Filosofia Moral Flashcards

1
Q

Raciocínio Moral

A

Identificar temas, problemas e pontos de conflito

Identificar as partes interessadas

Identificar as consequências potenciais

Identificar deveres e direitos

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Q

Ética (significado, diversidade…)

A

No sentido muito geral de: “Sistema de valores e de código de conduta, nos quais se procura orientação quanto ao modo como se pode ou deve viver”

  • -> fez sempre parte das sociedades humanas
  • ->muitas tradições éticas distintas, que correspondem às grandes divisões culturais e religiosas: ex: Ética hindu, Ética budista, Ética confuciana, Ética judaica, Ética cristã, Ética islâmica.

Em sentido amplo, «ética» é praticamente sinónimo de «moral» (do latim morus, que significa «uso», «costume».)
=> a Ética Filosófica também pode ser designada por Filosofia Moral.

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3
Q

Três grandes domínios da Ética Filosófica (ou da Filosofia Moral):

A

A Meta-Ética (ou Meta-Moral)

–> estuda a natureza da ética, analisa o sentido e a objectividade dos juízos morais, investiga como é que os seres humanos podem saber o que é certo, correcto.
–>não está interessada em saber que acções são boas ou más: está interessada em compreender o sentido dos conceitos «bom», «mau», «certo», «errado».
Uma investigação meta-ética pode perguntar: o que torna o juízo «mentir é sempre errado» verdadeiro ou falso? (Uma resposta possível: as regras morais são apenas convenções sociais de grupos culturais particulares. Isto implica que o juízo «mentir é sempre errado» é apenas a expressão das crenças de um grupo, e são as suas crenças sobre esse assunto que o tornam verdadeiro.)

A Ética Normativa

–> lida com normas morais entendidas como códigos a que os agentes morais devem obedecer. «Não matarás» exemplifica uma norma moral.
–> procura identificar os princípios da acção correcta que podem ser usados para orientar, guiar, conduzir, os seres humanos na sua vida –> podem ser usados para decidir se opções particulares de acção são certas ou erradas. Por outras palavras, a Ética Normativa procura dar respostas às questões «que devo fazer?», «qual a coisa correcta a fazer?», ao identificar um conjunto de princípios que podem ser usados para determinar as acções correctas, ou mostrar que não há princípios disponíveis e que a correcção da acção deve ser percebida num contexto situacional.
Algumas teorias normativas dominantes: o Utilitarismo, o Kantismo, a Ética das Virtudes.

A Ética Aplicada

  • -> é muito «prática»
  • -> Procura aplicar os resultados da ética normativa à vida quotidiana, a casos problemáticos particulares, «reais», como por exemplo: o aborto, a eutanásia, o castigo criminal, o tratamento dos animais.

(Créditos: Nuno Nabais e Nuno Melim(?))

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4
Q

Relativismo Cultural

A

A MORAL DIFERE EM TODAS AS SOCIEDADES, E É UM TERMO DE CONVENIÊNCIA PARA DESIGNAR OS HÁBITOS SOCIALMENTE APROVADOS
WG Sumner: forma correta de agir: de acordo com a tradição (tem a autoridade de muitas gerações)

+: O RELATIVISMO CULTURAL SUSTENTA-SE EM NUMEROSAS OBSERVAÇÕES ANTROPOLÓGICAS
+: ARGUMENTO DAS DIFERENÇAS CULTURAIS:
(1) As diferentes culturas têm diferentes códigos morais;

(2) Portanto, não há “verdade” objectiva na moral. O certo e o errado são apenas questões de opinião, e a opinião varia de cultura para cultura.

  • : AS CONCLUSÕES NÃO SE SUSTENTAM NAS PREMISSAS
  • : IMPEDE O PROGRESSO MORAL
  • : DIFERENÇAS CULTURAIS NÃO IMPLICAM DIFERENÇAS MORAIS
  • : HÁ VALORES COMUNS A TODAS AS SOCIEDADES (valor da verdade, valorização da vida das crianças(“pulsão biológica?))
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5
Q

Subjetivismo

A

David Hume

A moral é uma matéria dos sentimentos e não da razão; por isso é subjectiva.

