Idade Contemporânea Flashcards
Primavera dos Povos
- Conjunto de revoluções ocorridas principalmente na Europa do século XIX, que deram origem a transformações no cenário político, social e econômico.
- A Primavera dos Povos tem como característica a oposição aos ideais do Antigo Regime (Absolutismo). Em 1814, após o Congresso de Viena, que estabelecia fronteiras da Europa após a derrota de Napoleão Bonaparte, foi estabelecida a Santa Aliança, contendo principalmente o Reino da Prússia, o Império da Rússia e o Império da Áustria, que eram três Estados que pretendiam inibir novas revoluções burguesas e promover a manutenção de suas respectivas monarquias.
Situação Francesa após Napoleão
- Na França, foi reestabelecida a antiga dinastia dos Bourbon, com Luís XVIII e Carlos X, que durou de 1815 a 1930, passando por crises econômicas e políticas, demonstrando a instabilidade do país após os processos transformadores.
- Em 1830 o rei Luís Felipe de Orleans assume o poder, tendo apoio inicial da burguesia, mas se mostrou autoritário e foi deposto em 1848.
- Em seu governo, restabeleceu a amizade com a Grã-Bretanha e promoveu a expansão colonial para a África.
- Luís Felipe havia recebido forte oposição de liberais, republicanos e trabalhadores, que naquele momento já eram influenciados pelos ideais marxistas. Mas, também haviam os que desejavam restaurar a dinastia dos Borbon, além dos bonapartistas, que defendiam a ascensão de de Luís Bonaparte (Sobrinho de Napoleão) ao poder. Primavera dos Povos
- Através de eleições diretas, em 1848 Luís Bonaparte foi eleito presidente, estabelecendo a Segunda República Francesa, porém, em 1851, com a impossibilidade constitucional de reeleição, aplicou um golpe de Estado, no dia 2 de Dezembro (18 Brumário), se tornando imperador, assim como o seu tio havia feito após a Revolução Francesa, em 1799.
- Bonaparte governou com o título de Napoleão III, e seu governo durou até 1870, quando foi derrotado na Guerra Franco-Prussiana.
Comuna de Paris
- A Comuna de Paris é considerada a primeira experiência de governo operário da História;
- A comuna surgiu após a derrota francesa na guerra Franco-Prussiana, quando a o país teve de ceder territórios que formaram o Império Alemão, ocasionando também a queda de seu imperador Napoleão III. A população de Paris não aceitou tamanha humilhação, se rebelando e construindo o seu próprio governo;
- A Comuna tinha a sua administração paralela e independente, enquanto a França vivia a sua Terceira República, com o governo de Louis Adolphe Thiers, sediado em Versalhes;
medidas populares; - A Comuna foi violentamente reprimida pelas forças de Thiers, advindas de Versalhes com 100.000 soldados fortemente armados, com apoio de tropas do Império Alemão, quando massacraram cerca de 15.000 soldados revolucionários que protegiam a cidade de Paris.
- Por mais que tenha sido uma experiência rápida, a Comuna se tornou o modelo e o exemplo para os movimentos operários e revolucionários futuros, do século XX, como a Revolução Russa de 1917, por exemplo.
Unificação da Itália
- Neoguelfos: liderados por Vicenzo Giobert, defendiam a unificação sob proteção e liderança do papado.
- Republicanos: liderados por Giuseppe Mazzini, com atuação dentro da sociedade secreta dos Carbonários, que havia sido fundada no início do século XIX para resistir as guerras napoleônicas, e que agora se opunha ao antigo regime e ao papado, Guizeppe Mazzini posteriormente ingressa na Giovine Italia (Jovem Itália), uma força paramilitar republicana com maior atuação no sul.
- Monarquistas: liderados pelo rei Piemonte-Sardenha Emanuel II, que defendiam uma monarquia com forte presença liberal.
- O Norte da Itália onde se localizava Piemonte-Sardenha, era mais desenvolvida industrialmente e economicamente, já o sul tinha uma economia agrária e miserável. O reino de Piemonte-Sardenha havia atacado a Áustria para conquistar os territórios da Lombardia e Veneto, mas foi derrotado em 1859, o conde de Cavour, primeiro ministro do reino de Piemonte-Sardenha, conseguiu apoio de Napoleão III da França, para novamente atacar a Áustria, em troca a Itália cederia os territórios de Nice e Saboia.
