farmaco Flashcards
As principais alterações patológicas que
ocorrem durante uma crise asmática são?
1) Espasmos do músculo liso nas paredes dos
brônquios e bronquíolos,
2) Edema da mucosa
dessas estruturas
3) Produção excessiva de
muco.
Consequências das alterações patológicas da asma
1) obstrução
das vias aéreas
2) paredes brônquicas
infiltradas com eosinófilos
3) espessamento da
membrana basal epitelial
As alterações patológicas da asma persistem?
No final das crises asmáticas, as alterações que ocorrem regridem quase inteiramente. No entanto, se essas crises forem
frequentes, as alterações podem persistir por
muito tempo.
Tipos de asma
Alérgica (70% dos casos) e não alérgica
Alérgenos - definição
Alérgenos são substancias irritantes ou
capazes de ativar receptores de estiramento
(receptores irritantes presentes nas fibras
nervosas vagais mielinizadas e nas fibras C
amielinizadas), ocasionando tosse,
broncoconstrição e inflamação
Receptores de estiramento
Receptores irritantes presentes nas fibras
nervosas vagais mielinizadas e nas fibras C
amielinizadas
O que ocasiona a asma alérgica?
A asma alérgica é ocasionada por uma
sensibilização ao alérgeno, como:
Infecção viral;
Alterações de temperatura do ar;
Ressecamento das vias aéreas;
Dióxido de enxofre
Tipos de asma não alérgica
Criptogênica,
Induzida por analgésico,
Ocupacional
Asma criptogênica
De razão genética,
causa uma disfunção do sistema
imunológico, que produz inflamação em
demasia durante algum processo irritante
Asma induzida por analgésico
A aspirina inibe a enzima cicloxigenase (COX), que é
responsável pelo metabolismo via ácido araquidônico. Assim, a lipoxigenase irá produzir leucotrienos, que geram
broncoconstrição.
Asma ocupacional
Contato com
substâncias irritantes no ambiente
laboral, como: pólen, pelos, ácaros,
fungos, feno, serragem
Quando um indivíduo é considerado sensibilizado?
Quando ele já foi exposto ao antígeno e produziu IgE
Principais fatores que podem desencadear a asma
Exposição a substâncias irritantes ambientais: pólen, pelos de
animais domésticos, ácaros, fungos, alérgenos de farinhas e
grãos.
Substâncias químicas
(isocianato, spray de
pintura, dentre outros).
s
Poluentes atmosféricos
Fármacos: AINES e
β-bloqueadores
Exercícios físicos
Emoção
Fumaça de cigarro
Fatores genéticos
Existem alguns exames para diagnóstico da
asma, como:
Radiografia do tórax;
Exames de sangue e pele com o objetivo
de identificar o grau de alergia do
paciente;
Espirometria: um exame que mede a
quantidade de ar que uma pessoa é capaz
de inspirar ou expirar a cada vez que
respira;
Teste de broncoprovocação com
substancias pró-inflamatórias: como
histamina e metacolina
Exame padrão ouro para o diagnóstico de
asma
Análise dos valores de óxido nítrico
exalados (que em altas quantidades pode causar
hiperemia, edema, exsudação, estreitamento das
vias aéreas, estimulação da produção de
linfócitos e de interleucinas, recrutamento de
eosinófilos e espécies reativas de oxigênio)
O tratamento da asma pode ser de dois tipos:
Tratamento sintomático - uso de medidas
terapêuticas para alivio da crise asmática
e dos sintomas;
Tratamento profilático -compreende
métodos para evitar crises futuras
Os medicamentos usados no tratamento da
asma podem ser divididos em 3 grupos:
Paliativos - são os de alivio,
Profiláticos - são os preventivos;
Emergenciais - de reserva, presentes
apenas nos hospitais;
As classes de fármacos são que combatem a asma
Broncodilatadores - são os antagonistas
muscarínicos e os β2 agonistas;
Inibidores de leucotrienos - são os
antagonistas do receptor e o inibidor da
lipoxigenase;
Anti-inflamatórios - são os glicocorticoides
e os inibidores da degranulação
mastocitária
Doença pulmonar obstrutiva crônica
Estado patológico caracterizado por uma limitação do fluxo de ar. Não é totalmente reversível. Inclui as doenças que causam obstrução do fluxo de ar (enfisema, bronquite crônica) ou qualquer combinação desses distúrbios.
