Inter 2018 Gab Flashcards

1
Q

Questão 1 (TUT): Considerando os aspectos normais do processo de envelhecimento dos diversos sistemas, responda as questões abaixo sobre a senescência neurológica.
1.1 Conceitue os achados histológicos abaixo: (VALOR: 0,4)
Degeneração granulo vacuolar:
Lipofuccina:
Angiopatia amiloide:
Peptideo beta amiloide

A

Degeneração granulovacuolar
É uma alteração histopatológica comumente observada em células do hipocampo em cérebros de pessoas idosas, especialmente em casos de doença de Alzheimer. Caracteriza-se pela presença de vacúolos intracelulares que contêm material granular. Essa degeneração ocorre primariamente nos neurônios e reflete um processo de degradação celular, estando associada à perda de funções neuronais.

Lipofuscina
Lipofuscina é um pigmento amarelado composto por subprodutos de degradação celular que se acumulam nos lisossomos ao longo do tempo, particularmente em células de longa vida, como neurônios e células musculares. O acúmulo desse pigmento é um marcador do envelhecimento celular, sendo considerado “pigmento do desgaste”. Embora não seja diretamente tóxico, seu acúmulo em grandes quantidades pode afetar a função celular.

Angiopatia amiloide
Trata-se de um distúrbio vascular caracterizado pelo depósito de proteínas amiloides nas paredes dos vasos sanguíneos cerebrais, o que leva à fragilidade vascular e aumenta o risco de hemorragias cerebrais. Essa condição é frequentemente observada em idosos e está associada a doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer. A angiopatia amiloide contribui para alterações na perfusão cerebral e pode levar a microinfartos e micro-hemorragias.

Peptídeo beta-amiloide
É um fragmento proteico derivado da proteína precursora amiloide (APP), que, ao ser mal processado, forma agregados extracelulares de beta-amiloide. Esses depósitos são característicos das placas amiloides, que são um dos achados patológicos da doença de Alzheimer. O acúmulo de beta-amiloide interfere na comunicação entre neurônios e desencadeia processos inflamatórios, que culminam na morte neuronal e na progressão do quadro de demência.

Esses achados histológicos são indicativos de processos associados ao envelhecimento e a doenças neurodegenerativas, principalmente a doença de Alzheimer.

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2
Q

Questão 2 (TUT): O delirium é uma das complicações mais comuns entre pacientes idosos hospitalizados. Está associado à maior taxa de morbimortalidade (Thomas et al., 1988), mais sinais de deterioração física e complicações pós-cirúrgicas (Gustafson et al, 1988; Murray et al., 1993) e maiores taxas de admissão em unidades de terapia intensiva, maior tempo de permanência hospitalar (O’Keeffe e Lavan, 1997). Baseado nisso responda: (VALOR: 0,4 )
2.1 Cite 4 alterações clinicas associadas ao delirium.

A

1-Alterações na atenção e concentração: Os pacientes apresentam dificuldade para focar a atenção, são facilmente distraídos e têm incapacidade de sustentar o pensamento em uma tarefa específica.
2-Desorientação: É comum que o paciente esteja desorientado no tempo e no espaço, sem conseguir identificar o ambiente em que está, a data ou até mesmo as pessoas ao seu redor.
3-Alterações no ciclo sono-vigília: Os pacientes podem apresentar sonolência excessiva durante o dia e insônia ou agitação durante a noite, um padrão que é típico em casos de delirium.
4-Alterações perceptuais e alucinações: É comum que o paciente tenha alucinações, principalmente visuais, além de ilusões e interpretações errôneas da realidade, o que pode aumentar a agitação e a confusão.
Essas manifestações, quando observadas, indicam a necessidade de uma avaliação imediata para identificação e tratamento do delirium, visando minimizar o impacto na recuperação do paciente.

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3
Q

Questão 3 (TUT): Leia as assertivas abaixo e assinale a opção correta: (VALOR: 0,3 )

I. Com o envelhecimento, as mudanças no paladar e no olfato podem causar perda do apetite, escolhas alimentares erradas e desnutrição. O risco é ainda maior se ocorre pouca variabilidade na dieta, situação mais comum em idosos que moram sozinhos. Há redução dos limiares para gosto e cheiro; aumento da sensibilidade para estímulos supralimiares; diminuição da capacidade discriminatória e sensações distorcidas. Ageusia, hipogeusia e disgeusia são comuns em usuários de medicamentos.
II. A capacidade discriminatória para diferentes odores reduz-se em idosos de ambos os sexos. As mulheres, tem pior desempenho na identificação de odores que os homens, em todas as idades. Em idosos, há redução na secreção do muco nasal, associada à menor fluidez do muco produzido. Também ocorre substituição parcial do epitélio sensorial nasal por mucosa respiratória com aumento de sua espessura e diminuição da concentração de neurônios.
III. Aos 60 anos, ocorrem alterações anatômicas e fisiológicas oculares tai como: o diâmetro pupilar está reduzido a menos da metade do que se tinha aos 20 anos; as reações pupilares à luz tornam-se mais lentas; o suporte gorduroso retro-ocular é perdido, fazendo com que os olhos localizem-se mais profundamente nas órbitas e disfunções nos músculos extraoculares causam perda da amplitude nas rotações oculares.
IV. A presbiacusia é a doença neurodegenerativa mais comum no idoso. Pode ser consequência de lesões nas células sensórias do órgão de Corti (com perdas para sons de alta frequência), nos neurônios aferentes (com perda na capacidade de discriminar palavras), na estria vascular (com redução do volume do som ouvido), na membrana basilar (com perda de mais de 50 dB em todas as frequências) ou no sistema nervoso central (com dificuldade de compreender o som que é ouvido).

Está correta apenas:
a) I, II, III e IV
b) II, III e IV
c) I e II
d) II, III
e) III e IV

A

d) II, III

Justificativa:
Assertiva I: Incorreta. A assertiva afirma que, com o envelhecimento, há “redução dos limiares para gosto e cheiro; aumento da sensibilidade para estímulos supralimiares.” Na realidade, com o envelhecimento, ocorre um aumento dos limiares para gosto e cheiro, ou seja, uma diminuição da sensibilidade, o que significa que os estímulos precisam ser mais intensos para serem percebidos. Portanto, essa parte está incorreta.
Assertiva II: Correta. A afirmação sobre a diminuição da capacidade discriminatória de odores em idosos e as alterações na secreção de muco nasal e na estrutura do epitélio olfativo está correta.
Assertiva III: Correta. Descreve com precisão as alterações oculares que ocorrem com a idade, incluindo a redução do diâmetro pupilar, reações pupilares mais lentas, perda de suporte gorduroso retro-ocular e disfunções nos músculos extraoculares.
Assertiva IV: Incorreta. A presbiacusia é uma condição de perda auditiva relacionada ao envelhecimento, mas não é considerada uma doença neurodegenerativa. Ela resulta de alterações no ouvido interno e no sistema auditivo, mas não envolve neurodegeneração no sentido patológico de doenças como Alzheimer ou Parkinson.

