frequência 1 Flashcards
O complexo da NADPH oxidase:
está sempre sormado
forma-se apenas nos neutrófilos
leva à produção de espécies reativas de oxigénio
Depende da acidificação das vesículas
É dependente da ação de proteases
leva à produção de espécies reativas de oxigénio
Os efeitos sistémicos da inflamação são atribuidos à ação das citosinas
IL-4 e IL-13
TNF-alfa e IL-12
IL-10, e TGF-beta
IL-8 e IL-2
TNF-alfa, IL-6 e IL-1beta
TNF-alfa, IL-6 e IL-1beta
Os toll like receptors expressos nos endossomas, TLR3, TLR7, TLR8 e TLR9 ligam, em geral:
flagelina
polissacarídeos
LPS
ácidos nucleicos
peptidoglicanos
ácidos nucleicos
A ativação dos inflamassomas tem como principal efeito
ativação de IL-18 e IL-1beta
ativação de IL-12
inibição de IFN tipo I
Produção de leucotrienos
produção de IFN-gama
Ativação de IL-18 e IL-1beta
Qual a sequência de acontecimentos tipicamente envolvida na migração dos neutrófilos dos vasos sanguíneos para os tecidos (extravasamento)?
Ativação das células endoteliais, ligação de sialil Lewis X dos neutrófilos às selectinas do andotélio, alteração da conformação das integrinas no neutrófilo para o estado ativo, diapedese.
Qual é a importância das células de Paneth?
As células de Paneth são células epiteliais especializadas na base das criptas no intestino delgado que secretam
péptidos antimicrobianos. Estes péptidos são péptidos anfipáticos secretados também por fagócitos que matam
uma grande variedade de micróbios de maneira inespecífica, sobretudo pelo rompimento da membrana celular.
São exemplos de péptidos microbianos libertados pelas células de Paneth as α-defensinas (como criptidinas) e
fosfolipase A2 secretora, lisozima. Estas células constituem assim um mecanismo de defesa inato indispensável na
defesa da mucosa onde ser enquadra.
Qual é o mecanismo antimicrobiano de neutrófilos?
O tipo mais numeroso de leucócitos no sangue periférico humano e constituem a primeira linha de defesa no local
de infeção. Os neutrófilos são células fagocíticas com núcleo multilobado e contêm grânulos que coram com coran-
tes neutros. Eles entram nos tecidos infectados, fagocitam e matam patogénios extracelulares. Os seus mecanis-
mos efetores são:
- Péptidos antimicrobianos: α-defensinas; β-defensinas; catelecidina, BPI, …
- Elastase neutrofílica (envolvida no processamento de péptidos antimicrobianos);
- Acidificação: pH=~3,5-4,0 bacteriostático ou bactericida;
- ## Espécies reativas de Oxigénio (ROS): o anião superóxido (O2) e o peróxido de hidrogénio produzido por
neutrófilos ajudar a matar os micróbios ingeridos;
- Explosão respiratória: mudança metabólica que requer oxigénio em neutrófilos e macrófagos que
fagocitam partículas opsonizadas, como bactérias revestidas por anticorpos ou proteínas do complemento, levan-
do à produção de metabolitos tóxicos que estão envolvidos na morte desses microrganismos.
- Grânulos: as enzimas líticas e substâncias bactericidas nos neutrófilos estão contidas em grânulos pri-
mários e secundários: os maiores, grânulos primários (azurófilos) densos são um tipo de lisossoma contendo
peroxidase, lisozima e várias enzimas hidrolíticas. Os pequenos grânulos secundários (específicos) contêm cola-
genase, lactoferrina (sequestra o ferro dos patogénios, impedindo o seu crescimento) e lisozima (destrói o esque-
leto glicosídico do peptidoglicano, destruindo a camada protetora de muitas bactérias), entre outros agentes.
- NETs: mecanismo extracelular de atividade microbicida – armadilhas extracelulares de neutrófilos.
Baseiam-se na libertação de cromatina, histonas e proteínas microbianas, as quais ligam e matam bactérias e fun-
gos, e ainda geram uma barreira contra a propagação da infeção.
