo, é formada por dois folhetos, um parietal mais externo e um visceral mais interno. Enquanto o parietal é formado por epitélio pavimentoso simples aderido a uma membrana basal, estando inflado e delimitando o corpúsculo externamente; o visceral não possui uma camada contínua de células e é formado por podócitos que ficam junto às alças capilares. Entre os dois folhetos está o espaço capsular, onde o filtrado produzido pelo glomérulo escoa antes de ir aos túbulos contorcidos proximais

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19
Q

Como o folheto visceral da cápsula de Bowman se relaciona com as alças capilares do glomérulo?

A

O folheto visceral da cápsula de Bowman é formado por podócitos, que são células especiais que emitem prolongamentos primários radiais, de onde então se originam os prolongamentos secundários, que abraçam as alças capilares. Entretanto, como esses prolongamentos não formam uma estrutura contínua, restam espaços entre eles que são chamados de fendas de filtração, onde as alças não estão recobertas pelos podócitos

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20
Q

Como é a estrutura de barreiras ao sangue que existe entre os capilares e o folheto visceral da cápsula de Bowman?

A

Como o endotélio dos capilares é fenestrado, o sangue que chega a eles extravasa para o interior das alças capilares, onde fica contido pela membrana basal da alça. Entretanto, ao passar por essa membrana basal, também não há total contenção por parte do folheto visceral, uma vez que existem as fendas de filtração entre os prolongamentos desse folheto

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21
Q

Quais são as funções do mesângio?

A

As principais funções da matriz mesangial são a sustentação dos capilares e a de eliminar resíduos que podem ficar aprisionados no processo de filtração

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22
Q

Como é formado e o que é o aparelho justaglomerular?

A

O aparelho justaglomerular é formado pelas células justaglomerulares da arteríola aferente e a mácula densa do túbulo contorcido distal do mesmo néfron. A partir de uma modificação na arteríola aferente em um certo ponto antes da sua capilarização, sua camada média passa a apresentar as células justaglomerulares. Já o túbulo contorcido distal, no seu trajeto em direção à periferia, se une à arteríola aferente exatamente nesse ponto das células justaglomerulares. Nesse ponto, a parede do túbulo distal sofre uma modificação e forma uma estrutura chamada de mácula densa. O aparelho justaglomerular é então a estrutura formada por essa união

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23
Q

Qual a função do aparelho justaglomerular?

A

O aparelho justaglomerular, formado pela união das células justaglomerulares da arteríola aferente e a mácula densa do túbulo contorcido distal, permite que haja um meio de comunicação entre o fluido tubular e arteríola aferente. Assim, essa estrutura é essencial para que ocorra o feedback tubuloglomerular, capaz de regular a filtração glomerular

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24
Q

Como se estrutura a vascularização renal até chegar aos glomérulos?

A

Cada rim recebe uma artéria renal, que se ramifica no hilo antes de penetrar o parênquima. Esses ramos dão origem então às artérias interlobares, que percorrem o espaço entre os lobos renais junto às Pirâmides de Malpighi. Ao chegar na base dessas pirâmides, essas artérias dão origem às artérias arciformes, que percorrem a divisão entre o córtex e a medula de forma paralela à cápsula renal. A partir das arciformes, se originam as artérias interlobulares, que percorrem então, em direção à periferia, toda a espessura do córtex de forma perpendicular à cápsula renal. É das artérias interlobulares que surgem as arteríolas aferentes, que se ramificam nas alças capilares que formam o glomérulo

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25
Q

Como se estrutura a vascularização renal após o glomérulo?

A

A estrutura do glomérulo fica interposta no sistema vascular periférico do rim, entre as arteríolas aferente e eferente. Após se enovelarem para formar o glomérulo, as alças capilares dão origem à arteríola eferente, que por sua vez forma os vasos peritubulares e os vasos retos, que então se dirigem em direção à papila renal, de forma perpendicular à cápsula renal, ao longo da medula

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26
Q

Qual vaso é responsável por nutrir o parênquima do córtex renal?

A

O parênquima do córtex renal é nutrido pelas arteríolas eferentes

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27
Q

Qual a função dos vasos peritubulares e de onde eles se originam?

A

Os vasos peritubulares se originam da arteríola eferente e são responsáveis pela reabsorção tubular

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28
Q

Como é a vascularização da medula renal e que consequências práticas isso gera?

