Estado e Desenvolvimento do Brasil Flashcards
Quais os aspectos do Estado Novo (1937-1945)?
Reversão da descentralização republicana: A descentralização política é uma descentralização econômica que deu autonomia a essa nova elite cafeeira, a reversão ocorre quando os estados perdem sua autonomia.
Fortalecimento do poder central: Não há mais federações de estados.
Novas agências governamentais: Desenha-se um novo Estado com objetivos de regularização da economia.
Estado Novo: sai do papel de regulador da economia para um tomador de ações. Adota regimes de controle cambial e de importações.
O que foi o decreto de 1931? O que se estabeleceu?
Foi a centralização da aquisição de divisas afim de evitar especulações danosas para que só seja adquirido no Banco do Brasil, nenhum outro banco poderia atuar com câmbio. Dessa forma, estabelece-se um monopólio do BB, sendo o banco que executava as políticas cambiais, adota-se o monopólio cambial, onde entradas/saídas de divisas só ocorriam com a autorização do BB para evitar justamente a fuga de capitais.
Qual foi o resultado de 1937 após as primeiras políticas de direcionamento de Vargas?
Através dos investimentos públicos e manutenção dos pagamentos do serviço da dívida, houve:
Elevação de 40% das importações, Monopólio Cambial, escassez de cobertura cambial em 38, políticas comerciais com EUA, planos de desenvolvimento, missão aranha, etc..
Qual foi o impacto da Revolução de 1930 no papel do Estado brasileiro e na estrutura política do país?
A revolução de 30 moveu o Estado do papel de regulador para o papel de tomador de ações, sendo fundamental para a expansão do capital industrial no Brasil. Na estrutura política, temos a centralização do poder no Estado e o intervencionismo, pondo fim a oligarquia cafeeira.
Como o governo Vargas promoveu a industrialização do Brasil durante os anos 1930 e 1940?
O governo Vargas promoveu a industrialização através de políticas fiscais, monetárias e comerciais.
Implementou a política de substituição de importações logo no início da década de 30 dado a escassez de bens importados e crédito externo, incentivando e fortalecendo a produção interna (que possuia capacidade ociosa). Também fez políticas comerciais com o objetivo de fortalecer a produção nacional, como as restrições aduaneiras e a desvalorização do câmbio (mais caro importar, exportador ganhava mais, entrava mais divisas e investia na indústria interna), também fez políticas monetárias expandindo o crédito justamente para financiar os investimentos estatais em setores estratégicos e na infraestrutura do país (ferrovias, estradas, hidrelétricas).
De que maneira as políticas sociais e trabalhistas implementadas por Vargas impactaram os trabalhadores urbanos?
Em 1943, com a criação da Consolidação das Leis Trabalhistas, fortaleceu a classe trabalhadora garantindo direitos como salário mínimo, jornada de 8hrs e férias remuneradas.
O que foi o Estado Novo e quais foram suas principais características?
O Estado Novo foi o momento que houve uma centralização ainda mais forte no Governo, teve início a partir de 1937 com uma tendência facista/ditatorial por parte de Vargas, mas ainda sim com uma visão nacionalista. Criou diversas agências govarnamentais, fortaleceu os controles de importação, estabeleceu um monopólio cambial (BB regulava entradas e saídas de divisas para evitar fuga de capitais), o banco do brasil passa a atuar como banco de fomento, banco central e agente fiscal, facilita o crédito (cria a CARED - carteira de redescontos pra controlar a liquidez), cria a CSN em 41, o DASP, institutos de tecnologia e diversos outros órgãos.
Quais foram as estratégias de Vargas para equilibrar as relações externas do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial?
Ao adotar uma postura neutra no ínicio da guerra, o país manteve relações comerciais benéficas com Alemanha (grande fornecedor de bens industriais), e com os EUA, garantindo apoio militar e econômico de ambos e fortalecendo a industrialização do país.
