Febre Reumática Flashcards

1
Q

Qual a origem da febre reumática?

A
  • sequela da infecção de orofaringe pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A
  • em 3-4% das crianças ou adolescentes entre 3 e 18 anos
  • acometidas por faringo-amigdalite e sem o tratamento correto
  • fatores genéticos
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2
Q

Cite alguns fatores que contribuem para o aparecimento da febre reumática

A
  1. Estações frias
    - aglomerações, escolas, creches e orfanatos
  2. Fatores ambientais
    - condições socioeconômicas, alimentação inadequada, carência no atendimento em saúde
  3. Fatores genéticos
    - suscetibilidade familiar, sem diferença na distribuição por sexo
    - coreia (mais frequente no sexo feminino)
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3
Q

Por que a febre reumática ocorre após uma infecção estreptocócica e quais são os mecanismos imunológicos envolvidos?

A
  • a base imunológica da febre reumática é a reação cruzada autoimune após uma infecção pelo Streptococcus pyogenes
  1. Mecanismo da febre reumática
    - infecção estreptocócica faríngea
    -o estreptococo tem várias proteínas na sua superfície, sendo a proteína M a mais imunogênica
    - o sistema imunológico produz anticorpos contra essa proteína para combater a infecção
  2. Reação cruzada (Mimetismo molecular)
    - a proteína M do estreptococo tem semelhança estrutural com proteínas do tecido humano, como: miosina cardíaca; tropomiosina; queratina; vimentina; laminina; proteínas da válvula mitral
    - as crianças desencadeiam uma resposta imune exacerbada contra a bactéria
    - como resultado, e por mimetismo celular mediado por anticorpos e linfócitos T, os anticorpos produzidos contra o estreptococo podem atacar erroneamente esses tecidos humanos
  3. Consequências da resposta autoimune
    - coração: cardite reumática (pode levar à valvopatia mitral crônica)
    - articulações: artrite migratória
    - sistema nervoso: coreia de Sydenham
    - pele: nódulos subcutâneos e eritema marginado
  • esse processo explica por que a febre reumática ocorre semanas após uma faringoamigdalite estreptocócica mal tratada
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4
Q

Qual o tipo de reposta imune está envolvida na febre reumática?

A
  • resposta imune celular Th1 (linfócitos T): cardite grave
  • resposta imune humoral Th2 (anticorpos): Coreia e artrite
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5
Q

Existe algum sinal/sintoma/lesão patognomônico da febre reumatoide?

A

Sim, do nódulos de Aschoff, encontrados no miocárdio
- são agregados de células semelhantes a macrófagos e monócitos, que surgem devido à resposta inflamatória autoimune
- exercem a função de células apresentadoras de antígeno para as células T
- caracterizados por degeneração fibrinóide do colágeno, levando a valvopatia reumática, principalmente estenose mitral

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6
Q

Como é o quadro clínico do paciente com febre reumática?

A
  1. Infecção da orofaringe pelo estreptococo
  2. Acometimento do coração (cardite), das articulações (poliartrite), do SNC, dos vasos sanguíneos (eritema), tecido subcutâneo (nódulos)
    - os sinais surgem cerca de 3 semana após a infecção

Outros sintomas:
- epistaxe
- febre
- pleurite
- pneumonia
- dor abdominal
- taquicardia persistente
- palidez ou anemia
- perda de peso
- fadiga

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7
Q

Como é feito o diagnóstico de FR?

A
  • o diagnóstico é clínico!
  • evidência prévia de infecção pelo streptococo beta-hemolítico do grupo A
  • 2 critérios menores OU critério maior + 2 menores + evidência de estreptococcia prévia

1. Manifestações maiores
- cardite
- poliartrite
- coreia
- eritema marginado
-nódulos subcutâneos

2. Manifestações menores
Achados clínicos:
- artralgia
- febre
Achados laboratoriais:
- VHS alto
- proteína C reativa
- aumento do intervalo PR no ECG.

Evidência de infecção prévia pelo estreptocococo beta hemolítico do grupo A: cultura positiva de orofaringe, elevação do anticorpo ASLO

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8
Q

Explique como a resposta imune celular está associada a cardites graves na FR

A
  • menos sintomas e sinais na fase aguda (dificulta a profilaxia secundária)
  • pior prognóstico quanto à sequela valvar
  • os linfócitos T helper 1 (Th1) ativam macrófagos e outras células inflamatórias, promovendo uma resposta inflamatória intensa e prolongada
  • no coração, isso leva à formação dos nódulos de Aschoff e à destruição tecidual, resultando em pancardite reumática (inflamação do pericárdio, miocárdio e endocárdio)
  • essa inflamação persistente pode causar fibrose valvar, levando a estenose mitral como sequela
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9
Q

Explique como a resposta imune humoral está associada a Coreia e artrite na FR.