Qual é o papel do IFN-γ nos macrófagos?
INF-γ: produzido por linfócitos T e células NK quando estimuladas por IL-12 ou 18. É responsável por ati-
var macrófagos, estimula a expressão de moléculas de MHC, crescimento, maturação e diferenciação de
muitos tipos de células, aumenta a atividade celular de células NK, regula a resposta inflamatória, poten-
cializa outros interferões e modula a atividade dos linfócitos B.
Estimula a fusão dos lisossomas com o fagossoma para que haja digestão intracelular. Estes fagócitos pos-
suem diversas enzimas hidrolíticas nos seus lisossomas. Os macrófagos são células que vão fagocitar o
antigénio e digeri-lo nos fagolisossomas. Os seus epítopos são levados até à superfície da célula e apresen-
tados aos linfócitos T ou B ao mesmo tempo que ele sintetiza MHC-II que vai combinar com o linfócito T e
estimular todo o sistema imune e “convocar” as células para o ataque.
Quais são as formas de C3 atividade biológica?
C3a – péptido mediador da inflamação (anafilotoxina - atividade intermédia): desgranulação; aumento da per-
meabilidade vascular; contração do músculo liso.
C3b – muitas moléculas de C3b ligam-se à superfície do patogénio e atuam como opsoninas. Inicia a amplificação
da ativação do complemento pela via alternativa. Liga-se a C5 para clivagem por C2a.
iC3b – forma inativa de C3b, resulta da proteólise de C3b, com libertação de C3f; é reconhecido por vários receto-
res do complemento (CR2, CR3, CR4, CRIg), sendo este reconhecimento suficiente para estimular a fagocitose.
C3dg – resulta da proteólise de iC3b, libertando-se C3c; é reconhecido por CR2, nas células B.
Qual é a função biológica de IgG1?
- Neutralização;
- Opsonização (melhor opsonizador);
- Sinalização para morte por células NK;
- Algum poder de sensibilização de mastócitos (embora esta função seja maioritariamente assumida pela
IgE); - Ativação do sistema de complemento;
- Envolvido no transporte através da placenta (fornece imunidade ao feto);
- Imunoglobulina mais abundante no soro;
- Difunde-se para sítios extracelulares.
Como é que se identifica células T por citometria de fluxo?
Portanto, para identificar células T por citometria de fluxo, teríamos que
usar anticorpos contra marcadores de superfície característicos destas
células, por exemplo, CD3. Se quiséssemos diferenciar subclasses de célu-
las T efetoras poderíamos usar os marcadores CD4 e CD8. O marcador
CD4 identifica as células TH.
Qual é a consequência da falta de expressão de AIRE?
Na seleção negativa, os complexos péptido próprio:MHC próprio encontrados no timo eliminam, durante o desen-
volvimento, o repertório de células T imaturas que tê recetores autorreativos. Um problema deste mecanismo é
que existem muitas proteínas tecido-específicas, como a insulina pancreática, as quais não se esperam que se
encontrem no timo. Contudo, muitas das proteínas “tecido-específicas” são expressas por determinadas células
estromais da medula tímica. Desta forma, a seleção negativa intratímica aplica-se mesmo a proteínas que deve-
riam ser restritas a outros tecidos exteriores ao timo. A expressão de algumas, (mas não todas) proteínas tecido-
específicas na medula do timo é controlada por um gene chamado AIRE (regulador autoimune). O AIRE é expresso
em células estromais medulares. Interage com muitas proteínas envolvidas na transcrição e parece aumentar os
transcritos. As mutações no AIRE originam uma doença autoimune, APECED (síndrome poliglandular autoimune
tipo 1), doença caracterizada pela perda da tolerância aos antigénios próprios, salientando a importante função da
expressão intratímica de proteínas tecido-específicas na manutenção da tolerância do próprio.
A deficiência em CD40L e AID resulta em fenótipos semelhantes?
