Farmacocinética (Administração, Transporte, Absorção e Distribuição) Flashcards

1
Q

Em que Categorias se pode dividir o Transporte Celular?

A

Transporte Celular Passivo (de acordo com o gradiente de concentração)
-Difusão Faclitada - mediado por um transportador

Transporte Celular Ativo (contra um gradiente de concentração)

  • Transportador que degrada ATP
  • Transportador Acoplado a Iões
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2
Q

Diferencie Transportador e Canais Iónicos

A

Os Canais Iónicos têm dois estados: aberto e fechado, estados estes que variam por fenómenos estocásticos e a ligação está em função do tempo, apresentando uma velocidade de transporte muito superior. Já os Transportadores sofrem Alterações Conformacionais para transportarem o substrato por Ligação do mesmo (em função da concentração do mesmo) e têm uma velocidade de transporte muito inferior

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3
Q

Quais as Características Fundamentais dos Transportadores?

A

São Proteínas de Membranas, regulam o influxo de iões e nutrientes, bem como o efluxo de produtos do metabolismo celular. São fundamentais para a Homeostasia Celular e são codificados por 6% do genoma humano. Encontram-se divididos em várias classes, sendo as 2 classes principais os ABC e SLC

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4
Q

Descreva os Transportadores ABC

A

ATP-binding cassette, são 49 transportadores divididos em 7 subclasses (A-G) e são Bombas de Efluxo (apenas efluxo), usando a hidrólise de ATP para transportarem os ligandos contra o seu gradiente de concentração. São alguns exemplos: Glicoproteína P, ABCB1…

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5
Q

Descreva os Transportadores SLC

A

Slute carrier, são 300 transportadores divididos em 47 famílias. Fazem Transporte Facilitado e Transporte contra gradiente de concentração acoplado a gradiente iónico. Responsáveis pelo Uptake (aa, péptidos, iões, xenobióticos, glícidos e outros compostos) e Efluxos. Expressos em vários tecidos, como por exemplo no intestino, fígado, rim e pulmão).

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6
Q

A que se assemelha a Cinética dos Transportadores?

A

À cinética enzimática: saturam e têm uma velocidade máxima que depende do número de transportadores na membrana e tem uma afinadade dada pelo Km.

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7
Q

Como é feita a Regulação dos Transportadores na Membrana?

A

Através da regulação da afinidade (variações no Km) ou da regulação da expressão na membrana (variações no Vmax). Esta última pode ser regulada pelo nível da síntese proteica (níveis de mRNA), por mecanismos de degradação ou pelo turnover (in and out of membrane level) dos transportadores

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8
Q

Em que processos estão envolvidos os transportadores?

A

Absorção, Metabolismo dos Fármacos e Excreção (a nível Hepático e Renal)

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9
Q

Descreva o Conceito de Transporte Vetorial

A

As células epiteliais são polarizadas e a distribuição diferencial dos transportadores pela membrana faz com que seja possível estabelecer um transporte diferencial. Este é assim um transporte assimétrico que envolve os transportadores ABC e SLC, muito importante para a eliminação de fármacos (SNC - barreira hemato-encefálica!), absorção de nutrientes e ácidos biliares no intestino e no metabolismo hepático e renal (excreção).

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10
Q

Exemplifique a importância do Transporte Vetorial referindo-se aos Enterócitos

A

No Intestino a polaridade das células que resulta no transporte diferencial torna-se muito útil para permitir a absorção de nutrientes do lúmen intestinal para os enterócitos e destes para a corrente sanguínea. Por outro lado os metabolitos formados nos enterócitos são excretados de volta ao lúmen pela glicoproteína P (P-gp), breast cancer resistance protein (BCRP) e multidrug resistance-associated protein 2 (MRP2)

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11
Q

Exemplifique a Importância do Transporte Vetorial na Absorção de Fármacos.

A

O Uptake Hepático de Aniões e Catiões orgânicos, prostaglandinas e sais biliares é feito por transportadores expressos na membrana basolateral (sinusoidal) como OATPs, OATs, OCTs, PGTs e NTCP. Por outro lado, os transportadores ABC expressos na membrana canalicular dos hepatócitos medeiam o efluxo de fármacos, ácidos biliares e produtos de metabolismo contra o gradiente de concentração, para a bílis.

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12
Q

Quais os Transportadores Hepáticos mais relevantes?

A

Na membrana basal encontramos transportadores SLC para:
Aniões Orgânicos - OATPs e OATs
Catiões - OCTs
Sais Biliares - NTCP

Na membrana canicular encontramos transportadores ABC: MRP2, MDR1, BCRP, BSEP e MDR2

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13
Q

Exemplifique a Importância do Transporte Vetorial no Metabolismo de Fármacos.

A

A Excreção de Metabolitos Polares (que precisam de transportadores) é feita sobretudo pelos BCRP, P-gp e MRP2.
Na Membrana Basolateral encontram-se MRP3 e MRP4 para a excreção sinusoidal de metabolitos aniónicos (conjugados de sulfato e de glucorónido) e OATP1B1 ou OATP1B3 para recaptar metabolitos glucoronizados

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14
Q

Exemplifique a Importância do Transporte Vetorial na Eliminação de Fármacos.