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4
Q

Questão 4 (CONF): Baseado na conferencia de DAEM e sexulidade no idoso marque a opção correta: (VALOR: 0,2)
a) Há um declínio na concentração de testosterona sérica, diminuindo a concentração de globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) e uma diminuição da testosterona livre com a idade.
b) A produção de espermatozoides muda dramaticamente com o aumento da idade. Tamanho testicular, que reflete principalmente o volume ocupado pelos túbulos seminíferos, era um pouco menor homens mais velhos do que em homens jovens.
c) A redução do LH mais pronunciada do que do FSH sugere que a diminuição de testosterona com o envelhecimento é devido a hipogonadismo secundário e primário.
d) Com o envelhecimento os homens tem redução de massa muscular e aumento de massa gorda, havendo não sendo possível a reversão do quadro com a instalação do tratamento com testosterona.
e) Em estudos epidemiológicos, as baixas concentrações de testosterona no soro têm sido associadas com o desenvolvimento subsequente de obesidade central, concentrações mais baixas de insulina e síndrome metabólica.

A

e)

Justificativa:
Alternativa a): Incorreta. Embora a testosterona total diminua com a idade, a globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG) tende a aumentar com o envelhecimento, o que contribui para a redução da testosterona livre.
Alternativa b): Incorreta. A produção de espermatozoides tende a diminuir gradualmente com a idade, mas essa mudança não é “dramática”. O tamanho testicular geralmente é ligeiramente menor, mas a alteração não é tão acentuada em comparação com homens jovens.
Alternativa c): Incorreta. A redução da testosterona com o envelhecimento está mais relacionada ao hipogonadismo primário devido à disfunção testicular, e não secundário, e a redução de LH não é mais pronunciada do que a de FSH.
Alternativa d): Incorreta. A reposição de testosterona em homens idosos com deficiência desse hormônio pode, sim, contribuir para o aumento da massa muscular e redução de massa gorda, revertendo parcialmente o quadro de sarcopenia e adiposidade aumentada.
Alternativa e): Correta. Estudos mostram que baixos níveis de testosterona estão associados à obesidade central, menor sensibilidade à insulina e ao desenvolvimento da síndrome metabólica.

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5
Q

Questão 5 (TUT): A senescência do aparelho urinário inicia-se aos 40 anos, com redução de peso renal dentre outras modificações, nao ha porem, perda das funções excretoras e metabolicas. Baseado nisso responda:
5.1 A dosagem sérica de creatinina é um bom parâmetro para avaliação da função renal no idoso? Justifique

A

A dosagem sérica de creatinina não é um bom parâmetro isolado para avaliação da função renal no idoso.

Justificativa:
Nos idosos, há uma diminuição gradual da massa muscular, o que reduz a produção de creatinina endógena, mesmo que a função renal esteja comprometida. Assim, um nível sérico de creatinina aparentemente “normal” pode mascarar uma redução significativa da taxa de filtração glomerular (TFG). A creatinina sérica tende a subestimar a gravidade da perda da função renal em idosos, uma vez que ela não reflete adequadamente a TFG reduzida devido à menor produção de creatinina pelo corpo.

Portanto, para avaliar a função renal de forma mais precisa, deve-se calcular a taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) utilizando fórmulas que levem em consideração fatores como idade, sexo e massa muscular, como as fórmulas CKD-EPI ou MDRD.

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6
Q

5.2 A redução do peso renal está fortemente associado a esclerose dos vasos renais. Justifique a afirmativa. (VALOR:0,3 )

A

A afirmativa está correta, pois a redução do peso renal em idosos está intimamente associada à esclerose dos vasos renais, que é uma consequência natural do processo de envelhecimento. Com o avanço da idade, ocorrem mudanças estruturais nos vasos sanguíneos renais, como o espessamento da parede, deposição de colágeno, diminuição da elasticidade e estreitamento do lúmen. Essas alterações causam uma redução progressiva no fluxo sanguíneo renal, o que compromete a perfusão adequada do tecido renal e contribui para lesões isquêmicas nos néfrons.

Além disso, o processo de esclerose leva à substituição do tecido renal saudável por tecido fibroso, principalmente na região cortical, onde se concentram os glomérulos. Isso resulta em uma perda de néfrons funcionais e em uma redução do volume renal, refletindo-se na diminuição do peso do órgão. Essa esclerose dos vasos renais, ao reduzir a massa renal funcional, leva ao comprometimento estrutural do órgão, ainda que as funções excretoras e metabólicas possam se manter relativamente preservadas devido à capacidade compensatória dos néfrons remanescentes.

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7
Q

Questão 6 (TUT): A hiperplasia prostática benigna (HPB) é um achado muito prevalente nos pacientes idosos, chegando a uma frequência de 90% em pacientes com mais de 80 anos. Baseado nisso responda:
6.1 Cite 4 (quatro) fatores de risco para desenvolvimento da HPB.

A

1-Idade avançada: A prevalência de HPB aumenta com a idade, sendo especialmente comum em homens acima de 50 anos e chegando a até 90% em homens com mais de 80 anos.
2-Histórico familiar: Homens com parentes de primeiro grau que tiveram HPB apresentam maior risco, sugerindo um componente genético para a condição.
3-Níveis hormonais: A presença prolongada de hormônios androgênicos, como a testosterona e o di-hidrotestosterona (DHT), é essencial para o desenvolvimento da HPB. A conversão da testosterona em DHT na próstata estimula o crescimento do tecido prostático.
4-Obesidade e síndrome metabólica: Condições como obesidade, resistência à insulina e dislipidemia estão associadas a um risco maior de HPB. A obesidade abdominal, em especial, está relacionada ao aumento de fatores inflamatórios que podem contribuir para o crescimento prostático.

Esses fatores são relevantes para entender a alta prevalência da HPB em idosos e auxiliar na identificação de indivíduos em maior risco.