Subjetivismo simples
“X é moralmente aceitável”, “X é correcto”, “X é bom”, “X deve ser feito”… Significa: “Eu aprovo X”

“X é moralmente inaceitável”, “X é incorrecto”, “X é mau”, “X não deve ser feito”… Significa: “Eu desaprovo X”

  • : OS SENTIMENTOS TAMBÉM SE ENGANAM.
  • -> ARGUMENTO DA INFALIBILIDADE
    (1) Se o subjectivismo simples está correcto, então cada um de nós é infalível nos nossos julgamentos morais (desde que falemos sinceramente);
    (2) Contudo, não somos infalíveis. Podemos enganar-nos, mesmo quando falamos sinceramente;
    (3) Portanto, o subjectivismo simples não pode estar correcto.

-: PERANTE UMA DADA SITUAÇÃO DUAS PESSOAS PODEM TER SENTIMENTOS DIFERENTES, MAS APENAS UM PODERÁ ESTAR CERTA
–> ARGUMENTO DA DISCORDÂNCIA
(1) Quando alguém diz “X é moralmente aceitável” e alguém diz “X é moralmente inaceitável”, essas
pessoas discordam;
(2) Contudo, se o subjectivismo simples estiver correcto, não pode haver discordância entre elas;
(3) Portanto, o subjectivismo simples não pode estar correcto.

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6
Q

Emotivismo

A

A LINGUAGEM MORAL SERVE PRINCIPALMENTE PARA
INFLUENCIAR ATITUDES. SERVE PARA EXPRIMIR UMA ATITUDE, NÃO PARA RELATÁ-LA. Não é susceptível de ter uma análise lógica (V/F).

(NÂO As aulas de Bioética começam às 13:00
John Coltrane foi musico de Jazz
Um café no bar do C2 custa 40 cêntimos,
MAS Venham às aulas de Bioética.
Viva John Coltrane!
Oxalá o café fosse mais barato.)

-: NEGA O PAPEL DA RAZÃO NA ÉTICA (então não podemos argumentar, chegar a acordo…)

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7
Q

Ética Religiosa

A

TEORIA DO COMANDO DIVINO
VIVER DE ACORDO COM OS MANDAMENTOS DIVINOS

-: (Leibniz) UMA CONDUTA É CORRECTA PORQUE É ORDENADA POR DEUS (A),
OU DEUS ORDENA-A PORQUE É CORRECTA (B)?

(A) A MORALIDADE TORNA-SE ARBITRÁRIA
A BONDADE DE DEUS PERDE SENTIDO

(B) HÁ UM REFERÊNCIA DE BEM E MAL EXTERIOR À VONTADE DE DEUS + tautologia (torna-se circular):

-: “X é bom” ——————————————–» “X é mandado por Deus”
“Os mandamentos de Deus são bons” ————» “Os mandamentos de Deus são mandados por Deus”

–> TEORIA DA LEI NATURAL

O MUNDO FOI CRIADO POR DEUS E SEGUE OS SEUS DESíGNIOS; O COMPORTAMENTO CORRECTO, PORTANTO, É O QUE RESPEITA AS LEIS NATURAIS. ESTAS REVELAM-SE PELO USO DA RAZÃO.

-: EXISTEM ATITUDES NÃO NATURAIS QUE NÃO PARECEM MERECER REPROVAÇÃO MORAL (ex foguetões,…)

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8
Q

Ética budista tibetana

A

A PRÁTICA ÉTICA TEM DE NASCER GENUINAMENTE DO ÍNTIMO DAS PESSOAS:

  • CULTIVO DE SENTIMENTOS POSITIVOS (ALTRUISMO, GENEROSIDADE, COMPAIXÃO…)
  • REFREAMENTO DE SENTIMENTOS E PRÁTICAS NEGATIVOS (ÓDIO, INVEJA, GANÂNCIA…)
  • BUSCA DA FELICIDADE INTERIOR
  • DESENVOLVIMENTO DE UMA NOÇÃO DE COMUNIDADE E DE IRMANDADE, E RESPEITO PELA FELICIDADE DOS OUTROS;

EXISTEM VÁRIOS PONTOS DE CONTACTO ENTRE A ÉTICA BUDISTA TIBETANA E VÁRIAS ESCOLAS ÉTICAS DA TRADIÇÃO FILOSÓFICA OCIDENTAL, SOBRETUDO COM A ÉTICA DAS VIRTUDES (Aristóteles).

