H. 1.ª metade - Gravidez ectópica Flashcards

1
Q

O que é gravidez ectópica?

A

É a gravidez que ocorre quando o ovo/blastocisto se implanta fora do útero.

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2
Q

Qual é a gravidez ectópica mais frequente? Em que segmento?

A

Gravidez tubária. Na ampola.

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3
Q

Qual é o sinónimo?

A

Ectociese, gravidez extrauterina, ectopia.

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4
Q

Quais os fatores de risco?

A

1- Factores mecânicos: lesão das tubas uterinas, história de doença inflamatória pélvica (DIP), história de cervicite, cirurgia tubária prévia, gravidez ectópica anterior, aderências peritubárias, tumores.
2- Factores funcionais: uso de DIU contendo progesterona, medicação com prostagénios minidoseados e indutores da ovulação, exposição in utero ao dietilestilbestrol.
3- Técnicas de reprodução medicamente assistidas: Fertilização In Vitro (FIV).
4- Falha de métodos contraceptivos.

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5
Q

Classificação do ponto de vista patológico?

A

1- Primitiva: quando a nidação ocorre e prossegue em zona única do aparelho genital.
2- Secundária: quando, após implantar-se em um lugar, o ovo se desprende do aparelho genital e continua o seu desenvolvimento em outro local.

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6
Q

Principais formas patológicas? Em ordem de maior para menor frequência

A
1- Gravidez tubária (mais de 95%)
2- Gravidez ovariana (3%)
2- Gravidez abdominal (1%)
3- Gravidez cervical (<1%)
4- Gravidez em cicatriz de cesária (<1%)
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7
Q

Principais acidentes da gravidez tubária?

A

1- Aborto e ruptura tubária;
2- Gravidez interligamentar;
3- Gravidez intersticial;
4- Gravidez heterotópica.

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8
Q

O que é o cisto fetal? Fisiopatologia?

A

É a retenção prolongada do feto na ectociese abdominal com conservação de certa quantidade de líquido amniotico. O feto macera-se por reabsorção progressiva do líquido amniótico, desseca-se por desidratação (mumificação) e pode sofrer saponificação. A reabsorção total das partes moles e a deposição calcária no feto e nas membranas são as etapas finais deste processo.

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9
Q

Fisiopatologia da gravidez ovariana.

A

Ruptura com reabsorção ovular (mais frequente) e ruptura evoluindo para um tipo secundário: abdominal.

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10
Q

O que revela a ultrassonografia da gravidez cervical?

A

Revela útero vazio, canal cervical aumentado com imagem de SG exibindo embrião em seu interior, com ou sem batimentos cardíacos.

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11
Q

Quais os critérios sonográficos transvaginais para caracterizar a gravidez em cicatriz de cesárea?

A
  • Cavidade uterina e canal cervical vazios;
  • Visualização de SC embebido na cicatriz de cesárea;
  • Presença de embrião e/ou vesícula vitelina com ou sem batimentos.
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12
Q

Qual a confirmação diagnóstica de paciente com gravidez ectópica?

A

Ultrassonografia transvaginal e doseamento do hCG.

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13
Q

Porque é que é mais comum o abortamento incompleto tubário?

A

Porque o trofoblasto invade a camada muscular da tuba uterina e fica aderido nela.

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14
Q

Fisiopatologia da dor na ectociese tubária?

A

As perdas sanguíneas intermitentes decorrentes da distensão da porção ampular, separação parcial do trofoblasto e mais tarde da placenta, atravessam o óstio e alcançam a cavidade abdominal. Há uma hemorragia intraperitoneal persistente e ao se coagular o sangue intraperitoneal, uma substância irritante, possivelmente a serotonina, é liberado e provoca dor abdominal baixa (hipogástrio).
Quando o saco ovular distende a porção ampolar da tuba uterina, há separação parcial do trofoblasto e mais tarde da placenta, com perdas sanguíneas intermitentes que atravessam o ostio e alcançam a cavidade abdominal. Nos casos de aborto incompleto, há hemorragia intraperitoneal persitente e ao se coagular o sangue é liberada uma substância irritante, possivelmente a serotonina, causando dor abdominal baixa.

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15
Q

Qual o quadro clínico da gravidez ectópica?

