FUNÇÕES PSÍQUICAS: ORIENTAÇÃO Flashcards

1
Q

O que a capacidade de orientar-se demanda?

A

Demanda a integração das
capacidades de nível de consciência preservado, atenção, percepção e memória.

Alterações de atenção e retenção (memória imediata e recente), moderadas ou graves, costumam resultar em alterações globais da orientação.

Além disso, a orientação é excepcionalmente vulnerável aos efeitos da disfunção ou do dano cerebral. A desorientação é um dos sintomas mentais mais
frequentes e sensíveis das doenças cerebrais. Apesar disso, cabe lembrar que a orientação preservada não significa necessariamente que o sujeito não apresente qualquer alteração cognitiva ou atencional.

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2
Q

Defina orientação autopsíquica.

A

É aquela do indivíduo em relação a si mesmo. Revela se o sujeito sabe quem é: seu nome, idade, profissão, estado civil, com quem mora, etc.

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3
Q

Defina orientação alopsíquica.

A

É a capacidade de orientar-se
em relação ao mundo, isto é, quanto ao espaço (orientação espacial ou topográfica) e quanto ao tempo (orientação temporal).

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4
Q

Orientação espacial é uma capacidade complexa que compreende vários subtipos de orientação.

Mencione alguns.

A

Quanto ao local onde o sujeito está no momento (o local específico, o tipo de edifício,
distância entre onde está e sua casa, etc.)

Orientação topográfica (ter a noção do arranjo e da organização de seu quarto, de sua casa, saber se localizar em seu bairro, sua cidade)

Orientação geográfica (saber onde fica sua cidade, seu país,
saber localizar-se em relação a mapas)

Julgamento de distância (quão longe é o hospital de sua casa, sua cidade de outras cidades conhecidas, etc.) e capacidades de navegação

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5
Q

Como a orientação espacial é investigada no paciente?

A

A orientação espacial é investigada perguntando-se ao paciente o lugar exato onde ele se encontra, a instituição em que está, o andar do prédio, o bairro, a cidade, o estado e o país.

Também é investigada a capacidade do indivíduo de identificar a distância entre o local da entrevista e sua residência (em quilômetros ou horas de viagem).

É importante verificar detidamente se o paciente sabe o tipo de lugar em que está.

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6
Q

O que a orientação temporal demanda?

A

Uma adequada percepção do tempo e da sequência de intervalos temporais, de sua correspondente representação
mental e do processamento mental da temporalidade.

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7
Q

Como a orientação temporal é investigada no paciente?

A

A orientação temporal indica se o paciente sabe em que momento cronológico está vivendo, a hora do dia, se é de manhã, de tarde ou de noite, o
dia da semana, o dia do mês, o mês do ano, a época do ano, bem como o ano corrente.

Também é possível avaliar a noção que o paciente tem da duração dos eventos e da continuidade temporal. O examinador pode perguntar: há quanto tempo o senhor está neste local? Há quanto tempo trabalhou (ou se alimentou) pela última vez? Faz quanto tempo que o senhor não me vê?

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8
Q

A desorientação temporoespacial ocorre, de modo geral, em quadros psico-
orgânicos, quando três áreas encefálicas são comprometidas.

Quais são? E dê um exemplo.

A

1) Lesões corticais difusas e amplas ou em lesões bilaterais

2) Lesões mesotemporais do sistema límbico

3) Patologias que afetam o tronco cerebral e o sistema reticular ativador ascendente (comprometendo o nível de consciência)

Exemplo: Para o tópico, a
doença de Alzheimer

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9
Q

Na psicopatologia da orientação, distinguem-se vários tipos de desorientação, de acordo com a alteração de base que a condiciona.

Mas, antes de mais nada, geralmente, qual desorientação ocorre primeiro?

A

É preciso lembrar que geralmente a desorientação ocorre, em primeiro lugar, em relação ao tempo.

Só após o agravamento do transtorno o indivíduo se desorienta quanto ao espaço e, por fim, quanto a si mesmo.

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10
Q

Descreva a desorientação por redução do nível de consciência.

A

É a forma mais comum de desorientação.

Também denominada desorientação torporosa ou confusa.

É aquela na qual o indivíduo está
desorientado por rebaixamento ou turvação da consciência.

Tais turvação e rebaixamento do nível de consciência produzem alteração da atenção, da concentração, da memória recente e de trabalho e, consequentemente, da capacidade de percepção e retenção dos estímulos ambientais.

Isso impede que o indivíduo apreenda a realidade de forma clara e precisa e integre, assim, a cronologia dos fatos.

Portanto, nesse caso, a alteração do nível de consciência é a causa da desorientação = BASE!