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8
Q

6.2 Explique a patogênse da HPB.

A

A patogênese da hiperplasia prostática benigna (HPB) envolve uma série de alterações celulares e moleculares que levam ao aumento do tamanho da próstata. A condição ocorre principalmente na zona periuretral da próstata, onde se encontram as glândulas que produzem secreções prostáticas. A seguir está uma explicação detalhada do processo:

  1. Alterações hormonais:
    A testosterona, o principal hormônio androgênico, é convertida em di-hidrotestosterona (DHT) pela enzima 5-alfa-redutase. O DHT é o principal responsável pela estimulação do crescimento prostático.
    O aumento dos níveis de DHT no tecido prostático promove a hiperplasia das células glandulares e estromais na próstata, principalmente na zona periuretral.
    Embora os níveis de testosterona diminuam com a idade, o aumento relativo da atividade da 5-alfa-redutase na próstata continua contribuindo para a manutenção dos níveis de DHT locais.
  2. Proliferação celular e fibrose:
    A proliferação de células epiteliais (glândulas) e células estromais (tecido de suporte) ocorre em resposta ao DHT. Isso resulta na formação de nódulos prostáticos que aumentam de tamanho.
    Além da proliferação celular, há um aumento na fibrose do tecido prostático, o que contribui para o aumento do volume prostático e a rigidez das glândulas. O acúmulo de fibras de colágeno pode comprometer o funcionamento da próstata.
  3. Inflamação crônica:
    A próstata de pacientes com HPB frequentemente apresenta sinais de inflamação crônica de baixo grau. A presença de células inflamatórias, como linfócitos e macrófagos, é comum, e esses mediadores inflamatórios podem agravar a hiperplasia prostática ao estimular a proliferação celular e a deposição de matriz extracelular.
  4. Alterações vasculares:
    A vascularização da próstata também é afetada, com um aumento da formação de novos vasos sanguíneos (angiogênese) na região da hiperplasia. Isso pode contribuir para o aumento do volume prostático e intensificar os processos inflamatórios.
  5. Obstrução do trato urinário inferior:
    O aumento do volume prostático leva à compressão da uretra (principalmente na região periuretral), causando obstrução do fluxo urinário. Esse bloqueio parcial pode resultar em sintomas urinários característicos da HPB, como:
    Dificuldade para iniciar a micção
    Jato urinário fraco
    Micção frequente, principalmente à noite (nictúria)
    Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga
    Essa combinação de fatores hormonais, celulares e inflamatórios contribui para o desenvolvimento e progressão da HPB, afetando a qualidade de vida dos pacientes e, em casos mais graves, podendo levar a complicações urinárias, como retenção urinária aguda e insuficiência renal.
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9
Q

Questão 7 (TUT): Baseado no envelhecimento do sistema digestório responda:
7.1 Cite 4 alterações anatomofuncionais que explicam o presbioesofago.

A

O presbioesôfago refere-se a uma série de alterações funcionais e anatômicas no esôfago que ocorrem com o envelhecimento, levando a alterações na motilidade esofágica. Aqui estão quatro alterações anatomofuncionais que explicam o desenvolvimento do presbioesôfago:

1-Diminuição da motilidade esofágica:
Com o envelhecimento, há uma redução na amplitude e na frequência das contrações peristálticas no esôfago, especialmente na porção distal. Isso pode levar a um esvaziamento mais lento do conteúdo esofágico, dificultando a deglutição e aumentando o risco de refluxo gastroesofágico.
2-Aumento do tônus do esfíncter esofágico inferior (EEI):
O envelhecimento pode ser associado ao aumento do tônus do esfíncter esofágico inferior, o que pode dificultar o relaxamento adequado durante a deglutição. Esse aumento no tônus do esfíncter pode predispor ao refluxo gastroesofágico e sensação de “engasgo” ou dificuldade para engolir.
3-Alterações na estrutura muscular esofágica:
A musculatura esofágica, que é composta por fibras musculares lisas e estriadas, sofre alterações com a idade, incluindo a perda de elasticidade e a redução da capacidade de contração eficaz. Isso resulta em uma menor eficiência da deglutição e pode contribuir para uma sensação de plenitude ou dificuldade ao engolir.
4-Alterações na sensibilidade esofágica:
O envelhecimento também pode levar à redução da sensibilidade esofágica, o que significa que os sinais de distensão ou irritação no esôfago podem não ser percebidos de forma adequada. Isso pode resultar em uma menor percepção do refluxo ou da sensação de saciedade, o que contribui para o desenvolvimento de sintomas como azia e dificuldade para deglutir.
Essas alterações combinadas no sistema nervoso, musculatura e motilidade esofágica são responsáveis pelo desenvolvimento do presbioesôfago, afetando a capacidade do esôfago de mover os alimentos para o estômago de forma eficiente e sem problemas.

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10
Q

7.2 Cite 3 causas de disfagia no idoso, além do presbioesofago.

A

Além do presbioesôfago, três causas comuns de disfagia no idoso são:

1-Acidente Vascular Cerebral (AVC):
O AVC pode causar danos a áreas do cérebro responsáveis pela coordenação e controle da deglutição, levando à disfagia neurológica. A dificuldade de engolir pode ocorrer devido à fraqueza muscular, falta de coordenação ou perda de sensibilidade nas vias responsáveis pela deglutição.

2-Doenças neuromusculares:
Condições como doença de Parkinson, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e miastenia grave afetam os músculos e nervos envolvidos na deglutição. Isso pode levar à perda de força muscular e à dificuldade em coordenar os movimentos necessários para engolir, resultando em disfagia.

3-Refluxo gastroesofágico (RGE):
O refluxo ácido crônico pode causar inflamação e estreitamento do esôfago, conhecido como estenose esofágica, o que dificulta a passagem do alimento. Além disso, a esofagite por refluxo pode tornar o esôfago mais sensível e doloroso, agravando a disfagia.
Essas condições podem interferir na deglutição e aumentar o risco de aspiração, desnutrição e complicações respiratórias nos idosos.

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11
Q

Questão 8 (TUT): Leia as assertivas abaixo e assinale a opção correta: (VALOR: 0,3)
I. Há uma discreta a moderada elevação do tempo de esvaziamento gástrico,principalmente para líquidos, o que pode alterar, em alguma medida, o tempo e o grau de absorção de medicações cuja exposição prolongada ao meio ácido é crítica.
II. Com o envelhecimento há alguma redução da secreção de ácido clorídrico, tanto basal quanto estimulada, provavelmente secundária à redução da quantidade de células parietais, que é relacionada à idade. Ocorrendo em todos os idosos, sem exceção.
III. A produção de fator intrínseco, necessário para a absorção de vitamina B12, também se mostra relativamente reduzida, mas não em níveis capazes de alterar substancialmente a absorção dessa vitamina e induzir anemia.
IV. A absorção do ferro pode estar parcialmente reduzida pela hipocloridria gástrica, o que justifica o surgimento de anemia ferropriva no idoso.
V. A uma redução do relaxamento receptivo do fundo gástrico à chegada de alimentos. A capacidade de acomodação do alimento, por essa razão, reduz-se, com a ocorrência de saciedade precoce. Esse fenômeno, de natureza complexa e base neuro-humoral, contribui de forma importante, segundo estudos recentes, para que haja saciedade precoce e anorexia do envelhecimento.