A

A recaptação de Fármacos e Metabolitos par ao Túbulo Renal Proximal é mediado pelos transportadores de aniões orgânicos OAT1 e OAT3 e pelo transportador de catiões orgânicos, OCT2 (membrana basal). Já a secreção das células do túbulo proximal para a urina ocorre através dos transportadores OAT4, MRP2, MRP4, MATE1 e MATE2-K.

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15
Q

Quais as Implicações Terapêuticas dos Transportadores na Barreira Hemato-Encefálica?

A

Os Transportadores ABC são altamente expressos pelas células endoteliais que formam a BHE. Estas bombas de efluxo desempenham um papel determinante na manutenção da homeostasia cerebral por impedir de forma ativa a passagem de substâncias nocivas (e fármacos) do sangue para o SNC. Assim vamos aqui encontrar Pgp, BCRP e MRP-1, -2 que, no caso do fármaco passe esta barreira, se responsabilizam pela expulsão rápida do fármaco.

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16
Q

Quando se fala de Resistência a Fármacos falamos de um processo multifatorial, explique isto

A

A Resistência aos Fármacos pode ter várias causas, a saber: DNA Damage Repair, Inibição da Morte Celular, Transições Epitélio.Mesenquimatosas, Alteração do Alvo Farmacológico, Inativação do Fármaco, Epigenética e Efluxo do Fármaco.

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17
Q

Como podem os Transportadores participar num Mecanismo de Resistência a Fármacos?

A

A existência de Bombas de Efluxo nas células que permitam a excreção dos fármacos irá permitir assim que as células não se vejam afetadas pelos mesmos.

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18
Q

Exemplifique a Resistência a Fármacos através do MDR1

A

O MDR1 tem uma importante função fisiológica nas células normais por permitir o efluxo de xenobióticos. A sua expressão encontra-se aumentada nas células tumorais (cólon, fígado e rim) e aumenta também em resposta à QT, sendo assim o primeiro transportador a ser identificado na resistência à QT e assim, à medida que as células eram sujeitas à quimioterapia, a sua eficácia diminuía, já que as células se tornavam menos suscetíveis.

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19
Q

Para além de MDR-1, indique alguns outros transportadores envolvidos na resistência à quimioterapia

A

No pulmão, mama e próstata não existem MDR-1, mas sim transportadores como BCRP e MRP1 que têm uma função semelhante.

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20
Q

Como se tem tentado combater esta Resistência aos fármacos antineoplásicos?

A

Tentando administrar este fármaco com um coadjuvante que iniba estes Transportadores e assim impedir a saída do fármaco de interesse da célula.

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21
Q

Quais as Fases Envolvidas na Terapêutica Farmacológica?

A
  1. Fase Farmacêutica (Formas Farmacêuticas e Vias de Administração)
  2. Fase Farmacocinética (Absorção, Distribuição, Metabolização, Eliminação)
  3. F. Farmacodinâmica (Efeito)
  4. F. Terapêutica (Efeito Produzido => Efeito Terapêutico?)
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22
Q

O que é a Forma Farmacêutica?

A

(ou forma galénica) é o Estado final que as substâncias ativas apresentam depois de submetidas às operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico desejado.

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23
Q

Quando nos referimos à Forma Farmacêutica o que são excipientes?

A

Todas as substâncias no Medicamento, não são a substância ativa e não têm atividade farmacológica mas sim várias outras funções como por exemplo a solubilização do fármaco, agregação do fármaco, estabilização do fármaco, etc…

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24
Q

Enumere os Principais tipos de Excipientes

A

Desagregantes, Edulcorantes, Emulsionantes, Conservantes, Lubrificantes, Anti-Oxidantes, Diluente, Etc

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25
Q

Como podemos classificar as Formas Farmacêuticas?

A

Segundo a Operação Farmacêutica Principal que leva à sua obtenção (Obtidas por divisão mecânica, extração mecânica, dispersão mecânica, dispersão molecular, dissolução e evaporação, destilação, operações complexas ou múltiplas)

Considerando a Forma de Libertação do Princípio Ativo (Libertação convencional, modificada, prolongada, retardada, sequencial)

Segundo a via de Administração (Oral, oftálmica, tópica, parentérixa, inalação, retal, vaginal)

Segundo Dosage Forms (Sólidas, Líquidas ou Semi-Sólidas)

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26
Q

Quanto às Formas Farmacêuticas Sólidas: exemplifique algumas das suas possibilidades

A

Pós, Granulados, Comprimidos, Pastilhas, Cápsulas, Supositórios, Óvulos, Implantes

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27
Q

Quanto às Formas Farmacêuticas Sólidas: quais as suas vantagens?

A
Boa estabilidade medicamentosa
Pequeno Volume
Baixa Sensação de Gosto
Facilidade de Administração
Possibilidade de se executarem revestimentos externos (exceto nos pós, aos quais também não se aplica a primeira vantagem)
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28
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Sólida - Pós e quais as suas desvantagens

A

Usados internamente ou externamente, podendo ser inalados para efeito local ou sistémico
Para reconstituição num solvente para administração oral (antibióticos na pediatria) ou parentérica.

