ESTATICA FETAL, BACIA OBSTETRICA E MECANISMO DE PARTO Flashcards
Tempos da fase ativa do trabalho de parto
Temos quatro tempos principais, que sao: Insinuação, Descida, Desprendimento e Restituição
Mecanismo de parto na apresentação cefálica
- Insinuação: passagem do diâmetro biparietal pelo plano do estreito superior. Na prática, quando o occipício atinge o plano das espinhas isquiáticas (plano zero de DeLe), o polo cefálico está insinuado. Vamos lembrar que a depender do grau de flexão da cabeça fetal teremos um ponto distinto de referência durante toda a progressão do parto
- Descida: consiste na progressão da cabeça do estreito superior até o estreito medio.
- Rotação interna da cabeça: Comumente, o feto insinua na posição transversa. Por isso, junto da descida, é necessário que os maiores diâmetros fetais se adequem aos maiores diâmetros da pelve, lembram? Nesse caso, o movimento deve ser na
tendência que o occipício (no caso das cefálicas fletidas) se mova gradativamente de sua posição oblíqua ou transversa para a sínfise púbica. Assim sendo, temos também como calcular o grau de rotação que as variedades oblíquas devem mover: as
variedades anteriores rodam 45°, e as posteriores, a 135°. No caso das situações transversas, a rotação é de 90°.
Excepcionalmente, a rotação pode acontecer para posterior, ou seja, voltada para o sacro. - Desprendimento da cabeça: no caso das cefálicas fletidas, a cabeça desce e o sub-occipício coloca-se sob a borda inferior da sínfise púbica (hipomóclio). O pólo cefálico se desprende através de um mecanismo de deflexão e extensão
- Rotação externa da cabeça: Após o desprendimento, a cabeça tende a adotar a mesma posição que possuía antes da rotação interna, por isso o nome de “restituição”. Assim, o diâmetro biacromial ocupa o diâmetro anteroposterior do estreito inferior (maior diâmetro fetal voltado para o maior diâmetro da pelve)
- Desprendimento das espáduas: primeiramente, ocorre o desprendimento do ombro anterior, depois, do ombro posterior
Mecanismo de parto na apresentação pélvica
- Insinuação: o diâmetro bitrocantérico ocupa um dos diâmetros do estreito superior, e aqui o nosso ponto de referência é o sacro. A linha de orientação passa a ser a do sulco interglúteo.
- Descida: progressão do pólo pélvico do estreito superior para o médio
- Rotação do pólo pélvico: aqui temos a principal diferença no caso das apresentações cefálicas. Como o bitrocantérico sempre se insinua oblíquo, a rotação interna aqui sempre é de 45° para se voltar para a sínfise púbica. O ponto de hipomóclio (que nas apresentações cefálicas fletidas seria o occipício) passa a ser a parte superior da crista ilíaca.
- Desprendimento das espáduas: nesse caso, o diâmetro biacromial também roda 45º, saindo do diâmetro oblíquo e passando a ocupar o diâmetro AP após desprendimento do pólo pélvico.
- Desprendimento da cabeça: quando a evolução é favorável, a cabeça encontra-se fletida nesse momento. A rotação interna leva o occipício por baixo da pube, libertando sucessivamente mento, face e fronte.
Paciente em trabalho de parto avançado. Trata-se de uma apresentação cefálica defletida do primeiro grau, que no último exame realizado há poucos minutos era uma BDA (bregma direita anterior), plano +2 de De Lee, com colo dilatado. O desprendimento do polo cefálico deve ocorrer por
Temos uma paciente em trabalho de parto avançado, em apresentação defletida de primeiro grau.
Nessa apresentação, a fontanela anterior está no centro da apresentação (bregmática). Portanto, o bregma é o ponto de referência e o diâmetro de insinuação é o occipitofrontal. É importante entender, aqui, que a criança não pode descer em bloco, porque o diâmetro de insinuação não permite isso.
O desprendimento do polo cefálico depende de alguns movimentos para reduzir esse diâmetro conforme a anatomia do canal de parto.
Sendo assim, o mecanismo de parto deverá conter uma flexão (para liberar occipício) seguida de deflexão (para liberar fronte e face), ou seja deflexão nas variedades anteriores e flexão nas variedades posteriores.
Manobra de versao cefalica externa
1) No que consiste
2) Fatores que influenciam
3) Contraindicacoes
4) Complicacoes
5) Taxa de Sucesso
1)A versão cefálica externa consiste em uma manobra realizada sobre o abdome materno para virar o feto que está atravessado no útero ou sentado, de forma a posicioná-lo na apresentação cefálica.
Considerando que a versão espontânea para apresentação cefálica pode ocorrer a qualquer momento durante a gravidez, a versão cefálica externa está indicada a partir de 36 semanas de idade gestacional devendo ser realizada por profissional experiente com esta manobra, em ambiente hospitalar.