Estão corretas apenas:
a) I, II, III
b) I, III e V
c) II,III e IV
d) I,II, III e IV
e) II, III, IV e V

A

b) I, III e V

Justificativa:

I: Está correto, pois o envelhecimento pode levar a uma leve a moderada diminuição do esvaziamento gástrico, especialmente para líquidos. Isso pode afetar o tempo de absorção de medicamentos, principalmente aqueles que requerem um ambiente ácido para uma absorção adequada.
II: Está incorreto, pois embora haja uma leve redução na secreção de ácido clorídrico com o envelhecimento, essa diminuição não ocorre em todos os idosos, e a redução não é necessariamente tão pronunciada ou uniforme em todos os casos.
III: Está correto. A produção de fator intrínseco pode ser reduzida com a idade, mas normalmente não é o suficiente para causar deficiência significativa de vitamina B12 e anemia, a menos que haja outras condições associadas.
IV: Está incorreto. A hipocloridria gástrica (redução do ácido gástrico) pode reduzir a absorção de ferro, mas isso não é uma causa comum e substancial de anemia ferropriva em idosos. A deficiência de ferro em idosos é mais comumente associada a outras causas, como sangramentos ocultos.
V: Está correto. A redução do relaxamento receptivo do fundo gástrico pode levar a uma menor capacidade de acomodação do alimento, contribuindo para a sensação de saciedade precoce e anorexia no envelhecimento.

Portanto, a combinação de assertivas corretas é I, III e V, o que torna a opção b a mais adequada.

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12
Q

Questão 9 (TUT): As demências são caracterizadas pelo declínio cognitivo progressivo, perda de memória e comprometimento das atividades de vida diária. Baseado nisso responda:

9.1 Qual a tríade clássica da demência por hidrocefalia de pressão normal?

A

A tríade clássica da demência por hidrocefalia de pressão normal (HPN) é composta por:

1-Dificuldade de marcha (apraxia da marcha): Caracteriza-se por uma marcha instável, com passos curtos, dificuldade em levantar os pés do chão e risco de quedas. O paciente pode ter dificuldade para iniciar o movimento e exibir um andar arrastado.
2-Incontinência urinária: Os pacientes podem apresentar perda do controle da bexiga, geralmente de forma progressiva, com aumento da frequência urinária ou incontinência completa.
3-Declínio cognitivo: O comprometimento cognitivo, especialmente a perda de memória e dificuldades nas funções executivas, é uma característica importante da HPN. Esse declínio é frequentemente mais sutil nas fases iniciais, mas se agrava com o tempo.
Essa tríade é considerada característica da hidrocefalia de pressão normal, embora nem todos os pacientes com essa condição apresentem todos os três sintomas. A HPN é uma causa tratável de demência, e o tratamento geralmente envolve a drenagem do excesso de líquido cerebrospinal, frequentemente por meio de uma derivação (shunt).

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13
Q

9.2 Quais os 3 elementos fundamentais no diagnóstico da demência vascular?

A

Os três elementos fundamentais no diagnóstico da demência vascular são:

1-História clínica e sintomas neurológicos:
A demência vascular frequentemente apresenta um início abrupto ou um padrão progressivo em etapas, com períodos de estabilidade seguidos de um novo declínio cognitivo. Os sintomas podem estar associados a eventos vasculares prévios, como acidente vascular cerebral (AVC) ou pequenos infartos cerebrais, com comprometimento cognitivo observado em áreas específicas do cérebro afetadas pelos danos vasculares. A história de acidente vascular cerebral (AVC), ataques isquêmicos transitórios (AITs) ou fatores de risco vascular (hipertensão, diabetes, dislipidemia) são comuns.
2-Exames neurológicos e cognitivos:
O diagnóstico de demência vascular é sustentado por um declínio cognitivo significativo que afeta funções como memória, atenção, linguagem e funções executivas, mas com preservação relativa da memória episódica nos estágios iniciais. Avaliações cognitivas detalhadas, como o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) ou testes neuropsicológicos mais aprofundados, são essenciais para evidenciar o comprometimento cognitivo característico da demência vascular.
3-Exames de neuroimagem:
A neuroimagem (geralmente ressonância magnética de encéfalo ou tomografia computadorizada) é fundamental para detectar evidências de lesões vasculares cerebrais, como infartos múltiplos, lesões subcorticais ou alterações isquêmicas, que são típicas da demência vascular. O exame pode revelar leucoencefalopatia (alterações no branco da substância cerebral) e lesões cerebrais devido a infartos ou microinfartos que causam o declínio cognitivo.
Esses três elementos ajudam a diferenciar a demência vascular de outros tipos de demência, como a doença de Alzheimer, e orientam o tratamento adequado, que inclui controle dos fatores de risco vascular e, em alguns casos, o uso de anticoagulantes ou antiplaquetários.

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14
Q

9.3 Qual o achado histopatológico (especifique) compatível com demência de corspúsculo de Lewy?

A

O achado histopatológico característico da demência com corpos de Lewy é a presença de corpos de Lewy, que são inclusões intracelulares compostas por α-sinucleína, uma proteína envolvida na fisiopatologia de várias doenças neurodegenerativas, incluindo a doença de Parkinson e a demência com corpos de Lewy.

Especificamente:

Corpos de Lewy são agregados anormais de α-sinucleína que se formam no córtex cerebral e em outras áreas do cérebro, como o tronco encefálico e o mesencéfalo. Esses corpos podem ser encontrados em várias regiões do cérebro, mas sua presença no córtex cerebral é uma característica distintiva na demência com corpos de Lewy.
Esses agregados de α-sinucleína são visíveis em cortes histológicos por tintura especial, como o método de imunohistoquímica para α-sinucleína, ou também podem ser observados em algumas técnicas de coloração padrão (como coloração de hematoxilina-eosina) sob microscopia.
Além disso, na demência com corpos de Lewy, podem ser observadas outras alterações histológicas, como a degeneração neuronal, especialmente nas regiões do cérebro envolvidas na cognição, como o córtex entorrinal e o hipocampo, mas os corpos de Lewy são o principal achado histopatológico distintivo.

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15
Q

Questão 10 (TUT): Sobre a demência de Alzheimer leia as assertivas abaixo: (VALOR: 0,2)
I. Há uma mutação dos genes da presinilina 1 e 2 e no gene da proteína percussora amiloide (APP), afetando o metabolismo do seu precursor. Acumulo de peptídeo beta amiloide por super produção ou incapacidade de degradação, levando ao seu depósito e a formaçao das placas amiloides e morte celular.
II. Tem caracter insidioso, deteriorizacao progressiva, com pejuizo de memoria inicial que evolui para perda de outras funções cognitivas, evoluindo para distúrbio do sono/vigília, alteração do comportamento e incapacidade de auto cuidado.
III. São achados histopatológicos do Alzheimer: placas senis com proteína beta amiloide, emaranhados neurofibrilares, degeneração granulo vacuolar, perda neural, gliseoastrocitica e angiopatia amilóide. Ocasionalmente corpúsculo de lewy.
IV. As placas senis sao lesões extra celulares formadas por debris e restos celulares com núcleo central proteico formado pelo petptideo beta amiloide, que é originado pela clivagem proteolítica de um proteína percussora maior.
V. Os emaranhados sao inclusões intra neurais compostas por bandas de elementos citoesqueleticos anormais, seu principal componente é a proteína TAU em sua forma fosforilada, que leva a uma instabilidade das tubulinas ocasionando edema e distrofia dos microtubulos e morte neuronal.Tanto a placa quanto os emaranhados sao encontrados em pacientes nao dementes mais tem uma frequencia maior nos dementes.