O CD40 nas células B e o ligante CD40 (CD40L, CD154) nas células T auxiliares ativadas são moléculas coestimula-
doras cuja interação é necessária para a proliferação e a troca de classe nas células B virgens ativadas por antigé-
nio. O CD40 também é expresso por células dendríticas, e nesses locais a interação CD40-CD40L fornece sinais
coestimuladores para as células T virgens. Fenótipo resultante da deficiência de CD40L: fraca resposta de anticor-
pos; ausência da troca de classe; redução da ativação de células T (síndrome de Hiper-IgM).
Quando sofrem hipermutação somática, os genes da região V da Ig acumulam mutações numa taxa elevada. Essas
mutações são alvos da ação da enzima AID (citidina desaminase induzida por ativação) para rearranjar os genes V
A AID é também essencial para a troca de classe. Defeitos no gene AID falham na troca de isótopos e têm, ainda,
hipermutação somática extremamente reduzida, sendo uma causa da síndrome de Hiper-IgM.
A síndrome de Hiper-IgM é resultado de uma troca de classe deficiente, que tem como característica a ausência de
outros anticorpos que não IgM e uma grande imunodeficiência humoral, que causa infeções recorrentes contra
patogénios bacterianos comuns. Este é um fenótipo comum a deficiências em CD40L e AID.
Como se originam CDR?
CDRs são regiões determinantes de complementaridade, que consistem em partes dos domínios V de imunoglobu-
linas e receptores de células T que determinam sua especificidade ao antigénio e fazem contato com o ligante
específico. As CDRs são a porção mais variável do receptor de antigénio e contribuem para a diversidade dessas
proteínas. Existem três CDRs (CDR1, CDR2 e CDR3) em cada domínio V. Esta variabilidade é conseguida por
mecanismos de recombinação somática.
A afinidade de um anticorpo aumenta à medida que aumenta a resposta imunitária?
Existe efetivamente um processo de aumento da afinidade pelo antigénio dos anticorpos produzidos como pro-
gressos da resposta imune adaptativa, mecanismo designado por maturação da afinidade (descrito numa pergun-
ta adiante). Este fenómeno é especialmente proeminente nas imunizações secundárias e subsequentes.
O que é a proteína A de staaphilococcus?
Um dos mecanismos que as bactérias utilizam para subverter a resposta imune, é criar estratégias para escapar
aos anticorpos. Uma delas consiste na capacidade de certas proteínas bacterianas, como a proteína A de Staphilo-
coccus (e a proteína G de Streptococcus) ligarem anticorpos. São produzidas pelas bactérias para ligarem o anti-
corpo à superfície da bactéria de uma maneira invertida, na porção Fc do anticorpo, em vez de ligar no local de
ligação ao antigénio, inviabilizando a função de opsonizante do anticorpo, uma vez que os recetores também
reconhecem a porção Fc. A proteína A da Staphilococcus prende anticorpos circulantes de classe IgG, neutralizan-
do a sua função.
A falta de β 2-microglobulina influencia a maturação das células T no timo?
As moléculas de classe MCH-I consistem em duas cadeias polipeptídicas: cadeia α (codificada no MHC, cromosso-
ma 6) e uma β2-microglobulina (a qual não é polimórfica e é codificada num gene diferente, cromossoma 15). Na
ausência desta cadeia não se formam moléculas de MHC de classe I, e estas são indispensáveis ao processo de
seleção tímica. Não existindo estas moléculas de superfícies, os linfócitos T que são produzidos no timo não vão
encontrar o seu MHC-I correspondente, não sendo seleccionados positivamente, não maturando em células T CD8
(CD8 torna-se expresso nas células que T portadoras de recetores restritos a MHCs de classe I), acabando por ser
eliminados. Ou seja, a ausência de β2-microglobulina resulta na não-maturação e consequente eliminação de célu-
las T CD8.
