Farmacologia Flashcards

1
Q

Na distribuição de um fármaco, o determinante mais importante do fracionamento entre o sangue e os tecidos e que limita a concentração do fármaco livre é…

A

A ligação as proteínas plasmáticas.

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2
Q

Alguns fármacos tem sua ação prolongada pois podem ser transferidos do fígado através da bile, esse transporte acontece através…

A

Circulação entero-hepática

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3
Q

Para que alcance a circulação sanguínea, o fármaco tem que transpor as membranas celulares. Quais os principais tipos de transporte transmembrana dos fármacos?

A

● Difusão passiva, simples ou direta: O transporte ocorre sem gasto de energia. A maioria dos fármacos é absorvido através desse tipo de transporte (lipossulubilidade). Em geral, ocorre a favor do gradiente de concentração.

● Transporte mediado por carreadores: a molécula é transportada com auxílio de proteínas (carreadores) presente na membrana plasmática celular.
§ Difusão facilitada: Pode ocorrer saturação das proteínas transportadoras. Portanto, apresenta concentração ótima de passagem. O carreador pode ser uma proteína ou canal que transporta o fármaco a favor do gradiente de concentração. Como não ocorre gasto de energia, é classificado como transporte passivo.
§ Transporte ativo: mecanismo de transporte do fármaco através da membrana contra o gradiente de concentração e com auxílio de um carreador. Nesse caso, ocorre gasto de energia, classificado como transporte ativo. Lembrando que, fatores como saturação e seletividade do transportador e a inibição competitiva das substâncias em transporte podem influenciar na absorção.

● Transporte paracelular: mecanismo de transporte através dos espaços intracelulares (espaço entra as células). Esse tipo de transporte é comum para solutos e líquidos, porém alguns tecidos apresentam junções celulares compactas que limitam esse tipo de mecanismos. A molécula deve ser pequena para que possa ser transportada.

● Endocitose: mecanismo de transporte de macromoléculas, por exemplo, hormônios e proteínas. Nesse caso, ocorre invaginação de parte da membrana celular formando uma vesícula contendo o material extracelular que será liberado do lado oposto da membrana. A pinocitose ocorre quando o conteúdo absorvido é líquido e a fagocitose quando for sólido.

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4
Q

No caso da difusão simples, temos características do fármaco e da membrana que influenciam a transferência dos fármacos através da membrana. Quais são elas?

A

Característica do fármaco: lipossolubilidade, coeficiente de partição hidrolipídico (quanto maior o coeficiente de partição da molécula, maior a lipossolubilidade da mesma), tamanho, peso molecular, grau de ionização.

Característica da membrana: espessura, área da membrana exposta, gradiente de concentração através da membrana, fluxo sanguíneo.

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5
Q

Quais fatores influenciam a biodisponibilidade do fármaco (parâmetro farmacocinético relacionado a absorção)?

A

§ Características da preparação ou formulação farmacêutica;
§ Propriedade físico-química;
§ Fatores inerentes ao local de absorção;
§ Metabolismo de primeira passagem;

*Quanto mais rápido o esvaziamento gástrico, maior será a taxa de absorção de determinado fármaco.

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6
Q

Após absorvido, o fármaco pode estar na forma de fração livre ou na forma de fração ligada a proteínas plasmáticas. Quais as proteínas que auxiliam nesse processo de distribuição?

A

§ Albumina: vai se ligar aos fármacos de caráter ácido
§ Glicoproteínas alfa-1 ácida: vai se ligar aos fármacos de caráter básico

  • Fração ligada das proteínas plasmáticas também é denominada fração reserva.
    ** Volume de distribuição é parâmetro farmacocinético básico relacionada a distribuição. Fármacos com concentração plasmática baixa (alta taxa de distribuição) terão volume de distribuição alto.
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7
Q

Quais são as principais reações que ocorrem no processo de biotransformação?

A

● Principais reações de fase I: oxidação (CYPs), redução e hidrólise. Podemos destacar as enzimas (se encontram no citoplasma ou na membrana do retículo endoplasmático das células hepáticas) do citocromo P450 que atuam em reações de oxidação. CYP3A4 é mais abundante no organismo e está envolvida na biotransformação de 50 % dos fármacos utilizados.
* Caso um fármaco atue induzindo a expressão dos genes que codificam a enzima ou ativando sua transcrição, teremos um processo de indução enzimática. Por outro lado, caso a substância atue inibindo a atividade da enzima teremos inibição enzimática. Em função disso, as enzimas do citocromo P450 estão relacionadas a muitas interações medicamentosas farmacocinéticas.