Fisiopatologia da DPOC
Na DPOC, a limitação do fluxo de ar é progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões para gases nocivos ou partículas. Essa inflamação crônica e as tentativas do organismo de repará-las causam estreitamento nas pequenas vias aéreas periféricas
Enfisema (DPOC)
Destruição parenquimatosa da parede alveolar. Alvéolos com alterações estruturais, o que gera perda de elasticidade e prejuízo nas funções.
Bronquite crônica (DPOC)
Inflamação das vias aéreas, o que reduz o diâmetro do brônquio. Excesso de muco. Esses fatores geram dificuldade para a passagem de ar.
DPOC - quadro geral
Limitação no fluxo das vias aéreas decorrente de inflamação pulmonar, estresse
oxidativo, desequilíbrio protease/anti-protease.
Bronquite (doença das pequenas vias aéreas),
enfisema (destruição parenquimatosa).
Associadas a esses fatores, há a hipertrofia das glândulas mucosas e das células caliciformes das vias aéreas centrais, espessamento da membrana basal, fibrose,
edema, infiltração de células inflamatórias.
Sintomas da DPOC
Tosse diária
Catarro diário
Falta de ar (em especial durante exercício físico)
Cansaço anormal
Histonas na DPOC
As histonas vão regular a transcrição
gênica, realçando ou reprimindo o processo
inflamatório.
Existem dois processos de reação histônica:
Acetilação: a histona que sofre efeito da acetilase vai realçar a transcrição inflamatória.
Desacetilação: a histona que sofre efeito da desacetilase vai reprimir a resposta inflamatória.
Na DPOC, a histona desacetilase vai estar desabilitada, ocasionando um prejuízo na repressão da resposta inflamatória.
Efeito da fumaça do cigarro na DPOC
A fumaça do cigarro inalada gera lesão no epitélio, estimulando o sistema imunológico inato (macrófagos) a fagocitarem os fatores irritantes.
O epitélio estimula um processo de reparação, aumentando a atividade dos
fibroblastos, que geram fibrose (formação de tecido conjuntivo fibroso) das pequenas vias respiratórias.
Os macrófagos estimulam a presença de linfócitos T (Th1 e Tc1), que destroem diretamente a parede alveolar (enfisema).
Os neutrófilos também são acionadas e ocasionam, por meio das proteases, destruição
da parede alveolar (enfisema) e hipersecreção de muco.
Diferença chave entre DPOC e asma
Diferente da asma, na qual predominam mastócitos, na DPOC são os neutrófilos.
Os neutrófilos não são afetados pelos corticosteroides
como os mastócitos.
Tratamento
Broncodilatadores + antiinflamatórios
Educação e controle ambiental - redução do contato do paciente com seus
fatores estressantes (alérgenos)
Uso de corticoide inalado em dose moderada/alta + agonistas β2 de ação prolongada (1ª opção);
- Outras opções são:
Uso de corticoide inalado em dose baixa/moderada/alta + agonistas β2 de ação prolongada + antileucotrieno;
Uso de corticoide inalado em dose baixa/moderada/alta + agonistas β2 de ação prolongada + teofilina;
Agonistas β2 de curta duração de acordo com a necessidade.
Tipos de drogas broncodilatadoras
Betamiméticos, anticolinérgicos e metilxantinas
Betamiméticos de ação curta
Salbutamol, terbutalina, fenoterol, levossalbutamol
metaproterenol
Betamiméticos de ação prolongada
Formoterol, salmeterol
Anticolinérgicos
Ipratróprio, tiotróprio
Metilxantinas
Teofilina, aminofilina, acebrofilina, bamifilina
Expectorantes e mucolíticos
Iodetos, guaiacolato de glicerila, bromexina, ambroxol, N-acetilcisteína
Antitussígenos
Codeina, dextrometafano,
levodropropizina, levopropoxifeno
Antileucotrienos
Montelucast, zafirlucast
Cromonas
Cromoglicato, nedocromil
Corticóides sistêmicos e tópicos (inalatórios)
Fluticasona, budesonida, beclometasona, mometasona
Via de distribuição ideal
A via inalatória é a mais utilizada para distúrbios
pulmonares em razão de sua ação direta e rápida,
diminuindo os efeitos colaterais sistêmicos.
Isso é importante
para aliviar os efeitos colaterais dos corticoides (amplamente usados no tratamento
da asma) que, quando ingeridos, em vez de
inalados, possuem uma vasta gama de efeitos
colaterais.