2) Os fatores que influenciaram nas taxas de sucesso são: Apresentação não longitudinal (transverso ou oblíquo); Raça negra
(tendência da apresentação fetal permanecer alta até o início do trabalho de parto); Placenta com implantação posterior;
índice de líquido amniótico maior que 10 cm; Apresentação pélvica completa.
3) As contraindicações cássicas para a versão cefálica externa incluem comprometimento da vitalidade fetal, sangramento vaginal, rotura prematura de membranas e cesariana prévia. Caso não haja nenhuma dessas contra-indicações a manobra
pode ser realizada, sob vigilância fetal e em ambiente hospitalar.
4) A complicação mais comum é frequência cardíaca fetal não tranquilizadora (comumente bradicardia transitória, 1,1-16%), mas também podemos ter sangramento vaginal indolor (1,1%), descolamento prematuro de placenta (0,4-1%), desencadear trabalho de parto (3%).
A ruptura prematura de membranas ovulares é uma complicação incomum quando falamos de versão cefálica externa,
ocorrendo em menos de 0.5% dos casos
5)
A taxa de sucesso da versão cefálica externa varia entre 50 a 70% (praticamente dois terços dos casos) e reduz de 50 a 60% o risco de parto cesáreo.
Diametro das linhas de referencia
- Fletida (occipício]: Antes da insinuação o que se apresenta é o diâmetro occipitofrontal: ~12 cm. Após as contrações, exagera-se a flexão e ocorre substituição por diâmetros menores (suboccipitofrontal ~10,5cm, e suboccipitobregmático (9,5cm).
- Defletida de 1o grau (Bregma]: diâmetro occipitofrontal (12cm)
- Defletida de 2o grau (glabela ou nariz]: diâmetro occipitomentonino: (13,5 cm)
- Defletida de 3o grau (mento]: diâmetro mentorretrobregmático, que posteriormente é substituído pelo submentobregmático (9,5 cm)
A apresentação defletida do segundo grau não apresenta via de parto vaginal (lembrando que os diâmetros AP e transverso do estreito superior medem cerca de 12 cm)
Conceitos em mecanismo de parto
(1) Atitude fetal
(2) Situação
(3) Posição
(4) Apresentação
(5) Insinuação
Atitude fetal: “relação das partes fetais entre si”.
Situação: relação do maior eixo uterino com o maior eixo fetal
Posição: lado do dorso fetal na mae
Apresentação: região do feto que vai “entrar” na bacia (insinuar)
Insinuação: grau de descida da apresentação fetal.
Anatomia da bacia obstétrica
Bacia Superior
Na bacia superior, os diâmetros descritos são os mais importantes:
• Conjugata vera anatomica: No estreito superior, o diâmetro traçado do promontório à borda superior da sinfese púbica recebe o nome de conjugata vera anatômica, e deve medir 11 cm. Não conseguimos medir diretamente essa conjugada.
• Conjugado verdadeiro ou obstétrico = 10,5 cm a 11 cm - Meio do promontório à borda póstero-superior da sinfise púbica (este ponto do púbis, saliente posteriormente, está cerca de 1 cm abaixo da crista púbica).
Conjugado diagonal = 12 a 12,5cm - Vai do ângulo subpúbico ao meio do promontório sacro.
Este ponto conseguimos medir diretamente, e, por meio da relação de Smellie, subtraímos 1,5cm para consequir a medida da conjugada obstétrica.
Anatomia da bacia obstétrica
Estreito medio
No estreito médio, o mais importante é Biisquiático: de espinha a espinha isquiática: 10,5 cm (ponto de maior estreitamento do canal de parto)
Anatomia da bacia obstétrica
Estreito inferior
No estreito inferior, o diâmetro cóccix-subpúbico, que se estende da ponta do cóccix à borda inferior da sínfise púbica e mede 9,5 cm, é de interesse obstétrico e, na fase final da expulsão fetal após a retropulsão do cóccix, amplia-se em 2 a 3 cm, recebendo o nome de conjugata exitus.
Já o diâmetro transverso se situa entre as duas faces internas da tuberosidade isquiática, mede 11 cm e é chamado de bituberoso.
Anatomia da bacia obstétrica
Estreito inferior
No estreito inferior, o diâmetro cóccix-subpúbico, que se estende da ponta do cóccix à borda inferior da sínfise púbica e mede 9,5 cm, é de interesse obstétrico e, na fase final da expulsão fetal após a retropulsão do cóccix, amplia-se em 2 a 3 cm, recebendo o nome de conjugata exitus.
Já o diâmetro transverso se situa entre as duas faces internas da tuberosidade isquiática, mede 11 cm e é chamado de bituberoso.