Esta correta apenas:
a) I apenas
b) II apenas
c) I, II e III
d) II, III, IV
e) I,II, III, IV, V

A

e) I, II, III, IV, V

Justificativa:

I: Correta. A demência de Alzheimer está associada a mutações nos genes presinilina 1 e 2 e no gene APP (proteína precursora amiloide), o que afeta o metabolismo da APP e resulta no acúmulo de peptídeo beta-amiloide, levando à formação das placas amiloides e morte celular.
II: Correta. A demência de Alzheimer tem início insidioso, com deterioração progressiva das funções cognitivas. A perda de memória é a primeira função a ser afetada, seguida por distorções no sono/vigília, mudanças no comportamento e, eventualmente, incapacidade de auto cuidado.
III: Correta. Achados histopatológicos típicos do Alzheimer incluem placas senis (formadas por beta-amiloide), emaranhados neurofibrilares (com proteína TAU), além de degeneração granulo-vacuolar, perda neural, gliostocitose e angiopatia amiloide. Embora o corpo de Lewy possa ocorrer ocasionalmente, não é uma característica comum da doença de Alzheimer, sendo mais característica da demência com corpos de Lewy.
IV: Correta. As placas senis são formadas por débris celulares, com um núcleo central composto por peptídeo beta-amiloide, originado pela clivagem proteolítica da proteína precursora amiloide (APP).
V: Correta. Os emaranhados neurofibrilares são compostos por proteína TAU fosforilada, levando à instabilidade dos microtúbulos, distrofia e morte neuronal. Embora tanto as placas quanto os emaranhados possam ser encontrados em pacientes não dementes, sua frequência é muito maior em dementes.
Portanto, todas as assertivas estão corretas, o que torna a opção e a resposta adequada.

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Q

Questão 11 (TUT): Sobre transtrno cognitivo leve (TCL) responda:
11.1 Classifique todos os tipos de TCL. (VALOR:0,4 )

A

O Transtorno Cognitivo Leve (TCL) é caracterizado por um declínio cognitivo que é acima da normalidade para a idade, mas não grave o suficiente para interferir nas atividades diárias. O TCL pode ser classificado de acordo com o tipo de função cognitiva afetada e com a provável etiologia subjacente. Existem algumas classificações principais:

1-TCL Amnésico:
-É o tipo mais comum e está caracterizado por dificuldades significativas de memória.
-O paciente tem dificuldades para lembrar fatos recentes, mas não tem prejuízo nas habilidades de resolução de problemas ou nas atividades do cotidiano.
-Pode ser um precursor da demência de Alzheimer, embora nem todos os pacientes com TCL amnésico evoluam para demência.

2-TCL Não Amnésico:
Nesse tipo, a memória pode não ser o problema principal, mas há dificuldades em outras funções cognitivas como atenção, linguagem, percepção visuoespacial ou funções executivas.
Dentro do TCL não amnésico, pode haver subtipos:
-TCL com comprometimento da atenção/execução: Dificuldades no planejamento, tomada de decisões e controle de impulsos.
-TCL com comprometimento da linguagem: Prejuízo na nomeação de objetos, fluência verbal e compreensão de palavras.
-TCL com comprometimento visuoespacial: Dificuldade em julgar distâncias, reconhecer objetos ou navegar em ambientes.

3-TCL Misto:
Combinação de déficits em várias áreas cognitivas, incluindo memória e outras funções cognitivas como atenção ou linguagem.

4-TCL de Origem Vascular:
Relacionado a danos nos vasos sanguíneos do cérebro, como infartos pequenos ou lesões isquêmicas. Esse tipo pode ser identificado quando há um histórico de fatores de risco vasculares, como hipertensão ou diabetes.

17
Q

11.2 Qual a influencia da genética em pacientes com TCL no desenvolvimento da demencia?

A

A genética desempenha um papel importante na evolução do TCL para a demência, especialmente no caso de demência de Alzheimer e outros tipos de demência neurodegenerativa. Vários fatores genéticos podem influenciar o risco de progressão:

1-Gene APOE (Apolipoproteína E):
-O gene APOE é um dos mais estudados em relação à demência. A presença da variante APOE ε4 aumenta o risco de progressão do TCL para demência de -Alzheimer, embora nem todos os portadores da variante desenvolvam a doença. A variante ε4 pode acelerar o depósito de beta-amiloide no cérebro, promovendo a degeneração neuronal.
-Já as variantes APOE ε2 e ε3 têm um efeito protetor ou neutro em relação ao desenvolvimento de demência.

2-Genes relacionados à doença de Alzheimer:
-Além do APOE, outros genes têm sido associados ao risco de Alzheimer, como os genes que codificam a presinilina 1 e 2 e o APP (proteína precursora amiloide). Mutações nesses genes podem resultar em um início precoce da doença e estão presentes em casos familiares de Alzheimer.
-Mutação no gene tau também pode estar associada ao desenvolvimento de demência em alguns casos.

3-Outros fatores genéticos:
Vários outros genes, como aqueles envolvidos na resposta inflamatória ou no transporte de lipídios, também podem aumentar o risco de progressão de TCL para demência, mas esses efeitos são mais complexos e não tão bem compreendidos.

4-Fatores genéticos e ambientais interagem:
A interação entre genética e fatores ambientais (como hábitos de vida, comorbidades, etc.) também é um determinante importante. Pacientes com TCL e um histórico familiar de demência têm uma maior probabilidade de desenvolver demência, e o risco é mais elevado em presença de comorbidades vasculares, como hipertensão, diabetes e doenças cardíacas.

Em resumo, a genética tem uma influência significativa na progressão do TCL para a demência, sendo que variantes genéticas, como APOE ε4, estão associadas a um maior risco de evolução para doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer.

18
Q

Questao 12 (TUT): Baseado no envelhecimento tegumentar responda:
12.1 Cite 4 achados histologicos relacionados ao envelhecimento da epiderme. (VALOR: 0,2)

A

1-Afinamento da epiderme:
Com o envelhecimento, ocorre uma diminuição da espessura da epiderme, especialmente da camada basal. Esse afinamento torna a pele mais vulnerável a danos e menos capaz de se regenerar rapidamente.

2-Diminuição da atividade mitótica:
A taxa de renovação celular da epiderme diminui com a idade, levando a uma redução na divisão celular das células da camada basal. Isso contribui para o envelhecimento visível da pele.

3-Aumento da fragmentação de colágeno e elastina:
A estrutura da matriz extracelular se modifica, com fragmentação das fibras de colágeno e elastina. Isso resulta em uma perda de elasticidade e firmeza da pele, tornando-a mais flácida e propensa a rugas.

4-Redução da vascularização:
Com o envelhecimento, há uma diminuição da vascularização dérmica, o que resulta em redução na nutrição das células da pele. Isso pode contribuir para a palidez e fragilidade da pele.