● Principais reações de fase II: reações de conjugação dos metabólitos oriundos da fase I. Tipos de reação e substituintes empregados com frequência: glicuronidação (glicuronil), sulfatação (sulfato), metilação (metil), acetilação (acetil) e glicilação (glicil).

Assim, obtém-se metabólitos, que na sua maioria são biologicamente inativos e hidrossolúveis, e podem ser excretados do organismo através da urina ou bile. Entretanto, as reações de fase II podem gerar metabólitos ativos. Dentre as exceções, podemos citar o pró-fármaco minoxidil, que após a reação de sulfatação, produz eficaz vasodilatador. Além disso, temos a morfina, que após reação glicuronidação, produz metabólito ativo (glicuronato-6-morfina), que é mais potente que a morfina. Nem todos os fármacos irão sofrer metabolismo, tem aqueles que serão eliminados na sua forma inalterada. Outros podem sofrer apenas reações de fase II, por exemplo.

As reações não ocorrem, necessariamente, sempre na ordem de reação tipo I e em seguida reação do tipo II, nem todos os fármacos sofrem metabolismo ou sofrem os dois tipos de reação.

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8
Q

Na biotransformação, quais são os tipos de cinética do metabolismo do fármaco? Explique.

A

■ A cinética de metabolismo é de primeira ordem ou de não-saturação quando o fármaco é metabolizado e excretado de forma constante do organismo e a quantidade do fármaco que sofre metabolismo e excreção é proporcional à sua concentração plasmática. Essa é a regra válida para a maioria dos fármacos.

■ No caso da cinética de ordem zero ou de saturação, a capacidade metabólica é saturada ao alcançar concentrações terapêuticas do fármaco e o metabolismo se torna constante. Dessa foram, uma quantidade constante e invariável do fármaco é metabolizada por unidade de tempo. Nesse tipo de cinética, em caso de aumento da concentração do fármaco, o metabolismo não aumenta, permanecendo constante em escala fixa, devido a saturação das vias de metabolismo. Ex, etanol e fenitoina.

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9
Q

A excreção de fármacos é a última etapa da Farmacocinética. Os fármacos e seus respectivos metabólitos são eliminados na urina por três processos, quais são eles?

A

■ Filtração Glomerular – os fármacos, na forma livre, se difundem pelas fendas dos capilares da cápsula de Bowman e farão parte do filtrado glomerular, que será encaminhado para túbulo renal. Nem os fármacos ligados a proteínas plasmáticas (albumina principalmente), em razão do seu alto peso molecular, e nem moléculas muito grandes serão filtrados. Além disso, outro fator que influencia a filtração glomerular é a taxa de filtração glomerular que está relacionada a velocidade da filtração e o fluxo sanguíneo que chega ao rim.

■ Secreção tubular ativa – a secreção tubular ativa é o principal e mais efetivo mecanismo de eliminação de um fármaco. Os fármacos que não foram transferidos para o filtrado permanecem na circulação sanguínea e seguem para vasos ao redor do túbulo proximal. No túbulo proximal, existem
dois mecanismos de transporte mediado por carreadores independentes, que serão responsáveis por transportar fármacos (ácidos e base fracos) para luz tubular. Com isso, nesta etapa, ocorre a saturação e competição por esses transportadores. Como exemplo do que ocorre a nível de secreção tubular e saturação de transportadores, temos a penicilina, um fármaco ácido administrado com a probenecida também ácida. A probenecida, por sua vez, é administrada a fim de obter alta concentração, levando a saturação das proteínas do túbulo. Sendo assim é eliminada primeiramente, mantendo a penicilina no organismo por mais tempo. Outros fatores, além da saturação e competição dos transportadores, podem influenciar a secreção tubular ativa, como a ligação a proteínas plasmáticas (o fármaco deve estar na forma livre).

■ Reabsorção tubular passiva - última etapa do processo de eliminação do fármaco. O fármaco presente no lúmen tubular pode ser reabsorvido e direcionado de volta à corrente sanguínea. O epitélio tubular tem constituição lipoprotéica, portanto, os fármacos lipossolúveis têm maior facilidade de serem reabsorvidos pelo túbulo, diminuindo a excreção renal. Os fármacos polares são mais facilmente excretados porque estes possuem baixa permeabilidade tubular, não sendo reabsorvidos, sendo facilmente excretados pela urina. Com isso, um parâmetro crucial nessa etapa que influencia diretamente a reabsorção é o pH da urina.

