IAM c/ sST Flashcards
Quais principais diferenças fisiopatológicas das SCA com e sem supra?
Na SCA sem sST temos a presença de necrose subendocárica, causa pela presença de trombo suboclusivo. Já no IAM com sST a necrose é transmural, sendo causada por uma oclusão coronariana aguda e completa.
O que diferencias os IAM com e sem supra de ST da Angina Instável, laboratorialmente?
Os IAM tem marcadores de necrose positivos, geralmente, enquanto a angina instável não.
Qual é o quadro clínico típico de um IAM com sST?
Dor torácica anginosa (constrictiva, precordial ou retroesternal, com ou sem irradiação para a mandíbula ou membros superiores, especialmente o esquerdo) de forte intensidade de início agudo, com náuseas, vômitos, diaforese e apreensão.
Como pode ser o quadro atípico da SCA com supra? Geralmente ocorre em quais pacientes?
Os casos atípicos são mais comuns em idosos, mulheres e diabéticos. Podem se apresentar como dor torácica atípica (queimação), dor no andar superior do abdome, IAM sem dor (dispneia, ortopneia, síncope, etc.).
Como é a evolução do ECG no IAM com sST?
Fases evolutivas do ECG no IAM com sST:
(1) Hiperaguda (supra de ST retificado ou côncavo com onda T alta e apiculada);
(2) Subaguda (supra de ST em abóbada, onda Q patológica, onda T invertida);
(3) Infarto antigo (aumento da onda Q patológica, onda T invertida)
Como identificar as paredes cardíacas acometidas segundo as derivações alteradas? Quais coronárias acometidas? Descreva.
IAM de parede anterior ou anterosseptal (DA): V1 e V2 (septo), V3 e V4 (parede anterior livre).
IAM de parede lateral (Cx): DI e aVL (lateral alta), V5 e V6 (lateral baixa, apical).
IAM de parede inferior (CD, raramente Cx): DII, DIII e aVF.
IAM dorsal (inferodorsal ou laterodorsal) (CD ou Cx): imagem em espelho em V1 até V3 + V7, V8 e V9.
Infarto de VD (CD): V1, V3R e V4R (acompanha o IAM inferior; I = 10%).
Qual marcador de necrose miocárdica preferencialmente usado?
Troponina I ou T.
Qual é grande diferencial do tratamento do IAM
com supra de ST?
Terapia de Reperfusão Miocárdica.
Quais são os critérios para terapia de reperfusão miocárdica?
1- Sintomas compatíveis com IAM;
2- Delta-T de até 12h;
3- Supra de ST em duas ou mais derivações consecutivas ou BRE novo ou presumivelmente novo.
Quando utilizar angioplastia primária (com stent) quando já definida a necessidade de terapia de reperfusão?
Estratégia preferencial desde que o procedimento possa ser realizado em até 90min (ou 120min se o atendimento inicial foi em unidade sem angioplastia). Preferência também no choque cardiogênico, IC grave
e edema agudo de pulmão, e na contraindicação ao trombolítico ou sua falha (angioplastia de resgate).
Quando utilizar trombolítico venoso?
Na ausência de contraindicações e quando a ngioplastia não puder ser realizada a tempo. Deve ser feito em até 30 minutos!
Quais são os critérios de reperfusão?
Redução de mais de 50% do maior supra de ST, pico precoce dos marcadores de necrose, arritmias de reperfusão (RIVA), abolição da dor.
Quais são os medicamentos de rotina no IAM com sST?
- Antiplaquetários (AAS + clopidogrel e Inib. GpIIbIIIa, abciximab, em caso de angioplastia);
- Anticoagulantes (HNF ou bivalirudina se angioplastia/ HNF, enoxaparina ou fondaparinux se fibrinolíticos);
- Betabloqueadores (inicialmente por VO);
- IECA (ou Ant. AngioII se intolerância ao IECA);
- Estatinas (atorvastatina em altas doses);
- Considerar:
- nitrato e morfina (controle da dor/congestão pulmonar),
- oxigênio (hipoxêmicos),
- antagonista da aldosterona (IC sint ou diabéticos),
- Antagonistas do cálcio (exceto nifedipina, nos refratários ao betabloqueador).
Quais são as drogas dadas após a alta?
Quinteto: AAS, inibidor do receptor P2Y12, betabloqueador, IECA e estatina.
Quais são as principais complicações do IAM com sST?
- Arritmias (FV): principal causa de óbito pré-hosp(1ª48h).
- Choque cardiogênico: principal causa de óbito intra-hosp.
- Infarto do VD: evitar redutores da pré-carga (nitrato, diurético e morfina).
- Sopro novo: ruptura de músculo papilar x CIV.