Apresenta como desvantagens:
Fraca estabilidade medicamentosa
Alta sensação de gosto
Impossibilidade de se executarem revestimentos externos

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29
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Sólida - Granulados e quais as suas vantagens

A

Podem ser não revestidos (efervescentes, destinados à preparação de líquidos para administração oral) ou revestidos, gastro-resistentes e de libertação modificada (comprimidos de grânulos com diferentes tamanhos).

Apresenta como Vantagens:
Mais estéticos que os pós
Mais agradáveis de ingerir e de posologia mais facilmente mantida
Possibilidade de Revestimentos Externos
Podem ser usados para preparar outras formas terapêuticas

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30
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Sólida - Comprimidos e quais as suas vantagens

A

Podem ser não revestidos ou revestidos, efervescentes, solúveis, dispersíveis, gastro-resistentes ou de libertação modificada.

Apresenta como Vantagens:
Dosagem Rigorosa
Administração mais Simples
Estável
Libertação Regulável
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31
Q

Quais as Funções e Vantagens da existência de Revestimentos nos Comprimidos?

A

Administração do princípio ativo sem aroma ou sabor desagradável
Possibilidade de se utilizarem substâncias que ataquem as mucosas
Libertação Controlada
Fácil Deglutição
Proteção eficaz e conservação dos princípios ativos

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32
Q

Explique a Funcionalidade da Presença de uma Bomba Osmótica num Comprimido Revestido

A

Um Comprimido Revestido com uma Bomba Osmótica que funciona como um reservatório que vai até à superfície do comprimido onde se encontra um orifício para onde entram os fluídos gradualmente e vão dissolvendo ou dispersando a substância ativa e assim de uma forma controlada ao longo do tempo de modo controlado.

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33
Q

Quanto aos Comprimidos Revestidos, quando um paciente pergunta se pode dividir o comprimido ao meio, o que se deve pensar?

A

Raras são as vezes em que um comprimido ao meio deve ser partido: pode estar presente apenas para coloração (e distinção do medicamento) ou para facilitar a deglutição. No caso, por exemplo de um comprimido com bomba osmótica estaremos a impedir a sua administração gradual e a passar para uma administração massuda, o que pode causar problemas.

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34
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Sólida - Cápsulas

A

Podem ser cápsulas duras, cápsulas moles (princípio ativo líquido ou pastoso), cápsulas de libertação modificada ou cápsulas gastro-resistentes

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35
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Sólida - Supositórios e as suas vantagens

A

Podem apresentar uma Ação Tópica ou Sistémica

Apresenta como Vantagens:
Não sofrem transformações químicas devido ao contacto com os sucos digestivos
Possibilidade de administrar produtos mal suportados pela via oral
Substituição da via parentérica quando a administração oral esteja contraindicada ou inacessível
Pode ser dado a crianças

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36
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Sólida - Óvulos

A

Aplicação Vaginal, ação tópica

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37
Q

Quanto às Formas Farmacêuticas Líquidas: exemplifique algumas das suas possibilidades

A

Soluções, Emulsões e Suspensões

É de notar que as emulsões e suspensões são formas líquidas heterogéneas e se for para administração oral e múltipla administração . é necessário agitar.
Podem ser usadas para formas farmacêuticas pressurizadas (forma líquida dispersa num gás).

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38
Q

Quanto às Formas Farmacêuticas Semi-Sólidas: exemplifique algumas das suas possibilidades

A

Pomadas, Cremes, Geles, Pastas e Sistemas Transdérmicos.

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39
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Semi-Sólida - Pomadas

A

Pomadas propriamente ditas são untuosas e preparadas com excipientes gordurosos ou com polietilenoglicois

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40
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Semi-Sólida - Cremes

A

Emulsões de óleo em água (mais penetrantes e mais facilmente removidos da pele ou das roupas) ou de água em óleo (menos penetrantes e mais dificilmente removidos da pele ou das roupas)

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41
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Semi-Sólida - Geles

A

Líquidos Gelificados com o auxílio de agentes gelificantes (goma adraganta, amido e derivados de celulose) hidrófobos ou hidrófilos. (homens costumem preferires geles e mulheres cremes)

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42
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Semi-Sólida - Pastas

A

Ligeiro efeito secantes, absorve exsudados cutâneos, pouco penetrantes (ação na epiderme) (grande quantidade de pó disperso nos excipientes)

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43
Q

Descreva a Seguinte Forma Farmacêutica: Semi-Sólida - Sistemas Transdérmicos (vantagens e desvantagens)

A

Tem como vantagens:
Evitar problemas associados à absorção GI
Possibilidade de administração de produtos mal suportados por via oral
Substituição da via oral quando contra-indicada ou inacessível
Evitar o efeito da primeira passagem
Não invasivos
Favorecem terapêuticas prolongadas com uma única aplicação (maior adesão)
Interrupção da Terapêutica é Rápida
Rapidamente identificados em situações de emergência

Apresenta como Desvantagens:
Apenas aplicável a fármacos relativamente potentes
Pode desenvolver dermatite por contacto

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44
Q

Como se podem classificar as Vias de Administração?

