Hepatite C Flashcards
Como são as manifestações clínicas das principais formas de hepatite viral aguda?
São muito parecidas. Podem ser leves, quase assintomáticas, ou graves que determinam evolução fulminante para insuficiência hepática
Quais são as fases do curso clínico de uma hepatite viral aguda?
Prodrômica
Ictérica
Convalescência
Como é a fase prodrômica de uma hepatite viral aguda?
Sintomas inespecíficos, predominantemente sistêmicos e gastrointestinais.
Perda ou perversão do paladar (clássico), mal-estar, astenia, náuseas, vômitos, anorexia, diarreia, cefaleia, tosse, coriza - pode ser bastante semelhante a um quadro gripal
Podem apresentar artrite e glomerulonefrite aguda (principalmente na B)
Como é a fase ictérica de uma hepatite viral aguda?
Icterícia, associado ou não a colúria, acolia ou hipocolia fecal e prurido (síndrome colestática). Achados prodrômicos regridem ou abrandam - com exceção dos gastrointestinais, que muitas vezes se acentuam
É comum não ter a fase ictérica de uma hepatite viral aguda?
A fase ictérica pode não acontecer (principalmente no vírus HCV). Nesses casos, o paciente experimenta a fase prodrômica como um quadro gripal ou se dará conta da doença vários anos depois, com a evolução da doença
O que é a fase de convalescência de uma hepatite viral aguda? O que ocorre na sequência?
É a fase em que o paciente percebe melhora dos sintomas. Marca o fim do quadro agudo de hepatite, podendo evoluir para cura ou para a cronicidade (HBV, HCV)
Como está o hemograma na hepatite viral aguda?
É comum uma leucopenia que logo evolui para linfocitose (pode ser por aumento de atípicos)
Como está o hepatograma na hepatite viral aguda?
Grande aumento das aminotransferases (TGO e TGP), acima de 10x o valor normal
É uma das causas da hiperbilirrubinemia e icterícia
O que é síndrome pós-hepatite?
Persistência de sinais e sintomas da hepatite mesmo após a cura do quadro agudo. A palpação dolorosa do hipocôndrio D e as aminotransferases podem continuar discretamente elevadas
Em relação ao vírus HCV
- Material genético
- Genótipo mais prevalente
- Por que é difícil uma vacina?
- RNA de cadeia simples
- O genótipo mais prevalente é o 1, apesar de já terem sido descritos 7
- O HCV é extremamente mutagênico - explica também a capacidade que esse vírus tem de espacar do sistema imune
Como é a transmissão do HCV?
Contato com sangue contaminado (principalmente nas hemotransfusões, transplantes de órgãos, exposições percutâneas)
Compartilhamento de objetos para uso de drogas, escovas de dente, barbeadores, depiladores, …
Procedimentos odontológicos, tatuagens, piercings sem normas de biossegurança
Atividade sexual desprotegida
Vertical (incomum)
Quando a transmissão sexual de HCV é importante?
Mais frequente em pessoas com múltiplos parceiros, sexo desprotegido e HSH. A presença de uma DST facilita a infecção. Em casais monogâmicos a chance de transmissão é extremamente baixa.
Como é a transmissão vertical do HCV?
Ocorre em 5% dos bebês nascidos de mães com elevada carga viral (> 100.000). Hepatite C na mãe não contraindica o aleitamento materno - a menos que hajam fissuras no mamilo ou que esteja em terapia antiviral específica
Qual é a chance de soroconversão para o HCV após acidente perfurocortante?
Próximo de 2% (inferior ao risco para a transmissão de HIV e HBV)
Qual é a chance de um paciente infectado por HCV desenvolver a forma crônica da doença?
80%
Fatores associados a uma maior probabilidade de clareamento viral espontâneo pós infecção aguda por HCV
Idade < 40 anos
Sexo feminino
Aparecimento de icterícia - quanto mais sintomática é a hepatite aguda, maior a taxa de cura
Genótipo 3
Fatores genéticos
Como deve ser feito o diagnóstico da hepatite C?
Anti-HCV
HCV-RNA
80% dos pacientes vão ter anticorpos anti-HCV na fase aguda. Nos outros 20%, o HCV-RNA aparecerá 30-60 dias após a exposição ao vírus.