*Todas as substâncias que foram administradas pela via oral e não foram absorvidas serão excretadas pelas fezes, assim como os fármacos que são excretados pela bile ou aqueles secretados diretamente no trato intestinal, que não são reabsorvidos.

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10
Q

A Farmacodinâmica é a parte da Farmacologia que estuda o que o fármaco faz com o organismo. Conceitue a seguir termos importantes na farmacodinâmica: afinidade, eficácia e potência.

A
  • Os fármacos apresentam afinidade específica para determinados tecidos ou órgão, portanto, serão distribuídos de forma desigual entre os tecidos, se concentrando mais naqueles tecidos que tem afinidade. Todavia, nenhum fármaco será completamente específico, podendo afetar outros tecidos e gerar reações adversas e efeitos tóxicos. A afinidade está relacionada a tendência de ligar-se a determinado alvo.

Eficácia é a tendência de, uma vez ligado ao receptor, dar início a alterações que provoquem o efeito. Portanto, a eficácia aborda a probabilidade dos fármacos em desencadear efeitos após se ligar ao alvo. Por outro lado, um fármaco que não alcance a resposta máxima, obtendo efeitos submáximos, tem menor eficácia.

O fármaco mais potente produz efeito máximo com menor dose quando comparado ao menos potente. A potência de um fármaco depende da sua afinidade e eficácia.

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11
Q

Quais os tipos de agonismo e antagonismo?

A

Os agonistas são fármacos que ativam os receptores e são capazes de gerar respostas biológicas, mimetizando a ação do ligante endógeno. Pleno, parcial ou inverso (eficácia negativa).

Os antagonistas são fármacos que apresentam afinidade pelo receptor, mas não ativam os receptores. Não geram atividade na ausência do agonista, mas podem reduzir o efeito do agonista na presença do mesmo.
□ Antagonismo competitivo: o fármaco antagonista compete com o agonista pelo seu local de ligação no receptor. O agonista ocupa o lugar do agonista no receptor, impedindo sua ligação e consequente ativação do receptor. – reversível – irreversível (ligação covalente)
O antagonismo competitivo reversível altera potência do agonista. O antagonismo competitivo irreversível altera a eficácia do agonista.
□ Antagonismo não competitivo: o antagonista não atua sobre o sítio de ligação do agonista (sítio alostérico), logo, não há competição.

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12
Q

.

A

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13
Q

Como o sistema nervoso pode ser dividido?

A

SNCentral: Composto pelo encefálo e medula espinhal, responsável por funções orgânicas no SNC e funções voluntárias e invonlutárias na periferia.

SNPeriferico:
■ Sistema Nervoso Autônomo - composto por nervos e glânglios nervosos, responsável pelo controle involutário de orgãos e funções. Subdividido em: Parassimpático, Simpático e Entérico.
■ Sistemas Nervoso Somático - composto por nervos, responsável pelo controle voluntário dos movimentos (musculatura esquelética). Percepção sensorial (nervos aferentes).

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14
Q

Quais os neurotransmissores envolvidos na transmissão de impulsos nervosos no SNP Autônomo simpático e Parassimpático?

A

A primeira sinapse (entre os neurônios) ocorre no gânglio e em ambos os casos (Parassimpático ou Simpático), o neurotransmissor liberado é a acetilcolina que interage com receptores nicotínicos.
o neurotransmissor liberado pelo neurônio pós-ganglionar será diferente entre os sistemas Parassimpático e Simpático. Na transmissão parassimpática, o neurotransmissor liberado é a acetilcolina que vai atuar sobre os receptores muscarínicos presente no órgão efetor. Enquanto que na transmissão simpática, ocorre liberação de noradrenalina que irá interagir com os receptores adrenérgicos localizados no órgão alvo.

O sistema parassimpático está relacionado com respostas de repouso e saciedade, está associado a manutenção da homeostasia do organismo. Tal reposta ocorre a partir da ação da acetilcolina. Por outro lado, o sistema simpático está relacionado com reposta de “luta e fuga” em decorrência de situações estressantes ou traumáticas. Tal efeito ocorre pela ação da noradrenalina.

As ações dos sistemas são opostas e os neurotransmissores são considerados antagonistas fisiológicos.

