entrevista de emprego Flashcards
Por que você está interessado em trabalhar aqui?
Então… é uma convergência de fatores:
- Primeiro, minha trajetória em marketing de conteúdo e comunicação sempre esteve muito conectada ao universo B2B. Tive a oportunidade de criar diversas estratégias de Conteudo para empresas B2B e de desenvolver materiais de sales enablement para clientes, como Siemens, Salesforce e Gerdau.
E embora não tenha trabalhado diretamente na construção e desenvolvimento de produto dessas marcas, era essencial entender o modelo de negócio delas e traduzir isso em comunicação. Isso me ajudou a adquirir um vocabulário técnico e a compreender as necessidades desses negócios de forma aprofundada. Acredito que essa experiência pode ser muito relevante para a Meetime, o que me deixou bastante animada com a oportunidade.
Além disso, me sinto tecnicamente preparada para os desafios da vaga, pois já tenho experiência em produto. Participei de toda a construção de um sistema de gestão de pacientes raros, o que envolveu não só o entendimento de jornadas e processos complexos, mas também a aplicação prática de conceitos que venho estudando na área de product management.
- Segundo, sou muito interessada pela proposta de produto da Meetime. Trabalhar com um produto data-driven é algo que realmente me motiva. Embora não seja uma especialista de dados, venho treinando meu olhar analítico ao longo dos anos e sempre recebi feedbacks positivos sobre minha capacidade de aplicar uma visão de dados em diversas situações, mesmo em entregas muito criativas. Já treinei outros profissionais de conteúdo a adotar uma abordagem data-driven, e participei da construção de rotinas analíticas para diversos clientes nas agências por onde passei. No meu trabalho mais recente, inclusive, ajudei a desenvolver um produto para uma ONG que coleta dados de pacientes com uma doença rara. Ao lado de um cientista de dados, modelamos a arquitetura de dados para que a aplicação não apenas facilitasse o atendimento da ONG, mas também otimizasse a coleta de dados sobre a doença no país.
- Por fim, a cultura de trabalho da Meetime também é um grande atrativo para mim. Valorizo ambientes que promovem autonomia, ao mesmo tempo que mantêm uma forte visão de ambiente colaborativo. O modelo remoto, embora não seja o principal fator para mim nessa vaga, também é algo que já pratico há anos e aprendi a me organizar e manter um alto nível de produtividade nesse formato. Saber que vocês também prezam por esse ambiente e que têm um foco no cuidado das pessoas só aumentou meu interesse pela vaga.
O que você gosta no produto da empresa?
De cara, eu diria que a interface da Meetime me chamou atenção por ser aparentemente muito amigável. Eu Imagino que a curva de aprendizado e o onboarding do usuário sejam rápidos. Então, mesmo eu, que tive contato com o Meetime Flow apenas por meio da vaga, achei a experiência intuitiva e positivamente simples.
Além disso, eu acredito muito no propósito do produto de unir dados com a otimização de processos operacionais, esse é exatamente o tipo de desafio de produto que me motivaria. Eu acredito profundamente que ter uma visão analítica é crucial pra simplificar e agilizar o trabalho das pessoas. E esse foco em produtividade e eficiência é fundamental em um ambiente de Inside Sales, onde a dinâmica de prospecção e gestão de leads exige uma boa organização e controle de tempo.
E também, olhando as avaliações dos usuários, eu vi comentários sobre como a plataforma reduziu o lead time, além de como os times de pré-vendas destacaram a facilidade da plataforma. Isso me indica que a ferramenta realmente contribui para otimizar a rotina das equipes. Esses fatores tornam a Meetime um produto realmente interessante para mim e alinhado ao que acredito ser o papel de um bom produto: resolver problemas reais de forma prática e eficiente.
O que você melhoraria no produto?
Embora eu ainda não tenha tido acesso suficiente ao produto para sugerir melhorias muito específicas, tive a oportunidade de ler avaliações de usuários e alguns pontos de melhoria que me chamaram a atenção incluem:
1) Funil de vendas em Kanban ou estrutura semelhante: Isso poderia ajudar a visualizar melhor a jornada do lead em cada etapa, proporcionando um acompanhamento mais claro e uma melhor gestão do processo de vendas.
2) Priorização das atividades na execução das cadências: Alguns usuários mencionaram que cadências com leads com os quais já houve interação precisam de um filtro de priorização mais claro. Isso garantiria que leads mais quentes ou com maior potencial de conversão recebessem mais atenção, o que poderia otimizar o tempo da equipe.