- Com as vitórias do reino Piemonte-Sardenha, os reúblicanos passaram a apoiar esse viés de unificação, visto que se encontrava em fase mais avançada.
- Em 1861, o rei de Piemonte-Sardenha se auto-proclama rei da Itália, sendo coroado como Vitor Emanuel II, anexando os territórios pertencentes a Igreja Católica (territórios Pontífices), como Roma, a tornando capital. Esses territórios estavam sob domínio francês até a Guerra Franco-Prussiana em 1871.
- A Igreja Católica só reconhecerá a unificação da Itália em 1929, através do Tratado de Latrão.
Unificação da Alemanha
- As grandes forças que estavam envolvidas nesse processo eram o reino da Prússia, que estava em processo de desenvolvimento, e acreditava que a unificação ajudaria o seu fortalecimento, e o império austro-húngaro, que se opunha a unificação, como forma de manter seu território;
- Guilherme I: rei da Prussia, nomeia Otto Von Bismarck como primeiro ministro, responsáveis por iniciar o processos de guerra que deu origem a unificação, nomeando a unificação dos reinos de Liga Alemã;
- Guerra dos Ducados do Elba (1864): disputa territorial da Prússia e Áustria contra a Dinamarca. Ambos conquistaram duas regiões, a região do Eslévico e Holsásia, através do Tratado de Viena de 1864, quando enfraquecida, a Dinamarca teve de ceder.
- Guerra Austro-prussiana (1866): guerra entre Prussia e Áustria, que resultou na tomada da maioria dos estados germânicos que estavam sob domínio austríaco.
- A vitória do reino da Prússia se deu pela maior força de seu desenvolvimento bélico e econômico, além de melhores alianças, como a Itália, por exemplo, que também passava pelo processo de unificação e tinha territórios sob domínio austríaco, como Vêneto, ao nordeste de seu país.
- Guerra Franco-Prussiana (1871): França e Prússia, que inicialmente contrastavam interesses pela sucessão do trono espanhol, já que Isabel II de Espanha havia abdicado. A França não aceitou os interesses da Prússia de dominação ao reino espanhol, assim, Napoleão III exigiu uma resposta por escrito do rei prussiano Guilherme I, objetivando contronar a crise, mas o Otto Von Bismarck alterou a carta, declarando Guerra.
- Como resultado, ocorreu a derrota e humilhação da França, a queda de Napoleão III e Guilherme I foi coroado imperador Alemão. Otto Von Bismarck nomeado chanceler.
- Os territórios dominados pela Alemanha, como Alsásia-lorena, foram motivos de disputas posteriores, até as duas grandes guerras do século XX.
Imperialismo
- O Imperialismo ou neocolonialismo foi a dominação política, econômica, social e cultural das principais potências europeias e dos EUA, nos séculos XIX e XX.
- É importante compreendermos que o imperialismo se insere no contexto da Segunda Revolução Industrial, logo, trata-se da busca dos países imperialistas por matérias primas e mão de obra mais barata, nos continentes da África, Ásia, América e Oceania.
tipos de dominação do Imperialismo
- Protetorado: Dominação através de um líder local, que mantém a autonomia da região através de um acordo com a potência imperialista através de condições específicas. Como exemplo, o Império Britânico utilizou do protetorado em alguns países da África, como Uganda, indicando os reis locais como forma de administrar a sua colônia.
- Colônia: Dominação direta da potência imperialista, que administra a sua colônia. Como exemplo temos a colonização britânica na África do Sul, na Índia ou a colonização belga em Ruanda.
- Econômica: Dependência econômica de um país a uma potência imperialista, se fazendo principalmente através de dívidas cobradas a juros altos. Como exemplo, podemos citar o Brasil nos séculos XIX e XX e a sua dependência econômica em relação ao Império Britânico.
- Área de Influência: Dominação imperialista em áreas específicas, não no país todo, mantendo o governo nativo como forma administrativa. Como exemplo, citamos HongKong, que esteve sob domínio britânico de 1898-1997.
Conferência de Berlim (1884 – 1885)
- A Conferência de Berlim teve por objetivo solucionar conflitos territoriais entre as potências imperialistas, contando com a participação do Império Alemão, da Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Grécia, Países Baixos, Portugal, Rússia, Suécia, Império Otomano e EUA.
- A Conferência definiu o livre comércio nas bacias do Congo e do Niger, no continente africano, através de acordos com líderes locais, definir ocupação territorial também na África, além de reafirmar áreas já colonizadas.