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15
Q

Quais os efeitos gerados pela ativação do sistema parassimpático através dos receptores muscarínicos?

A

Os receptores muscarínicos pares (M2 e M4) são acoplados a proteína Gi, ou seja, estão relacionados a resposta inibitória. Os receptores ímpares (M1, M3 e M5), por sua vez, são acoplados a proteína Gq, ou seja, estão relacionados a resposta estimulatória.

● Contração da musculatura lisa das vísceras – receptores M3.
● Contração muscular. § Efeito inibitório sobre o tecido cardíaco – receptores M2.
● Estimulação das secreções glandulares – receptores M3.
● Estimulação da secreção ácida pelas células parietais do estômago – receptores M1.
● Relaxamento da musculatura lisa dos vasos sanguíneos – Não existem receptores muscarínicos nos vasos sanguíneos. Existem receptores M3 presentes nas células endoteliais que recobrem o interior dos vasos sanguíneos. A ação da Ach sobre esses receptores induz a liberação de óxido nítrico (ON) por essas células, o ON se difunde até a musculatura lisa dos vasos e age como potente vasodilatador.
● Contração da musculatura ocular (miose) – receptores M3.
● Depressão do SNC e efeito antiemético – através da ação sobre receptores muscarínicos presentes no SNC.

Receptores M1 – células parietais do estomago
Receptores M2 – tecido cardíaco ♡
Receptores M3 – musculatura lisa das vísceras, glândulas, musculatura ocular e células endoteliais.

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16
Q

Quais os efeitos gerados pela ativação do sistema simpático através dos receptores adrenérgicos?

A

α1: acoplado a proteína Gq (estímulo)
α2: acoplado a proteína Gi (inibição)
β1: acoplado a proteína Gs (variável)
β2: acoplado a proteína Gs (variável)
β3: acoplado a proteína Gs (variável)

§ α1 – presente nos vasos sanguíneos das vísceras, brônquios, TGI, esfíncteres gastrintestinais, útero, esfíncter da bexiga, vias seminais e músculo radial. Efeitos produzidos pela NA: vasoconstrição, relaxamento do músculo liso gastrintestinal, contração dos esfíncteres gastrintestinais e da bexiga, secreção salivar e glicogenólise hepática.
§ α2 – presente nos vasos sanguíneos, TGI, ilhotas pancreáticas, plaquetas e SNC. Efeitos produzidos pela NA: relaxamento da musculatura TGI, redução da secreção de insulina, agregação plaquetária, redução da liberação de catecolaminas pelos neurônios présinápticos e regulação dos estímulos simpáticos do SNC, recaptação de NA nas sinapses.
§ β1 – presente no coração e glândula salivar. Efeitos produzidos pela NA: Aumento da frequência cardíaca e força de contração do músculo cardíaco (efeito cronotrópico e inotrópico positivo), secreção de amilase.
§ β2 – presente nos vasos sanguíneos da musculatura esquelética e cardíaca, brônquios, TGI, útero, detrusor da bexiga, vias seminais e músculo ciliar. Efeitos produzidos pela NA: vasodilatação, broncodilatação, relaxamento da musculatura lisa do útero, do TGI, do músculo detrusor da bexiga, das vias seminais e do músculo ciliar (midríase).
§ β3 – presente nos músculos esqueléticos e na gordura. Efeitos produzidos pela NA: Termogênese no músculo esquelético e lipólise e termogênese na gordura.

  • As enzimas monoaminoxidase (MAO) e catecol-O-metiltransferase (COMT) são responsáveis pela degradação da noradrelina.
17
Q

Quais os principais agonistas e antagonistas colinergicos?

A

agonistas muscarínicos:
O carbacol é empregado em procedimentos oftalmológicos como colírio para gerar constrição da pupila e redução da pressão intraocular.
A pilocarpina também pode ser empregada como colírio empregado no tratamento do glaucoma, quadro clínico no qual ocorre aumento da pressão intraocular. Miose reduz humor aquoso.
O betanecol pode ser empregado no tratamento da retenção urinária, gerando micção.
Outro exemplo de agonista muscarínico é a metacolina, mas essa não é empregada na clínica, somente em teste de broncoprovocação para medir a reatividade brônquica de pacientes asmáticos.