3) Gráficos e relatórios: Uma exploração mais aprofundada dos gráficos e relatórios poderia tornar os dados mais úteis para os gestores, permitindo uma visão mais estratégica das métricas e facilitando a tomada de decisão.
E porque você decidiu fazer a transição para area de produto
Eu diria que minha transição para produto foi um processo bem natural… Eu comecei minha carreira como jornalista, trabalhando com conteúdo para revista impressa, depois fui para o digital, e aos poucos fui me especializando em conteúdo para redes sociais, sempre trazendo em cada etapa um novo nivel de complexidade para o meu trabalho. Aí, quando fui para as agências e passei a trabalhar diretamente com marcas, percebi que meu interesse tava mudando. Eu realmente gostava de entender o negócio como um todo, saber como diferentes áreas funcionavam e como o marketing de conteúdo poderia ser mais estratégico, como os dados que eu levava de midia impactariam no desafio de negocio trazido pelo cliente… Então, foi um pouco aí que minha curiosidade foi me levando para um caminho novo, mas eu ainda não sabia qual era esse caminho.
Eu também tive contato com algumas pessoas da área de produto, e elas sempre diziam que eu tinha o perfil, mas eu ainda não sabia muito bem o que significava ser Product Manager. E a virada aconteceu quando trabalhei em um projeto de produto, criando uma estratégia de listening e monitoramento de marca focada em insights para o produto. Tive um contato mais proximo com a área de produto nessa entrega e foi ali que percebi que era exatamente isso que eu queria fazer.
Quando cheguei na Alemanha, decidi dar foco nessa mudança de carreira. Passei a trabalhar como freelancer, comecei a aprender programação e, embora eu tenha entendido muito rapidamente que programação não era meu caminho, percebi que poderia usar esse conhecimento para me preparar para a transição para produto.
E depois disso, eu comecei a estudar tudo sobre o universo de produto: fiz cursos, li livros, ouvi podcasts… e cada vez mais me via nesse papel de conexão entre o negócio, a tecnologia e os usuários. Eu realmente gosto dessa intersecção e da possibilidade de interagir com profissionais de perfis tão diferentes, alem de toda a missão de traduzir a necessidade do usuario em solucões viaveis.
Você se sente confortável trabalhando em um ambiente de ritmo acelerado?
Sim, acredito que minhas experiências passadas foram principalmente em ambientes de ritmo acelerado que exigiam organização eficaz e alta adaptabilidade. Trabalhei em um portal de notícias onde nosso plano editorial mudava diariamente, e, consequentemente, meu trabalho como gerente de mídias sociais também se ajustava. Também trabalhei em três agências de comunicação, onde gerenciava um portfólio extenso de clientes e precisava atuar de forma intensiva em várias frentes ao mesmo tempo. Aprendi não apenas a sobreviver em tais ambientes, mas também a prosperar neles. Por exemplo, tive a oportunidade de testar, iterar, corrigir erros e me envolver com novas tecnologias e ferramentas. Então, eu diria que sim, me sinto muito confortável trabalhando em um ambiente de ritmo acelerado.
Quais são alguns dos seus maiores pontos fortes como Product Manager Júnior?
Acredito que meu maior ponto forte é a empatia, no sentido de entender ambientes e as pessoas, de observar situações, de tentar calçar o sapato do outro para entender contextos diferentes do meus. Ainda como jornalista e não só como jornalista, mas também como produtora de conteudo para marcas, eu aprendi a deixar minhas próprias convicções de lado e me colocar no lugar de outras pessoas, seja representando uma marca em uma comunicação ou fazendo a ponte entre informações super técnicas de um especialista com leitores de uma revista, deixando suas opiniões e maneirismos de lado. Quando eu passei a atuar como PO, eu vi que essa habilidade me foi muito util, especialmente nas entrevistas de usuario durante o discovery
Em segundo lugar, eu tenho uma grande paixão por aprender. Nunca parei de estudar, de testar novas ideias e descobrir novas ferramentas pra otimizar o meu trabalho. Eu sou uma profissional que não tem medo do novo, que sabe se adaptar e aprender algo pela primeira vez.