- A conferência também possibilitou com que o Império Alemão, recém criado, colonizasse os seus primeiros territórios no continente africano.
Primeira Guerra do Ópio (1839 – 1824)
- A Primeira Guerra do Ópio ocorreu após o assassinato de um chinês por fuzileiros britânicos. Assim, os oficiais britânicos receberam foram expulsos da cidade de Cantão.
- Esse fato serviu de pretexto para a declaração de guerra do Império Britânico a China, quie a partir daí passou a bombardear as principais cidades chinesas, resultando em um dos chamados Tratados Desiguais, que era o nome com que os chineses davam as negociações onde sairiam perdendo. O Tratado de Nanquim fez com que o país abrisse os seus portos e entregasse Hong-Kong para o domínio britânico.
Segunda Guerra do Ópio (1856 – 1860)
- Ocorreu após oficiais chineses abordarem o navio britânico Arrow. Logo, houve mais uma declaração de guerra, com o Império Britânico tendo apoio dos Franceses.
- Ao final do conflito, com a superioridade bélica ocidental, foi assinado o Tratado de Tianjin, com a participação ainda de Rússia e EUA, definindo mais abertura de portos, a legalização do Ópio (Leite de Papoula com efeito no sistema nervoso) e a livre circulação de diplomatas estrangeiros no território chinês.
Guerra dos Cipaios (1857 – 1858)
- A Guerra dos Cipaios foi uma revolta de soldados indianos (Cipaios) que serviam as tropas da Companhia das Índias Orientais Britânicas, que dominava a região sob a forma de protetorado.
- A causa mais conhecida da guerra está relacionada a questão religiosa e militar, quando soldados hindus e muçulmanos passaram a recusar a utilizar cartuchos para o fuzil LeeEnfield, pois em sua fabricação se utilizavam o sebo do boi, que era inadmissível para os hindus, e o sebo do porco, que era inadmissível pelos muçulmanos, pois tinham de abrir as embalagens com a boca, antes de inserir na arma.
- Em 1858, os cipaios foram derrotados pelas tropas britânicas, e como consequência, a coroa passou a governar a índia diretamente, colocando fim ao sistema de protetorado da Companhia das Índias Orientais. No ano de 1877, a rainha Vitória recebeu o título de Imperatriz da Índia.
Obras do Imperialismo
- Canal de Suez: Construído pela Companhia de Suez, do francês Ferdinad Lesseps entre 18591869, durante o império de Napoleão III. Trata-se do canal que liga a Europa a Ásia, sem ter de contornar o continente africano, inicialmente sendo uma obra pertencente a França e ao Egito, que teve de vendê-lo ao Império Britânico em 1882 devido as suas dpividas externas;
- Canal do Panamá: Canal que passou a aser construído pela França em 1880, mas que teve as suas obras paradas devido a problemas de engenharia e a altos índices de mortalidade dos trabalhadores, sendo retomado em 1904 pelos EUA e inaugurado em 1914.
- O Canal do Panamá permite a transição de navios de carga entre os oceanos Atlântico e Pacífico, se constituindo como um importante eixo comercial do mundo, e gerenciado pelos EUA e Panamá até 1977.
Restauração Meiji
- Compreende a Restauração Meiji, no Japão, o processo de transformações políticas e econômicas ocorridas na segunda metade do século XIX, que culminou na entrada do país na segunda fase da Revolução Industrial.
- De 1603 a 1868, o Japão vivia o Xogunato Tokugawa, um sistema político baseado na presença de um xogum, um general militar. Assim, a figura do próprio imperador era inferior politicamente a força militar do xogum, e a família Tokugawa se manteve no poder por grande parte desse período.
- Havia também uma forte aristocracia rural (damaios) além da força militar dos samurais, que mantinham o controle do xogum sobre a política e economia japonesa.
- O Japão se configurava como um modelo atrasado economicamente e tecnologicamente, pois no século XIX, começaram a surgir potências industriais além da Inglaterra, como a França, a Bélgica e os EUA, enquanto o país se mantinha em uma economia estagnada e agrária, o chamado Japão Feudal (Sistema Han).
