DRGE e megaesôfago Flashcards
O que é DRGE?
Doença do refluxo gastroesofágico. O refluxo é fisiológico, a doença ocorre quando ele causa sintomas (pirose, regurgitação, tosse seca) e/ou complicações (úlceras, erosões, estenose)
Disposição da musculutatura
Presença de musculatura circular e longitudinal
1/3 superior - estriada
2/3 inferiores - lisa
Componentes do EEI
Hiato diafragmatico
Junção esofago-gástrica - mudança de epitelio e hipertrofia
Se EEI incompetente: hernia de hiato
Fatoes que induzem o refluxo (mecanismos antirrefluxo alterados)
• Relaxamento do EEI: ocorrência de hérnia hiatal (protusão do estômago) que, estando no tórax, torna mais fácil o refluxo do conteúdo gástrico para o estômago;
OBS: nem sempre a pessoa com hérnia de hiato terá refluxo pode não ter sintomas, pois tem uma dieta balanceada, não deita após as refeições…
• Motilidade gástrica alterada;
• Hiperprodução ácida pelo estômago;
• Redução da produção de saliva ou desidratação;
• Diminuição do “clareamento” esofágico: ocorre quando o esôfago tem uma peristalse alterada, o que dificulta a passagem da comida pelo esôfago. O esôfago possui um movimento de peristalse de cima para baixo, no qual ocorre contração e relaxamento da musculatura, fazendo com que a comida seja empurrada para baixo, junto com a saliva e com a água. Quando esse mecanismo não é organizado, a comida fica “impactada”, dando a sensação de “bolo”, o que favorece o refluxo;
• Decúbito dorsal após as refeições;
• Gestação.
Quadro clínico da DRGE
Variado - sujeito a acomodação do paciente
• Danos ao esôfago: esofagite de refluxo, estenose, esôfago de Barret e adenocarcinoma esofágico;
• Manifestações digestivas: pirose, regurgitação, azia, hipersalivação, disfagia; anemia não esclarecida (decorrente de micro-erosões que provocam pequenos sangramentos, muito comum no idoso), “non cardiac chest pain” (diagnóstico diferencial de IAM, principalmente em jovens);
• Manifestações extradigestivas:
Associações bem estabelecidas: tosse espasmódica, pigarro, asma (muito associada ao refluxo, principalmente em crianças), lesões dentárias (dente amarelado, com resíduo), rouquidão (edema nas cordas vocais), lesões em cordas vocais, pólipo de corda vocal (crescimento hiperplásico, pois há uma constante tentativa de recuperação da lesão), laringite crônica;
Possíveis associações: faringite, sinusite, broncopneumonia, fibrose pulmonar idiopática, otites recorrentes (principalmente em crianças até 12 anos).
Como é formada a estenose esofágica?
o calibre esofágico vai diminuindo. São percebidas áreas de fibrina e um anel fibrótico, por conta do constante refluxo, que leva a lesão/cicatrização. Como não tem elasticidade nesse segmento do esôfago, é necessario dilatar.
Classificação endoscópica de Savary-Miller
Classificação da esofagite a partir da erosão
Grau I - erosões isoladas
Grau II - erosões confluentes
Grau III - erosões circunferenciais
Grau IV - Complicações como úlcera, estenose ou Barret
O que é esôfago de Barret?
Substituição do epitélio escamoso para colunar simples
Uma metaplasia
Como é feito o diagnóstico de Barret?
EDA + biopsia
Diagnostico citopatológico
Outros testes para avaliar DRGE
EREED - estudo radiológico do esôfago
Phmetria de 24horas
Manometria - estuda a força do esôfago de contrair, manter a peristalse e vencer o EEI.
Cintilografia - crianças
Alterações comportamentais do tratamento
MEV - elevar a cabeceira da cama a 30o, evitar deitar após as refeições, perder peso (obesos), cessar/reduzir tabagismo e etilismo, evitar alimentos gordurosos, café e chocolate;
Tratamento medicamentoso - opções
• Medicamentos que reduzem a pressão no EEI: teofilina, anticolinérgicos, bloqueadores dos canais de cálcio;
• Terapia antissecretora (inibidora da acidez):
Anti-histamínicos: cimetidina, ranitidina, famotidina, nizatidina;
Inibidores da bomba de prótons (IBP): omeparol, lansoprazol, rabeprazol, pantoprazol, esomeprazol cada tipo tem uma eficácia diferente; quanto mais caro, melhor a tecnologia envolvida.
• Procinéticos: medicamentos que aumentam a motilidade gástrica, para o esvaziamento gástrico ser mais rápido, evitar o refluxo e a sensação de empachamento ser menor metoclopramida, bromoprida, domperidona;
Terapêutica combinada mais utilizada
IBP + Procinéticos
Indicações do tratamento cirúrgico
- Instabilidade clínica/opção do paciente;
- Complicações da DRGE: úlcera esofágica, estenose, sangramento, esôfago de Barret (necessidade de manutenção prolongada e incidência de adenocarcinoma);
- Manifestações pulmonares/OTR refratárias;
- Hérnia hiatal com deslizamento > 2cm;
- Sintomas extradigestivos: difícil controle clínico, necessidade de manutenção prolongada do controle, alterações respiratórias (asma, tosse crônica e ITR), laringite crônica (associação com câncer), rouquidão, lesões em cordas vocais, otites, cáries.
Contra indicações do tratamento ciruigico do DRGE
- Esclerodermia;
- Espasmo esofagiano difuso: descontrole da peristalse do esôfago só dá diagnostico com a manometria;
- Acalasia;
- Barret de alto grau;
- Neoplasia.