Por fim, reconheço que sei me adaptar facilmente. Já gerenciei equipes com perfis diversos, incluindo vários níveis de senioridade. Trabalhei de perto com todos, desde o CEO até estagiários de produção de conteúdo, além de clientes e a equipe de vendas. Essa experiência me ajudou a desenvolver a capacidade de ajustar meu estilo de comunicação e entender como posso contribuir em diferentes áreas, reconhecendo a importância de cada stakeholder em cada aspecto do meu trabalho.
O que eu procuro numa empresa?
Procuro um ambiente que tenha um bom equilíbrio entre autonomia e colaboração, onde o aprendizado contínuo seja incentivado. Valorizo empresas que apoiam o crescimento dos colaboradores, com processos claros e feedbacks construtivos, ajudando a pessoa a evoluir na carreira.
Quero também poder contribuir para o desenvolvimento do produto, sentindo que meu trabalho realmente faz a diferença. E, claro, um lugar onde as pessoas possam discordar de forma respeitosa, com foco no objetivo comum de melhorar o que estamos criando.
Como eu me mantenho atualizado sobre a profissão?
Sou bastante fã de newsletters e podcasts. Assino a Lenny’s Newsletter e a Mind the Product, que são fontes ótimas de conteúdo sobre produto. Além disso, continuo me aprofundando em cursos da PM3 e acompanho o Mesa de Produto, o podcast deles, que traz entrevistas interessantes com profissionais da área. Também ouço o Product’s Guru, que, apesar do nome em inglês, é um podcast brasileiro que fala bastante sobre inovação, tendências e o mercado como um todo.
Como você lida com a pressão?
Depois de uma longa estadia em agências de comunicação e publicidade, eu aprendi que a melhor maneira de lidar com pressão é entender como priorizar. Então quando eu estou em situações de alta demanda, eu procuro me manter organizada, dividir o trabalho em etapas e focar no que é mais urgente e relevante no momento. Acredito que manter a calma e ter uma comunicação clara com as pessoas envolvidas ajuda bastante a minimizar o impacto da pressão.
Conte-me sobre alguma vez em que foi além e também abaixo do que era esperado para um projeto.
“Exceder:
Em uma das agências que passei, criei um dashboard em parceria com a minha area de redes sociais e midia paga para um cliente que queria ter uma integração entre as duas frentes. Isso não estava no escopo e eu precisei usar mais recursos em horas do que foi vendido, mas automatizou tanto os processos que o modelo acabou sendo reproduzido em outras contas. Na epoca eu até desenvolvi um workshop interno para treinar profissionais de redes sociais a usar o dashboard e interpretar corretamente os dados.
Abaixo:
Eu acho que houve um momento no discovery que eu realizei, em que eu priorizei muito algumas entregas que não deveriam ter sido impedimentos para dar sequencia e etapa de desenvolvimento. Uma delas foi a construção da documentação técnica, eu acho que seria muito util sim antes do inicio do desenvolvimento ter a arquitetura inicial, design do sistema que seria feito no mvp e definir alguns fluxos de dados, componentes teécnicos e funcionalidades essenciais. mas eu foquei tanto, que eu fui muito além do que seria feito no MVP e só depois eu entendi que isso impactou um pouco no fluxo, hoje eu faria diferente.”
Qual foi o feedback mais duro que você recebeu?
Assim que me tornei gestora, eu ainda tinha uma visão muito tática do meu papel, eu antecipava demandas que deveriam ser do meu time por vê-los sobrecarregados, isso consequentemente me sobrecarregava. Eu entendia que aquilo era parte do meu papel, até receber o feedback de um desses analistas do meu time, que me apontou, de maneira muito inteligente, que eu perdia muito tempo desafogando demandas e menos realmente cumprindo algumas funções que o meu cargo pedia, como investigando essa sobrecarga ou até desenvolvendo mais o time para otimizar os processos. Foi um feedback difícil porque me mostrou que eu estava usando os meus esforços em algo que não gerava o real resultado que eu desejava conseguir.
Onde você se vê em cinco anos?
Daqui a cinco anos, espero já ter uma carreira consolidada em produto, assumindo desafios maiores e tendo um impacto real na evolução de um produto que ajude as pessoas no dia a dia. Quero estar em um time bacana, colaborativo. Espero ter aprofundado ainda mais minha visão estratégica, tomado decisões que geraram valor para o negócio e, quem sabe, até ter mentorizado outras pessoas que estão começando na área, da mesma forma que muita gente me ajudou nessa transição.