- Em 1853, navios americanos comandados pelo Comodoro Matthew Calbraith Perry, desembarcam no Japão com a proposta de abertura dos portos, e caso o país não aceitasse, ocorreria uma guerra entre as nações, tendo os EUA com ampla vantagem por dispor de material bélico avançado. Assim, os portos foram abertos, mas mesmo assim, o Japão mantinha uma balança comercial desfavorável, tendo de importar muito mais produtos do que conseguia exportar. Porém, o Xogunato Tokugawa investia em indústria bélica com apoio das principais potências do período, como os EUA, França e Inglaterra.
- A situação de desvantagem em relação as potências europeias e o EUA, fez com que as elites japonesas, incluindo a aristocracia rural e os samurais, ficassem insatisfeitos, e assim, procuraram restaurar o poder do imperador, para que governasse acima do xogum. Em 1867, com a morte do Imperador Komei , assumiu aos 14 anos de idade o novo imperador, Mitsushito, e pressionado, o último xogum Keiki renunciou. Assim, em 1868, é definido o poder do Imperador acima de qualquer outra autoridade, iniciando a Era Meiji, que durou até o ano de 1912.
- Em Janeiro de 1868, antigos aliados do xogunato, tentam restaurar o sistema político, levando o Japão a Guerra Boshin, que durou até 1869, um conflito civil entre clãs, quando os defensores do xogunato saíram derrotados.
- A Restauração Meiji trouxe ao Japão uma série de reformas que definitivamente colocaram o Japão como potência asiática, entrando na chamada Era dos Impérios. As reformas não iam ao encontro do que as elites queriam, pois as relações japonesas com outras potências se manteve. Assim, um grupo de burocratas foi escolhido para ocupar cargos públicos, o poder dos feudos foi substituído por prefeituras, os samurais tiveram de pagar impostos, pois antes eram isentos, além de serem proibidos de portarem armas em público. Também foi estabelecida uma língua nacional, e instituído o Xintoísmo de Estado, quando o Imperador, que já era considerado uma figura sagrada, passa a definir a religião oficial da nação, eliminando outras influências religiosas.
Primeira Guerra Sino-Japonesa
- A Primeira Guerra Sino-Japonesa foi um conflito entre o Japão e a China, pelo controle da Coreia, ocorrido durante os anos de 1894 e 1895, e se insere no contexto da Era Meiji, no Japão (1867-1912) e da expansão territorial dos dois países, sendo um importante antecedente para a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
- O Japão, em processo de nítida expansão territorial, buscou ter o controle da região, também como forma de defesa, pois a posição geográfica coreana demonstrava risco aos interesses japoneses.
- Em 17 de Abril de 1895 foi assinado o Tratado de Shimonoseki, estabelecendo a paz entre os dois país, com a condição de que a Coreia se tornaria livre do domínio chinês, mas ao condicionamento de um protetorado japonês (o líder local passa a ter influência de outra potência), além do domínio japonês em Taiwan, que se manteve até a rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Primeira Guerra Mundial
Fim da Belle Époque;
* A questão dos Balcãs: A Península Balcânica (Balcãs) se localiza no sudeste da Europa, hoje compreendendo países como a Sérvia, Romênia, Montenegro, Bulgária, Turquia e Grécia, e por se tratar de uma região estratégica, que liga o continente europeu ao continente asiático, foi palco de constantes disputas ao longo da História, desde tempos antigos, até os que antecederam a Primeira Guerra Mundial em 1914.
* A região esteve sob domínio do Império Otomano (Turco-Otomano) desde o século XVI, e na segunda metade do século XIX, através de interesses nacionalistas, através de etnias eslavas, como os croatas e sérvios, passaram a ocorrer guerras de independência.
Áustria-Hungria, que controlava a Bósnia e Herzegovina, e buscava dominar a região balcânica, como posição imperialista estratégica. Porém, seus planos batiam de frente com o Império da Rússia, que apoiava a independência dos países eslavos, mas com seus interesses próprios na região.
* Ainda sobre a tensão na região, a Áustria-Hungria se alinhava ao Império Alemão na construção e manutenção da Ferrovia Berlim-Bagdá, que passava por toda a extensão da Península Balcânica, ligando a Europa Central ao Oriente Médio, o que a definia como rival do Império Russo, que buscava se consolidar como força dominante das rotas da região.
* No dia 28 de junho de 1914, o Arque-duque do Império Áustro-Húngaro Francisco Ferdinando e sua esposa Sofia, Duquesa de Hohenberg, foram assassinados em Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina. A autoria do assassinato foi de Gavrilo Princip, um estudante de 19 anos, ligado ao grupo nacionalista sérvio Mão Negra.