antagonistas muscarínicos:
Atropina: 》aumento da frequência cardíaca e força de contração do coração《, broncodilatação, redução das secreções salivares, sudoríparas, lacrimais e brônquicas, dilatação da pupila.
** Tratamento do envenenamento por anticolinesterásicos – antídoto por via intravenosa;
Escopolamina: aumento da frequência cardíaca e força de contração do coração, 》relaxamento da musculatura lisa das vísceras, broncodilatação,《 redução das secreções salivares, sudoríparas, lacrimais e brônquicas, dilatação da pupila. Antiemético e Antiespasmódico (cólica e dores abdominais).
Ipratrópio/ Tiotrópio: aumento da frequência cardíaca e força de contração do coração, relaxamento da musculatura lisa das vísceras, 》broncodilatação《. Broncodilatador – redução de broncoespasmos.

O principal agonista nicotínico é a nicotina.
Antagonistas nicotínicos:
• Os principais fármacos bloqueadores ganglionares são a tubocurarina, hexametônio e trimetafano. Esses fármacos (hexametônio, trimetafano) já foram empregados para o tratamento da pressão arterial, em função da sua capacidade de gerar hipotensão. Entretanto, esse uso já está obsoleto. O trimetafano é único exemplo ainda empregado na clínica para produzir hipotensão controlada em curtos períodos (ação curta) durante alguns procedimentos cirúrgicos.
• Os bloqueadores neuromusculares podem agir através de dois mecanismos de ação distintos:
# Bloqueadores não despolarizante – agem através antagonismo competitivo com a Ach nos receptores nicotínicos presentes na junção neuromuscular. A ação desses fármacos ocorre no sistema nervoso somático motor e são empregados em associação com anestésicos ou fármacos sedativos. Exemplos de bloqueadores não despolarizantes: atracúrio, vancurônio, vecurônio, rocurônio e mivacúrio.
# Bloqueadores despolarizantes – agem, na verdade, como agonistas dos receptores nicotínicos da junção neuromuscular. Atuam gerando despolarização sustentada da placa motora terminal. ocorre a segunda etapa caracterizada pela dessensibilização dos receptores e perda da excitabilidade elétrica na placa motora terminal gerando paralisia.

A paralisia obtida pelos bloqueadores não despolarizantes, que são antagonistas competitivos, pode ser revertida pelo uso de fármacos anticolinesterásicos. Entretanto, essa reversão não é possível quando o fármaco empregado é um bloqueador despolarizante.

◇ Os fármacos anticolinesterásicos agem inibindo as enzimas colinesterases (acetilcolinesterase e butirilcolinesterase), aumentando a concentração de acetilcolina no meio. Edrofônio (miastenia gravis), neostigmina.

** A intoxicação por compostos organofosforados pode ser tratada com a pralidoxima. A pralidoxima é capaz de reativar a acetilcolinesterase que foi inibida.

18
Q

Quais os principais agonistas e antagonistas adrenérgicos?

A

Agonistas adrenérgicos:

● Agonistas α1 seletivos – seu principal uso clínico dos agonistas α1 seletivos se relaciona ao efeito vasoconstritor, como a fenilefrina e a oximetazolina que estão disponíveis como soluções orais e sprays nasais que são empregados como antigripais, devido a vasoconstrição que produzem na mucosa nasal com consequente redução da congestão. Pode dar arritmia.
● Agonistas α2 seletivos – O uso clínico dos agonistas α2 seletivos se relaciona a seus efeitos inibitórios sobre o sistema simpático e são responsáveis pelo processo de retroalimentação negativa e reduzem o efeito simpático. A clonidina, guanfacina e a metildopa são exemplos de fármacos agonistas α2 seletivos, que são empregados no tratamento da hipertensão arterial sistêmica. A brimonidina é um é recomendanda no tratamento do glaucoma em função da capacidade de reduzir a pressão intraocular.
■ Metildopa – penetra no neurônio pré-sináptica e no meio intracelular será metabolizada originando a α-metilnoradrenalina, um falso neurotransmissor que não é degradada pela MAO e tem a capacidade de deslocar a noradrenalina das vesículas de armazenamento. Portanto, permanece armazenada nas vesículas no lugar da noradrenalina. No momento da liberação do neurotransmissor na fenda sináptica será liberada no lugar da noradrenalina. Entretanto, como não possui afinidade pelos receptores adrenérgicos (α1) localizados na membrana do neurônio póssináptico reduz o efeito simpático. Além disso, atua sobre os receptores α2 pré-sinápticos inibindo a liberação de noradrenalina através do processo de retroalimentação negativa. A metildopa atravessa a BHE por isso pode gerar redução do efeito simpático no SNC (sedação), porém não gera redução da frequência cardíaca fetal, portanto, é o fármaco de escolha par o tratamento da hipertensão gestacional ou hipertensão prévia.
■ Clonidina – agonista que se liga de forma seletiva nos receptores α2 adrenérgicos, portanto, promove inibição da liberação de noradrenalina. A clonidina ultrapassa BHE podendo gerar sedação e ultrapassa a barreira placentária (pode promover a redução da frequência cardíaca do feto). Sendo assim, seu uso não é recomendado para gestantes.
■ Guanfacina – agonista seletivos dos receptores α2A. Apesar do efeito hipotensor, na prática clínica seu uso é recomendado para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