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9
Q

Egoísmo ético

A

O ATINGIR DA SUA PRÓPRIA FELICIDADE É O PROPÓSITO MORAL MAIS ELEVADO DO HOMEM (natureza humana intrinsecamente egoísta)

+: 1) SOMOS QUEM MELHOR CONHECE AS NOSSAS PRÓPRIAS NECESSIDADES;
NÃO À INTRUSÃO NA VIDA PRIVADA DOS OUTROS;
A CARIDADE DEGRADA O RECEPTOR (gera-se relação de inferioridade);
AJUDANDO-NOS AJUDAMOS A SOCIEDADE

+: 2) EVITA O SACRIFICIO ALTRUISTA DEGRADANTE DA VIDA HUMANA

+: 3)RESPEITA OS OUTROS E SERÁS REPEITADO (respeito recíproco, sem interferência na nossa vida)

  • : 1) “ajudando-nos, ajudamos a sociedade” NÃO É UM ARGUMENTO EGOÍSTA
    2) RADICALIZA EXAGERADAMENTE A NOÇÃO DE ALTRUISMO
    3) “se não interferirmos também não interferem” NÃO É UMA REGRA GERAL
  • : NÃO AJUDA A RESOLVER OS CONFLITOS DE INTERESSE, AGUDIZA-OS! não cumpre 1 das funções práticas da ética!
  • : NÃO SOMOS ESPECIAIS: DEVEMOS NOS PREOCUPAR COM OS INTERESSES DOS OUTROS PELAS MESMAS RAZÕES QUE NOS PREOCUPAMOS COM OS NOSSOS
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10
Q

Utilitarismo

A

A MORAL CORRETA É A QUE TRÁS MAIOR FELICIDADE AO MUNDO

–> PRINCÍPIO DA UTILIDADE

UTILITARISMO CLÁSSICO (DE ATOS) (Jeremy Bentham, John Stuart Mill)

1) UMA AÇÃO CONTA PELAS SUAS CONSEQUÊNCIAS
2) A UNICA CONSEQUÊNCA RELEVANTE É A VARIAÇÃO DA QUANTIDADE DE FELICIDADE DO SISTEMA
3) A FELICIDADE DE TODOS OS UTENTES TEM A MESMA RELEVÂNCIA

-: HEDONISMO - AS COISAS BOAS SÃO AS QUE NOS TRAZEM FELICIDADE. MAS AS COISAS SÃO BOAS EM SI, E A FELICIDADE É UMA CONSEQUÊNCIA DISSO. (não devemos viver para o prazer, mas para o bem)

=> UTILITARISMO REFORMULADO
A MORAL CORRECTA É A QUE TRÁS MAIS BEM AO MUNDO

-: CONSEQUENCIALISMO: colide com JUSTIÇA/ DIREITOS/ COMPROMISSOS (valores, elementos da ética Kantiana)
(ex “bode expiatório”, estamos a violar direitos para agradar…)

–> UTILITARISMO DE REGRAS
+: CASOS IRREALISTAS (…)
REJEIÇÃO DAS VISÕES TRADICIONAIS

-: deixa de ser verdadeiramente utilitarista, passa a ser deontológico, baseado em seguir regras

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11
Q

Kant e o Imperativo Categórico

A

DEVE-SE AGIR APENAS DE ACORDO COM REGRAS QUE DESEJAMOS QUE SE TORNEM REGRAS UNIVERSAIS.
AS REGRAS ATINGEM-SE PELA RAZÃO.
(não importam os resultados… e: Regra principal: NUNCA MENTIR- várias formulações da regra de ouro)

-: CONFLITOS ENTRE REGRAS

Ideias principais:
NÃO HÁ INDIVÍDUOS ESPECIAIS
DIGNIDADE HUMANA
AS PESSOAS COMO FINS, NUNCA COMO MEIOS
RAZÃO E MORAL (não deduzir regras pela religião)
O SER HUMANO COMO VALOR ABSOLUTO 
----
RETRIBUTIVISMO DE KANT
JUSTIÇA / PROPORCIONALIDADE (ex pena de crime)
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12
Q