19
Q

12.2 Porque mesmo havendo diminuicao do numero de melanócitos os idosos tem melanose solar e lentigo?

A

Embora haja redução no número de melanócitos com o envelhecimento, melanose solar e lentigo (freckles ou manchas senis) ainda podem surgir devido a outros fatores:

1-Alterações na função dos melanócitos restantes:
Embora o número de melanócitos diminua, os melanócitos remanescentes podem se tornar hiperativos e produzir mais melanina quando expostos à radiação ultravioleta (UV) ao longo do tempo. Isso resulta em acúmulo de melanina em áreas específicas da pele, formando as manchas senis ou lentigos solares.

2-Dano acumulado pela exposição solar:
O envelhecimento da pele é fortemente associado à exposição solar crônica ao longo da vida, o que resulta no acúmulo de radiação UV. Essa exposição contínua pode lesionar o DNA dos melanócitos e induzir a formação de melanina em locais específicos, mesmo que o número de melanócitos tenha diminuído.

3-Alterações no processo de renovação da pele:
Com o envelhecimento, a capacidade de renovação celular da epiderme diminui, fazendo com que as células da pele que foram expostas ao sol se acumulem em áreas específicas. Isso leva à formação de lentigos, que são manchas de pigmentação mais escura.

Portanto, apesar da diminuição do número de melanócitos, a hiperatividade dos melanócitos remanescentes e a exposição solar acumulada ao longo da vida ainda favorecem a formação de melanose solar e lentigo nos idosos.

20
Q

Questao 13 (TUT): Leia as assertivas abaixo: (VALOR:0,2 )
( ) O músculo esquelético é a maior massa tecidual do corpo humano. Com o envelhecimento, há uma diminuição lenta e progressiva da massa muscular, sendo o tecido nobre paulatinamente substituído por colágeno e gordura. Tal perda tem sido demonstrada pela excreção da creatinina urinária, que reflete o conteúdo de creatina nos músculos e a massa muscular total; pela tomografia computadorizada, pela qual se observa que, após os 30 anos de idade, diminui a secção transversal dos músculos, há maior densidade muscular e maior conteúdo gorduroso intramuscular (alterações que são mais pronunciadas no homem do que na mulher) e histologicamente detecta-se uma atrofia muscular às custas de uma perda gradativa e seletiva das fibras esqueléticas.
( ) A etiologia da sarcopenia é multifatorial, envolvendo alterações no metabolismo do músculo, alterações endócrinas e fatores nutricionais, mitocondriais e genéticos. O grau de sarcopenia é o mesmo para diferentes músculos e varia amplamente entre os indivíduos. O mais significativo é saber que o declínio muscular idade-relacionado é mais aprofundado nos membros inferiores do que nos superiores, dada a importância daqueles membros para o equilíbrio, a ortostase e a marcha dos idosos.
( ) Alterações da relação entre RANKL/OPG são críticas na patogênese das doenças ósseas reabsortivas. Deficiência de estrogênio, uso de corticosteroide, ativação das células T (artrite reumatoide e outras) e doenças malignas (mieloma e metástase) alteram a relação RANKL/OPG, promovendo a osteoclastogênese, acelerando a reabsorção óssea e induzindo a perda óssea.
( ) Da mesma maneira que em outros sistemas do corpo humano, o envelhecimento promove alterações no sistema nervoso, alterando o processamento, a percepção e o tratamento da dor. Alterações neurais e bioquímicas que acompanham o envelhecimento podem levar a alterações na anatomia e fisiologia do processamento nociceptivo. Podemos dizer que o idoso sente menos os estímulos dolorosos menos intensos, mas tolera poucos estímulos dolorosos mais intensos.

Assinale a opcao correta:
a) F, F, V, V
b) F, F, V, F
c) V, V, F, F
d) F, V,V, F
e) V,F,F,V

A

e) V, F, F, V

Justificativa:

1-Primeira assertiva (V): A descrição está correta. Com o envelhecimento, ocorre uma diminuição da massa muscular e substituição por gordura e colágeno, que é observada por diferentes métodos como a tomografia computadorizada e a excreção urinária de creatinina. A atrofia muscular também é evidenciada histologicamente.

2-Segunda assertiva (F): A afirmação sobre a sarcopenia não é totalmente precisa. Embora a etiologia da sarcopenia seja multifatorial, não é correto dizer que o grau de sarcopenia é o mesmo para diferentes músculos. A perda muscular é mais acentuada nos músculos dos membros inferiores devido à sua função na mobilidade e equilíbrio, mas o grau de perda pode variar dependendo de outros fatores como a atividade física, dieta e genética.

3-Terceira assertiva (F): A afirmação sobre a relação RANKL/OPG não está errada, mas o enunciado não é o mais adequado. A deficiência de estrogênio, uso de corticosteroides e outras condições podem alterar essa relação, promovendo osteoclastogênese e perda óssea, mas a relação entre esses fatores não está descrita de forma tão direta como na assertiva.

4-Quarta assertiva (V): Está correta. O envelhecimento pode alterar a percepção da dor. Os idosos podem sentir menos estímulos dolorosos suaves devido à alteração no processamento nociceptivo, mas têm maior dificuldade em tolerar estímulos dolorosos mais intensos.

21
Q

Questão 14 (TUT): Sobre o envelhecimento cardiovascular responda:
14.1 Cite 3 modificações anátomo histológicas relacionadas ao envelhecimento das estruturas abaixo
VALVA MITRAL:

SISTEMA DE CONDUCAO

MIOCARDIO:

A

VALVA MITRAL:

Aumento da espessura do tecido valvar: Com o envelhecimento, há uma fibrose das valvas, resultando em um aumento da espessura das lâminas, o que pode prejudicar sua flexibilidade e funcionamento adequado.
Depósitos de cálcio: O acúmulo de cálcio nas valvas mitrais, conhecido como calcificação valvar, é comum em idosos, o que pode levar a insuficiência mitral e estenose.
Alterações nas fibras colágenas: Com o tempo, ocorre uma alteração na composição das fibras de colágeno, com predominância de fibras mais grossas e menos elásticas, tornando a valva mais rígida e aumentando a chance de problemas como a insuficiência mitral.
SISTEMA DE CONDUÇÃO:

Fibrose: A fibrose do sistema de condução cardíaco (principalmente do nó sinoatrial e do nó atrioventricular) é uma característica comum do envelhecimento, o que pode resultar em distúrbios de condução como o bloqueio atrioventricular.
Diminuição das células pacemaker: Com o envelhecimento, há uma diminuição no número de células do nó sinoatrial, o que pode levar a uma diminuição na frequência cardíaca e no controle do ritmo.
Alterações nas junções intercelulares: As junções gap (responsáveis pela condução do impulso elétrico) podem ser comprometidas com o envelhecimento, reduzindo a eficiência da propagação dos impulsos elétricos no coração.
MIOCARDIO:

-Aumento do tecido fibroso: O envelhecimento leva ao aumento do tecido fibroso no miocárdio, o que pode interferir na função contrátil do coração e contribuir para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca.
-Atrofia das fibras musculares cardíacas: Há uma redução no número e no tamanho das fibras musculares cardíacas, o que diminui a capacidade de contração do coração.
-Depósitos lipídicos e calcificação: O acúmulo de gordura e cálcio nas células cardíacas e nas artérias coronárias pode levar ao engrossamento das paredes cardíacas, resultando em uma diminuição da elasticidade do miocárdio e da função de bombeamento.

