Endócrino Flashcards
Quais as metas terapêuticas nos pacientes com DM?
(SBD 2022)
- DM1 ou DM2: HbA1c <7 / GJ e pré prandial 80-130 / 2h pós prandial <180 / ao deitar 90-150
- Idoso saudável: HbA1c <7,5 / GJ e pré prandial 80-130 / 2h pós prandial <180 / ao deitar 90-150
- Idoso comprometido: HbA1c <8,5 / GJ e pré prandial 90-150 / 2h pós prandial <180 / ao deitar 100-180
- Idoso muito comprometido: evitar sintomas de hiper/hipoglicemia / GJ e pré prandial 100-180 / ao deitar 110-200
- Criança e adolescente: HbA1c <7 / GJ e pré prandial 70-130 / 2h pós prandial <180 / ao deitar 90-150
Quais são os efeitos da metformina?
Efeitos (não age no pâncreas - não causa hipoglocemia):
Redução da gliconeogênese
Diminuição da resistência periférica à insulina, em tecido muscular e adiposo
Redução de transaminases na doença hepatica gordurosa não alcoolica (mas não há melhora histopatológica, diferente da pioglitazona)
Redução da glicemia de jejum em 60 – 70 mg/dL, em dose máxima
Redução dos níveis de HbA1c em 1,5 - 2%
CI de iSGLT-2.
Dapagliflozina: TFG < 25 mL/min/1,73m2;
Canagliflozina: TFG < 45 mL/min/1,73m2;
Empagliflozina:TFG < 30 mL/min/1,73m2.
OBS.: A canagliflozina está em desuso, após evidências demonstrarem o aumento do risco de amputação.
Como é realizado o tratamento de paciente diabético assintomático e sintomático?
ASSINTOMÁTICOS:
HbA1c<7,5: metformina
HbA1c 7,5-9: metformina + AD
HbA1c >9: terapia dupla ou insulina
*reavaliar em 3 meses
SINTOMÁTICOS HbA1c>9: insulina
Para pcts com DCV: metformina + GLP-1 ou iSGLT-2
Quais são as insulinas de ação rápida e ultrarrápida?
Ação rápida: regular. Início: 30 – 60 minutos (aplicar 30 minutos antes da refeição). Pico: 2 – 3 horas. Duração: 8 – 10 horas (pior porque fica mais tempo no organismo e pode provocar hipoglicemia).
Ação ultrarrápida: Lispro, Aspart, Glulisina. Início: 5 – 15 minutos (melhor porque da para aplicar logo antes da refeição). Pico: 30 – 90 minutos. Duração: 4 – 6 horas.
Quais são as insulinas de ação intermediária, lenta e ultralenta?
Ação intermediária: NPH (leitosa). Início: 2 – 4 horas. Pico: 4 – 10 horas. Duração: 12 – 18 horas.
Ação lenta: Glargina U-100, Glargina U-300 e Detemir. Início: 2 horas. Pico: não há pico (menos risco de hipogli). Duração: Glargina U-100: 24 horas. Glargina U-300: 36 horas. Detemir: 18 – 20 horas.
Ação ultralenta: Degludeca. Início: 30 – 90 minutos. Pico: não há pico. Duração: 36 – 42h.
Como iniciar insulinoterapia em DM1 ou após recuperação de CAD?
0,5 - 1,0 UI/kg/dia no total. Após esse período, manter com 0,4-0,6 UI/kg/dia. Na puberdade aumenta a resistência insulínica. Logo, é necessário aumentar a dosagem para 1,2 - 1,5 UI/kg/dia.
O início deve ser realizado com a dose total diária (DTD) 50% basal (NPH 2/3 antes do café da manhã e 1/3 antes do jantar) + 50% bolus (regular/ultrarrápida - divisão antes das refeições principais (café, almoço e jantar) e contagem de carboidratos)
*Se o basal for com Glargina/Degludeca, a aplicação é 1x/dia antes do café da manhã ou jantar
Como iniciar insulinoterapia em DM2?
NPH ou análogo de ação longa;
Normalmente, em dosagem da 10 UI (bed time, ou seja, às 22h) ou 0,1 UI/kg;
Demais doses serão ajustadas conforme a demanda.
Deve-se suspender o uso de secretagogos
Quais as possíveis explicações de hiperglicemia ao acordar em pacientes diabéticos em uso de insulina? Como diagnostica e tratar?
Efeito Somogyi: hipoglicemia durante a madrugada que leva à pico de hiperglicemia pela manhã (mecanismo compensatório). Pode vir com despertar e sintomas da madrugada. Tratamento: redução da dose de insulina NPH ou lenta, pela noite; mudar NPH para mais tarde (pico durante a hiperglicemia); ou fornecer mais alimentos na hora de deitar.
Fenômeno do alvorecer: Glicemias normais de madrugada e altas ao despertar. Tratamento: aumento da insulina NPH ao deitar OU bomba de infusão, com aumento da insulina basal entre 5 – 8 horas da manhã.
Cite os hormônios contra insulínicos:
GH, cortisol, glucagon, catecolaminas e tiroxina.
Rastreio de DM:
Pacientes sintomáticos: polifagia, poliúria, polidipsia, perda de peso, vulvovaginites de repetição e disfunção erétil
Pacientes assintomáticos: todos > 45 anos ou < 45 anos, se IMC >ou= 25kg/m2 +
● Sedentarismo
● HF em parentes de 1º grau
● História de macrossomia fetal ou DMG
● HAS
● DCV
● Dislipidemia
● Intolerância à glicose
● SOP
● Esteatose hepática
Se resultado normal, repete em 3 anos. Mas se FR+, 1/1a
Pacientes transplantados. Incidência:
● Pós-transplante renal 5% em 01 ano.
● Pós-transplante hepático 18% em 01 ano.
Paciente tem que ter tido alta hospitalar e vir em desmame do esquema de imunossupressão. Não utilizar HbA1c no 1º ano pós-transplante pois pode ser um valor subestimado.
Rastreamento deve ser realizado em todo paciente candidato a transplante: GJ e/ou TOTG 75g semanal no 1º mês de transplante, depois no 3º, 6º e 12º mês pós-transplante, e após um ano do transplante podemos realizar anualmente
Classificação da retinopatia diabética?
RD não proliferativa leve: somente microaneurismas
RDNP moderada: não grave
RDNP grave: 1 achado= hemorragia nos 4 quadrantes; dilatações venosas em >=2 quadrantes; alterações vasculares intrarretinianas
RDNP muito grave: 2 achados
RD proliferativa: presença de neovascularização
Outros achados: hemorragia em vela, exsudatos duros, manchas algodonosas, loop venosa; edema de mácula (marcador de gravidade)
Qual o tratamento da retinopatia diabética?
Fotocoagulação a laser; antiangiogênicos e esteroides intravítreos (adjuvantes); vitrectomia (hemorragias vítres de longa duração)
Como é realizado o diagnóstico e tratamento de neuropatia diabética?
O diagnóstico é de exclusão. Trata-se a partir do controle da dor neuropática
● Anticonvulsivantes: gabapentina, pregabalina e carbamazepina
● Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina: duloxetina e venlafaxina.
● Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina e nortriptilina.
Qual o corte de HbA1c para realização de cirurgia eletiva?
8%