Teoria moral do contrato social

A

Thomas Hobbes (Leviatã, autoritarismo iluminado, “estado natural” é o pior dos males)

MORAL É O CONJUNTO DE REGRAS ACEITE PELAS PESSOAS E NECESSÁRIO À CONVIVÊNCIA EM SOCIEDADE

A MELHOR SITUAÇÃO COMUM É A COOPERAÇÃO
É NECESSÁRIO UM SISTEMA (JUDICIAL) QUE GARANTA O CUMPRIMENTO DAS REGRAS

-: pessoa com demência… não em condições de participar

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13
Q

Ética das virtudes

A

Mais antigo sistema ético filosófico coerente. Aristóteles (mas já algumas ideias de Sócrates e Platão)

Não é sistema ético de apoio a decisões, mas à construção do caráter

UM SER HUMANO BOM É AQUELE QUE TEM UM CARÁCTER VIRTUOSO; AS VIRTUDES OCUPAM PORTANTO O CENTRO DA MORAL.

VIRTUDE: TRAÇO DO CARÁCTER QUE SE REVELA NORMALMENTE E TORNA O POSSUIDOR APRECIADO.

A VIRTUDE É O TERMO MÉDIO ENTRE DOIS VÍCIOS (EXTREMOS), UM POR DEFEITO, OUTRO POR EXCESSO
EX: A VIRTUDE DA CORAGEM TEM POR DEFEITO O VÍCIO DA COBARDIA, E POR EXCESSO O DA TEMERIDADE.

VIRTUDES RACIONAIS / VIRTUDES TEOLOGAIS
VIRTUDES ESPECÍFICAS (apreciadas em certos grupos, ex polícias…) / VIRTUDES GERAIS (apreciadas em todos por igual)

-: AS VIRTUDES COMPLEMENTAM A MORAL PÚBLICA (DEVERES E DIREITOS) COM A MORAL PRIVADA (VALORES PESSOAIS) –> incompleto?
mas ÉTICA RADICAL DAS VIRTUDES (séc 20… sistema completo…)

-: CONFLITO ENTRE VIRTUDES (ex justiça e compaixão)

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14
Q

Ética social

A

Refere-se à organização de uma sociedade eticamente
correcta (aspetos públicos da vida), particularmente no que concerne aos mecanismo de distribuição da riqueza.

  • Libertarianismo (Robert Nozick)
  • Igualitarismo (John Rawls)
  • Utilitarismo (John Stuart Mill)
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15
Q

Libertarianismo

A

Robert Nozick

  • a teoria libertária favorece a liberdade individual (desde que não colida com a liberdade dos outros);
  • entende que a única intervenção admissível, por parte do estado, é a que vai no sentido de garantir as liberdades individuais;
  • > não admite mecanismos de re-distribuição da riqueza;
  • inspira as teorias económicas (ultra) liberais.
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16
Q

Igualitarismo

A

John Rawls, teoria contratualista

  • a liberdade individual é desejável, desde que não colida com os interesses legítimos de terceiros;
  • as desigualdades sociais são benéficas desde que resultem numa melhoria das condições de todos os membros da sociedade!
  • > admite distribuição desigual da riqueza, mas também a intervenção de mecanismos re-distributivos, quando há grupos marginalizados;
  • a sociedade ideal é equitativa, no sentido em que há igualdade de oportunidades.

Véu de ignorancia: desenhar sociedade antes de saber o lugar que nela ocupamos–> sociedade perfeita

17
Q

Utilitarismo (Ética social)

A

John Stuart Mill

  • a sociedade eticamente correcta é a que maximaliza o “bem estar” médio dos seus membros (Princípio da Utilidade);
  • a liberdade deve ser considerada nesse contexto.
  • os interesses e direitos individuais serão sacrificados se daí resultar uma melhoria geral para os membros da sociedade.
18
Q

Agente moral vs. sujeito moral

A

Agente moral: ser humano adulto (dúvida: crianças, deficientes…); podemos avaliar éticamente o seu ato

Sujeito moral: entidade que temos de considerar- animais, pessoas… (pode ser agente moral ou não)