Quando e como investigar dissecção aguda de aorta? Quais achados sugestivos no EF?
Todo paciente com dor torácica de forte intensidade que irradia ou migra para o dorso (região interescapular) deve ser avaliado através do ECO transesofágico ou TC de tórax contrastada helicoidal.
Achados sugestivos: sopro diastólico no precórdio; diferença significativa de pressão arterial entre os braços.
Em caso de suspeita de dissecção aguda de aorta quais medicamentos não podem ser administrados?
Trombolíticos e heparina.
Qual referência no ECG para determinar a presença de desnivelamento de ST?
O ponto PQ.
Qual significado do conceito “imagem em espelho”?
Sempre que surge um supra de ST numa determinada parede do VE, obrigatoriamente aparece um infra de ST na parede diametralmente oposta. Ex: contraposição entre a parede inferior (DII, DIII e aVF) e a parede lateral
alta (DI e aVL).
Por que a alteração do ECG em parede inferior sugere c IAM de VD?
Porque o ventrículo direito é irrigado pela coronária direita, que também nutre a parede inferior na maioria dos indivíduos. Assim ao notar supra ST em D2, D3 e aVF (parede inferior) deve-se solicitar as derivações V3R, V4R, V7 e V8.
O que suspeitar quando se encontra sST em V1 e não em V2? Como confirmar a suspeita?
IAM de VD. A confirmação é feita pela presença do supra de ST nas precordiais direitas (R = right),V3R e V4R.
Qual é o papel dos marcadores de necrose no IAM com sST?
(1) corroborar o dx nos casos duvidosos (ex.: supra
de ST discreto, BR ou hipertrofia ventricular no ECG, quadro clínico muito atípico, IAM pós-angioplastia);
(2) ajudar na determinação do px (a letalidade do IAM
é proporcional ao tamanho da área sob a curva; um pico precoce, antes de 12h, é um dos critérios de reperfusão miocárdica);
(3) fundamental para o dx do reinfarto precoce.
Em que momentos realizar dosagem de troponina?
Na admissão e dentro de 1-3 horas do início dos sintomas, podendo ser feitas medidas adicionais para acompanhamento.
Descreva a classificação do infarto em cinco tipos.
TIPO 1 (espontâneo): primário, por erosão, fissura ou ruptura de placa; TIPO 2 (desequilíbrio oferta/demanda): secundário a quadros como anemia, alteração da PA etc.; TIPO 3 (óbito na ausência de marcadores de necrose): ocorre antes da coleta de troponina ou antes que haja a elevação dela; TIPO 4a (associado à intervenção coronariana percutânea) e 4b (associado à trombose de stent); TIPO 5 (cirurgia): relacionado à cir de revascularização do miocárdio.
O que significa delta-T?
Tempo entre o início da dor torácica e o primeiro atendimento médico.
Em quanto tempo deve-se ter um ECG em mãos para iniciar o tto?
10 minutos.
O que fazer se durante a angioplastia se detectar mais de trombo?
Apenas a lesão culpada deva ser abordada no quadro agudo. As demais lesões devem ser deixadas para outro momento.
Quais são as contra-indicações absolutas do trombolítico?
- História de qualquer hemorragia intracraniana;
- Lesão vascular cerebral estrutural conhecida;
- Neoplasia intracraniana maligna conhecida;
- AVE isquêmico há menos de 3 m (exceto da terapia das 1as 4,5h do AVEi agudo);
- Suspeita de dissecção aórtica;
- Sangramento patológico ativo ou diátese hemorrágica;
- Trauma facial ou TCE significativos < 3 meses;
- Cirurgia intracraniana ou medular < 2 meses;
- Hipertensão grave não controlada e não responsiva ao tratamento de emergência;
- Para a estreptoquinase, tratamento prévio com a droga há menos de 6 meses.
Quais são as contra-indicações relativas ao uso de trombolítico?
*HAS crônica grave mal controlada;
*PA > 180 x 110 mmHg na apresentação (baixar a PA com nitroglicerina venosa);
*AVEi > 3 meses;
*Demência;
*Doença intracraniana conhecida que não entra nas definições anteriores;
*Reanimação cardiopulmonar traumática ou prolongada
(> 10 minutos);
*Grande cirurgia < 3 semanas;
*Sangramento interno recente (2-4 semanas);
*Punção vascular que não pode ser comprimida; *Gestação;
*Ulcera péptica em atividade;
*Terapia anticoagulante oral.
Cite dois tipos de trombolíticos e seus principais representantes.
Existem dois tipos de trombolíticos utilizados no IAM: (1) fibrinainespecíficos (estreptoquinase); e (2) fibrinaespecíficos (alteplase, tenecteplase, reteplase).