O que acontece quando há falta de gânglios linfáticos
A organização do tecido linfóide é articulada por quimiocinas. A organização celular é iniciada pelas células
estromais e por células do endotélio vascular, que secretam a quimiocina CCL21. As células dendríticas expressam
um recetor para esta quimiocina, o CCR7, e são atraídas para o local de desenvolvimento do linfonodo. A mesma
combinação de quimiocinas atrai também células B para dentro de linfonodos em desenvolvimento. As células B
são capazes de induzir uma diferenciação das células dendríticas foliculares (FDCs) não leucocitárias (uma linha-
gem distinta das células dendríticas derivadas da medula óssea) ou direcionar o seu recrutamento para o linfono-
do. Uma vez presentes, as FDCs secretam uma quimiocina, a CXCL13, que é quimioatrativa para as células B. A
produção de CXCL 13 direciona a organização das células B para áreas discretas de células B (folículos) ao redor
das FDCs e contribui para o posterior recrutamento das células B da circulação para dentro do linfonodo.
Além disso, duas quimiocinas CCL19 e CCL21 respondem pela localização das células T nas zonas de células T.
Ambas ligam ao recetor CCR7 nas células T. A ausência deste recetor não permite a formação de zonas de células T
normais, reduzindo as respostas imunes primárias.
Quais as principais funções do sistema complementos? Quais as moléculas efetoras dessas fun-
ções? Como influencia o sistema complemento a resposta imune de células B?
O sistema de complemento é um mecanismo que para além de atuar na imunidade inata, também influencia a
imunidade adaptativa. Consiste numa sequência de proteólise, que resulta na formação do MAC (complexo forma-
dor de poros), que é responsável por um desequilíbrio osmótico, destruindo diretamente o patogénio. Acresce a
capacidade de opsonização dos patogénios pelo complemento, que facilita a sua captura por células apresentado-
ras de antigénios fagocíticos que expressam os recetores do complemento. Isto aumenta a apresentação de anti-
génios patogénicos às células T. As células B expressam recetores para as proteínas do complemento, que intensi-
ficam as suas respostas aos antigénios revestidos pelo complemento. Além disso, vários fragmentos do comple-
mento podem atuar para influenciar a produção de citocinas por APCs, influenciando assim a direção e extensão
da resposta imune adaptativa subsequente. Quanto às moléculas efetoras são, essencialmente, o C3b e C4b, que
são depositados na superfície de patogénios e funcionam como opsoninas, péptidos mediadores da inflamação,
anafilotoxinas, C5a, C3a e C4a, e as proteínas de ataque a membrana, por formação do MAC, C5b, C6, C7, C8 e C9.
Porque são consideradas as TH17 pró-inflamatórias e quais as suas acções nos tecidos?
A principal função das células TH17 é auxiliar a proteção contra bactérias extracelulares e fungos, por meio de
estimulação da resposta de neutrófilos, que auxilia a eliminar esses patogénios, sendo induzidas precocemente na
resposta imune adaptativa. A diferenciação desta subclasse de células T é promovida pelas citocinas IL-6 e TGF-β,
e as citocinas por si libertadas fazem parte da família da IL-17, que promovem indiretamente a inflamação. A IL-
17 libertada atua em recetores nas células dos tecidos locais, como as células estromais ou epiteliais, que respon-
dem por meio de quimiocinas, como a IL-8, que recruta células efetoras, principalmente neutrófilos. Também
produzem IL-22 que atua em recetores expressos no intestino, pele e pulmões para promover as defesas inatas
(função de barreira). Também liberta TNF-α e CXCL1, que promovem o recrutamento de neutrófilos, que é uma
célula efetora da inflamação.
Qual é a subpopulação de células T que é principal colaborador das células B? Qual a sua caracte-
rística que permite essa relação? O que determina a produção de diferentes imunoglobulinas?
Como distinguiria essas células T de uma mistura de linfócitos por citometria de fluxo?
As células T que colaboram com as células B são as células TFH (foliculares), auxiliando a produção de anticorpos
de alta afinidade pelas células B nos folículos linfóides e a realização de troca de classe. Um fator de transcrição
importante para o desenvolvimento TFH é o Bcl6, necessário para a expressão de CXCR5, recetor para a quimioci-
na CXCL13, produzida pelas células estromais do folículo de células B, permitindo estabelecer esta relação. A prin-
cipal característica em relação ao auxílio para produção de anticorpos de vários isotipos é a sua capacidade de
produzir citocinas características de TH1 ou TH2. Isto explica porquê que, durante uma infeção, as células B podem
receber auxílio no folículo para realizar a troca de classe a IgE por meio de presença de citocinas ‘TH2’ e para troca
para outros isótopos, como IgG1, pela presença de citocinas ‘TH1’. São identificadas, principalmente, pela sua loca-
lização e expressão de determinados marcadores, como o CXCR5 e ICOS (sinal coestimulador para a troca de clas-
se).