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11
Q

Descreva a desorientação por déficit de memória imediata e recente.

(Subdivindo em amnéstica e demencial)

A

Também denominada desorientação AMNÉSTICA.

Aqui, o indivíduo não consegue reter as informações ambientais básicas em sua memória recente. Não conseguindo fixar as informações, perde a noção do fluir do tempo, do deslocamento no espaço, passando a ficar desorientado
temporoespacialmente.

Também podemos olhar pelo lado da desorientação DEMENCIAL, que é muito próxima à amnéstica.

Ocorre não apenas por perda da memória de fixação, mas por déficit de reconhecimento ambiental (agnosias) e por perda e desorganização global das funções cognitivas.

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12
Q

Descreva a desorientação apática ou abúlica.

A

Ocorre por apatia marcante e/ou desinteresse profundos.

Aqui, o indivíduo torna-se desorientado devido a uma marcante alteração do humor e da volição, comumente em quadro depressivo grave.

Por falta de motivação e interesse, o paciente, geralmente muito deprimido, não investe sua energia no mundo, não se atém aos estímulos ambientais e, portanto, torna-se desorientado.

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13
Q

Descreva a desorientação delirante.

A

Ocorre em indivíduos que se encontram imersos em profundo estado delirante, vivenciando ideias delirantes muito intensas, crendo com convicção plena que estão “habitando” o lugar (e/ou o tempo) de seus delírios.

Nesses casos, pode-se, eventualmente, observar a chamada dupla orientação, na qual a orientação falsa, delirante, coexiste com a
correta.

Por exemplo, o paciente afirma que está no inferno, cercado por demônios, mas também pode reconhecer que está em uma enfermaria do hospital ou em um CAPS.

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14
Q

Descreva a desorientação por déficit intelectual.

A

Ocorre em pessoas com deficiência intelectual (DI) grave ou moderada (eventualmente em DI leve).

Nesse caso, a desorientação ocorre pela incapacidade ou dificuldade em compreender
aspectos complexos do ambiente e de reconhecer e interpretar as convenções sociais (horários, calendário, etc.) que padronizam a orientação do indivíduo no mundo.

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15
Q

Descreva a desorientação por dissociação ou desorientação histérica.

A

Ocorre em geral em quadros dissociativos graves, normalmente acompanhada de
alterações da identidade pessoal (fenômeno do desdobramento da personalidade) e de alterações da consciência secundárias à dissociação associada ou não com personalidade histriônica (antigamente chamada de “estado crepuscular histérico” e, na atualidade, de “quadros dissociativos”).

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16
Q

Descreva a desorientação por desagregação.

A

Ocorre em pacientes com psicose, geralmente com esquizofrenia, em estado crônico e avançado da doença,
quando o indivíduo, por desagregação profunda do pensamento, apresenta toda a sua atividade mental gravemente desorganizada, o que o impede de se orientar de forma adequada quanto ao ambiente e quanto a si mesmo.

17
Q

Descreva a desorientação quanto à própria idade.

A

É definida como uma discrepância de cinco anos ou mais entre a idade real e aquela que o indivíduo diz ter. Tem sido descrita em alguns pacientes com esquizofrenia crônica e parece ser um fiel indicativo clínico de déficit cognitivo na esquizofrenia.

18
Q

Como podem se dar alterações na orientação temporal/temporalidade em pacientes com esquizofrenia?

A

São pacientes que superdimensionam intervalos de tempo quando a tarefa é verbal e subdimensionam quando a tarefa é de produção de intervalos de tempo.

19
Q

Dê alguns exemplos de semiotécnica referentes à orientação temporal.

A

Que dia é hoje? Qual o dia da semana? Qual o dia do mês? Em que mês estamos? Em que ano estamos? Qual a época do ano (começo, meio ou fim do ano)? Aproximadamente que horas são agora?

Lembrar-se de que alguns sujeitos com baixa escolaridade (menos de oito anos) podem, eventualmente, apresentar dificuldades na orientação temporal e, sobretudo, nas noções de duração e continuidade temporal.

20
Q

Dê alguns exemplos de semiotécnica referentes à orientação espacial.

A

Onde estamos? Como se chama a cidade em que estamos? E o bairro? Qual o caminho e quanto tempo leva para vir de sua casa até aqui? Que edifício é este (hospital, ambulatório, consultório, etc.) em que estamos? Em que andar estamos?

21
Q

Dê alguns exemplos de semiotécnica referentes à orientação autopsíquica.

A

Quem é você? Qual o seu nome? O que faz? Qual a sua profissão? Quem são seus pais? Qual a sua idade (verificar a idade real do paciente)? Qual o seu estado civil?