Insuficiência respiratória Flashcards
Qual a definição de insuficiência respiratória?
Incapacidade dos pulmões realizarem sua função básica (captar O2 e eliminar CO2).
PaO2 < 60 mmHg
e/ou
PaCO2 > 50 mmHg (exceto em retentores crônicos de CO2)
Quais os componentes da respiração?
- Ventilação pulmonar
- Troca gasosa nos alvéolos (hematose)
Quais as classificações de insuficiência respiratória?
- Insuficiência hipercápnica (ou ventilatória) Crônica; Aguda e Crônica agudizada
- Insuficiência respiratória hipoxêmica.
Qual o dado da gasometria que possibilita diferenciar uma acidose crônica agudizada de uma acidose aguda, na insuficiência respiratória?
Se a Base Excess estiver elevada é porque já havia retenção prévia de bases, tratando-se portanto de uma insuficiência crônica agudizada.
Qual o risco de se corrigir uma hipoxemia por hiporventilação com O2 suplementar?
O risco está no fato de que o O2 suplementar corrige a hipoxemia mas não corrige e, às vezes até piora, a hipercapnia (que sempre está presente na hipoventilação).
Quais as causas de insuficiência ventilatória aguda?
- Perda do drive respiratório (controle bulbar involuntário da ventilação pulmonar);
- Lesão do nervo frênico (que controla o diafragma);
- Doença muscular da placa motora;
- Obstrução de vias aéreas;
- Fadiga muscular (Ex: asma, DPOC, pneumonia, edema agudo de pulmão, SDRA, TEP);
- Comprometimento da expansibilidade da caixa torácica (Ex: queimadura torácica circunferencial);
- Parada cardiorespiratória.
Qual a principal causa de insuficiência respiratória ventilatória?
Fadiga muscular (Ex: asma, DPOC, pneumonia, edema agudo de pulmão, SDRA, TEP);
Quais os sinais de esforço respiratório?
- Batimento da asa do nariz;
- Tiragem intercostal;
- Tiragem supraclavicular.
Qual o tratamento da insuficiência respiratória hipercápnica (ou ventilatória)?
Ventilação mecânica com pressão positiva por máscara facial ou, por intubação orotraqueal.
Qual a fórmula para cálculo da pressão arterial de oxigênio (PaO2)?
PaO2 = 100 - 0,3 x idade (em anos).
Essa estimativa deve ser levada em conta na hora de avaliar ou não a existência de hipoxemia.
Qual a fórmula para cálculo da pressão alveolar de oxigênio (PAO2)?
PAO2 = 150 - 1,25 x PaCO2
Qual a fórmula para cálculo do gradiente alvéolo-arterial de oxigênio?
PAO2 - PaO2
Como diferenciar com precisão a insuficiência respiratória hipercápnica (ou ventilatória) da insuficiência respiratória hipoxêmica?
Através do gradiente alvéolo-arterial de oxigênio (PAO2 - PaO2):
* P(A-a)O2 < 15: Hipoxemia da hipoventilação OU Hipoxemia do ar rarefeito;
* P(A-a)O2 > 15: Distúrbio V/Q OU Shunt arteriovenoso pulmonar
Quais os tipos de shunts arteriovenosos pulmonares?
- Shunt parenquimatoso pulmonar: Alvéolos colabados ou com líquido.
- Shunt vascular pulmonar: Síndrome de Osler-Weber-Rendu ou Síndrome hepatopulmonar.
Como diferenciar o Shunt parenquimatoso pulmonar do Shunt vascular pulmonar?
Raio X de tórax, que no Shunt parenquimatoso pulmonar apresenta-se com infiltrados alveolares.
Qual a causa de hipoxemia que não é classificada como insuficiência respiratória?
Shunt cardíaco direita-esquerda.
Qual o exame utilizado para diferenciar o shunt pulmonar do shunt cardíaco?
Ecocardiograma com doppler (Visualiza o shunt cardíaco)
Como diferenciar entre distúrbio V/Q e shunt arteriovenoso pulmonar?
Administra-se O2 suplementar à 100%. Se houver correção (índice PaO2/FiO2 > 400) é distúrbio V/Q. Se não houver correção é shunt.
Como se quantifica a insuficiência respiratória hipoxêmica quanto a sua gravidade?
Através dos seguintes resultados do Índice PaO2/FiO2:
> 400 normal
< 300 hipoxemia leve
< 200 hipoxemia moderada
< 100 hipoxemia grave
Quais os dispositivos para suplementação de oxigênio à baixo fluxo?
Cânula nasal (Fluxo de 0,5-6L/min)
Máscara de Hudson (Fluxo de 5-12L/min)
Quais os dispositivos para suplementação de oxigênio à alto fluxo?
Máscara de Venturi
Qual o dispositivo para ventilação mecânica?
Tubo orotraqueal (nasotraqueal ou traquestomia).
Quais os critérios para ventilação mecânica (ventilação invasiva ou intubação)?
- Rebaixamento do nível de consciência: Glasgow menor ou igual 8;
- Instabilidade respiratória + instabilidade hemodinâmica;
- Obstrução das vias aéreas superiores (estridor, sibilos inspiratórios);
- Grande volume de secreções não adequadamente depurado pelo paciente;
- Sinais de grave esforço ventilatório (Batimento da asa do nariz; Tiragem intercostal; Tiragem supraclavicular);
- Ressuscitação cardiorespiratória prolongada;
- PaO2 < 60 mmHg ou SaO2 < 90% apesar de suplementação de O2
- PaCO2 > 55 mmHg com pH < 7,25;
- Capacidade vital (VC) < 15 ml/kg em pacientes com doença neuromuscular.
Qual o modo ventilatório mais utilizado da ventilação mecânica (ventilação invasiva ou intubação)?
O modo assistido-controlado, por ser aquele com maior capacidade de garantir o repouso da musculatura acessória. A cada ciclo, o aparelho fornece um fluxo inspiratório, determinando um volume corrente; quando cessa o fluxo, a expiração segue de forma espontânea. Uma frequência respiratória mínima é ajustada, porém, se a frequência própria do paciente for maior, esta irá comandar os ciclos ventilatórios (ventilação assistida), disparando o aparelho através da pressão negativa nas vias aéreas (gatilho).
Quais os tipos de ventilação do modo assistido-controlado?
PCV (Ventilação a pressão controlada)
VCV (Ventilação de volume controlado)
No que consiste o tipo de ventilação PCV (Ventilação a pressão controlada) do modo assistido controlado?
O insuflador insufla gás até atingir uma pressão limite pré-determinada, gerando fluxo em direção ao pulmão, que será tanto maior quanto maior for a complacência pulmonar. A ciclagem ocorre após ser atingido o tempo inspiratório pré-determinado.
No que consiste o tipo de ventilação VCV (Vantilação de volume controlado) do modo assistido controlado?
O respirador fornece um fluxo pré-definido ao sistema , com a ciclagem acontecendo quando é atingido o volume corrente pré-determinado.
Quais as limitações dos dois modos ventilatórios PCV e VCV?
No PCV, não há como garantir o volume corrente a ser fornecido. Desse modo, se o paciente apresenta um pulmão pouco complacente (mais “duro”), a pressão máxima permitida nas vias aéreas (pressão limite) é atingida mais rapidamente, reduzindo o fluxo de ar fornecido pelo ventilador, o que faz com esses pacientes acabem recebendo menos volume corrente ao final do tempo inspiratório programado. Já no VCV não há esse problema, porém, na baixa complacência, o volume corrente será atingido à custa de uma pressão elevada, submetendo o paciente ao risco de barotrauma