A

Sistémica ou Tópica (sem necessidade de absorção).
Quanto às Vias de Administração Sistémica podemos ter uma via Entérica (oral, sublingual/bucal ou retal) ou Paraentérica (IV, subcutânea, intramuscular, intraarterial, nasal)

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45
Q

Quanto à Via de Administração - Oral, quais as suas vantagens e desvantagens?

A

Apresenta como vantagens:
Fácil
Absorção ao longo do tubo digestivo
Barata

Apresenta como desvantagens:
Absorção Parcial
Primeira Passagem
Irritação da mucosa
Sabor
Efeito mais lento
Degradação de substâncias pelos sucos gástricos
Não se pode aplicar a doentes inconscientes
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46
Q

Quanto à Via de Administração - Bucal, quais as suas vantagens e desvantagens?

A

Apresenta como Vantagens:
Rápida Absorção
Não ocorre primeira passagem

Apresenta como Desvantagens:
Sabor Desagradável
Válida apenas para pequenas doses

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47
Q

Quanto à Via de Administração - Retal, quais as suas vantagens?

A

Apresenta como Vantagens:
Fármacos não sofrem transformações químicas devido ao contacto com os sucos digestivos
Possibilidade de administração de produtos mal suportados por via oral
Pode ser dado a crianças

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48
Q

Quanto à Via de Administração - Vias Parentéricas, quais os cuidados que devemos ter e que formas farmacêuticas podemos administrar?

A

Devem ser estéreis, ter pH e tonicidade compatíveis e ser apirogénios. Podem ser administradas soluções e suspensões aquosas ou oleosas, emulsões de óleo em água e comprimidos que se implantam no tecido subcutâneo

49
Q

Que tipos de Formas Farmacêuticas se podem administrar nas Injeções Subcutâneas, Intramusculares e Intravenosas?

A

SC- volumes de 0.33 a 1ml; FF líquidas como soluções e dispersões (aquosas ou oleosas) e FF sólidas como implantes
IM- volumes de 1 a 5ml; FF líquidas como soluções aq. ol. e suspensões
IV (bólus ou perfusão)- 1-1000ml; FF líquidas como suspensões aquosas ou emulsões O/A

50
Q

Quais as Limitações das Formas Galénicas Clássicas?

A
Necessidade de administração frequente
Má adesão
Efeito da primeira passagem
Níveis séricos elevados
Variação de quantidade absorvida
51
Q

Descreva estas novas alternativas de Vias de Administração: Iontophoresis e Phonophoresis

A

Ambas vias de administração tópica:
Iontophoresis - método eletroquímico que aumenta o transporte de algumas moléculas por criar uma diferença de potencial através da pele por aplicação de uma corrente elétrica
Phonophoresis - transporte de fármacos através da pele usando ultra-sons

52
Q

Distinga Farmacocinética Básica de Farmacocinética Clínica

A

A Farmacocinética Básica estuda a evolução temporal das concentrações dos fármacos e seus metabolitos nos diferentes fluidos e tecidos, procurando estabelecer as relações matemáticas necessárias para o desenvolvimento de modelos adequados à sua interpretação.
A Farmacocinética Clínica é uma ciência orientada para a racionalização e individualização das terapêuticas

53
Q

É sempre necessário que haja absorção para haver ação terapêutica?

A

Não, por um lado podemos ter uma ação tópica e por outro lado, uma substância administrada por via IV não sofre absorção.

54
Q

Qual a primeira Fase da Farmacocinética?

A

Absorção

55
Q

O que ocorre após a absorção do fármaco?

A

Este encontra-se livre no compartimento central podendo-se manter livre ou ligado a uma proteína. Vai depois ser transportado para o seu local de ação terapêutica, mas também se desloca para locais onde exerce efeitos indesejados. Retorna depois ao compartimento central e pode sofrer metabolização (biotransformação e dá origem a metabolitos) ou não e por fim sofre excreção.

56
Q

Desde a Prescrição até à chegada do fármaco ao local de ação podem-se observar variações na concentração plasmática, o que pode induzir tal acontecimento?

A

A Compliance, erros de dosagem, alteração da absorção, alteração da massa e volume dos tecidos, interações farmacológicas, excreção e metabolização dos fármacos

57
Q

Descreva o processo de Absorção do fármaco

A

Trata-se do processo de passagem do fármaco para a circulação sistémica em que se verifica primeiramente uma libertação do mesmo a partir da forma farmacêutica e dispersão nos fluidos do local de absorção, seguida por uma dissolução progressiva do fármaco nestes mesmos fluidos.

58
Q

O que pode condicionar a Velocidade de Absorção do Fármaco?

A

A Forma Farmacêutica (ex. Comprimido implica Desintegração > Dissolução > Absorção vs Solução implica Mistura com fluidos > Absorção)
Via de Administração
Características FQ do fármaco
Natureza das membranas que têm que ser ultrapassadas
Fatores Fisiológicos

59
Q

Organize as seguintes FF de acordo com a sua velocidade de absorção: Suspensão, Comprimido, Solução, Cápsula

A

Solução > Suspensão > Cápsula > Comprimido (exceto libertações modificadas)

60
Q

Qual a Importância da Via de Administração na Velocidade de Absorção?