A

A vascularização da medula renal é muito escassa, realizada apenas pelos vasos retos originados das arteríolas eferentes. Dessa forma, a medula se torna uma região sensível a fatores que diminuam a perfusão. Ainda, a papila renal, por ser o ponto medular mais distante da origem desses vasos, acaba por ser o ponto mais sensível, o que explica a ocorrência comum da necrose de papila renal

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29
Q

Que região do rim é mais prejudicada na anemia falciforme?

A

A anemia falciforme é uma doença onde ocorre o afoiçamento das hemácias e prejuízo à circulação. Dessa forma, como a medula é a região de circulação mais sensível, acaba por ser a mais prejudicada

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30
Q

O que é a Taxa de Filtração Glomerular? Qual a importância desse cálculo?

A

A taxa de filtração glomerular (TFG) nada mais é que o volume de filtrado glomerular, em ml, que o rim é capaz de produzir em um minuto. É a partir da TFG que se quantifica a função renal, que é proporcional à filtração glomerular

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31
Q

Qual a TFG normal e o que isso representa em um dia?

A

A TFG normal é de 80 a 120 ml/min, o que equivale a 120-180 L/dia (média de 140L/dia)

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32
Q

O que é a reabsorção tubular e qual a sua importância?

A

A reabsorção tubular é o processo pelo qual a água, eletrólitos e algumas substâncias passam dos túbulos de volta para o plasma. É a partir da reabsorção tubular que os rins processam e elaboram a urina, eliminando a quantidade exata e correta de água, eletrólitos e demais substâncias. Assim, a reabsorção tubular é essencial para a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico

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33
Q

Como são as células responsáveis pela reabsorção tubular?

A

Nos túbulos, existem células epiteliais altamente especializadas que são encarregadas de selecionar a reabsorção de cada eletrólito ou substância e diferem entre si de acordo com o segmento tubular especifico onde estão localizadas

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34
Q

Qual parcela do filtrado glomerular é reabsorvido nos túbulos?

A

Dos aproximadamente 140L/dia formados na filtração glomerular, em torno de 1-3L/dia chega aos cálices renais, enquanto o resto é reabsorvido. Ocorre então a reabsorção tubular de cerca de 99% do filtrado

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35
Q

O que é a secreção tubular e qual a importância desse processo?

A

Além da filtração e da reabsorção, a formação da urina é completada pela secreção tubular. Nesse processo, eletrólitos como H+ e potássio (K+) e substâncias como o ácido úrico passam diretamente dos capilares peritubulares para o lúmen tubular. Esse transporte é feito por carreadores específicos que existem nas células dos túbulos e é essencial para que haja a depuração desses elementos, uma vez que ocorreria acúmulo dos mesmos sem a secreção.

36
Q

Qual pressão favorece a filtração glomerular e contra quais pressões esta atua?

A

A pressão hidrostática capilar favorece a formação do filtrado glomerular e atua em oposição às pressões oncótica do plasma, hidrostática tubular e à pressão intersticial do rim que reflete na cápsula de Bowman

37
Q

Que mecanismos de defesa às variações pressóricas o rim apresenta e qual a função deles?

A

O rim possui os mecanismos de autorregulação da TFG e de autorregulação do fluxo sanguíneo renal, que permitem que sempre haja uma pressão, TFG e fluxo constantes nos capilares dos glomérulos

38
Q

O que poderia acontecer em casos de variações pressóricas nos rins?

A

A pressão, TFG e fluxo nos capilares glomerulares são constantes em condições normais. Em caso de aumento constante da pressão glomerular, ocorreria danos às alças capilares. Já em casos de hipotensão arterial severa, com níveis pressóricos glomerulares diminuídos, seria mais difícil ocorrer a filtração glomerular, o que poderia levar a insuficiência renal

39
Q

Qual fator determina a pressão de perfusão renal?

A

A pressão arterial sistêmica

40
Q

Qual vaso é responsável por controlar a pressão hidrostática capilar dos glomérulos?

A

A arteríola eferente

41
Q

Qual vaso é responsável por manter o fluxo sanguíneo glomerular constante?

A

A arteríola aferente

42
Q

Qual fator é o principal determinante da resistência vascular renal?

A

A adaptação do tônus do músculo liso presente na arteríola aferente

43
Q

Como a arteríola aferente mantem o fluxo sanguíneo nos capilares glomerulares constante?