Onde se diferenciam e proliferam células T na mucosa intestinal? Como é que as células T se diri-
gem para o local original do antigénio?
As células T podem entrar nas placas de Peyer através da circulação, pois expressam L-seletina e CCR7. É lá que
são ativadas pelas células dendríticas que, entretanto, captaram antigénios e migraram para as placas através das
células M. As células T migram através dos gânglios linfáticos mesentéricos para ducto torácico e retornam ao
intestino pela corrente. Células T ativadas expressam integrinas (CCR9 e α4:β7) que fazem com que elas se locali-
zem na lâmina própria e no epitélio intestinal. Os linfócitos organizam-se no GALT em duas zonas: efetora (placas
de Peyer) e indutora (lâmina própria).
(homing receptors: CCR9 e α4:β7) α4:β7:MadCAM1 e CCR9:CCL25 fazem com que ocorra migração através das
células endoteliais para a lâmina própria.
Qual o fenótipo de um animal com uma deficiência na cadeia gama comum de citocinas? Justifique
As citocinas tipo I, de cadeia curta, como sejam a IL-2, Il-4, Il-7, Il-9, Il-15, IL-21, entre outras, ligam recetores que
partilham uma cadeia gama comum (γC). Uma deficiência desta cadeia resulta na não sensibilização do organismo
a estas citocinas, não se verificando os seus efeitos. A doença associada é a imunodeficiência combinada severa
(SCID). A SCID ligada ao cromossoma X é a forma mais frequente de SCID, causada por mutações no gene que codi-
fica a cadeia γC. Duas das citocinas citadas e os seus recetores são essenciais para o desenvolvimento precoce de
progenitores de células T (IL-7) ou células NK (IL-15). Assim, pacientes com XSCID têm defeitos na sinalização de
toda a família das citocinas IL-2, devido aos defeitos da IL-7 e IL-15, as células T e NK falham no seu desenvolvi-
mento, enquanto o número de células B, mas não a função, são normais.
Em que consiste a doença GVHD e qual/quais as células que a medeia?
A doença do enxerto versus hospedeiro é resultado da rejeição de enxertos que consiste no ataque dos tecidos do
receptor por células T maduras num transplante de medula óssea a partir de um doador não idêntico, que pode
causar uma variedade de sintomas, muitas vezes, graves. A GVHD é particularmente virulenta quando há diferença
nos antigénios do MHC de classes I ou II. A maioria dos transplantes só é realizada quando o doador e o receptor
são irmãos, com HLAs combinantes, ou, de forma menos frequente, quando há combinação com o HLA de um doa-
dor não aparentado. As células intervenientes são as células T, que estão envolvidas no reconhecimento do MHC, e
na consequente rejeição do transplante.
Qual o fenótipo de um individuo com uma deficiência em CD40?
O CD40 é expresso em células B, macrófagos, células dendríticas e células epiteliais basais. Liga-se ao CD154
(CD40L), que é um recetor para o sinal coestimuladoras células B; promove o crescimento das células B, a diferen-
ciação e mudança de classe nas células B (níveis muito baixos de IgG e IgA, normais ou elevados de IgM) e a pro-
dução de citocinas por macrófagos e células dendríticas (redução da secreção de IL-12 e, consequentemente, IFN-
γ). Um indivíduo com deficiência em CD40 vai ter diminuídas as funções descritas, apresentado um débil resposta
imune, principalmente a humoral.
Qual o fenótipo de um individuo deficiente em TAP?