A

Dependendo da Via de Administração vamos encontrar velocidades de absorção diferentes que variam conforme:
Área de contacto do fármaco com a estrutura absorvente
Duração do contacto
Intensidade da irrigação
Espessura através da qual se faz a absorção

61
Q

Como variam as Concentrações Plasmáticas para cada uma das seguintes Vias de Administração: Endovenosa, Intramuscular, Oral?

A

Endovenosa (bólus): No tempo=0 a concentração é máxima e vai diminuindo progressivamente
Intramuscular: A CP sobre mais rapidamente que a oral pois há uma absorção mais rápida
Oral: A CP sobe mas a um ritmo mais lento

62
Q

Qual a Importância das Características FQ do Fármaco para a Absorção?

A

A Velocidade de Absorção varia de acordo com:
Tamanho da molécula
Solubilidade (>lipossolubilidade => >absorção mas um fármaco deve possuir hidrossolubilidade suficiente para se dissolver nos líquidos do local de absorção e lipossolubilidade para atravessar a bicamada lipídica)
Grau de Ionização (formas ionizadas são mais hidrossolúveis)

63
Q

Quais os Fatores Fisiológicos que podem afetar a Absorção?

A

Motilidade Intestinal
pH no local de absorção (influencia o grau de ionização dos fármacos)
Fluxo Sanguíneo
Área de Superfície de Absorção
Todos estes podem ser alterados por fatores Patológicos e pela Idade

64
Q

Descreva o Processo de Distribuição do Fármaco e os Fatores que o Influenciam

A

Trata-se da sua propagação pela Circulação Sistémica e pode ser influenciada por:
Tamanho do Órgão
Características FQ do fármaco
Natureza das membranas a serem ultrapassadas
Fatores Fisiológicos
Ligação a Proteínas Plasmáticas

65
Q

Qual a Importância das Características FQ do Fármaco para a Distribuição?

A

A Distribuição do Fármaco será afetada por:
Peso Molecular
pKa
Lipossolubilidade

66
Q

Quais os Fatores Fisiológicos que podem afetar a Distribuição?

A

Função Cardíaca
Fluxo Sanguíneo (ex: o pico da CP é atingido muito rapidamente no cérebro do que no músculo esquelético - ou qualquer outro órgão também menos vascularizado e ainda menos no Tecido Adiposo)
Barreiras Fisiológicas (Placenta, BHE)

67
Q

Qual a Importância da Ligação às Proteínas Plasmáticas na Distribuição?

A

Os Fármacos Ácidos têm uma maior probabilidade de se ligarem à albumina, já os fármacos básicos têm uma maior probabilidade de se ligarem às alfa1-glicoproteínas. Um fármaco que se liga pouco a proteínas plasmáticas facilmente chega ao seu órgão efetor e exerce o seu efeito, facilmente passa paredes biológicas e facilmente será metabolizado e excretado - aumento da concentração plasmática muita rápida. Quando estão ligados, apenas uma baixa percentagem estará livre e só esta percentagem irá exercer o seu efeito - ligação reversível-dinâmica.

68
Q

Como varia o volume de distribuição com a extensão de ligação às proteínas?

A

varia inversamente

69
Q

Que fatores podem afetar a fração de fármaco-ligando

A

Hipoalbuminémia (síndrome nefrótico ou cirrose hepática)
Gravidez
Idade (ligação menor no recém-nascido devido à ocupação das albuminas pela bilirrubina)
Patologias Diversas
Interações com outros fármacos (Vários fármacos que se ligam a proteínas plasmáticas entram em competição)

70
Q

Quais os possíveis efeitos do metabolismo no fármaco?

A

Pode tornar o fármaco numa substância tóxica, pode inativá-lo (desejável) ou torná-lo e metabolitos ativos (fármacos com outras ações). Se administramos um pró-fármaco (substância sem ação farmacológica) este necessitará da metabolização para se tornar numa substância farmacologicamente ativa. Todos estes serão eliminados mas deve-se ressalvar ainda que os metabolitos ativos podem depois ser tornados em substâncias tóxicas ou inativas pela metabolização (again)

71
Q

Quais as Fases do Metabolismo?

A

Fase I e Fase II (não seguem necessariamente a ordem I->II, podendo até não existir uma destas fases para alguns fármacos)

72
Q

O que ocorre na Fase I do Metabolismo?

A

Introdução ou remoção de grupos funcionais
Perda de Função Farmacológica
Alteração da Função farmacológica (pró-fármacos)
Oxidações
Hidroxilações e reduções
Hidrólises

73
Q

O que pode ocorrer na Fase II do Metabolismo?

