Insônia Flashcards
Quais os tipos de insônia?
Pode ser por dificuldade de iniciar o sono ou em mantê-lo.
Como a insônia afeta o dia do paciente?
Além de acordar se sentindo cansado, sofre sintomas diurnos como fadiga, sonolência, desatenção, distúrbio do humor e desempenho prejudicado.
Quais os FR para insônia?
Idosos, sexo feminino, HF insônia, hx insônia, transtornos psiquiátricos (depressão, ansiedade, TEPT), condições médicas, medicamentos/substâncias (teofilina, cafeína, iMAO, fluoxetina, bupropiona, venlafaxina, BB, GC).
Qual a relação do transtorno psiquiátrico com a insônia?
50% das pessoas com insônia crônica apresentam um transtorno psiquiátrico e a maioria das pessoas com esses transtornos apresentam insônia. No entanto, esta pode preceder o transtorno psiquiátrico.
Quais outros distúrbios do sono podem estar associados à insônica?
Apneia do sono (pausas respiratórias durante o sono que são acompanhadas de breves despertares quando retomam a respiração), jet lag e sd das pernas inquietas.
Quais as consequências da insônia crônica para o organismo?
Além das alterações em qualidade de vida (sonolência diurna, fadiga, ansiedade, depressão, tensão, confusão), também afeta no desempenho, faz com que essas pessoas busquem a auto-medicação e possam se tornar adictas, aumenta o risco de suicídio e pode elevar o risco CV.
Qual a relação da insônia com o risco CV?
Ela pode elevar o risco CV pois promove uma hiperatividade do SNAS, aumentando o risco de HAS e sem o decenso noturno. Além disso, aumenta o risco de desenvolver DM.
Quais os tipos de insônia?
De curta duração e crônica.
Quais as características clínicas da insônia de curta duração?
Dura alguns dias ou semanas e ocorre em resposta a um estressor identificável. Os sintomas estão presentes, por definição, por menos de 3 meses. Tende a se resolver com resolução do estressor ou adaptação do indivíduo a ele.
Quais as características clínicas da insônia crônica?
Os sintomas ocorrem pelo menos 3x/semana e por pelo menos 3 meses (para se considerar insônia crônica).
Como a insônia pode aparecer clinicamente?
Dificuldade de iniciar o sono (> 30 minutos), despertares noturnos (> 30 minutos acordado durante a noite) e despertar > 30 minutos antes do horário desejado.
Qual a quantidade de sono necessária?
Como dx a insônia?
Quando todos os quadro critérios a seguir são atendidos:
- Dificuldade em iniciar, manter ou acorda antes do desejado.
- Sem privação do sono (possui oportunidade de dormir).
- Sintomas diurnos.
- Sem outro distúrbio do sono que explique.
- Crônica se: pelo menos 3x/semana por pelo menos 3 meses.
Qual o objetivo da avaliação da insônia?
Avaliar a natureza e gravidade do problema do sono e identificar fatores contribuintes e relevantes para o sucesso do tratamento.
Como avaliar uma queixa de insônia?
Realizar um diário do sono (n° de despertares, duração deles, horários do sono por 1 semana, além de ambiente de sono e sintomas diúrnos), devo perguntar por que eles acham que está com isso, tentar identificar fatores contribuintes (depressão e ansiedade são altamente comórbidas com insônia).
Quando solicitar testes adicionais para dx de insônia? Quais são eles?
Quando houver suspeita de outros distúrbios do sono por não haver melhora da insônia apesar do tratamento e sonolência diurna intensa. São eles: polissonografia (apneia obstrutiva do sono) e actigrafia.
Como deve ser a abordagem terapêutica da insônia?
Deve ser graudal, retirando possíveis fatores contribuintes e controlando comorbidades. No entanto, poucos melhoram apenas com isso e necessitam de medidas comportamentais e/ou medicação, que só são indicadas após retirar fatores contribuintes.
Qual o tto da insônia de curto prazo?
Discutir o papel do estressor na gênese da insônia e orientar a transitoriedade do precesso e plano de acompanhamento caso não melhore. Além disso, se a insônia for grave ou o sofrimento for grande, pode-se usar uma medicação de curto prazo para ajudar na interferência diurna, visando minimizar o estressse psicológico e físico da insônia.
Quais as principais opções de tto para a insônia crônica? Quando indicar?