A

Através de receptores de estiramento nos miócitos do seu endotélio. Em condições de aumento da pressão, esses receptores são muito distendidos e reagem realizando contração muscular, o que leva à vasoconstrição. Já em condições de menor pressão não há muita tensão sobre eles, e eles reagem com relaxamento muscular, levando à vasodilatação. Entretanto, é necessário que haja também a liberação intrarrenal de vasodilatadores endógenos como prostaglandinas (PGE2), cininas e óxido nítrico para ocorrer o processo de vasodilatação.

44
Q

Em que faixa de variação pressórica a arteríola aferente é capaz de manter o fluxo glomerular constante? O que ocorre fora dessa faixa?

A

A arteríola aferente é capaz de manter, através da adaptação do tônus do seu endotélio, o fluxo sanguíneo renal constante. Isso ocorre para variações de pressão arterial entre 80 e 200mmHg de PAM, já que em valores abaixo de 70-80mmHg o vaso já terá realizado o máximo de vasodilatação e acima de 200mmHg já haverá feito o máximo de vasoconstrição. Dessa forma, quando a PAM está fora dessa faixa ocorre redução ou aumento do fluxo sanguíneo renal, que deixa de ser constante

45
Q

Quais são os mecanismos de autorregulação da TFG?

A

Existem 4 principais mecanismos de autorregulação da TFG, que são: vasoconstrição da arteríola eferente, vasodilatação da arteríola aferente, feedback tubuloglomerular e retenção hidrossalina e natriurese

46
Q

Que fator orienta primariamente os mecanismos de autorregulação da TFG?

A

Os mecanismos de autorregulação da TFG são orientados primariamente pelo fluxo sanguíneo renal. Uma vez que esse fluxo estiver baixo, os mecanismos irão agir no sentido de aumentá-lo, e vice-versa

47
Q

Como ocorrem os mecanismos de autorregulação da TFG sob estímulo de baixo fluxo sanguíneo renal?

A

Em condições de baixo fluxo, as células justaglomerulares (CJG) são estimuladas a produzirem Renina. A Renina atua então estimulando a formação de Angiotensina 1, que sob efeito da ECA se converte em Angiotensina 2. A Angiotensina 2 atua sobre a arteríola eferente, promovendo sua vasoconstrição, que é um dos 4 mecanismos, e aumentando assim o fluxo. Além dessa cascata, condições de baixo fluxo também fazem com que menos NaCl chegue ao TCD, na mácula densa. Com menos NaCl chegando, menos Cl- é reabsorvido na mácula densa e assim é ativado o feedback tubuloglomerular no AJG, que nada mais é a ação das CJG no sentido de promover a vasodilatação da arteríola aferente e assim aumentar o fluxo. Ainda, o baixo fluxo por si só gera estímulos para a vasodilatação da arteríola aferente, que também é um dos mecanismos. Por fim, a maior formação de Angiotensina 2 nas situações de baixo fluxo estimula a formação de Aldosterona nas suprarrenais, que por sua vez é um hormônio que atua nos túbulos renais promovendo a reabsorção de sódio e H2O. Com a maior retenção hidrossalina, aumenta-se a volemia e então o fluxo renal

48
Q

Como ocorrem os mecanismos de autorregulação da TFG sob estímulo de alto fluxo sanguíneo renal?

A

O alto fluxo sanguíneo renal tem efeito basicamente inverso ao baixo fluxo, ou seja, não haverá estímulo para vasodilatação da arteríola aferente e também não haverá estímulo para maior produção de Renina, inativando o sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona. Com o SRAA inativado, não haverá estímulo para vasoconstrição da arteríola eferente e haverá menor retenção hidrossalina, o que reduz a volemia e então o fluxo. Ainda, haverá maior chegada de NaCl na mácula densa e então maior reabsorção de Cl-. Nesse estado, o feedback tubuloglomerular além de não promover a vasodilatação aferente, ainda estimula a Adenosina, que promove a vasoconstrição da arteríola aferente, reduzindo o fluxo. Por fim, em estados de alto fluxo ocorre maior liberação do Peptídeo Natriurético Atrial, que estimula a natriurese e então reduz a volemia e o fluxo sanguíneo renal

49
Q

Qual a parcela de importância do Túbulo Contorcido Proximal (TCP) para a reabsorção?