A

Reações de Conjugação (ác. glucurónico, grupo sulfato, acetil)
Formação de Substâncias inativas e mais hidrossolúvios

74
Q

Quais as enzimas responsáveis pelas Reações da fase I do Metabolismo:

  1. C e O oxidação, desalquilação
  2. N, S e P oxidação
  3. Hidrólise de epóxidos
A
  1. Citocromo P450
  2. Flavina Monooxigenase
  3. Hidrolases Epoxidas
75
Q

Quais as enzimas responsáveis pelas Reações da fase II do Metabolismo:

  1. Adição de Sulfato
  2. Adição de ác. Glucurónico
  3. Adição de glutationa
  4. Adição de grupo acetil
  5. Adição de grupo metil
A
  1. Sulfotransferases
  2. Glurocunosiltransferases UDP
  3. Transferases-S-glutationa
  4. N-acetiltransferases
  5. Metiltransferases
76
Q

Quais as enzimas responsáveis pelas seguintes Reações do Metabolismo:

  1. Redução de Álcoois
  2. Redução de Aldeidos
  3. Reduçáo de quinonas
A
  1. Desidrogenases de Álcool
  2. Desidrogenases de Aldeido
  3. Oxiredutase quinona NADPH
77
Q

Descreva o Processo de Indução e Inibição da Atividade de Enzimas Microssomais

A

A Atividade destas enzimas pode aumentar ou diminuir com a administração de certos fármacos (atenção à administração de vários fármacos simultaneamente), exposição a fatores ambientais, doenças e idade. A indução pode originar diminuição da concentração plasmática de fármacos e consequentemente dos seus efeitos e vice-versa

78
Q

Indique o tipo de Reações Químicas que ocorrem para a metabolização de cada um dos seguintes fármacos:

  1. Lidocaína
  2. Pentobarbital
  3. Propanolol
  4. Cloropromazina
  5. Aspirina
  6. Ácido Salicílico
A
  1. N-desalquilação
  2. Hidroxilação alifática
  3. Hidroxilação Aromática
  4. S-Oxidação
  5. Hidrólise
  6. Glucoronidação
79
Q

Dê 4 exemplos de Pró-Fármacos e da sua Forma Ativa

A

Prednisona - Prednisolona
Enalapril - Enalaprilato
Azatiporina - Mercaptopurina
Zidovudina - Trifosfato de Zidovudina

80
Q

Dê 3 exemplos de Pró-Fármacos cuja sua Metabolização resulta num produto tóxico e qual este produto

A

Paracetamol - N-acetil-p-benzoquinonaimina
Sulfonamidas - Derivados Acetilados
Halotano - Ácido Trifluoroacético

81
Q

O que é o Tempo de Semi-Vida?

A

Tempo necessário para reduzir a concentração do fármaco a metade

82
Q

Quais os Fatores que Interferem no Metabolismo?

A

Interações Medicamentosas
Disponibilidade/funcionalidade do sistema enzimático
Fatores Genéticos
Fatores Fisiológicos

83
Q

Explique a Influência da Fisiologia dos Citocromos P450 da criança na Prescrição Farmacológica

A

Várias isoformas de CYP, sendo cada uma responsável pela metabolização de diversos fármacos. Ao longo da vida não verificamos uniformidade das atividades das diversas isoformas - tal apenas é atingindo na idade adulta. Sobretudo na criança é necessário ter em atenção a prescrição farmacológica pois a capacidade de metabolização dos mesmos está muito alterada (seja por presença de demasiada enzima ou pouca enzima). Se as enzimas estiverem muito diminuídas, ao administrar uma dose “expectável” de acordo com os níveis enzimáticos uniformes, estaremos a provocar Toxicidade, mas se fizermos o mesmo para um fármaco metabolizado por uma enzima que se encontra em níveis muito elevados iremos depararmo-nos com uma falha terapêutica.

84
Q

Explique as Diferenças Fisiológicas Criança/Adulto a considerar relativamente à Cinética Farmacológica para as suas 4 fases

A

Absorção

  • pH gástrico (>pH => >ionização => >hidrossolubilidade => água => menor local, e capacidade, de absorção para os fármacos lipofílicos e maior local, e capacidade, de absorção para os fármacos hidrossolúveis)
  • Capacidade e nível das proteínas plasmáticas

Metabolização
-Alterações nas enzimas de metabolização

Excreção

  • Filtração Glomerular
  • Absorção e Secreção Renal Tubular
85
Q

Descreva o Processo de Eliminação de Fármacos

A

Os fármacos são eliminados do organismo, inalterados ou na forma de metabolitos, sendo o rim o órgão mais importante neste processo Outras vias de eliminação podem incluir:

  • Suor
  • Saliva
  • Lágrimas
  • Leite
  • Cabelo
  • Pele
  • Bílis
  • Fezes
  • Respiração
86
Q

Como varia a Função Renal com a idade?

A

Perde-se cerca de 1% da mesma por ano

87
Q

Que Fatores influenciam a Eliminação de Fármacos?

