INF 4 - Principais Síndromes Febris Flashcards
O que é leptospirose?
Leptospirose é uma doença febril aguda causada pela espiroqueta leptospira interrogans. Leptospira interrogans é uma bactéria que tem como seu principal reservatório o rato. O rato auberge o germe nos rins e depois elimina no ambiente como no solo, nos alimentos, em água
As duas fases de leptospirose e os principais aspectos da patogênese
Fase da leptospiremia
Fase imune
- Lesão direta do endotélio endovascular
- Adesão das leptospiras a membrana da célula determinando lesão ou disfunção celular
Quadro clínico de leptospirose
O período de incubação tem média de 7 a 14 dias.
FORMA ANICTÉRICA
- Fase de leptospiremia (3-7 dias)
Febre alta (do tipo remitente,), calafrios, cefaleia (frontal e retro-orbitária), náuseas, vômitos, mialgia intensa. O paciente também pode apresentar palpação de panturrilha dolorosa, olhos vermelhos, diarreia, tosse seca e erupção cutânea. O paciente também pode apresentar linfadenopatia cervical, hepatomegalia, esplenomegalia
- Período de defervescência (1-2 dias)
- Fase imune (4-30 dias)
Nesta fase o paciente apresenta uma redução da febre porém pode surgir complicações devido a hipersensibilidade tais como a meningite asséptica (cefaleia intensa, confusão e vômitos) e uveíte
Os exames laboratoriais podem revelar uma leucocitose com desvio à esquerda, plaquetopenia, VHS
FORMA ICTERO-HEMORRÁGICA (SÍNDROME DE WEIL)
A tríade clássica: hemorragia, insuficiência renal aguda e icterícia rubínica
O exame laboratorial apresenta hiperbilirrubinemia com predomínio na direta, elevação das aminotransferases, elevação das escórias nitrogenadas, hipocalemia,
A classificação da leptospirose
A leptospirose é dividida na forma anictérica e a forma ictero-hemorrágica
Dentro da forma anictérica, temos duas fases. Temos a fase da leptospiremia e a fase imune
Diagnóstico da leptospirose
Hemocultura, sorologias para leptospirose (o padrão-ouro é microaglutinação)
Tratamento da leptospirose
- Doença leve: amoxicilina 500 de 8/8h OU doxiciclina 100 de 12/12h durante 5-7 dias
(A doxiciclina é contraindicada em gestantes, crianças abaixo de 9 anos, pacientes com insuficiência hepática e renal) - Doença grave: penicilina cristalina 1,5 milhões de UI de 6/6h OU ceftriaxona 1-2 g de 24/24h OU azitromicina 500 mg de 24/24h (todos IV)
- Sindrome de weil: hidratação venosa para reposição volêmica, reposição de potássio se necessário e acompanhamento da função renal. Pacientes com insuficiência renal aguda oligúrica recebem terapia de substituição renal
Etiologia da dengue
O vírus da dengue é um arbovirus do gênero flavivírus. Existem quatro sorologias denominados: DENV1 DENV2 DENV3 DENV4. O principal vetor é o mosquito aedes aegypti.
Vias de transmissão da dengue
A principal forma de transmissão da dengue é através do mosquito aedes aegypti que se alimenta de seres humanos infectados. Porém existe também a transmissão através de transfusão sanguínea e parto materno fetal
Patogênese da dengue
Após a inoculação pela picada do mosquito, o vírus se replica inicialmente nas células mononucleares dos linfonodos locais ou nas células musculares esqueléticas, produzindo viremia. A replicação viral estimula a produção de citocinas pelos macrófagos. O IgM antidengue começa a ser detectado a partir do sexto dia da doença e persiste no soro por alguns meses e IgG antidengue surge na primeira semana e pode se manter positivo por vários anos. Os pacientes desenvolvem dengue grave quando se infectam por um outro soro tipo de vírus após a primeira infecção. Intermos de virulência, em ordem decrescente temos os sorotipos 2,3, 4 e 1.
Teorias que explicam o surgimento de dengue grave após segunda infecção
Teoria de Halstead: na primeira infecção, o sistema imune do paciente produz anticorpos neutralizantes contra o primeiro sorotipo, denominados anticorpos homólogos. Estes anticorpos oferecem proteção contra outros sorotipos, porém de curta duração. Se o mesmo indivíduo for infectado anos mais tarde por um sorotipo diferente, aqueles anticorpos não serão mais capazes de neutralizá-lo. Para o novo sorotipo, eles serão considerados anticorpos heterólogos de caráter subneutralizante. A Teoria de Halstead que a ligação de anticorpos heterólogos ao novo sorotipo de vírus da dengue facilita a penetração do vírus nos macrófagos, aumentando a proliferação e a viremia.
Teoria de Rosen: esta teoria diz que a reinfecção por um diferente sorotipo da dengue é causado exclusivamente por cepas mais virulentas
Teoria da multicausalidade: esta teoria integra as duas teorias anteriores e acrescenta outros variáveis como fatores individuais e fatores virais e fatores epidemiológicos
Fases evolutivas da dengue
- Fase febril
- Fase crítica
- Fase de recuperação
Quadro clínico da dengue
A principal manifestação da dengue é a febre alta de início súbito com duração entre 2 e 7 dias. Esta febre é tipicamente acompanhada de adinamia, cefaleia, dor retroorbital mialgia e artralgia. Queixas gastrointestinais são frequentes durante a fase febril tais como anorexia, náuseas, vômitos e fezes pastosas. Metade dos pacientes desenvolve um exantema máculo-papular que pode ou não ser pruriginoso, acometendo a face, o tronco e as extremidades.
Sinais de alarme da fase crítica da dengue
Os pacientes da fase crítica são os que desenvolvem o fenômeno de extravasamento plasmático e que possuem história prévia de infecção por sorotipo diferente do vírus da dengue
- dor abdominal intensa e continua
- vômitos persistentes
- hipotensão ortostática ou lipotimia
- hepatomegalia
- sangramento de mucosas
- letargia ou irritabilidade
- acúmulo de líquido
- aumento progressivo do hematócrito