A

As principais formas clínicas são:
1- Subaguda: é a forma clínica mais comum (70%) e com o ovo habitualmente localizado na ampola tubária. Sintomas: dor pélvica ou abdominal baixa persistente, progressiva e quase sempre unilateral; hemorragia vaginal escassa de cor viva ou escura, história de amenorreia ou não, outros sinais de irritação peritoneal como: náuseas e vómitos, estado subfebril, distensão do ventre e leucocitose moderada. Exibe também quadro clínico compatível com discreta hemorragia interna: lipotímia, taquisfigmia moderada, mucosas descoradas e pressão arterial ainda normal. Ao exame ginecológico revela ocupação e dor à pressão do fundo de saco posterior (grito de Douglas) além da dor à manipulação do colo. A ultrassonografia pode apresentar: massa complexa (60%), anel tubário (20%), anel tubário com embrião com ou sem BCF (13%).

2- Aguda: corresponde geralmente à ruptura tubária. A paciente refere dor violenta, em apunhalada na fossa ilíaca ou no hipogástrio; dor escapular direita ao deitar decorrente da irritação do nervo frénico por ascensão da hemorragia intra-abdominal (sinal de LAFFONT). Estado de choque: palidez, sudorese, pulso fino e rápido, hipotensão e extremidades frias. Sensação de peso no reto e na bexiga e dor à defecação e micção (hematocele de Douglas). Ao exame ginecológico exibe dor intensa ao toque do fundo de saco de Douglas (GRITO DE DOUGLAS), que se encontra abaulado (sinal de Proust) e colocação azulada peri-umbilical (sinal de Cullen).

3- Abdominal: o paciente queixa-se de dor abdominal, náuseas e vômitos; a palpação revela apresentação transversa, oligoidrâmnia, colo deslocado. A ultrassonografia revela útero vazio, separado do feto e placenta ectópica intra-abdominal.

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16
Q

Tratamento da gravidez tubária?

A

1- Cirúrgico:

  • Laparotomia: reservadas para os casos agudos, pacientes hemodinamicamente instáveis e com hemoperitoneu. Salpingectomia indicada.
  • Laparoscopia: padrão-ouro na maioria dos casos e o tratamento cirúrgico da trompa pode ser conservador (salpingostomia) ou radical (salpingectomia). A salpingostomia linear consiste na enucleação da ectopia com conservação da trompa que é deixada aberta para que a cicatrizarão ocorra por segunda intenção. Indicada para pacientes que quiserem ter filhos futuramente, pacientes que apresentam trompa contralateral doente, ectopia tubária de pequenas dimensões em geral localizada na porção ampolar e que se apresenta íntegra. Uso profilático de metotrexato e seguimento até o b-hCG atingir 5 mUl/ml. A Salpingectomia é necessária a pacientes com sangramento incontrolável, com ectopia recorrente na mesma tuba, com tuba uterina muito lesada ou SG > 5cm.

2- Tratamento médico: uso de metotrexato IM indicados para pacientes com quadro clínico estável, diagnóstico definitivo, hCG < 5 mil, aumento do hCG <50% em 48h, saco gestacional < 3,5cm, BCF ausente, líquido no peritoneu ausente.

3- Tratamento expectante: reservado a um grupo seleto de pacientes com quadro clínico estável, b-hCG declinante e com nível inicial de <1000 a 1.500 mUI/ml. Muitos desses casos correspondem a gravidez de localização desconhecida.

17
Q

Fisiopatologia da gravidez abdominal. Tratamento.

A

Sendo que a implantação primitiva é rara, a gravidez abdominal surge do peristaltismo anterógrado das fímbrias secundária ao aborto tubário ou rotura tubária precoce.
Tratamento cirúrgico: extração do concepto com dequitação da placenta somente se a hemorragia puder ser dominada. Caso contrário a placenta permanece sob a terapêutica de metotrexato para a sua destruição e seguimento por ecografia e doseamento de hCG.

18
Q

Quais os exames complementares usados? Qual é o exame de certeza? Define.

A
  • hemograma, doseamento do b-hCG, ecografia abdominal e transvaginal, celioscopia, laparoscopia.
  • O exame de certeza é a culdocentese que é definida como a punção do fundo de saco de Douglas que revela presença de sangue que não coagula, sugestivo de hemoperitoneu.
19
Q

Tratamento da gravidez cervical e em cicatriz de cesárea.

A

Gravidez cervical: se o quadro clínico for instável, hemorrágico, tamponar a vagina enquanto se aguarda a histerectomia, único tratamento possível. Se for estável, existem duas possibilidades: 1- metotrexato sistémico IM 1mg/kg caso não houver bcf, 2- metotrexato intra-ovular na mesma dose, quando houver bcf. Acompanhamento feito com dosagem do b-hCG no 4.º e 7.º dia, depois semanalmente até a negativação.

Gravidez em cicatriz de cesárea: timor-trich propõe a injeção de MTX ecoguiada, seguida pela administração de MTX sistémica.