● Agonistas β1 seletivos – estão distribuídos no tecido cardíaco e nas glândulas salivares. O principal uso clínico relacionado aos fármacos agonistas β1 seletivos está relacionado ao seu efeito sobre o coração. Nesse caso, o agonista promove aumento da frequência cardíaca (efeito cronotrópico positivo) e aumento da força de contração (efeito ionotrópico positivo) sem causar efeito vasoconstritor. A dobutamina é um exemplo de fármaco agonista β1 seletivo, cujo o uso intravenoso é indicado no tratamento de urgências e emergências do quadro da insuficiência cardíaca (IC).
● Agonistas β2 seletivos – O principal uso clínico relacionado aos fármacos agonistas β2 seletivos está relacionado ao relaxamento que produz sobre a musculatura lisa dos brônquios e do útero. A sua principal indicação clínica é para o tratamento da asma que ocorre através do efeito broncodilatador. O salbutamol (oral, intravenoso, inalatório), fenoterol (inalatório), salmeterol (inalatório), terbutalina (intravenoso) são exemplos de fármacos agonistas empregados na terapia farmacológica de pacientes asmáticos. Esses fármacos também podem ser utilizados no manejo do trabalho de parto prematuro, pois cessam a contração uterina através do relaxamento da musculatura lisa do útero.

Antagonistas adrenérgicos:
● Antagonistas α-adrenérgicos não seletivos – O uso clínico está relacionado ao seu efeito vasodilatador, algumas desses antagonistas já foram empregados no tratamento da hipertensão arterial e da doença vascular periférica. A fenoxibenzamina e a fentolamina são exemplos antagonistas α-adrenérgicos não seletivos. Vale ressaltar que esses fármacos também atuam sobre outros receptores (muscarínicos, histamínicos, serotoninérgicos). Tal fato confere amplo espectro de efeitos adversos aos fármacos, porem não são mais utilizados. Entretanto, existe uma condição clínica específica na qual a fenoxibenzamina é empregada, no preparo cirúrgico de pacientes com feocromocitoma (tumor que células cromafins e secreta catecolaminas).
● Antagonistas α1 seletivos – úteis no tratamento da hipertensão arterial devido ao seu efeito vasodilatador sobre os vasos sanguíneos. Por ser uma ação seletiva, impede o bloqueio do processo de retroalimentação negativa que é importante para evitar efeito adversos obtidos com antagonistas não seletivos como a taquicardia produzida pelo aumento da liberação de noradrenalina nas vias simpáticas. A prazosina, doxazosina, terazosina são exemplos de fármacos antagonistas α1 seletivos. Os antagonistas seletivos também geram relaxamento da musculatura lisa da bexiga e da cápsula da próstata, em função desse efeito também são utilizados com sucesso no tratamento da retenção urinária relacionada à hiperplasia prostática benigna. Só que nesse último uso, existe o problema da ocorrência de hipotensão como efeito adverso. Por isso, foi desenvolvida a tansulosina, fármaco que atua como antagonista seletivo para o subtipo α1A dos receptores α, que apresenta maior especificidade de ação sobre o tecido da bexiga tendo menor risco de hipotensão associado.
● Antagonistas α2 seletivos – a ioimbina é um exemplo de fármaco antagonista α2 seletivo, entretanto essa classe não é empregada na prática. O efeito esperado pela ação desses antagonistas seria o aumenta do estímulo sobre as vias simpáticas.
● Antagonistas β adrenérgicos – βbloqueadores são amplamente empregados como fármacos anti-hipertensivos, efeito alcançado através do bloqueio dos receptores β1 presentes no tecido cardíaco. O antagonismo exercido sobre esses receptores gera redução da frequência cardíaca e da força de contração que acarreta redução do débito cardíaco e consequente redução da pressão arterial. Mas qual seria a vantagem dos antagonistas β adrenérgicos sobre os antagonistas α1 seletivos que também podem ser utilizados como anti-hipertensivos. Nesse caso não há efeito sobre os vasos, portanto, continuam responsivos a alterações da pressão sanguínea, fato que reduz o risco de hipotensão. O atenolol, nebivolol, carvedilol são β-bloqueadores β1 seletivos. Enquanto o propranolol é β-bloqueador não seletivo que atua em β1 e β2. O bloqueio não seletivo aumenta risco de ocorrência do efeito adverso que é a broncoconstrição. Por isso, o uso de fármacos não seletivos é contra indicado para paciente asmáticos ou com DPOC. O timolol é um β-bloqueador que pode ser utilizado no tratamento do glaucoma, pois gera redução da pressão intraocular.