A

Taxa de Filtração Glomerular
Taxa de Ligação às Proteínas Plasmáticas (apenas o que não está ligado é filtrado)
Mecanismos de Transporte Possíveis
Fluxo Sanguíneo
Fatores Fisiológicos
Ionização (formas não ionizadas de ácidos e bases fracas, bem como substâncias com elevada lipossolubilidade sofrem reabsorção)

88
Q

Explique a Influência do Grau de ionização do Fármaco na Farmacocinética

A

O grau de ionização depende do pKa do fármaco e varia com o pH do meio [Equação de Henderson-Hasselbach].
Utilizando como Exemplo o ác. acetilsalicílico: A sua forma não ionizada é lipossolúvel e a forma ionizada é hidrossolúvel. Seguindo a eq anterior vemos que a variação do pH vai aumentar ou diminuir a concentração de determinada forma do fármaco fazendo com que este seja mais ou menos eliminado.

89
Q

O que devemos avaliar quando queremos monitorizar e calcular os parâmetros farmacocinéticos de determinado fármaco?

A

Devemos avaliar a Concentração Plasmática - colher amostras de sangue ao longo do tempo e usamos o pressuposto de que à medida que esta concentração aumenta, também a concentração de fármaco nos tecidos está a aumentar

90
Q

Descreva a Monotorização farmacocinética na prática clínica

A

Processo que utiliza dados das concentrações plasmáticas de fármacos, juntamente com critérios farmacocinéticos e farmacodinâmicos com o objetivo de otimizar os tratamentos farmacológicos de doentes concretos - minimizar ao máximo a toxicidade e aumentar a eficácia do tratamento.

91
Q

Descreva Matematicamente o Índice Terapêutico

A

IT= [F. tóxico]/[F. Terapêutico] (quanto maior o IT, mais seguro o fármaco)

92
Q

A que se refere a Variabilidade das Respostas e como justifica a sua existência?

A

Trata-se do facto de, em diferentes indivíduos, diferentes CP causarem diferentes efeitos. Isto pode ser justificado por diversos pontos:

  • Diferenças individuais na capacidade de metabolização e eliminação
  • Variação na absorção
  • Patologias e Estado Fisiológico
  • Interações Medicamentosas
93
Q

Há necessidade de fazer monitorização clínica para todos os fármacos? Justifique

A

Não, deve-se fazer este monitorização para os fármacos que apresentam uma janela terapêutica muito curta e para aqueles que têm uma boa correlação entre as respostas farmacológicas e concentração plasmática. Por outro lado esta ficará comprometida quando não existe um intervalo de concentração terapêutica bem definido, quando ocorre a formação de um metabolito farmacologicamente ativo e quando não existem consequências significativas associadas a concentrações altas ou baixas.

94
Q

Quais os Modelos Farmacocinéticos?

A
Modelos Monocompartimentais (organismo como um só compartimento)
Modelos Bicompartimentais (organismo como dois compartimentos)
Modelos Multicompartimentais (organismo como vários modelos)
95
Q

Descreva o Modelo Monocompartimental

A

Quando administramos uma dose encontramos uma quantidade (X1) de fármaco após administração que se vai distribuir por um só compartimento e acaba por ser eliminada ao longo do tempo segundo uma constante de eliminação Ke.

96
Q

Descreva o Modelo Bicompartimental

A

Quando administramos uma dose encontramos uma quantidade (X1) de fármaco após administração que se vai distribuir pelo compartimento central e outra pelo compartimento periférico (X2). X1 acaba por ser eliminada ao longo do tempo segundo uma constante de eliminação Ke. X1 e X2 tendem para um equilíbrio. Ex: Digoxina

97
Q

Descreva o Volume de Distribuição e Explique o porquê deste ser considerado um volume aparente

A

É o volume de fluido necessário para conter a quantidade total de fármaco no corpo, na mesma concentração que está presente no plasma - relaciona a quantidade de fármaco no corpo com a concentração de fármaco no plasma. Então um fármaco que se distribui menos - mais concentrado no plasma - tem um volume de distribuição menor. Trata-se de um volume aparente pois não é a quantidade de sangue efetiva onde o fármaco está disperso.

98
Q

Descreva Matematicamente o Volume de Distribuição Aparente

A

Vd= quantidade de fármaco no corpo/CP

99
Q

Que fatores Influenciam o Volume de Distribuição?

A

Ligação a proteínas plasmáticas e tecidulares
Idade do Doente
Patologias

100
Q

Descreva o Conceito de Clearance

A

Volume de Sangue depurado do fármaco por unidade de Tempo (L/h ou mL/min). Este mede a capacidade do organismo de eliminar o fármaco.
A clearance total é o somatório da clearance dos vários órgãos envolvidos.

101
Q

Descreva o Conceito de Taxa de Extração (E) e Descreva-o Matematicamente

A

Um órgão de eliminação (ex: o rim) tem um fluxo sanguíneo (Q), um Cin (concentração de fármaco que entra no órgão) e um Cout (quantidade de fármaco que sai do órgão). A taxa de extração (E) é dada pelo quociente da diferença do Cout e Cin pelo Cin:
E= (Cin-Cout)/Cin

102
Q

Descreva Matematicamente a Depuração de um Órgão

A

Clearance= QxE

103
Q

O que se faz à Cinética de Eliminação para facilitar a sua interpretação gráfica e o que é que desta decorre?