Essas modificações podem contribuir para a diminuição da função cardiovascular e aumento da suscetibilidade a doenças cardíacas em idosos.

22
Q

14.2 Quais são todas as alterações estruturais encontradas na aorta senil?

A

O envelhecimento da aorta leva a várias alterações estruturais, que podem afetar sua função e predispor a problemas cardiovasculares. As principais alterações incluem:

1-Aumento da rigidez da parede da aorta: Com o envelhecimento, ocorre um aumento da rigidez das paredes da aorta, devido à acumulação de colágeno e fibrose nas camadas da parede arterial. Isso resulta em diminuição da elasticidade da aorta, o que dificulta a capacidade de se expandir e contrair adequadamente durante o ciclo cardíaco.

2-Engrossamento da íntima e da média: As camadas íntima e média da aorta tendem a se engrossar com o envelhecimento, especialmente devido ao acúmulo de lipídios, colágeno e cálcio nas camadas internas da artéria. Esse processo contribui para o aumento da rigidez arterial.

3-Acúmulo de cálcio (calcificação aórtica): O depósito de cálcio na parede da aorta é uma característica comum do envelhecimento. A calcificação da camada média da aorta é associada ao endurecimento da artéria e à diminuição da elasticidade arterial, contribuindo para hipertensão sistêmica e aumento do risco de complicações cardiovasculares.

4-Dilatação da aorta: A dilatação da aorta pode ocorrer com a idade, particularmente na aorta ascendente. Isso pode resultar em aneurismas aórticos, uma condição onde a parede da aorta enfraquece e se expande, aumentando o risco de ruptura.

5-Redução das fibras elásticas: A quantidade de fibras elásticas na parede da aorta diminui com a idade. Isso compromete a capacidade elástica da aorta, tornando-a mais suscetível a dilatação e rompimento.

6-Aumento da deposição de lipídios: A deposição de lipídios na íntima da aorta também se intensifica com a idade, contribuindo para a aterosclerose. A aterosclerose pode acelerar a perda de elasticidade da parede da aorta e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

7-Alterações no endotélio: O endotélio da aorta também sofre mudanças com o envelhecimento, com disfunção endotelial, o que prejudica a regulação do tônus vascular e pode contribuir para o desenvolvimento de hipertensão e outras condições cardíacas.

Essas alterações estruturais na aorta senil contribuem para a perda de elasticidade e aumento da rigidez arterial, o que pode resultar em aumento da pressão sistólica, hipertensão isolada sistólica e risco aumentado de aneurismas.

23
Q

14.3 Explique a relação da rigidez arterial com o aumento da pós carga no idoso.

A

A rigidez arterial é uma das alterações mais significativas que ocorre nas artérias com o envelhecimento, especialmente nas grandes artérias, como a aorta. Essa rigidez tem um impacto direto na pós-carga, que é a resistência que o ventrículo esquerdo do coração precisa vencer para ejetar o sangue para a circulação sistêmica. A relação entre a rigidez arterial e o aumento da pós-carga no idoso pode ser explicada da seguinte maneira:

  1. Perda da Elasticidade Arterial
    Com o envelhecimento, a parede das artérias, particularmente da aorta, perde sua elasticidade devido à deposição de colágeno e cálcio, e a redução das fibras elásticas. Isso faz com que a aorta e outras grandes artérias se tornem mais rígidas e menos capazes de se expandir durante a sístole (fase do coração em que o sangue é ejetado). A capacidade de absorver o aumento do volume sanguíneo e de regular o fluxo sanguíneo diminui, o que causa uma elevação da pressão sistólica.
  2. Aumento da Pressão Sistólica
    Devido à rigidez arterial, a pressão sistólica (a pressão durante a contração do coração) tende a aumentar, já que as artérias não se dilatam adequadamente para acomodar o aumento do volume sanguíneo e não “amortecem” a força da ejeção do sangue. Isso ocorre porque as artérias rígidas oferecem maior resistência ao fluxo sanguíneo. Como resultado, o ventrículo esquerdo precisa gerar mais força para empurrar o sangue contra essa resistência maior, o que aumenta a pós-carga.
  3. Aumento da Pós-Carga
    A pós-carga é o esforço necessário para que o ventrículo esquerdo consiga ejetar o sangue através da aorta. Quando as artérias se tornam rígidas, a resistência vascular aumenta, ou seja, o sangue encontra maior dificuldade para fluir pelas artérias, o que obriga o ventrículo esquerdo a gerar mais pressão para vencer essa resistência. Esse aumento da pressão requer maior esforço do coração para ejetar o sangue, aumentando a pós-carga.
  4. Consequências Clínicas
    Esse aumento na pós-carga pode levar a várias consequências clínicas no idoso, como:

-Hipertrofia ventricular esquerda: O ventrículo esquerdo pode aumentar de tamanho e espessura devido ao esforço contínuo para vencer a maior resistência, o que pode levar a uma disfunção diastólica (dificuldade de relaxamento do ventrículo) e insuficiência cardíaca.

-Dificuldade no bombeamento eficiente de sangue: Com o aumento da pós-carga, o coração pode não ser capaz de bombear sangue de maneira eficaz, levando à redução do débito cardíaco.

-Aumento do risco cardiovascular: A elevação da pós-carga e a hipertensão podem aumentar o risco de acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca.

Conclusão:
Portanto, a rigidez arterial no idoso aumenta a resistência vascular, o que, por sua vez, eleva a pós-carga no ventrículo esquerdo. Essa condição contribui para o sobrecarregamento do coração, que pode levar a complicações cardiovasculares como hipertrofia ventricular, insuficiência cardíaca e outras doenças cardíacas.

24
Q

Questão 15 (TUT): A incidência de pneumonia em idosos aumenta durante os surtos de gripe
(infecção pelo vírus influenza). Esse fato já foi comprovado em vários países, inclusive no Brasil, por intermédio de inúmeros estudos epidemiológicos. Baseado nisso responda:
15.1 Qual a patogênese das pnumonias bacterianas no idoso? (VALOR: 0,5)

A

A pneumonia bacteriana no idoso é uma condição grave que resulta da infecção pulmonar por patógenos bacterianos. A patogênese é multifatorial e envolve a interação entre fatores do hospedeiro, como o envelhecimento do sistema imunológico, e fatores ambientais, como infecções virais ou microaspiração. Abaixo estão os principais mecanismos envolvidos:

1-Alterações no Sistema Imunológico:
Envelhecimento do sistema imunológico (imunossenescência) prejudica a capacidade de resposta contra infecções. A resposta imunológica do idoso é mais lenta e menos eficaz, com falhas tanto na resposta imune inata quanto adaptativa.
Diminuição da função dos neutrófilos: Os neutrófilos, células essenciais na defesa contra infecções bacterianas, apresentam redução de função no idoso, comprometendo a eliminação de patógenos.
Redução da produção de anticorpos: A diminuição na produção de anticorpos, especialmente em resposta a infecções ou vacinas, torna o idoso mais vulnerável a infecções.

