Esquizofrenia Flashcards
Diagnóstico
A - Dois ou mais dos seguintes critérios por pelo menos 1 mês:
- Delírios
- Alucinações
- Discurso desorganizado
- Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico
- Sintomas negativos
B - Os sintomas devem ocasionar prejuízo funcional.
C - A + B causam prejuízos por, ao menos, 6 meses.
Excluir outros transtornos de humor e uso de drogas.
Curso
- Costuma começar antes dos 25 anos, persistindo durante toda a vida.
- Afeta ligeiramente mais homens.
Inicialmente, tem-se uma fase prodrômica —> dura entre 1 a 2 anos, com alterações inespecíficas de humor e ansiedade, seguida de diminuição da volição, isolamento social e alterações cognitivas, ansiedade, depressão, despersonalização, descuidos com a aparência.
- Fase psicótica —> pode se iniciar de forma abrupta ou insidiosa e é dividida em fase aguda (sintomas psicóticos floridos), de estabilização (ocorre após o tratamento) e fase estável (presença de sintomas residuais).
Prognóstico
- Bom: fator desencadeador identificado, desempenho social prévio adequado, casamento e filhos, sem agressividade, sintomas típicos de depressão, início súbito.
- Ruim: sem fator desencadeador, desempenho social prévio inadequado, sintomas negativos proeminentes, com agressividade, início lento, baixo suporte familiar e social.
Sintomatologia
Sintomas positivos: delírios, alucinações, agitação psicomotora.
Sintomas negativos: discurso pobre, isolacionismo, apatia, embotamento do afeto.
Subtipos
Paranoide: delírios, geralmente persecutórios, alucinações auditivas. Perturbações de afeto e sintomas catatônicos são discretos.
Hebefrênica: perturbação intensa do afeto, tendo o comportamento infantilizado e pueril. Costumam apresentar atitudes sem objetivo, maneirismos, isolacionismo social, abandono do autocuidado e sintomas negativos proeminentes.
Catatônica: variação intensa da psicomotricidade do paciente, que pode ir de completo estupor à hipercinesia. Eles podem se sujeitar a posições pouco anatômicas e desconfortáveis por horas (travesseiro psíquico). Ainda pode haver momentos de franca agitação com agressividade.
Tratamento
- Monoterapia de 4 a 6 semanas com atípico (Quetiapina, aripiprazol, amisulfarida, olanzapina, risperidona ou ziprazidona) se não disponível —> tratamento com típico (haloperidol, clorpromazina).
- Psicose persiste após ajuste da dose —> sim —> monoterapia por 4 a 6 semanas com um segundo atípico ou com outro típico —> se persistir, utilizar 6 meses de clozapina até 900 g/dia, se não —> tratamento de manutenção.
- Psicose não persiste após ajuste de dose —> manutenção.
Outros tratamentos: psicoterapia, terapia ocupacional e psicossociais.
Tratamento de manutenção
- Os sintomas estão em remissão ou atenuados, especialmente os sintomas negativos que costumam ter uma resposta pobre ao tratamento e não desaparecer por completo.
- Tem como objetivo evitar a ocorrência de novos surtos e proporcionar melhor qualidade de vida.
- A duração é cerca de 2 anos para pacientes que sofreram episódio agudo.
- A partir do segundo surto —> manter por pelo menos 5 anos (evitar novos episódios que tendem a ser mais debilitantes e difíceis de serem tratados).
Transtorno esquizofreniforme
- É um meio termo entre transtorno psicótico breve, que dura 30 dias, e a esquizofrenia que é diagnosticada a partir de 6 meses.
- 80-90% dos pacientes serão esquizofrênicos em até 2 anos.
- Mesmo tratamento da esquizofrenia.
Transtorno esquizoafetivo
- Síndrome que mistura sintomas de esquizofrenia e transtornos do humor.
- Tais pacientes podem flutuar rapidamente entre sintomas esquizofrênicos e transtornos de humor.
- Há uma dúvida se esses pacientes são esquizofrênicos que apresentam transtornos de humor ou se são pacientes que possuem transtornos de humor e apresentam sintomas psicóticos clássicos.
- Tratamento se baseia nos sintomas mais debilitantes, podendo ser uma associação entre antipsicótico e estabilizador do humor ou antidepressivo.
Transtorno psicótico breve
- Pelo menos 1 sintoma psicótico que dura até 30 dias.
- Ocorre uma melhora completa do indivíduo ao seu estado pré-mórbido em até 30 dias.
- Metade de tais pacientes evoluirão com esquizofrenia, TAB ou TDM.
- Tratamento: antipsicóticos, utilizar benzodiazepínico em caso de agitação ou ansiedade. Deve-se manter o tratamento por 12 meses após a resolução dos sintomas.
Transtorno delirante persistente
- Delírio é a principal alteração psicopatológica.
- Paciente permanece com sua funcionalidade razoavelmente mantida, assim como suas funções cognitivas preservadas.
- Não apresenta alucinações, nem comportamento desorganizado.
- Não atinge os critérios para esquizofrenia ou transtorno do humor.
- Tratamento: antipsicóticos + suporte psicoterápico.
Definição
- Transtorno psiquiátrico crônico e de grave prejuízo funcional
- Prejuízo do funcionamento social é um componente da essencial
- Combinação de múltiplos sintomas psicóticos (delírios, alucinações e desorganização) e disfunções motivacionais e cognitivas.
- Responsável pelos maiores gastos em saúde pública mental.
Epidemiologia
- A doença costuma surgir 10 anos antes nos homens, em relação às mulheres
- A mortalidade é 2x maior e tem 10x mais chance de ocorrer suicídio
- Raramente ocorre antes dos 10 anos e depois dos 60 anos (extremos).
Fatores de risco
- Infecções pré-natais: influenza, gripe asiática, rubéola
- Abuso de substâncias: anfetaminas, metanfetaminas, maconha
- Migração
- Trauma na infância
Nova classificação
- Dimensão positiva: sintomas relacionados à distorção da realidade, como delírios e alucinações (crenças erradas com alto grau de convicção, delírios de autorreferência, alterações da sensopercepção).
- Dimensão negativa: estreitamento ou redução emocional - embotamento afetivo (diminuição da fala, semblante pouco expressivo, retraimento social, dificuldade para realizar trabalhos).
- Dimensão desorganizada: alterações de discurso e comportamento (descarrilamento de ideias, tangencialidade, salada de palavras, comportamentos inadequados, agitação psicomotora imprevisível).
- Dimensão de alterações de humor: sintomas depressivos, ansiosos ou de euforia (podem ocorrer mesmo depois da remissão da doença).
- Dimensão cognitiva: deterioração da inteligência e das funções cognitivas (vozes que comandam, vozes que depreciam, sonorização do pensamento, percepção delirante).