Deficiências nas proteínas TAP (que se encarregam da entrega de péptidos do citosol para moléculas de MHC-I,
que se encontram na membrana do reticulo endoplasmático) impedem a expressão de moléculas de MHC-I na
superfície das células. Deste modo, não ocorre reconhecimento destas moléculas no timo aquando da seleção dos
linfócitos T formados, que não maturam em células T CD8, constituindo a ausência destas células o fenótipo resul-
tando da ausência de proteínas TAP. A não intervenção destas células na defesa do organismo resulta frequente-
mente em inflamação crónica dos pulmões e da pele.
Explicar detalhadamente o fenómeno de “maturação por afinidade” de células B nos centros ger-
minativos.
Após entrarem no folículo primários, os linfócitos B ficam dentro de 1 dia, a vasculhar a superfície de FDCs (célu-
las dendríticas foliculares) em busca do antigénio cognato, emigrando novamente senão o encontrarem. Quando o
linfócito B encontra o seu antigénio cognato, começa a proliferar, formando o centro germinativo (GC), perdendo
em seguida a expressão de IgD e iniciando-se o processo de hipermutação somática (mutações aleatórias que
afetam a afinidade do anticorpo) dependente da enzima AIS. Este processo dá-se na zona escura do GC e o linfóci-
to denomina-se, então, centroblasto, uma zona que pode ser identificada por ligar uma lectina, a hemaglutinina do
amendoim (PNA). A consequência deste processo pode ser: i) o aumenta da afinidade do BCR para o antigénio; ii)
a sua redução; iii) a aquisição de autorreatividade. Estas células migram, então, para a zona clara onde abundam
as FDCs. Como a concentração de antigénio vai diminuindo com o aumento de células produtoras de BCR específi-
co (anticorpos), apenas a especificidades de maior afinidade conseguem transmitir sinais de sobrevivência. As
células B com BCR de menor afinidade morrem por apoptose resultando num processo de maturação por afinida-
de. A AID leva, também à mudança de classe. Quer os processos de hipermutação somática, quer a troca de classe,
dependem da ajuda de linfócitos T, pela interação CD40-CD40L.
Explique os mecanismos que relacionem auto-imunidade e infecção.
Parece existir um gradiente inverso da incidência de algumas doenças autoimunes e de infeções. Nos países nórdi-
cos europeus, onde há uma maior nível de higiene, há maior incidência de algumas doenças autoimunes. Há ainda
alguns estudos que mostram que emigrantes passam a adquirir o mesmo padrão de prevalência de doenças
autoimunes do país para onde vão. Sabe-se também que a autoimunidade é mais incidente em primogénitos. A
estirpe de ratinhos NOD (nonbese diabetic) normalmente apresenta diabetes autoimune tipo 1 (causado por célu-
las T específicas para antigénios característicos das células β pancreáticas). Nestes ratinhos a idade de apareci-
mento de autoimunidade é tanto mais tardia quanto menos limpo o biotério – o convívio com microrganismos do
ambiente protege os ratinhos do aparecimento de autoimunidade.
As células Treg expressam TLR4 (que reconhece LPS – a presença de bactérias contribui para a sua ativação);
fazem a regulação na ausência de infeção e permitem tolerância ao próprio. Assim, tanto regulam por reconhecer
antigénios estranhos, como por reconhecer antigénios próprios. Nas situações de infeção é quando há maior inci-
dência de patogénios estranhos. As células Treg contribuem para a eliminação de agentes patogénicos sem que haja
danos no hospedeiro. Logo, faz sentido que estas células reconheçam PAMPS para que, desde logo possam evitar
uma inflamação exagerada, controlando-a. Deste modo, é evitada a autoimunidade e promovida a autorreativida-
de.
Porquê que a falta de C9 não é muito problemático?
(O C9 actua na última etapa comum às 3 vias de activação do complemento. Nesta etapa:
- Da junção do C5b com o C6 e o C7 resulta o C5b67, que se junta ao C8 e formam o complexo C5b678, que se
ancora na membrana da célula-alvo;
- Ocorre polimerização do C9;
- Complexo poli-C9 junta-se ao complexo C5b678 na membrana, formando o complexo formador de poros, MAC.
Este canal interfere com a estabilidade osmótica da célula, que morre por excesso de água e carência de iões.)
