Infecção Latente por M. tuberculosis Flashcards
O que é ILTB?
Quando uma pessoa saudável é exposta ao bacilo da TB, tem 30% de chance de infectar-se, dependendo do grau de exposição (proximidade, condições do ambiente e tempo de convivência), da infectividade do caso índice (quantidade de bacilos eliminados, presença de caverna na radiografia de tórax) e de fatores imunológicos individuais.
As pessoas infectadas,
em geral, permanecem saudáveis por muitos anos, com imunidade parcial ao bacilo. Essa condição é conhecida como infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB).
A OMS estima que um quarto da população mundial tenha ILTB. Esses indivíduos não apresentam
nenhum sintoma e não transmitem a doença, mas são reconhecidos por testes que detectam a imunidade contra o bacilo.
Cerca de 5% das pessoas não conseguem impedir a multiplicação dos bacilos e adoecem
na sequência da primoinfecção.
O maior risco de adoecimento se concentra nos primeiros dois anos após a primoinfecção, mas o período de latência pode se estender por muitos anos e mesmo décadas.
Além da conversão recente, fatores relacionados à competência do sistema imunológico podem aumentar o risco de adoecimento. Entre eles, destaca-se a infecção pelo HIV. Outros fatores de risco incluem
doenças ou tratamentos imunossupressores, idade (menor do que 2 anos ou maior do que
60 anos), diabetes mellitus e desnutrição.
Apesar de grande parte da população mundial estar infectada com M. tuberculosis, não há
indicação de investigação indiscriminada de ILTB na população em geral. Essa investigação
é indicada somente em populações que potencialmente se beneficiarão do tratamento
preconizado para I
Quais os grupos que devem ser investigados para ILTB?
Contatos (nos últimos dois anos) adultos e crianças de TB pulmonar e laríngea
PVHIV com LT CD4+ ≥ 350 cel/mm3
Pessoas em uso de inibidores de TNF alfa ou corticosteroides (equivalente a > 15 mg/dia
de prednisona por mais de um mês)
Pessoas com alterações radiológicas fibróticas sugestivas de sequela de TB
Pré-transplante que irão fazer terapia imunossupressora
Pessoas com silicose
Neoplasia de cabeça e pescoço, linfomas e outras neoplasias hematológicas
Neoplasias em terapia imunossupressora
Insuficiência renal em diálise
Diabetes mellitus
Baixo peso (< 85% do peso ideal)
Tabagistas (≥ 1 maço por dia)
Calcificação isolada (sem fibrose) na radiografia de tórax
Profissionais de saúde, pessoas que vivem ou trabalham no sistema prisional ou em instituições de longa permanência
Qual é o diagnóstico para ILTB?
A prova tuberculínica (PT) é utilizada para diagnóstico de ILTB e pode também auxiliar o
diagnóstico de tuberculose ativa em crianças.
Consiste na inoculação intradérmica de um derivado protéico purificado do M. tuberculosis para medir a resposta imune celular a esses antígenos.
Uma PT positiva não confirma o diagnóstico de TB ativa, assim como uma PT negativa não o exclui. Assim, a PT é indicada para:
identificar casos ILTB em adultos e crianças; e
auxiliar no diagnóstico de TB ativa em crianças.
Indivíduos com PT documentada e resultado ≥ 5 mm não devem ser retestados, mesmo diante de uma nova exposição ao M. tuberculosis.
Como deve ser feita a PT?
A tuberculina é aplicada por via intradérmica, no terço médio da face anterior do antebraço esquerdo, na dose de 0,1ml, que contém 2 unidades de tuberculina (2UT).
A solução da tuberculina deve ser conservada em temperatura entre 2oC e 8oC e não deve
ser exposta à luz solar direta.
Aplicação do PPD
A técnica de aplicação e o material utilizado possuem especificações semelhantes às usadas para a vacinação com a BCG.
A injeção do líquido faz aparecer uma pequena área de limites precisos, pálida e de aspecto pontilhado como casca de laranja.
Leitura da Prova Tuberculínica
A leitura deve ser realizada 48 a 72 horas após a aplicação, podendo ser estendida para 96 horas, caso o paciente falte à leitura na data agendada. Deve-se medir o maior diâmetro transverso da área do endurado palpável, com régua milimetrada transparente.
O resultado da PT deve ser registrado em milímetros, inclusive quando não houver enduração.
Nesse caso, o profissional deverá anotar: ZERO mm.
Como é o tratamento para TB?
O esquema padrão consiste em duas etapas: a fase intensiva com duração de 2 meses, e a fase de manutenção com 4 meses.
As medicações utilizadas são:
Rifampicina (R); Isoniazida (I); Pirazinamina (Z); Etambutol (E).
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Intensiva:
RHZE
Comprimidos em doses fixas: 150/75/400/275 mg
20 a 35 Kg - 2 comprimidos 36 a 50 Kg - 3 comprimidos 51 a 70 Kg - 4 comprimidos Acima de 70 Kg - 5 comprimidos . Manutenção: RH Comprimidos em doses fixas combinadas: 300/150 mg ou 150/75 mg
20 a 35 Kg 1 comp 300/150 mg ou 2 comp 150/75 mg
36 a 50 Kg 1 comp 300/150 mg + 1 comp de 150/75 mg ou 3 comp 150/75 mg
51 a 70 Kg 2 comp 300/150 mg ou 4 comp 150/75 mg
Acima de 70 Kg 2 comp 300/150 mg + 1 comp de 150/75 mg ou 5 comp 150/75 mg.