Via oral
Necessita de uma dose muito maior do que a inalada para conseguir obter o mesmo
efeito (mecanismo de primeira passagem).
Grande risco de gerar efeitos
colaterais sistêmicos.
Deve ser reservada para
os poucos pacientes incapazes de usar inaladores.
Via parenteral (injeção)
Serve para pacientes
gravemente doentes que são incapazes de absorver o fármaco pelo TGI.
Os efeitos colaterais geralmente são frequentes devido à alta concentração plasmática, já que a
biodisponibilidade fica em 100%.
Reversão de broncoespasmo
- Relaxamento direto do
músculo liso das vias aéreas (agonistas β2-adrenérgicos e metilxantinas) - Inibição do
efeito da ACh na estimulação vagal (antagonista muscarínico) - Bloqueio da ação dos produtos liberados (antagonistas dos receptores de histamina e leucotrienos)
- Redução da IgE ligada aos mastócitos (anticorpos anti-IgE) - Impedir a degranulação
dos mastócitos (cromoglicato)
Broncodilatadores
Relaxam o músculo liso contraído.
Causam reversão imediata da obstrução das vias respiratórias na asma.
Previnem a broncoconstrição (fornecem broncoproteção)
Classes de broncodilatadores
- Agonistas β2-adrenergicos
(simpatomiméticos); - Metilxantina (teofilina);
- Agentes anticolinérgicos (antagonistas
muscarínicos)
Agonistas Beta-2 Adrenérgicos
Tratamento broncodilatador de escolha (1ª
escolha junto com os corticoesteroides)
São os broncodilatadores
mais eficazes
Efeitos colaterais mínimos (pois são mais seletivos para receptores beta 2 do que
beta 1, evitando efeitos como taquicardia e
arritmias)
Beta-agonistas de curta duração
- Broncodilatadores mais amplamente utilizados e
eficazes no tratamento da asma. - Devem ser usados “conforme necessário” para
aliviar os sintomas e não em uma base regular. - A maior utilização indica a necessidade de mais terapia anti-inflamatória.
- Duração entre 4-6 horas
- 4-6 vezes ao dia
- Formulações oral e inalatória
- Efeitos colaterais semelhantes
Beta-agonistas de longa duração
- Formulação inalatória
- 12 hrs de ação
- 2x ao dia
Salmeterol
Formoterol
Arformoterol
Indacaterol
UltraLABA (1x dia)
DPOC
Efeitos colaterais dos LABA (beta 2-agonistas de longa duração)
Tremor muscular - efeito direto sobre os receptores β2 do músculo esquelético
Taquicardia - efeito direto sobre os receptores β1
Metilxantinas
- São a teofilina e aminofilina (teofilina + etilenodiamina), são drogas antigas de baixo custo;
- Ainda utilizada em países em desenvolvimento (baixo custo)
- Redução de seu uso com o surgimento dos β2
agonistas inalatórios
Metilxantinas - efeitos colaterais
- Nervosismo e tremor (SNC),
- Efeitos inotrópico e cronotrópico positivos,
- Estimulação da secreção de ácidos graxos e enzimas digestivas
Metilxantinas (vias)
Pode ser usada por via oral (liberação prolongada) e por via parenteral (aminofilina). A
teofilina é rápida e completamente absorvida, sendo metabolizada no fígado.
Metilxantinas (interações)
- A concentração da teofilina é reduzida quando
usada com indutores enzimáticos (rifampicina, fenobarbital, fenitoína e
carbamazepina) - A concentração é aumentada quando usada com inibidores enzimáticos (anticoncepcionais orais, eritromicina, ciprofloxacina, fluconazol e cimetidina)
Antagonistas colinérgicos muscarínicos - mecanismo de ação
Inibem o efeito constritor direto sobre o músculo
liso brônquico mediado por meio da via M3-Gq-PLC-IP3-Ca2
Antagonistas colinérgicos muscarínicos - uso
- São usados no tratamento agudo e crônico da
asma - Podem ser utilizados em associação com os agonistas β2-adrenérgicos
- Na DPOC podem ser mais eficazes que os agonistas β2-adrenérgicos
brometo de ipratrópio
utilizado pela via
inalatória, tendo o início da broncodilatação em
30 a 60 min após a inalação, e seu tempo de
duração é entre 6 a 8 horas, sendo administrado
3 a 4 vezes por dia
brometo de oxitrópio
anticolinérgico
quaternário semelhante ao de ipratrópio, sendo
disponível em doses mais elevadas por inalação,
podendo ter um efeito mais prolongado
brometo de tiotrópio
ação colinérgica
de duração longa, com dosagem de 1 vez por dia,
sendo eficaz em pacientes com DPOC.
