Estruturas Logícas Flashcards
Conceito de proposição lógica
é uma oração declarativa à qual pode ser atribuída um, e apenas um, dos dois possíveis valores lógicos: verdadeiro ou falso. Ex.:
“Porto Alegre é a capital do Rio Grande do Sul.” (é uma oração, se declara algo, admite um, e somente um, valor lógico)
“A raiz quadrada de 16 é 8.”
“Usain Bolt correu 100 metros em 9,58 segundos no ano de 2009.”
Podemos ter proposições que são expressões matemáticas. Exemplos:
“5 + 5 = 9.” (Lê-se: “Cinco mais cinco é igual a nove.”)
“12 > 5.”
Obs.: Procurar - verbo, se há declaração, valor logíco
Proposição: Aprofundamento 1
- Uma proposição deve ser uma oração (sentido completo, presença de um verbo);
- Uma proposição deve ser declarativa (afirmativa ou negativa):
- “Taubaté é a capital de São Paulo.” - Sentença declarativa afirmativa
- “João não é nordestino.” - Sentença declarativa negativa
a) Não são proposições por não serem declarativas: - “Que noite agradável!” - Sentença exclamativa
- “Qual é a sua idade?” - Sentença interrogativa
- “Chute a bola.” - Sentença imperativa (indica ordem, sugestão, pedido ou conselho)
- “Que Deus o conserve.” - Sentença optativa (exprime um desejo)
Proposição: Aprofundamento 2
- Uma proposição deve admitir um, e apenas um, dos dois possíveis valores
lógicos:
1- Sentenças abertas não são proposições, pois não sabemos a quem ela se refere, com isso, não se pode dizer que elas admitem um único valor lógico V ou F. Ex.: “𝑥 + 9 = 10” (precisamos da determinação de uma variável); “Ele correu 100 metros em 9,58 segundos no ano de 2009.” (o pronome ele atua como uma variável)
2- Quantificadores transformam uma sentença aberta em uma proposição: elementos como “todo”, “para todo”, “para qualquer”, “qualquer que seja”, “existe”, “algum”, “pelo menos um”, “nenhum”, “não existe”, “existe um único” e suas variantes transformam sentenças abertas em proposições. Ex.: “Alguém correu 100 metros em 9,58 segundos em 2009.” (passível de valoração) - Paradoxos não são proposições. Ex.: “Esta frase é uma mentira.” (Não se pode atribuir um valor lógico)
- Frases que exprimem opinião não são proposições: Frases que apresentam alta carga de subjetividade. Ex.: Maria é formosíssima. Josefa é mais bonita do que Maria. O amor é maior do que a dor
Símbolos/quantificadores para transformar sentenças abertas em proposições:
a) ∀: “todo”, “para todo”; “para qualquer”; “qualquer que seja”.
b) ∃: “existe”; “algum”; “pelo menos um”.
c) ∄: “nenhum”; “não existe”.
d) ∃!: “existe um único”.
Ex.: “∃ 𝑥 ∈ ℕ | 𝑥 + 9 = 10” - Verdadeiro (existe um 𝒙 pertencente ao conjunto dos números naturais tal que 𝒙 + 9 = 10)
“∀ 𝑥 ∈ ℕ | 𝑥 + 9 = 10” - Falso (para todo 𝒙 pertencente ao conjunto dos números naturais, 𝒙 + 𝟗 = 𝟏𝟎”)
Distinção entre proposição, sentença e expressão
- Sentença é a exteriorização de um pensamento com sentido completo. Uma sentença pode ser:
a) ‘‘Declarativa afirmativa’’;
b) ‘‘Declarativa negativa’’;
c) Exclamativa;
d) Interrogativa;
e) Imperativa (indica ordem, sugestão, pedido ou conselho);
f) Optativa (exprime um desejo);
g) Sentença aberta. - Expressões são aquelas frases que não exprimem um pensamento com sentido completo. Não apresentam verbo. Ex.: “Um décimo de segundo.” “A casa de Pedro.”
Leis do Pensamento (Príncipios da lógica):
a) Princípio da Identidade: Uma proposição verdadeira é sempre verdadeira, e uma proposição falsa é sempre falsa.
b) Princípio da Não Contradição: Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
c) Princípio do Terceiro Excluído: Uma proposição ou é verdadeira ou é falsa. Não existe um terceiro valor “talvez”.
Quando uma proposição será simples?
quando ela não pode ser dividida proposições menores, quando ela é formada por uma única parcela elementar indivisível que pode ser julgada como verdadeira ou falsa.
Negação de proposições simples
A negação de uma proposição simples p gera uma nova proposição simples. Essa nova proposição simples é denotada pelo símbolo ~ ou ¬ seguido da letra que representa a proposição original. Ou seja, a negação de p é representada por ~p ou ¬p (lê-se: “não p”).
Valor lógico da negação de uma proposição
A nova proposição ~p sempre terá o valor lógico oposto da proposição original p. Isso significa que se p é falsa, ~p é verdadeira, e se p é verdadeira, ~p é falsa. Essa ideia pode ser representada na tabela-verdade
Negação de proposições que são sentenças declarativas negativas
sentença declarativa negativa:
q: “Taubaté não é a capital do Mato Grosso.”