A

Uma vez que o Gráfico que relaciona a CP com o tempo nos vai apresentar uma curva, para o tornar num gráfico de interpretação mais simples tornamo-lo num logaritmo:
lnC(x) =(M) T(x) + lnC(0) <=>
<=> deduções <=>
<=> Cx = C0 x e^(m.Tx)

104
Q

A partir da Equação que descreve a Cinética de Eliminação de 1º ordem, como podemos chegar ao tempo de semi-vida (T1/2)?

A
Partindo de
Cx = C0 x e^(m.Tx)
e sabendo que o tempo de semi-vida é atingindo quando Cx=C0/2
C0/2 = C0 x e^(m.T1/2) <=>
1/2 =e^(m.T1/2) <=>
Ln (1/2) = Ln e^(m.T1/2) <=>
Ln1 - Ln2 = m.T1/2 <=>
-ln2 = m.T1/2 <=>
0.7/m = T1/2

Ke - fração de fármaco removido por unidade de tempo

Uma vez que m=constante de eliminação (Ke):
0.7/-Ke = T1/2

105
Q

Distinga as Cinéticas de Ordem 1 e de Ordem 0

A

A Cinética de Ordem 1 é representada por uma curva - a velocidade de eliminação é proporcional à da concentração de fármaco
A Cinética de Ordem 0 é representada por uma reta - a velocidade de eliminação do fármaco é independente da concentração de fármaco, sendo eliminada uma concentração fixa de fármaco por unidade de tempo (ex: Fenitoína, AAS e etanol)

106
Q

O que é o AUC?

A

Area Under the Curve, pode ser utilizada para conhecer a bioestabilidade dos fármacos, sendo dada pela razão entre a dose administrada e a clearance ou pela razão entre a Concentração e o Ke (mg.h/L)

107
Q

Descreva o Conceito de Biodisponibilidade (F)

A

Representa a fração da dose de um determinado fármaco que atinge a circulação sistémica (e que pode ser usada para a sua função farmacológica e terapêutica)
Pode ser calculada pela razão entre a AUC da administração oral e a AUC da administração endovenosa (porque esta última vai dar uma biodisponibilidade de 100%)

108
Q

O que pode interferir com a Biodisponibilidade, de modo a que esta não atinja 100%?

A

A Extensão da Absorção (Cmax), a Velocidade da Absorção (Tmax) e a Eliminação da Primeira Passagem.
A Extensão de Absorção e a Velocidade de Absorção podem ainda ser influenciadas por:
Características FQ do fármaco
Forma Farmacêutica
Via de Administração
Estabilidade do Fármaco no Trato GI
Metabolização (1ª passagem)

109
Q

Descreva o Processo de Eliminação da Primeira Passagem

A

Um fármaco administrado por via oral pode, através do Sistema Porta Hepático voltar para o Fígado e sofrer processos de conjugação (fase II) que podem tornar o fármaco mais hidrossolúvel e voltar à circulação ou pode então ser desconjugado por agente microbianos e regressar depois ao fígado para ser finalmente eliminado pela urina.

110
Q

Como se pode calcular a Biodisponibilidade?

A

F = (1-ER) x f, sendo ER a taxa de extração (clearance hepática x fluxo sanguíneo hepático) e f uma característica de cada fármaco, a absorção

111
Q

Como podemos diminuir a Eliminação de primeira passagem para aumentar a Biodisponibilidade?

A
Via de Administração Sublingual-Circulação Sistémica
Frmulações Transdérmicas
Via Retal
Via Inalatória
Via Intravenosa
112
Q

Como se obtém uma Concentração de Estado Estacionário?

A

Infusão IV Contínua ou Esquemas Terapêuticos de Doses Múltiplas, sendo que esta pode ser atingida em minutos, dias ou horas e pode ser mantida durante minutos, dias ou horas.

113
Q

Descreva as Possibilidades da Concentração Média no Estado Estacionário

A

Muitos dos Fármacos que são administrados em situações crónicas requerem esquemas terapêuticos em que a 2ª dose é administrada antes que a Concentração Plasmática esteja a 0, contando-se assim com o Fator de Acumulação. No entanto, alguns outros fármacos requerem a existência de picos e vales muito acentuados.

114
Q

Como Aumentar a CSS e qual o seu efeito na relação Pico-Vale?

A

1- Aumentar a dose do fármaco mantendo o intervalo de tempo entre administrações - flutuação mais acentuada entre picos e vales
2- Manter a dose e administrar mais frequentemente - reduz-se a diferença entre picos e vales

115
Q

Como se pode prever quando é que determinado fármaco vai atingir a concentração média no estado estacionário?

A

Sabendo o tempo de semi-vida desse fármaco - são necessários 5 tempos de semi-vida para que o fármaco atinja a CSS

116
Q

Como se pode prever a CSS?

A

Cpico(SS) = X0/V x 1/(1-e^-Ket)

117
Q

O que podemos fazer quando o Tempo para atingir a CSS é grande?

A

Administração de uma Loading Dose - aumento da CP para facilitar a chegada à CSS e só depois administração da Dose de Manutenção

118
Q

Como podemos Descrever o Estado Estacionário numa Infusão Contínua

A

A Velocidade de Entrada do Fármaco é igual à Velocidade de Saída