se liga aos três receptores muscarínicos, tendo uma
dissociação menor do M1 e M3.
brometo de aclidínio
pó inalatório anticolinérgico de ação longa.
aprovado para tratamento de manutenção de longo prazo para DPOC.
efeitos colaterais dos parassimpaticolíticos
- Os efeitos colaterais sistêmicos dos brometos
de ipratrópio e de tiotrópio são incomuns porque
tem pouca absorção sistêmica;
-Um efeito indesejado significativo é o sabor
amargo desagradável do ipratrópio inalado,
contribuindo para sua baixa adesão;
-O tiotrópio provoca secura da boca em cerca
de 10 a 15% dos pacientes;
corticosteróides
Considerados terapia de primeira linha em todos os
pacientes com asma crônica.
Exceto casos mais brandos.
Não é indicado para DPOC.
corticosteróides - mecanismo
- Não produzem relaxamento direto das vias
respiratórias. - Aumentam a transcrição de genes que codificam os
receptores β2-adrenérgicos. - Diminuem a transcrição gênica de proteínas
inflamatórias. - Diminuem a reatividade brônquica e a frequência das
crises de asma quando usados regularmente. - Atuam inibindo todas as células do infiltrado
inflamatório e as células do processo imune,
diminuindo os processos de remodelagem das
vias aéreas
Corticosteroide sistemico
Prednisona
Corticosteróides inalatórios
- Budesonida (Busonid®)
- Fluticasona (Flixonase®)
- Mometasona (Oximax®)
Pró-fármacos: - Ciclesonida (Omnaris®)
- Beclometasona (Clenil®)
Efeitos colaterais dos corticosteróides
Locais - disfonia, candidíase orofaríngea e tosse.
Sistêmicos - osteoporose, catarata, glaucoma, pneumonia, anormalidades metabólicas, distúrbios
psiquiátricos, hematomas e outros
Inibidores da via dos leucotrienos - mecanismo
-O uso dos inibidores de lipoxigenase (zileutona)
inibe a enzima lipoxigenase, impedindo a
formação de leucotrienos;
-Já os antileucotrienos impedem a ligação
dos leucotrienos com seus receptores no tecido
alvo (zafirlucaste, montelucaste e pranlucaste)
Inibidores da via dos leucotrienos - eficácia
- Todos são eficazes em melhorar o controle da
asma e reduzir a frequência de crises em pacientes com asma branda e moderada. - Podem reduzir a necessidade de uso dos β2-agonistas inalatórios de resgate.
- São menos eficazes do que
corticosteroides inalados no tratamento da asma - Não podem ser escolhidos para tratamento de
primeira escolha - Sua atividade broncodilatadora é menor que os agonistas β2-adrenérgicos
Terapia com anti-IgE - mecanismo
O anticorpo anti-IgE (OMALIZUMABE) cria o complexo AgAc, que inativa a IgE.
A IgE não consegue se ligar ao mastócito, inibindo a produção de histamina e prostaglandinas.
Uso do omalizumabe
- É usado para o tratamento de pacientes com
asma grave. - Reduz a necessidade de corticosteroides orais e
inalatórios - Reduz acentuadamente as exacerbações da
asma
Administração de omalizumabe
Administrado por injeção subcutânea a cada 2 a 4
semanas
Reação adversa omalizumabe
Pode induzir respostas alérgicas - Resposta anafilática, que é incomum (< 0,1%)
Fármacos que impedem a degranulação de mastócitos
- São o cromoglicato dissódico e o nedocromil
sódico - Atuam na funcionalidade dos canais de cloro, afetando a ativação das células, como
mastócitos (inibição da resposta inicial à
apresentação do antígeno) e eosinófilos (inibindo
a resposta inflamatória induzida pelos alérgenos)
Fármacos que impedem a degranulação de mastócitos - uso
- Não exercem nenhum efeito sobre a musculatura lisa
das vias aéreas. - Não são efetivos na reversão do broncoespasmo asmático.
- Tem valor apenas quando usados como profilático.
- Inibem a asma induzida por antígenos, por exercício
físico e pela aspirina.