FUNÇÕES PSÍQUICAS: ORIENTAÇÃO Flashcards
O que a capacidade de orientar-se demanda?
Demanda a integração das
capacidades de nível de consciência preservado, atenção, percepção e memória.
Alterações de atenção e retenção (memória imediata e recente), moderadas ou graves, costumam resultar em alterações globais da orientação.
Além disso, a orientação é excepcionalmente vulnerável aos efeitos da disfunção ou do dano cerebral. A desorientação é um dos sintomas mentais mais
frequentes e sensíveis das doenças cerebrais. Apesar disso, cabe lembrar que a orientação preservada não significa necessariamente que o sujeito não apresente qualquer alteração cognitiva ou atencional.
Defina orientação autopsíquica.
É aquela do indivíduo em relação a si mesmo. Revela se o sujeito sabe quem é: seu nome, idade, profissão, estado civil, com quem mora, etc.
Defina orientação alopsíquica.
É a capacidade de orientar-se
em relação ao mundo, isto é, quanto ao espaço (orientação espacial ou topográfica) e quanto ao tempo (orientação temporal).
Orientação espacial é uma capacidade complexa que compreende vários subtipos de orientação.
Mencione alguns.
Quanto ao local onde o sujeito está no momento (o local específico, o tipo de edifício,
distância entre onde está e sua casa, etc.)
Orientação topográfica (ter a noção do arranjo e da organização de seu quarto, de sua casa, saber se localizar em seu bairro, sua cidade)
Orientação geográfica (saber onde fica sua cidade, seu país,
saber localizar-se em relação a mapas)
Julgamento de distância (quão longe é o hospital de sua casa, sua cidade de outras cidades conhecidas, etc.) e capacidades de navegação
Como a orientação espacial é investigada no paciente?
A orientação espacial é investigada perguntando-se ao paciente o lugar exato onde ele se encontra, a instituição em que está, o andar do prédio, o bairro, a cidade, o estado e o país.
Também é investigada a capacidade do indivíduo de identificar a distância entre o local da entrevista e sua residência (em quilômetros ou horas de viagem).
É importante verificar detidamente se o paciente sabe o tipo de lugar em que está.
O que a orientação temporal demanda?
Uma adequada percepção do tempo e da sequência de intervalos temporais, de sua correspondente representação
mental e do processamento mental da temporalidade.
Como a orientação temporal é investigada no paciente?
A orientação temporal indica se o paciente sabe em que momento cronológico está vivendo, a hora do dia, se é de manhã, de tarde ou de noite, o
dia da semana, o dia do mês, o mês do ano, a época do ano, bem como o ano corrente.
Também é possível avaliar a noção que o paciente tem da duração dos eventos e da continuidade temporal. O examinador pode perguntar: há quanto tempo o senhor está neste local? Há quanto tempo trabalhou (ou se alimentou) pela última vez? Faz quanto tempo que o senhor não me vê?
A desorientação temporoespacial ocorre, de modo geral, em quadros psico-
orgânicos, quando três áreas encefálicas são comprometidas.
Quais são? E dê um exemplo.
1) Lesões corticais difusas e amplas ou em lesões bilaterais
2) Lesões mesotemporais do sistema límbico
3) Patologias que afetam o tronco cerebral e o sistema reticular ativador ascendente (comprometendo o nível de consciência)
Exemplo: Para o tópico, a
doença de Alzheimer
Na psicopatologia da orientação, distinguem-se vários tipos de desorientação, de acordo com a alteração de base que a condiciona.
Mas, antes de mais nada, geralmente, qual desorientação ocorre primeiro?
É preciso lembrar que geralmente a desorientação ocorre, em primeiro lugar, em relação ao tempo.
Só após o agravamento do transtorno o indivíduo se desorienta quanto ao espaço e, por fim, quanto a si mesmo.
Descreva a desorientação por redução do nível de consciência.
É a forma mais comum de desorientação.
Também denominada desorientação torporosa ou confusa.
É aquela na qual o indivíduo está
desorientado por rebaixamento ou turvação da consciência.
Tais turvação e rebaixamento do nível de consciência produzem alteração da atenção, da concentração, da memória recente e de trabalho e, consequentemente, da capacidade de percepção e retenção dos estímulos ambientais.
Isso impede que o indivíduo apreenda a realidade de forma clara e precisa e integre, assim, a cronologia dos fatos.
Portanto, nesse caso, a alteração do nível de consciência é a causa da desorientação = BASE!
Descreva a desorientação por déficit de memória imediata e recente.
(Subdivindo em amnéstica e demencial)
Também denominada desorientação AMNÉSTICA.
Aqui, o indivíduo não consegue reter as informações ambientais básicas em sua memória recente. Não conseguindo fixar as informações, perde a noção do fluir do tempo, do deslocamento no espaço, passando a ficar desorientado
temporoespacialmente.
Também podemos olhar pelo lado da desorientação DEMENCIAL, que é muito próxima à amnéstica.
Ocorre não apenas por perda da memória de fixação, mas por déficit de reconhecimento ambiental (agnosias) e por perda e desorganização global das funções cognitivas.
Descreva a desorientação apática ou abúlica.
Ocorre por apatia marcante e/ou desinteresse profundos.
Aqui, o indivíduo torna-se desorientado devido a uma marcante alteração do humor e da volição, comumente em quadro depressivo grave.
Por falta de motivação e interesse, o paciente, geralmente muito deprimido, não investe sua energia no mundo, não se atém aos estímulos ambientais e, portanto, torna-se desorientado.
Descreva a desorientação delirante.
Ocorre em indivíduos que se encontram imersos em profundo estado delirante, vivenciando ideias delirantes muito intensas, crendo com convicção plena que estão “habitando” o lugar (e/ou o tempo) de seus delírios.
Nesses casos, pode-se, eventualmente, observar a chamada dupla orientação, na qual a orientação falsa, delirante, coexiste com a
correta.
Por exemplo, o paciente afirma que está no inferno, cercado por demônios, mas também pode reconhecer que está em uma enfermaria do hospital ou em um CAPS.
Descreva a desorientação por déficit intelectual.
Ocorre em pessoas com deficiência intelectual (DI) grave ou moderada (eventualmente em DI leve).
Nesse caso, a desorientação ocorre pela incapacidade ou dificuldade em compreender
aspectos complexos do ambiente e de reconhecer e interpretar as convenções sociais (horários, calendário, etc.) que padronizam a orientação do indivíduo no mundo.
Descreva a desorientação por dissociação ou desorientação histérica.
Ocorre em geral em quadros dissociativos graves, normalmente acompanhada de
alterações da identidade pessoal (fenômeno do desdobramento da personalidade) e de alterações da consciência secundárias à dissociação associada ou não com personalidade histriônica (antigamente chamada de “estado crepuscular histérico” e, na atualidade, de “quadros dissociativos”).