19
Q

Quais os principais mediadores químicos/neurotransmissores do SNC?

A

□ Glutamato: Principal mediador excitatorio - NMDA, AMPA e KA.
□ GABA: Principal mediador inibitório - GABAa (mais rápido, canal Cl-) e GABAb (mais lento, proteína Gi).
□ Glicina: mediador inibitório (canais ionicos permeáveis a Cl-).
□ Noradrenalina: Associada ao controle do humor e do despertar, ao sistema de “alerta” e regulação da pressão sanguínea, memória e processos de aprendizado.
□ Serotonina: Aumento ou redução do apetite, regulação do humor e emoções, modulação do sono e despertar, controle da temperatura corporal, controle do vômito, controle de vias sensitivas e respostas comportamentais.

20
Q

Quais são os principais fármacos e mecanismos que atuam como antiepileticos/ anticonvulsivantes?

A

Barbitúricos: Fenobarbital, tiopental, pentoparbital. GABAa.
Benzodiazepinicos: Emergência diazepam ou lorazepam. GABAa.
Fenitoina (hidantoínas) - bloqueia os canais de sódio voltagem dependentes, mantém a celula hiperpolarizada. Indutor enzimático. Cinética de ordem zero (saturação).
Carbamazepina: Composto triciclico, bloqueia os canais de sódio voltagem dependentes. Indutor enzimático.
Ácido valproico: 3 mecanismos de ação. Atua bloqueando os canais de sódio regulados por voltagem, inibindo os disparos repetitivos de alta frequência característicos das crises epilépticas; efeito inibitório sobre a GABA-transaminase, responsável pela degradação do GABA no cérebro; bloqueia os canais de cálcio do tipo T neurônios talâmicos (eficaz na crise de ausência).
Etossuximida: crise de ausência. Bloqueia os canais de cálcio do tipo T neurônios talâmicos.
Topiramato: Bloqueio de canais de sódio regulados por voltagem, reduz as correntes de cálcio nos canais de Ca2+ ativados por alta voltagem (Tipo L) e potencializa a ação do GABA em sítio diferente dos BZD e barbitúricos.
Gabapentina e Pregabalina: Análogos do GABA, mas que não atuam sobre os receptores do GABA. Apresentam afinidade por cálcio regulados por voltagem. Gera redução da liberação do neurotransmissor excitatório (glutamato).

21
Q

Quais as principais classes e representantes dos fármacos antidepressivos?

A

Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS)
- Fluoxetina – maior tempo de meia-vida
- Paroxetina
- Citalopram
- Escitalopram Sertralina
- Fluvoxamina – uso aprovado para o TOC

Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSN) - dor e fibromialgia tbm
- Venlafaxina – empregada no TAG, TEPT, transtorno de compulsão alimentar e outros distúrbios.
- Desvenlafaxina (metabólito ativo da venlafaxina)
- Duloxetina – empregado na incontinência urinária de estresse, uso deve ser evitado em paciente com disfunção hepática pois é extensamente biotransformado no fígado.
- Levomilnaciprana (enantiômero ativo do IRSN racêmico milnaciprana).
- Milnaciprana – indicada para fibromialgia.

