Fraturas e Síndrome compartimental Flashcards
O que é uma fratura?
Perda de continuidade do osso
Qual a diferença entre fratura completa e incompleta?
Completa: atinge as 2 corticais
Incompleta: atingem apenas 1 cortical
Qual tipo de fratura costuma necessitar de tratamento cirúrgico?
As fraturas articulares e com desvio
O que é uma fratura patológica?
Geralmente causada por um tumor
Qual a classificação utilizada universalmente para classificar fraturas ósseas?
Classificação AO
Quadro clínico de uma fratura óssea
Dor
Impotência funcional
Sangramento em topografia da fratura (se exposta)
Defirmidade
Equimose
Desvio rotacional
Avaliação de pulso periférico
Diagnóstico de uma fratura óssea
Clínico + Raio-X AP e Perfil
*Sempre pedir AP e perfil!
*Se extremidade: pedir incidência oblíqua!
Em fraturas de extremidades de ossos, qual incidência de raio-x pedir?
AP, Perfil e Oblíquo
Como tratar uma fratura de forma conservadora?
- Alívio da dor
- Alinhar a fratura através de uma redução incruenta ou cruenta
- Manter o alinhamento com uma imobilização provisória (gesso/placa/haste intramedular)
O que é uma fratura exposta?
Comunicação direta entre o osso ou do hematoma fraturário com o meio ambiente
Onde ocorre principalmente as fraturas expostas?
Diáfise dos ossos
e mais comum nos MMII (tíbia, fêmur) mas também MMSS (rádio, ulna, úmero)
Qual o efeito imediato de uma fratura exposta?
Contaminação
Classificação de fratura exposta de Gustillo-Anderson: Classe 1
<1 cm
Contaminação leve
Lesão de partes moles mínima
Mínima cominuição
Classificação de fratura exposta de Gustillo-Anderson: Classe 2
1-10 cm
Contaminação moderada
Lesão de partes moles moderada
Moderada cominuição
Classificação de fratura exposta de Gustillo-Anderson: Classe 3
> 10 cm
Contaminação grave
Lesão de partes moles grave
Grave cominuição
*PAF e fratura segmentar em ambiente rural é Classe 3
Classificação de fratura exposta de Gustillo-Anderson: A, B e C
A: com cobertura óssea*
B: sem cobertura óssea (cirurgia reconstrutiva)
C: sem cobertura óssea + lesão vascular que precisa de reparo
*é possível cobrir o osso com pele, partes moles etc
Tratamento inicial de fraturas expostas em 4 passos
- Antibioticoprofilaxia o mais rápido possível
- Cefazolina 1g 8/8h EV ou Cefalotina 1g 6/6h EV + Gentamicina 80mg 8/8h EV
*Se acidente rural: + Penicilina - Cobrir a fratura com curativo estéril
-Não se deve mexer a fratura em ambiente de emergência para não contaminá-la - Estabilizar a fratura provisoriamente
-Tala bota, adesivo, tala axilo-palmar, tala luva - Profilaxia do tétano
-Soro antitetânico 250 UI via IM para não imunizados ou com esquema incompleto ou tétano clinicamente manifesto
Tratamento definitivo de fraturas expostas
- Limpeza com SF 0.9% + Desbridamento
- Estabilização provisória (fixadores externos) ou definitiva da fratura
O que é desbridamento?
Retirada de tecidos desvitalizados, corpos estranhos para reduzir a contaminação e criar uma ferida vascularizada
Como é feito o fechamento da ferida operatória em cada classe de Gustillo de fratura exposta?
Gustillo 1: sutura
Gustillo 2: decisão intra-operatória
Gustillo 3: deixa aberta. Reavaliação em 48h
O que é síndrome compartimental?
Aumento da pressão em um compartimento fechado, inextensível que promove isquemia e necrose de tecidos, podendo levar a perda definitiva da função do membro
Ex: antebraço, perna
O que pode causar uma síndrome compartimental?
Traumática: fraturas fechadas ou expostas, lesão por esmagamento, queimaduras, choque elétrico
Atraumática: uso de imobilizações (edema aumenta), acidentes ofídicos, coagulopatia
Sinais e sintomas da síndrome compartimental
Dor lancinante e desproporcional ao exame
Piora ao alongamento da musculatura do compartimento
Edema importante de rápida instalação + pele brilhante e túrgida
Principais diagnósticos diferenciais da síndrome compartimental
TVP
Exercício intenso realizado pelo paciente
Como é feito o diagnóstico de síndrome compartimental?
É clínico. Os 6Ps
Pain
Poiquelotermia
Palidez
Parestesia
Pulselesness
Paralisia
Mas não precisa ter os 6 para diagnosticar. Não esperamos ficar sem pulso para diagnosticar.
Outra forma de diagnosticar: Método de Whitesides - Técnica de Wick ou Slit. Pressão >30 mmHg da diastólica
Com que tempo de síndrome compartimental ocorre perda de condução nervosa, lesão muscular, neuropraxia, lesão muscular irreversível, lesão nervosa irreversível?
Perda de condução nervosa: 2h
Lesão muscular reversível: <4 h
Neuropraxia: 4 h
Lesão muscular irreversível: >8h
Lesão nervosa irreversível: >8h
Tratamento da síndrome compartimental
Bloco cirúrgico de imediato para realização de Dermatofasciotomia e posteriormente fixação externa da fratura
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Hidraração e monitorização renal (risco de rabdomiólise)