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a farmacoterapia. Usar após identificação e adequado manejo dos fatores precipitantes e perpetuadores.
Quais possíveis fatores precipitantes da insônia?
Qualquer um dos fatores de risco já citados.
Quais os possíveis fatores perpetuadores da insônia?
Ansiedade para dormir e outros hábitos.
Qual o tto inicial da insônia crônica?
TCC como terapia de 1a linha e a farmacoterapia se refratário ou impossibilidade de realizar a TCC. Podem ser usadas em conjunto quando houver grande ansiedade ou sintomas diurnos excessivos, porém visando a redução gradativa da dose do medicamento.
Qual a eficária da TCC e da farmacoterapia?
A TCC isolada ou em associação com a farmacoterapia como medidas INICIAIS se mostraram equivalentes entre si e superiores à farmacoterapia isolada, tanto em curto quanto em longo prazo.
O que é e como fazer a TCC para insônia crônica?
Aborda pensamentos e comportamentos que interferem no sono ideal. Os componentes incluem: estabelecer horário para dormir e acordar estáveis todos os dias da semana, redução do tempo na cama (aumentar a eficiência do sono, orientar evitar cochilos diurnos), incentivo a usar a cama apenas para dormir e fazer sexo (dormir apenas quando estiver com sono e sair da cama se ocorrer ansiedade durante impossibilidade de dormir), higiene do sono (evitar cochilar, limitar cafeína até o almoço, evitar nicotina, evitar exercício < 2h antes de dormir, ambiente silencioso e escuro, evitar verificar relógio, evitar grande refeição antes de dormir).
Quais as classes de drogas aprovadas para tto da insônia?
Agonistas do receptor dos BZD (podendo ser BZD ou não BZD, como o zolpidem), antagonistas do receptor de histamina, agonistas do receptor de melatonina e antagonistas duplos do receptor de orexina.
*Alternativas caso sem melhora: gabapentina em doses baixas.
Qual a conduta caso resposta insatisfatória ao tratamento da insônia crônica?
Discutir sobre expectativas do sono (qualquer tto pode ser fracassado a depender da expectativa), reforçar TCC.
Como abordar uma queixa de insônia em paciente com transtorno psiquiátrico comórbido?
Avaliar a relação temporal entre os 2 distúrbios (tentando estabelecer uma relação causal - é difícil). É importante saber que a insônia pode ser uma entidade distinta, sendo um dx independente e devendo ser tratado. Alguns casos, a melhora da doença psiquiátrica melhora a insônia.
*O tratamento de ambos os distúrbios concomitantemente melhora substancialmente os resultados (até para a doença psiquiátrica subjacente).
Quais os agonistas de BZD não BZD?
Zolpidem, eszopiclona e zaleplon.
Quais os agonistas de BZD que são BZD?
Triazolam, estazolam, flurazepam e temazepam.
Quais os antagonistas do receptor de histamina?
Doxepina.
Dentre as drogas para insônia, qual a preferível?
Todas, exceto os BZD, pois possuem maior risco de dependência e habituação.
Qual o papel da farmacoterapia isolada na insônia crônica?
A maioria dos pacientes não apresenta remissão completa dos sintomas, fazendo com que a TCC deva andar de mãos dadas com a farmacoterapia.
Quais as drogas de escolha para insônia por dificuldade de iniciar o sono porém com pouca dificulade de manutenção?
Agonista BZD não BZD (exceto zolpidem de liberação prolongada), antagonistas duplos do receptor de orexina ou agonista da melatonina (ramelteon).
Quais as drogas de escolha para insônia por dificuldade de manutenção do sono ou distúrbio misto?
Agonista BZD não BZD, antagonista duplo do receptor de orexina (maior segurança) ou doxepina em dose baixa.
*Off-label: trazodona e gabapentina.
Quais cuidados devem ser tomados em relação à farmacoterapia em idosos?
Evitar agonistas BZD pelo maior risco de intoxicação, sedação excessiva, prejuízo cognitivo, delírio e quedas.
Quais cuidados devem ser tomados em relação à farmacoterapia em hepatopatas?
Todas as medicações são metabolizadas no fígado, fazendo com que a dose deva ser menor ou até mesmo a medicação evitada.
Quais cuidados devem ser tomados em relação à farmacoterapia em nefropatas?
Não há necessidade de ajuste de dose pois a farmacocinética deles não é alterada pelo comprometimento renal.