A

O TCP é onde ocorre a maior parte da reabsorção do fluido tubular, com seus eletrólitos e substâncias como glicose e aminoácidos. Ele é responsável por aproximadamente 65% ou ⅔ da reabsorção, o que equivale a cerca de 90L/dia

50
Q

O que é o balanço tubuloglomerular e qual a sua função?

A

O balanço tubuloglomerular é o mecanismo pelo qual a filtração e a reabsorção no TCP se ajustam. Assim, quanto mais fluido é filtrado, mais fluido é reabsorvido pelo TCP e a parcela de reabsorção que ocorre nesse túbulo em relação à TFG se mantém constante

51
Q

Que fatores podem alterar o balanço tubuloglomerular?

A

Hormônios como as catecolaminas e a angiotensina 2 podem alterar o balanço tubuloglomerular, aumentando a proporção de sódio e líquido reabsorvidos no TCP

52
Q

Qual o principal eletrólito reabsorvido no sistema tubular?

A

O Sódio

53
Q

Que fator determina de forma direta ou indireta a reabsorção da maioria dos eletrólitos e substâncias no sistema tubular?

A

A reabsorção de sódio

54
Q

O que é reabsorvido no TCP?

A

No TCP ocorre a maior parcela da reabsorção, equivalente a 2/3 do total. Nesse processo, são reabsorvidos o sódio, potássio, cloreto, bicarbonato, glicose, aminoácidos, ácido úrico, fosfato e proteínas de tamanho pequeno

55
Q

Como ocorre a reabsorção dos eletrólitos no TCP?

A

Existem 4 eletrólitos que são reabsorvidos no TCP:

Sódio-> É reabsorvido de forma ativa da célula tubular para o vaso peritubular num processo realizado pelas Na+-K+-ATPase, presentes na membrana basolateral das células tubulares. Dessa forma, uma molécula de K+ entra na célula tubular quando uma de Na+ vai ao vaso peritubular, deixando um gradiente favorável à entrada de Na+ nas células tubulares. O Na+ do lúmen tubular é então difundido para a célula tubular enquanto um H+ é mandado da célula para o lúmen
Bicarbonato-> É o ânion reabsorvido na primeira porção do TCP. Como a célula tubular não possui carreador para esse íon, ele se une ao H+ secretado no lúmen na troca com o Na+, para então formar H2CO3 e depois CO2 e H2O, numa reação catalisada pela enzima anidrase carbônica luminal. O CO2 é então transportado para a célula tubular, onde também se une a H2O para formar H2CO3 e depois HCO3- e H+, o que é catalisado pela anidrase carbônica intracelular
Cloreto-> É o ânion reabsorvido na segunda porção do TCP. Isso ocorre através do ácido fórmico da célula tubular, que se dissocia em formato e H+. Enquanto o H+ é trocado, indo da célula para o lúmen, com o Na+ que sai do lúmen para a célula, o formato vai ao lúmen através do trocador formato-cloreto, que transporta nesse processo um cloreto do lúmen para a célula. O H+ e o formato então se unem no lúmen e se difundem de volta para a célula tubular. Já o cloreto vai da célula ao vaso peritubular pelo cotransportador K+/Cl- presente na membrana basolateral
Potássio-> O potássio é transportado da célula tubular ao vaso peritubular pelo cotransportador K+/Cl-. Entretanto, é também transportado do vaso peritubular à célula tubular pela Na+-K+-ATPase. Contudo, quase todo o K+ reabsorvido pelo TCP é transportado no processo de convecção ou Solvent Drag, onde a passagem da água pelos espaços intercelulares leva consigo os eletrólitos

56
Q

Como a água é reabsorvida no TCP?

A

A água é reabsorvida no TCP por osmose. Dessa forma, cada molécula de soluto que é reabsorvida, favorece a reabsorção também de uma molécula de H2O, mantendo a osmolaridade luminal intacta e semelhante à osmolaridade do plasma (290mOsm/L)

57
Q

O que é o solvent drag e qual sua importância?

A

Solvent drag ou convecção é o nome que se dá ao fenômeno onde a passagem da água por osmose pelos meios intercelulares leva consigo outros eletrólitos. É a partir desse fenômeno que parte do sódio, parte do cloreto e quase todo o potássio são reabsorvidos no TCP

58
Q

Quais ânions são reabsorvidos no TCP e em que região do túbulo cada um deles é transportado? Qual fator determina a reabsorção desses íons?