Sua negação pode ser escrita das seguintes formas:
~q: “Não é verdade que Taubaté não é a capital do Mato Grosso.”
~q: “É falso que Taubaté não é a capital do Mato Grosso.”
~q: “Taubaté é a capital do Mato Grosso.”
A maneira mais comum de se negar uma sentença declarativa negativa consiste em remover o elemento “não”, transformando-a em uma sentença declarativa afirmativa.
Negação usando antônimos
- Exemplo: faz sentido dizer que “João foi reprovado no vestibular” corresponde à negação de “João foi aprovado no vestibular”. Isso porque, nesse contexto, “aprovado” e “reprovado” abarca todas as possibilidades possíveis.
- O uso de antônimos para se negar uma proposição deve ser visto com muito cuidado:
p: “O Grêmio venceu o jogo contra o Inter.” Não está certo dizer que a negação da proposição seria “O Grêmio perdeu o jogo contra o Inter”. “vencer” e “perder” não abarca todas as possibilidades, pois o jogo poderia ter empatado. Nesse caso, não resta outra opção senão negar a proposição com um dos modos tradicionais:
~p: “O Grêmio não venceu o jogo contra o Inter.”
Obs.: Nem sempre o uso de um antônimo nega corretamente uma proposição simples.
Negação de período composto por subordinação
- Exemplo: p: “Pedro respondeu que estudou todo o edital.”
Para negar a proposição corretamente, nega-se a oração principal.
~p: “Pedro não respondeu que estudou todo o edital.” - a oração “que estudou todo o edital” é subordinada à oração principal, devendo ser tratada como objeto direto. Podemos reescrever assim:
p: “Pedro respondeu isso.”
~p: “Pedro não respondeu isso.
Isso significa que “Pedro respondeu que não estudou
todo o edital” não é a negação de p
Obs.: Em um período composto por subordinação, nem sempre a oração principal aparece primeiro. Isso significa que nem sempre é o primeiro verbo que deve ser negado.
Dupla negação e generalização para mais de duas negações
- Se tivermos um número par de negações, temos uma proposição equivalente (“≡” ou “⇔”) a original; e
- Se tivermos um número ímpar de negações, temos a negação da proposição original.
Descompasso entre a língua portuguesa e a linguagem proposicional
é comum utilizarmos uma dupla negação para enfatizar uma negação. Como exemplo, “não vou comer nada” normalmente quer dizer que realmente não vai comer. Essa dupla negação da língua portuguesa com sentido de afirmação gera um certo descompasso com a linguagem proposicional:
p: “Vou comer.”
~p: “Vou comer nada.”
~(~p): “Não vou comer nada.”
Para a linguagem proposicional, “não vou comer nada” seria equivalente a “vou comer”.
Definição de proposição composta
é uma proposição que resulta da combinação de duas ou mais proposições simples por meio do uso de conectivos. Exemplo: considere as proposições simples p e q:
p: “Maria foi ao cinema.”
q: “João foi ao parque.”
Unindo essas duas proposições simples por meio do conectivo “e”, forma-se uma proposição distinta:
R: “ Maria foi ao cinema e João foi ao parque.”
Se unirmos as mesmas proposições simples por meio do conectivo “ou”, forma-se uma nova proposição composta
S: “Maria foi ao cinema ou João foi ao parque.”
Valor lógico de uma proposição composta
depende dos valores lógicos atribuídos às proposições simples que a compõem.
Podemos dizer que o valor lógico (V ou F) que a proposição composta ‘‘Maria foi ao cinema e João foi ao parque”assume é função dos valores lógicos assumidos pelas proposições simples p e q que a compõem. O mesmo pode ser dito da proposição composta “Maria foi ao cinema ou João foi ao parque”, que utiliza um conectivo distinto.
Os cinco conectivos e as suas formas
Conjunção (“e”), Disjunção inclusiva (“ou”), Disjunção exclusiva (“ou…ou”), Condicional (“se…então”) e Bicondicional (“se e somente se”).
Conjunção (p∧q)
O operador lógico “e, mas” é um conectivo do tipo conjunção. É representado pelo símbolo “∧” ou “&”. As bancas podem também representar a conjunção com o símbolo de intersecção da teoria dos
conjuntos: “∩”.
p: “Maria foi ao cinema.”
q: “João foi ao parque.”
p∧q: “Maria foi ao cinema e João foi ao parque.”
Obs.: para fins de Lógica de Proposições, “mas” é igual ao conectivo “e”. O mesmo vale para outras expressões adversativas
Obs 2.: “nem” corresponde a uma conjunção “e” seguida de uma negação “não”: “Pedro não estuda nem trabalha.” “[Pedro não estuda] e [Pedro não trabalha].”
Tabela da verdade da Conjunção ‘‘e’’
A conjunção p∧q é verdadeira somente quando ambas as parcelas são verdadeiras. Nos demais casos, a conjunção p∧q é falsa.
p q p∧q
V V V
V F F
F V F
F F F