2-Diminuição da Função Ciliar e Defesa Pulmonar:
Com a idade, a função do epitélio ciliado e os mecanismos de depuração mucociliar se deterioram, facilitando a colonização bacteriana nos pulmões. A cilia no trato respiratório é menos eficiente na remoção de secreções e patógenos.
Aspiração de secreções orofaríngeas: O envelhecimento pode estar associado à diminuição do reflexo de deglutição e à disfagia, aumentando o risco de aspiração de saliva, alimentos ou líquidos que contêm bactérias para os pulmões.

3-Doenças Comórbidas:
Doenças crônicas, como doenças cardíacas, pulmonares, diabetes, e acidente vascular cerebral (AVC), são prevalentes entre os idosos e podem agravar a vulnerabilidade a infecções respiratórias. Além disso, a diminuição da mobilidade devido a condições físicas ou neurológicas aumenta o risco de estase pulmonar e, portanto, de infecção bacteriana.

4-Infecções Virais Precedentes:
Infecções virais, como a gripe (influenza), podem danificar as vias respiratórias e facilitar a adesão de bactérias, como Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae, desencadeando a pneumonia bacteriana. O risco aumenta devido à sobreposição da infecção viral com infecção bacteriana secundária.

5-Microflora Patogênica Normal:
Com o envelhecimento, as mudanças na flora microbiana normal (como a colonização da orofaringe por Streptococcus pneumoniae) podem contribuir para a proliferação de patógenos patogênicos, tornando os idosos mais suscetíveis à infecção pulmonar.

25
Q

15.2 Quais vacinas devem ser adminitradas no idoso como forma de previnir as formas graves de pneumonia comunitaria (PAC)? (VALOR: 0,2 )

A

A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenção contra formas graves de pneumonia em idosos. As principais vacinas recomendadas são:

1-Vacina contra o pneumococo (Streptococcus pneumoniae):
Vacina conjugada 13-valente (PCV13): Recomendada para idosos, especialmente aqueles com doenças crônicas, como doenças cardíacas, diabetes e doenças pulmonares. Ela protege contra 13 sorotipos do pneumococo.
Vacina polissacarídica 23-valente (PPSV23): Recomendada para idosos após a PCV13, protegendo contra 23 sorotipos diferentes de pneumococo.

2-Vacina contra a gripe (influenza):
A vacina contra a gripe deve ser administrada anualmente, pois o vírus da gripe muta a cada temporada. Ela reduz o risco de infecções respiratórias virais e, consequentemente, diminui a probabilidade de infecções bacterianas secundárias, como pneumonia.

3-Vacina contra o Haemophilus influenzae tipo b (Hib): Embora menos comum, pode ser recomendada para idosos com condições imunocomprometidas ou outros fatores de risco que os tornam mais suscetíveis a infecções respiratórias.

26
Q

15.3 Qual o agente etiologico mais comumente encontrado nas PAC no idoso nao institucionalizado? (VALOR: 0,2)

A

O agente etiológico mais comumente encontrado nas pneumonias adquiridas na comunidade (PAC) em idosos não institucionalizados é o Streptococcus pneumoniae (pneumococo). Este patógeno é responsável por uma grande parte das infecções respiratórias graves nos idosos, devido à sua capacidade de causar infecção em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos e nas vias respiratórias superiores.

Além do pneumococo, outros agentes também podem ser responsáveis, incluindo Haemophilus influenzae e Staphylococcus aureus, especialmente em casos de infecção secundária após uma infecção viral como a gripe.

27
Q

Questão 16 (TUT): Sobre as modificações anatomicas, histologiacas e funcionais que ocorrem na senescencia respiratoria, leia as assertivas abaixo:

I. No aspecto imunológico do envelhecimento respiratorio ha um aumento na proporção de neutrófilos e redução de macrófagos no lavado bronquico e ha tambem um aumento de IgA e IgM, relação CD4/CD8 aumentada e substâncias antioxidantes epiteliais diminuídas.
II. Envelhecer apresenta potencial para alterar de forma significativa reações inflamatórias e/ou imunológicas no e do sistema respiratório. Atenção especial deve ser dedicada à ativação basal da imunidade inata em idosos sem tratamentos imunomoduladores ou na ausência de quadros infecciosos. Denominado como inflamm­aging, define­ se esse processo como baixo grau de inflamação crônica, em geral encontrada em idosos.
III. No pulmão há um aumento do espaço morto, alargamento e calcificação das cartilagens brônquicas e traqueais; redução da área de superfície de volume, aumento do diâmetro dos ductos, achatamento dos sacos alveolares, redução da superfície alveolar, redução do clearence muco ciliar, redução da elasticidade, aumento da complacência, redução da capacidade de difusão de oxigênio e redução dos fluxos expiratórios.

Esta correta apenas: (VALOR: 0,3)
a) I,II,III
b) II,III
c) Apenas I
d) Apenas II
e) Apenas III

A

a) I, II, III

Justificativa:

1-Assertiva I: Correta. O envelhecimento respiratório leva a mudanças imunológicas, incluindo um aumento na proporção de neutrófilos e uma redução de macrófagos, que são células-chave na defesa contra infecções pulmonares. A produção de IgA e IgM também pode ser alterada, assim como a diminuição das substâncias antioxidantes epiteliais, o que compromete a defesa das vias respiratórias. A relação CD4/CD8 também pode ser alterada no envelhecimento.

2-Assertiva II: Correta. O processo denominado “inflamm-aging” descreve o aumento crônico de inflamação de baixo grau no envelhecimento, o que afeta o sistema respiratório, alterando a resposta imunológica e a capacidade de lidar com infecções ou lesões. Esse processo é frequentemente associado à ativação basal da imunidade inata e pode estar relacionado com doenças respiratórias crônicas.

3-Assertiva III: Correta. O envelhecimento do sistema respiratório envolve diversas modificações anatômicas e funcionais, incluindo o aumento do espaço morto (redução da eficiência da troca gasosa), a calcificação das cartilagens brônquicas e traqueais, e alterações na arquitetura alveolar, como o achatamento dos sacos alveolares e redução da superfície alveolar. Há também uma diminuição na elasticidade pulmonar, aumento da complacência pulmonar (embora a elasticidade seja reduzida) e redução da capacidade de difusão de oxigênio, fatores que afetam a função respiratória do idoso.

Portanto, todas as assertivas estão corretas.