Conte-me sobre alguma vez em que discordou do seu chefe.
Eu tive uma chefe que ja foi a minha chefe em diferentes agencias, acho que eu já trabalhei com ela umas 3x. Nós sempre tivemos uma visão oposta sobre decisões operacionais, como eu estava mais próxima do time, eu era mais conservadora quando se tratava de assumir mais demandas. E como ela me conheceu quando eu era uma analista, eu sentia que ela não confiava muito no meu julgamento quando se tratava dessas decisões operacionais. Um dia eu tive uma conversa muito dificil com ela em que eu, com muita dificuldade, pontuei isso e disse que ela precisava confiar mais em mim porque eu já era mais experiente do que quando ela me conheceu. A partir dai, nossas conversas sobre abraçar novas demandas ficou mais fluida e eu tive o cuidado de sempre levantar os motivos quando eu entendia que determinado projeto precisaria de mais pessoas do que ela inicialmente previa, nessas situações eu tentava deixar de lado a minha opinião e trazer a alocação por horas do pessoal envolvido, para que ela também se sentisse mais segura.
Conte uma decisão difícil que precisou tomar e quais foram seus critérios.
Eu acho que foi a minha decisão de mudança de carreira. Eu já estava em posicões de liderança, quando eu decidi realmente mudar, eu era gerente de uma area e eu percebi que apesar de ter um salario bacana e estar cumprindo bem o meu papel, o meu processo automotivador estava cada mais afetado, eu já tinha vontade de mudar para produto, mas eu não conseguia ter tempo de fazer essa movimentação. Então quando nos mudamos para a alemanha, eu aproveitei que o meu mundo já estava virando de cabeça para baixo e abracei esse desafio também. Então eu primeiro fiz um planejamento financeiro com o meu marido, nós conversamos sobre como nos organizarmos e dei alguns passos para trás na minha carreira. Eu passei a trabalhar como freelancer, muito como consultora, então eu fazia estratégias de conteudo, de influenciadores, de lançamento de produtos, mas eu passei também a atuar como social media, como no inicio da minha carreira ou jornalista, produzindo conteudo. Foi desafiador no começo, mas eu rapidamente me adaptei e eu senti que era o que eu precisava para começar a me movimentar em prol da minha mudança de carreira.
Fale um pouco sobre o que você sabe a respeito de product analytics
Product Analytics é essencial para entender como os usuários interagem com um produto e tomar decisões mais estratégicas. Basicamente, envolve coletar e analisar dados para otimizar métricas como engajamento, retenção e conversão. Ferramentas como Amplitude, Mixpanel e Google Analytics são bem comuns nesse processo.
No meu caso, eu tenho familiaridade com análise de dados, já trabalhei com métricas de marketing e produto, além de ter conhecimento em SQL. Acho super interessante como os dados ajudam a identificar oportunidades de melhoria e validar hipóteses antes de investir em novas features ou mudanças no produto.
Como você lida com mudanças de escopo durante o desenvolvimento de um produto?
Entendo que mudanças de escopo são inevitáveis, especialmente em ambientes ágeis. No projeto do webapp, por exemplo, durante o desenvolvimento do MVP, um novo requisito regulatório surgiu, exigindo a inclusão de um módulo de consentimento de dados. Para lidar com isso, reavaliei o backlog em conjunto com os stakeholders, priorizando essa funcionalidade com base no impacto crítico para a conformidade legal. Redistribuí tarefas não essenciais para sprints futuras e mantive uma comunicação transparente com o time sobre os ajustes. Essa flexibilidade garantiu que o produto fosse lançado dentro do prazo, sem comprometer a qualidade ou a experiência do usuário.
Como você trabalha com equipes multidisciplinares para garantir a entrega de um produto de qualidade?
Utilizo uma abordagem baseada em impacto e esforço. No webapp, por exemplo, os médicos pediam uma funcionalidade de exportação de dados em PDF, mas o desenvolvimento demandaria 3 sprints. Ao analisar os dados de uso, percebi que 80% dos usuários preferiam visualizar os dados diretamente na plataforma. Priorizei, então, melhorar a visualização em tempo real e adiei a exportação para uma versão futura, liberando recursos para otimizar o fluxo de registro de pacientes – uma demanda crítica com maior retorno. Para decisões como essa, sempre equilibro feedback qualitativo (entrevistas) com dados quantitativos (taxas de uso).