O anti-HCV pode ser pesquisado por método ELISA ou pelo teste rápido (TR)
O HCV-RNA (carga viral) pode ser feito por PCR
Anti-HCV positivo indica infecção ativa? Como prosseguir em caso de dúvida?
Não, pode significar que houve um contato prévio “curado”. Deve ser realizado o HCV-RNA para confirmar que o anti-HCV positivo significa infecção ativa pelo vírus C
Indicações de solicitação de HCV-RNA
- Confirmar diagnóstico após TR ou ELISA positivo
- Pesquisa de hepatite C em menores de 18 meses (pode ter anti-HCV positivo que podem ser da mãe)
- Após acidente ocupacional em paciente assintomático, imunodeprimidos, pacientes em hemodiálise
- Monitorização do tratamento
A genotipagem do HCV deve ser feita em que momento?
Deve ser feita após a confirmação do diagnóstico (anti-HCV e HCV-RNA positivos).
Qual deve ser a carga viral mínima para fazer a genotipagem? Se não for possível, como é feito o tratamento?
É preciso que a carga viral seja > 500 UI/mL. Hoje os tratamentos são pangenotípicos, não precisa mais ser feita a genotipagem
Qual é o tempo para dizer que é uma hepatite crônica?
Lesão hepática necroinflamatória que perdura por mais de 6 meses
Quais doenças podem determinar lesão crônica do parênquima hepático?
Hepatites B, C*, D
Álcool e drogas
Doença de Wilson
Hepatite autoimune
Quais são os escores mais utilizados para avaliar o estágio de fibrose/cirrose e o processo necroinflamatório?
Escore de Knodell-Ishak e Escore de Metavir
Como são os sintomas do paciente com hepatite C crônica?
A maioria dos pacientes são assintomáticos. Os casos sintomáticos se apresentam com fadiga crônica, associado ou não à náusea, vômitos e anorexia.
Manifestação extra-hepática mais frequente em pacientes com hepatite C crônica
Crioglobulinemia mista (doença multissistemica rara caracterizada pela presença de complexos imunes crioprecipitáveis circulantes no soro, que se manifesta clinicamente por uma tríade clássica de púrpura, fraqueza e artralgia)
Possíveis manifestações dermatológicas da hepatite C
Porfiria cutânea
Líquen plano
Complicações metabólicas sistêmicas que são mais prováveis com hepatite C crônica
Síndrome metabólica
DM2
Qual é a relação entre HCV e câncer?
Pacientes cirróticos HCV+ tem chance aumentada de desenvolver carcinoma hepatocelular
Portadores de hepatite C crônica têm chance aumentada de desenvolver linfomas
Resumo da evolução da infecção pelo vírus C
Após a infecção aguda (geralmente assintomática), 20% curam espontaneamente e 80% cronificam. Desses, 1/3 evoluem para cirrose em < 20 anos, 1/3 evoluem entre 20-50 anos e 1/3 evoluem em mais de 50 anos.
Preditores de evolução desfavorável (maior chance de cirrose e hepatocarcinoma) na hepatite C crônica
Idade > 40 anos no momento da infecção
Sexo masculino
Uso de álcool
Coinfecção com HIV/HBV
Imunossupressão
Esteatose hepática
Resistência à insulina
Atividade necroinflamatória mais intensa na biópsia hepática
Excesso de ferro no parênquima (hemocromatose)
Como fazer a avaliação do estágio da hepatopatia crônica?
Escores como o APRI e o FIB4, elastografia ou biópsia hepática
Qual é a correlação das escalas APRI ou FIB4 com a escala Metavir?
APRI > 1,5 ou FIB > 3,25 indicam doença avançada - correspondente a um grau F3 ou F4 pelo escore Metavir
Critérios de exclusão do tratamento de hepatite C
Crianças < 3 anos
Expectativa de vida < 12 meses
Cirrose descompensada com MELD > 20, aguardando transplante hepático
Pacientes oncológicos com expectativa de vida < 12 meses
Tratamento de hepatite C na gravidez
Todas são contraindicadas durante a gravidez. Se a mulher engravidar durante o tratamento, ele deve ser suspenso
Tratamento de hepatite C na coinfecção com HIV
Tratar primeiro o HIV
Tratamento de hepatite C na coinfecção com HBV
Começar tratando o HBV e posteriormente o HCV
Existe relação entre carga viral e gravidade da doença?
Não apresenta relação