A

Os ânions cloreto e bicarbonato são reabsorvidos no TCP em resposta à reabsorção do Na+. Enquanto o bicarbonato é o ânion reabsorvido na primeira porção do TCP, o cloreto é o que tem reabsorção na segunda porção do túbulo

59
Q

Quais substâncias são reabsorvidas no TCP e como isso ocorre?

A

Substâncias como glicose, fosfato, ácido úrico, aminoácidos e proteínas de tamanho pequeno são reabsorvidos no TCP. Enquanto as proteínas são reabsorvidas por endocitose, os demais são reabsorvidos normalmente em cotransporte com o Na+, através de carreadores duplos na membrana luminal

60
Q

Que substâncias são secretadas pelo TCP?

A

O TCP é responsável por secretar uma série de substâncias como Ácido Úrico, Creatinina e medicamentos como Penicilinas, Cefalosporinas e Cimetidina

61
Q

Como ocorre a secreção de substâncias pelo TCP?

A

O TCP secreta substâncias através de seus carreadores, que são presentes em dois tipos, catiônicos e aniônicos. Como as substâncias ácidas se transformam em ânions ao liberar H+, são secretadas pelos carreadores aniônicos. Já as substâncias básicas se transformam em cátions ao se ligar ao H+ e liberar OH-, sendo por isso secretadas pelos carreadores catiônicos. Assim, substâncias como ácido úrico, penicilinas e cefalosporinas são secretadas pelos carreadores aniônicos, enquanto outras como creatinina e cimetidina são secretadas pelos carreadores catiônicos

62
Q

Qual a função principal da Alça de Henle?

A

A alça de Henle tem como função principal o controle da osmolaridade urinária

63
Q

A partir de que mecanismo a alça de Henle processa os eletrólitos?

A

A alça de Henle processa os eletrólitos a partir do mecanismo de contracorrente

64
Q

Como funciona o mecanismo de contracorrente? Em que segmento do sistema tubular ele ocorre?

A

O mecanismo de contracorrente ocorre na alça de Henle. Esse segmento do tubulo está localizado na medula renal, havendo uma porção descendente e uma em seguida ascendente. A porção descendente é impermeável aos solutos, mas permeável à água, promovendo o aumento da tonicidade (e da osmolaridade) da urina. Já a porção ascendente é impermeável à água e possui Na+-K+-ATPase na membrana basolateral da célula tubular, que gera ativamente um gradiente favorável à entrada de Na+ na célula tubular. Ainda, há nessa porção ascendente o cotransportador Na+-K+-2Cl-, que de forma associada ao gradiente facilitado, faz o transporte de Na+ do lúmen para a célula, junto de uma molécula de K+ e duas de Cl-. Dessa forma, ocorre na porção ascendente a saída de soluto do lúmen e assim a urina se torna, nessa porção final da alça de Henle, hipoosmolar, com um interstício hiperosmolar

65
Q

Como está a osmolaridade da urina e do interstício após a passagem pela alça de Henle?

A

Após a passagem pela alça de Henle, a urina estará hipoosmolar e o interstício estará hiperosmolar

66
Q

Qual parcela de sódio é reabsorvida pela alça de Henle?

A

Na alça de Henle ocorre a reabsorção de 25% do sódio filtrado

67
Q

Quais as funções principais do Túbulo Contorcido Distal?

A

1-> Reabsorção de sódio pelo carreador NaCl
2-> É o principal sítio de regulação da reabsorção de cálcio, sob ação do PTH
3-> A mácula densa, que compõe o aparelho justaglomerular, faz parte do TCD

68
Q

Qual parcela de sódio e líquidos é reabsorvida no TCD?

A

No TCD é reabsorvido 5% do sódio e líquido filtrados

69
Q

Como o Sódio é reabsorvido no TCD?

A

Através de carreadores NaCl

70
Q

Que medicamentos podem atuar nos carreadores NaCl do TCD?

A

Os tiazídicos são diuréticos que podem inibir os carreadores NaCl do TCD e assim reduzir a reabsorção de Na, aumentando a diurese

71
Q

Qual hormônio estimula a reabsorção de cálcio no TCD?

A

Paratormônio

72
Q

O que é o Néfron distal?

