Figuras de Linguagem Flashcards
Antítese
Oposição intencional de ideias:
Dia/noite
Frio/calor
Amor/ódio
Alegria/tristeza
Riqueza/pobreza
Isocronismo
Presença de quase o mesmo número de sílabas e sons finais, que reforçam ideias
Oxímoro
Trata-se de uma variante da antítese e é caracterizada pela existência de um paradoxo ou contradição: trabalha ideias mutuamente excludentes.
Clara escuridão
Suave amargor
Doce tormento
Delicioso sofrimento
Comparação
Diz-se da comparação entre objetos de igual nível
Fulano é (tão) forte como o pai
Símile
É também uma comparação, porém com objetos de níveis diferentes:
Fulano é (tão) forte como um touro
Há a presença de uma hipérbole em relação à força de fulano.
Metáfora
Nasce da necessidade de transmitir ideias cuja palavra ainda não existe de fato. Consiste em dizer que uma coisa (A) é outra (B)
Seus olhos são como duas esmeraldas
Metáfora in praesentia
Metáfora na qual ambos os objetos comparados estão explícitos
“Seus olhos são como duas esmeraldas”
Metáfora in absentia ou pura
Metáfora na qual o termo (A) não está explícito
Tinha na face duas esmeraldas lindad
Catacrese
É a metáfora cujo uso em abuso tornou-se natural no uso. Nasce da necessidade de nomear coisas.
Na falta de um substantivo que diga o nome da parte da mesa que a sustenta, convencionou-se perna da mesa
Animismo/personificação
É a doação de ações estritamente dos seres vivos aos seres inanimados
O rio corria
As água tristes
Os raios gritavam
Clichês
São metáforas estereotipadas, vulgarizadas ou envelhecidas. Dá surgimento ao clichê metafórico
Metonímia
De ordem qualitativa
As relações reais de ordem qualitativa que levam a empregar metonimica- mente uma palavra por outra, a designar uma coisa com o nome de outra, tradu- zem-se no emprego:
1- do nome do autor pela obra: ler Machado de Assis,
II-do nome de divindades pela esfera de suas funções, atribuições ou atributos (me- tonímia dita mitológica): Marte = guerra, Netuno mar, Ceres agricultura, Venus = beleza, Cupido amor;
III do atributo notório ou qualidade característica de uma pessoa por ela mesma (ver 1.6.8.10-Antonomásia);
IV- do continente pelo conteúdo: tomar um cálice de vinho, comer uma caixa de bombons. O continente pode ser também lugar ou tempo, e o conteúdo, coisas, fatos ou pessoas: a cidade (= seus moradores) dormia; foi um ano triste (i.e., os fatos ocor- ridos durante o ano é que foram tristes); todo o mundo sabe disso (i.e., muitas pessoas que vivem no mundo, ou todas as pessoas). Este último exemplo pode ser considerado como metonimia hiperbólica;
V-do nome do lugar pela coisa ai produzida: uma garrafa de porto, de xerez, de ma- deira (i.e., de vinho produzido na cidade do Porto, de Jerez de la Frontera, Esp., ou na ilha da Madeira, ou a ele semelhante), terno de casimira (lä ou tecido de la produzido ou semelhante ao produzido em Caxemira, India); bengala (bastão feito originaria- mente com junco ou cana-da-india de Bengala, outrora província da India). Note que por se tratar de metonímia, o nome do produto usualmente se escreve com inicial minúscula;
VI - da causa (ai compreendida a ideia de meios ou instrumento) pelo efeito (subenten- da-se também: consequência, resultado, fruto, produto de), e vice-versa: ganhar a vide (= os meios de vida); viver do seu trabalho (= do fruto, produto do trabalho); ganhar a vida com o suor do rosto (suor = consequência do esforço, do trabalho);
VII - do abstrato pelo concreto: burlar a vigilância (= os vigilantes); dar-se bem com a vizinhança (= os vizinhos); ó amizade (= amigo, amigos);
VIII - do concreto pelo abstrato: cérebro (= inteligência), coração (bondade, bons senti- mentos). É nesta categoria de relação real (o concreto pelo abstrato) que se inclui o simbolo, o qual, entretanto, pode ser também metaforico (ver 1.6.8.9).
Sinédoque
De ordem quantitativa
consistir no emprego:
1- da parte pelo todo (pars pro toto): mil cabeças de gado (= mil reses); mil bocas a alimentar (= mil pessoas); “já singram no mar as brancas velas” (= navios, barcos); falta-lhe um teto (= casa) onde acolher-se;
II- do todo pela parte: morar numa cidade (= numa casa, numa parte da cidade);
III- do gênero pela espécie: os mortais (= os homens);
IV - da espécie pelo gênero: “Não temendo de Áfrico e Noto a força” (Lus., I, 17), isto é, a força dos ventos em geral, de que Áfrico e Noto são espécies; V - do individuo pela classe é um Cicero, um Demóstenes (= um grande orador); é
um Caxias (= um grande soldado); é um Harpagão (= um avarento); um Dom Quixote (= um idealista insensato e pertinaz); uma Capitu (= uma mulher dissimulada como a heroina de Dom Casmurro); uma Penélope (= uma esposa fiel e paciente, como a de Ulisses, na Odisseia); uma Laura, uma Beatriz (= amada excelsa, como o foram a de Petrarca e a de Dante). O nome dos grandes vultos da história, das letras, das artes, as- sim como o de personagens-tipos da literatura, costuma ser empregado para designar aquela classe de indivíduos que agem ou se comportam como o seu modelo, Note-se, ainda, que, conforme o grau de habitualização desse tipo de sinédoque, o nome trans- ladado pode: a) vir a escrever-se com inicial minúscula, tornando-se assim substantivo comum, como é o caso de “césar” (= soberano, governante, ditador), sobrenome do consul e imperator Caio Júlio César, b) tornar-se símbolo, quando não aferido à pes- soa (ou personagem), mas a um dos seus atributos de natureza abstrata (ver 1.6.8.9). Observe que muitos autores consideram como metonimia esse caso de emprego do indivíduo pela classe.
VI-da matéria pelo artefato: “Já tangem ao longe os bronzes” (= os sinos de bronze); os metais (= os objetos, instrumentos de metal); um níquel (= uma moeda de níquel); lenho, madeiro (=navio de madeira), sacro madeiro (= a santa Cruz de madeira); VII-do singular pelo plural e vice-versa: o brasileiro (= os brasileiros) é cordial; o gentio (= os pagãos, os indigenas); o homem (= os homens) é um ser racional.
Antonomásia
Variedade de metonímia que substitui um nome próprio por um comum (ou vice-versa) que expressa atributo inconfundível do individuo ao qual se refere
Patriarca da independência (Bonifácio)
O redentor, o Salvador, o nazareno (Jesus)
Pode indicar o intuito descritivo.