Antidepressivos tricíclicos (inibição da recaptação de serotonina e norepinefrina, o que, consequentemente, prolonga a transmissão serotoninérgica e noradrenérgica no SNC).
Imipramina (protótipo da classe)
- Desipramina (metabólito ativo da imipramina)
- Amitriptilina – maior efeito de ganho de peso e hipotensão
- Clomipramina – empregado no tratamento do TOC
- Doxepina – empregado em dose baixas no tratamento da insônia
- Nortriptilina (metabólito ativo da amitriptilina)
- Protriptilina

Inibidores da monoaminoxidase (IMAO) - A MAO-A está presente no intestino e é responsável pelo metabolismo da tiramina.
- Fenelzina (não seletiva)
- Tranilcipromina
- Selegilina (inibição seletiva irreversível da MAO-B) – aumento de dopamina, empregada no tratamento da doença de Parkinson.
- Isocarboxazida
- Moclobemida (reversível)
- Eprobemida (reversível)

Antidepressivos tetracíclicos e unicíclicos
- Bupropiona: estrutura unicíclica, seu mecanismo de ação parece estar relacionado ao aumento da atividade da norepinefrina e dopamina. Tratamento da depressão maior e abandono do tabagismo.
- A mirtazapina, a amoxapina e maprotilina são antidepressivos que possuem estrutura tetracíclica.
- Lítio: Principal estabilizador de humor, que controla as oscilações de humor que são características do distúrbio bipolar. Entretanto, outros fármacos antiepilépticos como: carbamazepina, ácido valpróico e gabapentina podem ser utilizados com bons resultados e redução dos efeitos adversos.

22
Q

Quais as principais classes e representantes dos fármacos antipsicóticos?

A

Típicos- 1° geração (efeitos extrapiramidais devido bloqueio dopaminergico)
Clorpromazina
Levopromazina
Haloperidol

Típicos - 2° geração (modulação da liberação de dopamina na região nigroestriatal) Bloqueio receptores dopamina e serotonina.
Clozapina e Olanzapina (para pacientes resistentes à antipsicoticos anteriores)
Quetiapina
Risperidona

23
Q

Quais as principais classes e representantes dos fármacos antiparkinsonianos?

A

Transmissão dopaminergica comprometida

Levodopa- precursor metabólico da dopamina
Administrado junto com cabidopa um inibidor da enzima dopa-descarboxilase periférica para aumentar a disponibilidade da dopamina no SNC.

Agonista receptores dopamina- bromocriptina e pergolina.

Inibidores Seletivos da MAO-B: Seleginina e Rasagilina.

Inibidores da Catecol-O-metiltransferase: tolcapona e entacapona.

Aumentam liberação de dopamina: amantadina

Farmaco antimuscarinico: Benzotropina e Biperideno atuam equilibrando as respostas dopaminergicas e colinergicas.

24
Q

Quais as principais classes e representantes dos fármacos para doenca de Alzheimer?

A

Comprometimento transmissão colinergica e superestimulacao dos receptores NMDA de glutamato.

Rivastigmina, galantamina e donepezila- inibidores da acetilcolinesterase

Memantina- antagonista receptores NMDA

25
Quais as principais classes e representantes dos fármacos anestesicos gerais?
● Intravenosos: Os barbitúricos tiopental e metoexital atuam através da interação com receptores GABAA potencializando seu feito inibitório. tiopental apresenta índice terapêutico estreito e apresenta efeito acumulativo ao se distribuir através da gordura corporal, fato que contribuiu para duração prolongada da ação anestésica e maior risco de toxicidade. O propofol é um anestésico intravenoso muito utilizado para indução e manutenção da anestesia. Nao possui efeito acumulativo, portanto, é útil na anestesia em procedimentos cirúrgicos mais simples. O etomidato é um anestésico intravenoso hipnótico, mas sem efeito analgésico. A indução rápida e possui ação curta, geralmente é empregado em pacientes com problemas cardiovasculares. O etomidato ao contrário dos demais anestésicos gerais intravenosos não possui efeito hemodinâmicos significativos (alterações da pressão arterial, frequência e débito cardíaco). A cetamina inibe os receptores NMDA, bloqueando a resposta excitatória gerada pelo glutamato ao se ligar nos receptores. Dentre os anestésicos intravenosos apresenta menor risco de depressão respiratória e produz analgesia significativa. Produz um tipo de indução denominada de “anestesia dissociativa”. ● Inalatorios: atuam principalmente sobre os receptores de glicina potencializando sua ação. Halotano - hepatotoxicidade Sevoflurano - nefrotoxicidade Isoflurano Desflurano Enflurano - nefrotoxicidade Óxido nitroso ** Hipertermia maligna - dantroleno