A
  • mais sintomas e sinais na fase aguda
  • melhor prognóstico
  • lesões cardíacas leves
  • permitem profilaxia secundária devido ao reconhecimento do quadro
  • os linfócitos T helper 2 (Th2) estimulam a produção de anticorpos pelos plasmócitos
  • na artrite, os anticorpos formam complexos imunes que ativam o complemento, causando inflamação transitória e reversível nas articulações
  • na coreia de Sydenham, os anticorpos reagem de forma cruzada com os gânglios da base no cérebro, afetando a função motora e causando movimentos involuntários
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10
Q

Caracterize a artrite na FR

A
  • a artrite ocorre em 75% dos casos de FR
  • quanto mais artrite, menos cardite
  1. poliartrite de grandes articulações
    - mais prevalente em MMII
  2. migratória
  3. assimétrica
  4. muita dor e limitação funcional
  5. pouco edema
  6. Resposta rápida a AINES (como aspirina)
  7. quadro autolimitado (máximo de 4 semanas)
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11
Q

Caracterize a cardite na FR

A
  • quadro variável grave e silencioso
  • taquicardia desproporcional à febre
  • sopros: IM, IAo, sopro de Carey-Coombs, sopro diastólico, parecido com EM
  • insuficiência cardíaca
  • miocardite e/ou valvulite
  • pericardite (incomum): dor precordial, atrito
  • pode ser subclínica: pior; não apresenta sinais ou sintomas evidentes na avaliação física
    ou sintomas evidentes na avaliação clínica
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12
Q

O que é o sopro de Carey Coombs

A
  • sopro diastólico (mesodiastólico)
  • mais audível em FM
  • diferença da estenose mitral: não tem estalido de abertura e é transitório (a valvulite da FR não causa fibrose imediata)
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13
Q

Quais é a principal sequela da FR?

A
  • acometimento da válvula mitral (a manifestação clínica pode ocorrer muitos anos após)
  • Insuficiência mitral importante: mais comum
  • estenose mitral: latência de 15 a 40 anos; FR é a principal causa
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14
Q

Caracterize a Coreia de Sydenham

A
  • manifestação tardia (após 3 meses) autolimitada (normalmente após 3 a 6 meses, podendo durar até 2 anos)
  • normalmente não deixa sequelas neurológicas permanentes
  • inflamação dos núcleos da base
  • mais frequente no sexo feminino
  • rara após os 20 nos deidade
  • aumentado esforços e tensão emocional
  • desaparece durante o sono
  • fraqueza muscular e labilidade emocional
  • incoordenação motora
  • hipotonia
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15
Q

Quais exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico de FR junto com o exame físico?

A

1. Comprovação prévia de infecção pelo estreptococo beta-hemolítico
- cultura da orofaringe (padrão ouro)
- teste rápido
- substâncias antigênicas do estreptococo
- anticorpos: ASLO, anti-hialuronidase, antidesoxirribonucleases (anti-DNAse), antiestreptocinase

2. Alterações sorológicos de fase aguda comum a várias infecções
- reações de fase aguda (inespecíficas): VHS, PCR, mucoproteínas, eletroforese de proteínas

3. Outros exames
- raio x de tórax
- eletrocardiograma
- ecocardiograma

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16
Q

Caracterize os nódulos subcutâneos da FR

A
  • duros e indolores
  • móveis
  • até 2cm
  • isolados ou em grupos
  • nas superfícies das articulações: joelhos, face extensora dos MMSS, região occipital, proeminências ósseas
  • desaparecem em semanas (regridem com o tratamento da FR)
  • geralmente estão associados à cardite grave
17
Q

Caracterize o eritema marginado na FR

A
  • raro (< 3%)
  • manchas circinadas (em forma de anel)
  • máculas ósseo-avermelhadas, com centro claro
  • contornos arredondados e irregulares
  • não pruriginoso
  • no tórax, abdome, dorso e antebraço (não tem na face)
  • associado à cardite
18
Q

O que é o ASLO?

A
  • exame que detecta anticorpos contra a estreptolisina O do estreptococo
  • a mais utilizada
  • início da elevação em 1 a 2 semanas, poucas vezes permanece elevada prolongadamente (até mais de 1 ano)
  • resultado normal: até 200 UI/ml para adultos e até 150 UI/mL para crianças
  • na FR: ASLO = 333 U Todd (U/mL) em crianças
19
Q

O que pode ser observado no raio x de tórax de um paciente com FR?

A
  • cardiomegalia
  • congestão pulmonar
20
Q

O que pode ser observado no eletrocardiograma de tórax de um paciente com FR?

A
  • intervalo PR aumentado
  • taquicardia sinusial
  • distúrbios de condução
  • alterações ST-T
  • baixa voltagem (amplitudes reduzidas das ondas)
21
Q

O que pode ser observado no ecocardiograma de tórax de um paciente com FR?

A
  • insuficiência mitral importante
  • insuficiência aórtica
  • alterações morfológicas valvares ou cavitárias
  • nódulos valvares
  • função ventricular
22
Q

Qual o tratamento para a FR?

A
  1. Erradicar o estreptococo (profilaxia primária)
    - injeção única de penicilina G-benzatina no início do quadro infeccioso (fase aguda) IM (intramuscular)
    < 25 kg: 600.00 UI IM, dose única
    > 25 kg: 1.200.000 UI IM, dose única
    Obs.: se o paciente já tiver FR, a penicilina deve ser administrada regularmente por um período, com o intuito de evitar um novo surto (profilaxia secundária)
  2. Eliminar o processo inflamatório
  3. Reduzir a agressão (coração, SNC, articulações)
  4. Aliviar os sintomas principais