A

O néfron distal corresponde ao segmento tubular do TCD e do túbulo coletor, juntos

73
Q

Qual hormônio é capaz de estimular o TC cortical?

A

Aldosterona

74
Q

Quais são os efeitos principais da atuação da Aldosterona no rim? Em que segmento tubular esse hormônio atua?

A

O túbulo coletor cortical é o segmento tubular do néfron que responde à Aldosterona. Esse hormônio promove, nesse sítio, a reabsorção de Na+ e secreção de K+ e H+

75
Q

Qual parcela de sódio e líquidos é reabsorvida no TC? E no néfron distal?

A

O TC é responsável pela reabsorção de 5% do sódio e líquido filtrados, totalizando 10% para o néfron distal

76
Q

Qual a importância do néfron distal para o rim uma vez que há reabsorção de pequena parcela de sódio e líquidos?

A

O néfron distal é responsável pelos ajustes finos dos processos de reabsorção e secreção tubular, respondendo a vários dos hormônios reguladores do equilíbrio hidroeletrolítico

77
Q

Como se chamam as células responsivas à Aldosterona no Túbulo coletor cortical?

A

Células principais

78
Q

Como ocorre a reabsorção de Na+ no Túbulo coletor?

A

As células principais do túbulo coletor cortical respondem à Aldosterona. Ainda, há outro tipo de células envolvidas na reabsorção de Na+, as células intercaladas. A aldosterona é capaz de estimular a Na+-K+-ATPase da membrana basolateral das células principais, que promove a saída de Na+ e entrada de K+, gerando um gradiente favorável à entrada de sódio e saída de potássio. Assim, a Aldosterona estimula canais de K+ e canais de Na+ nas células principais, que então permitem a entrada do Na+ e saída do K+. Em paralelo a isso, as células intercaladas possuem H+-ATPases, que junto da entrada de Na+ na célula pelo gradiente favorável, conseguem secretar H+ para o lúmen mesmo contra um grande gradiente de concentração

79
Q

Qual a particularidade principal da reabsorção de Na+ no Túbulo Coletor cortical?

A

A reabsorção de Na+ no TC cortical é eletrogênica, ou seja, ocorre sem haver reabsorção de qualquer ânion. Dessa forma, é deixado um potencial negativo e uma eletronegatividade no lúmen do túbulo coletor, que favorece a secreção de H+ e K+ no fluido tubular

80
Q

Qual o pH mínimo em que as células intercaladas são capazes de deixar a urina?

A

As células intercaladas do túbulo coletor são capazes de secretar H+ mesmo contra um grande gradiente de concentração. Dessa forma, conseguem fazer com que o pH da urina chegue a 4,5

81
Q

Como é a osmolaridade do fluido tubular ao chegar ao túbulo coletor?

A

Ao chegar ao túbulo coletor, a urina está hipoosmolar, aproximadamente a 100mOsm/L

82
Q

Quais segmentos tubulares do néfron compartilham o mesmo interstício medular?

A

Alça de Henle e a porção medular do túbulo coletor

83
Q

Como é a osmolaridade da região medular do rim?

A

A região medular do rim é normalmente hiperosmolar, se tornando mais hiperosmolar conforme se aproxima da papila renal, onde está em 1200mOsm/L

84
Q

Qual hormônio atua na osmolaridade do fluido tubular no túbulo coletor?

A

O ADH ou Vasopressina

85
Q

Como o ADH atua no rim?

A

O ADH atua no rim, especificamente no túbulo coletor, aumentando a permeabilidade à água neste segmento, através do aumento da expressão de canais luminais de H2O. Dessa forma, o ADH permite que maior volume de água seja reabsorvido e a urina se torne mais concentrada ou hiperosmolar ao passar pelo túbulo coletor

86
Q

Por que a osmolaridade da urina após passar pelo túbulo coletor é variável e como ela pode estar?

A

A osmolaridade da urina após passar pelo túbulo coletor depende da ação do ADH. Como esse hormônio pode estar suprimido, sua atuação pode ser maior ou menor. Quando há máxima atuação do ADH, a urina atinge sua concentração máxima, de 1200mOsm/L. Já quando o ADH está suprimido ao máximo, com atuação mínima, praticamente não há reabsorção de H2O e a urina atinge sua diluição máxima de 50mOsm/L. Essa osmolaridade é ainda menor que na chegada ao túbulo coletor porque a reabsorção de solutos é continuada