Embora o efeito do complexo de ataque à membrana seja muito drástico, o significado destes componentes na
defesa do hospedeiro parece ser muito limitado. Assim, uma deficiência em C9 não revela sintomas clínicos, o que
sugere que:
- Em muitos casos não é necessário para a lise celular o MAC completo, bastando o C5b678 (sem o poli-C9,
portanto). A formação do poro pelo complexo C5b678 cria um poro de 10a, podendo levar à lise, por exemplo, de
eritrócitos, mas não de células nucleadas.
- Então, no caso das células nucleadas, as evidências sugerem que haja outros mecanismos compensatórios
nestes casos. As etapas precedentes à formação do MAC têm muitos efeitos na imunização, por exemplo, na imu-
nidade inata, na opsonização por anticorpos, actuação de CTL’s, NK, e ADCC.
Assim, as ações opsonizantes e inflamatórias dos componentes iniciais da cascata do complemento claramen-
te são mais importantes para a defesa do hospedeiro contra a infeção, sendo o MAC importante apenas para um
número restrito de patogénios.
Sistema complemento não mata células próprias. Porquê e qual a relevância?
Dados os efeitos destrutivos do complemento e a maneira pela qual sua ativação é rapidamente amplificada por
meio da indução da cascata enzimática é fundamental existirem vários mecanismos para evitar sua ativação des-
controlada e a destruição de células do hospedeiro.
As moléculas efetoras do complemento são geradas por meio da ativação sequencial de zimógenos, presentes no
plasma na forma inativa. A ativação desses zimógenos geralmente ocorre na superfície do patogénio, e os frag-
mentos do complemento ativados, produzidos nas sucessivas reações das cascatas de reação, em geral, ou se
ligam ou são rapidamente inativados por hidrólise. Essas duas características da ativação do complemento atuam
como uma proteção contra a ativação descontrolada. Porém, todos os componentes do complemento são ativados
de maneira espontânea a uma baixa velocidade no plasma, e os componentes ativados do complemento algumas
vezes vão ligar-se a proteínas nas células do hospedeiro. As possíveis consequências desse dano são evitadas por
uma série de proteínas de controlo do complemento, que regulam a cascata do complemento em pontos diferen-
tes. Muitas dessas proteínas de controlo protegem especificamente as células do hospedeiro, enquanto permitem
que a ativação do complemento prossiga na superfície dos patogénios. As proteínas de controlo do complemento
permitem ao hospedeiro, portanto, distinguir entre o próprio e o não-próprio.
Deficiência em ICOS:
ICOS – coestimulador induzível, que se liga a ICOSL (~ estruturalmente com B7.1 e B7.2):
-ICOS L é produzido em células dendríticas ativadas, monócitos e células B;
-Embora ICOS se ~ ao CD28 no direcionamento da proliferação das células T, não induzem a produção de
IL-2, mas parece regular a expressão de outras citocinas (IL-4 e IFN-), produzidas por células T CD4.
-É particularmente importante para permitir que as células T CD8 atuem como auxiliares para as respos-
tas B, como a troca de classe;
-É expresso nas células T dos centros germinativos dentro dos folículos linfóides.
-Ligação do ICOS com ICOS ligante é pré-requisito para a diferenciação e geração de linfócitos B de
memória.
A deficiência deste coestimulador limita a resposta imune, na medida em que, diminui a estimulação de troca de
classe e diferenciação das células B.
Qual das seguintes populações NÃO deriva das células progenitoras
A) células B
B) Eosinofilos
C) monocitos
D) plaquetas
E) eritrócitos
A) células B
Qual dos seguintes fenómenos é importante que ocorra durante o processo
inflamatório para que haja uma ligação forte (alta afinidade) entre um neutrófilo e o
endotélio? (escolher a melhor opção)
a) aumento de expressão de integrinas endoteliais
b) ligação da E-selectina a Sialyl-Lewis X
c) Ativação das integrinas por fatores quimiotácticos
d) Ligação da L- selectina a ICAM-1
e) Ligação da P-selectina a VCAM-1
c) Ativação das integrinas por fatores quimiotácticos