Quais medicações apresentam potencial de abuso?
Todos os agonistas BZD e antagonistas duplos do receptor da orexina (é relativamente baixo).
Quais os efeitos adversos de todos os fármacos para insônia e em quais são mais comuns?
Depressão do SNC (agonistas BZD > DORA > doxepina e ramelteon), alterações comportamentais (alucinação, amnésia, agitação), alterações comportamentais do sono (solambulismo, comer, dirigir e fazer sexo sem estar totalmente acordado - p zolpidem), risco de agravamento de depressão e ideação suicida (monitorizar de perto esses pacientes)
Quais práticas seguras no uso da farmacoterapia para insônia?
Dose mais baixa, evitar passar da dose máxima, evitar prescrição contínua sem avaliação médica, evitar combinar com álcool ou outros depressores do SNC, avaliar risco de suicídio se comórbido com depressão (acompanhar esses pacientes bem de perto),
Como deve ser a escolha da dose do remédio para insônia?
Iniciar com a dose mais baixa para avaliar torelabilidade e buscar a menor dose eficaz.
Como deve ser o acompanhamento após a prescrição inicial do fármaco para insônia?
Reavaliar em algumas semanas para ver efeitos adversos e eficácia e orientar retorno caso necessário. Após isso, deve ser individualizado.
Qual a duração do tto farmacológico da insônia?
Individualizado, obtendo a confiança na TCC e evitar o tto por mais tempo que o necessário.
Como deve ser feita a descontinuação da medicação?
Gradativa para evitar insônia de rebote.
Qual o mecanismo de ação, a dosagem e a farmacocinética dos BZDs?
MA: promovem sedação por aumentar a ação inibitória normal do GABA no SNC.
Dosagem: variável.
Farmacocinética: meia-vida moderada a muito longa (até vários dias). Devem ser evitados com o uso de algumas medicações (cetoconazol, itraconazol) e cauteloso com outras (amiodarona) por aumento dos efeitos hipnóticos.
Quais os efeitos colaterais dos BZD?
Mais comuns: sonolência e tontura.
Graves: depressão respiratória, coma e morte (p se usados com opioides). Pode haver abstinência.
Qual a eficácia dos BZDs?
Diminuem a latência e os despertares do sono, além de melhorarem qualidade.
Qual o mecanismo de ação e a farmacocinética dos não BZDs?
MA: sedação ao aumentar a ação inibitória do GABA, tendo maior seletividade, o que limita os efeitos colaterais.
Farmacocinética: meias-vidas mais curtas que os BZD. Dose deve ser reduzida quando usada com cetoconazol e itraconazol.
Quais os efeitos colaterais dos não BZD? Qual a eficácia?
Mais comuns: sonolência e tonturas.
Eficácia: idem BZD.
Qual o mecanismo de ação e a farmacocinética dos DORAs?
MA: o sistema da orexina estabiliza e promove a vigília. A madicação falicita o sono.
Farmacocinética: evitar em insuficiência hepática grave e com cetoconazol e itraconazol.
Quais os efeitos colaterais e eficácia dos DORAs?
EC: sonolência (p). CI em narcolepsia.
Eficácia: idem.
Qual o mecanismo de ação, a farmacocinética e efeitos colaterais da doxepina?
MA: é um ADT único por ter atividade anti-histamínica que melhora a MANUTENÇÃO do sono por ter seletividade muito alta a rH1, produzindo sedação.
Posologia: 6 mg para adultos e 3 mg para adultos mais velhos 30 min antes de deitar.
Farmacocinética: não usar com iMAO.
EC: sonolência, sedação, náuseas e IVAS. Evitar em glaucoma de ângulo fechado.
Qual o mecanismo de ação, a farmacocinética e efeitos colaterais do ramelteon (agonista do receptor da melatonina)?
MA: facilita o início do sono. Posologia: 8 mg 30 min antes de deitar. Farmacocinética: evitar em IH grave. EC: sonolência, tontura, fadiga, náusea e exacerbação da insônia. Eficácia: apenas no início do sono.
Qual o mecanismo de ação, a farmacocinética e efeitos colaterais da melatonina?
MA: facilita o início do sono e ajuda a reforçar a periodicidade circadiana (bom para jet lag).
EC: sonhos e pesadelos vívidos, tontura, sonolência diurna, cólicas estomacais.
Eficácia: pequeno benefício para início e nenhum para manutenção.