Quais são as principais teorias sobre as origens do desenvolvimento industrial brasileiro?
São: A teoria dos choques adversos, a teoria sob a ótica da expansão das exportações, a teoria do capitalismo tardio e a teoria das políticas governamentais.
O que a teoria dos choques adversos sugere sobre o desenvolvimento industrial brasileiro, e quais são as críticas a essa teoria?
A teoria dos choques adversos sugere que o desenvolvimento industrial brasileiro na época de 1920-30 foi impulsionado por choques como a grande depressão e a 1 Guerra Mundial, tendo em vista que nesse momento, a escassez de insumos importados e de crédito interno impulsionaram a produção nacional, dado que encareceu as importações e desvalorizou o câmbio. As críticas se dão sob o argumento de que é extremo pensar que o desenvolvimento só decorreu em momentos de choque externo, pois ignora o crescimento da renda interna provocada pela expansão do setor exportador e as políticas que consolidaram o movimento de substituição de importações.
Como a ótica da industrialização liderada pela expansão das exportações explica o desenvolvimento industrial brasileiro, e quais são as suas limitações?
Essa ótica explica, de forma linear, a industrialização brasileira através da expansão do setor exportador, que gerou renda interna, possibilitando a criação de um mercado interno e a diferenciação de produtos, além de trazer capital internacional para o país. As limitações se dão tendo em vista de que em períodos de desvalorização do café, o país era prejudicado e em momentos de bom desepenho, era beneficiado.
Qual é a principal diferença entre a teoria dos choques adversos de Furtado e Tavares e a versão extrema dessa teoria?
A versão de Furtado e Tavares trata apenas da crise do café e da grande depressão como ponto de inflexão fundamental para a industrialização brasileira, enquanto a versão extrema justifica que o país só se desenvolveu em períodos de choque externo, fato que não pode ser verificado, tendo em vista que passou por crescimentos industriais em períodos sem choque.
De acordo com a ótica do capitalismo tardio, como a acumulação de capital no setor cafeeiro influenciou a industrialização no Brasil? Quais são as críticas a essa teoria?
De acordo com a ótica do capitalismo tardio, a acumulação de capital industrial ocorreu devido a acumulação primária com o avanço do setor exportador, que deu condições, através da acumulação de capital internacional, para a geração de renda interna que desenvolveu o mercado nacional, para a diferenciação de produtos e investimentimentos na infraestrutura e na indústria interna e a capacidade de importar.
As críticas se dão por conta da contradição dessa teoria, visto que o crescimento do setor exportador, apesar de beneficiar a acumulação de capital industrial, também o limitava, visto que causava uma subordinação da economia brasileira a demanda externa e forçava a especialização do comércio brasileiro em bens primários. Dessa forma, o desenvolvimento do D1não ocorreu internamente, impedindo a autonomia da acumulação de capital industrial e consequentemente transformando o processo de industrialização brasileira como retardatário e subordinado ao capital internacional.
Como a crise do café e a Grande Depressão influenciaram o desenvolvimento industrial no Brasil, segundo a interpretação de Furtado?
A crise do café e a grande depressão são consideradas um ponto de inflexão para o desenvolvimento industrial brasileiro, visto que a partir das medidas de defesa do café financiadas pelo défict público e a garantia de um equilíbrio da renda interna através da desvalorização cambial (perde capacidade de importar), o país conseguiu manter a demanda interna e se aproveitou da capacidade ociosa nas indústrias para estimular o crescimento industrial, deixa de importar bens de consumo para importar bens de capital.
Qual foi o papel das políticas do governo na promoção da industrialização, segundo a ótica da industrialização intencionalmente promovida por políticas governamentais?
A ótica das políticas governamentais defende a importância das políticas fiscais (subsídios e incentivos), comerciais (restrições aduaneiras e políticas tarifárias) e monetárias (facilitação do crédito) no desenvolvimento industrial.