DPOC - GOLD 2019 Flashcards

1
Q

Definição de DPOC

A

Doença comum, prevenível e tratável, caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação ao fluxo aéreo, que é devido a alterações nas vias aéreas e nos alvéolos causadas por exposição significativa a partículas e gases nocivos.

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2
Q

Quais são as diferenças básicas entre asma brônquica e DPOC?

A

Na asma, a inflamação das vias aéreas é reversível com o tratamento e se manifesta com hiper-reatividade brônquica, justificando o caráter variável e episódico dos sintomas.

Na DPOC, a inflamação das vias aéreas possui um significativo componente irreversível, constituído por espessamento inflamatório e fibrose da parede dos brônquios distais e dos bronquíolos. Outra característica da DPOC, ausente na asma, é o componente de lesão do parênquima pulmonar, que caracteriza o enfisema pulmonar. Há menos inflamação e mais FIBROSE

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3
Q

A DPOC possui três componentes patológicos:​

A
  • Bronquite obstrutiva crônica (componente brônquico)
  • Doença de pequenas vias aéreas (componente bronquiolar)
  • Enfisema pulmonar (componente parenquimatoso)

O predomínio de cada um desses três elementos varia de um paciente para outro, mas a maioria apresenta sinais de coexistência de todos eles.

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4
Q

Fator de risco para DPOC

A

Responsável por 85% dos casos de DPOC no Mundo.

CIgarro, cachimbo, naguilé e maconha

  • Suscetibilidade genética à doença
  • Poluição domiciliar (ex.: fogão à lenha)
  • Deficiência de alfa-1-antitripsina
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5
Q

É causa de doença pulmonar obstrutiva crônica não relacionada ao tabagismo:

a) Sarcoidose.
b) Deficiência de alfa-1-antitripsina.
c) Exposição à sílica.
d) Infecção a Necator americanos.
e) Pneumonia comunitária.

A

Alternativa B correta.

A deficiência de alfa -1-antitripsina afeta os pulmões, o fígado e, raramente, a pele. Nos pulmões a doença se manifesta basicamente através de enfisema, que apesar de possuir várias características em comum com o enfisema causado pelo tabagismo, diverge deste último por dois pontos: início em adultos jovens e predomínio nas bases pulmonares.

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6
Q

Homem, 38 anos, fumante dos 20 aos 30 anos, 7 cigarros/dia, apresenta dispneia aos grandes esforços. Nega tosse e expectoração. O exame físico é normal. Duas espirometrias sequenciais mostram VEF1 de 1.500 ml (64% do previsto) e relação de VEF1/CVF < 70%. O radiograma de tórax evidencia enfisema pulmonar com predomínio em bases pulmonares. Qual é a conduta diagnóstica mais recomendada?

a) Avaliar níveis sorológicos de alfa-1-antitripsina.
b) Solicitar ecocardiograma transesofágico.
c) Avaliar concentração de CO no ar exalado.
d) Solicitar estudo angiotomográfico computadorizado de tórax.
e) Solicitar gasometria arterial.

A

Resposta certa: A.​

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é incomum em pacientes jovens (idade < 50 anos), principalmente naqueles que apresentam “carga tabágica” baixa (< 20 maços/ano – a carga tabágica deste paciente é de apenas 7 maços/ano). Quando um paciente de baixo risco apresenta indícios claros de DPOC (particularmente na forma de um enfisema pulmonar), temos que pensar em doenças associadas, com destaque para a famosa deficiência de alfa-1- antitripsina! Esta é uma condição genética autossômica recessiva, em que os níveis séricos da enzima alfa-1-antitripsina encontram-se abaixo de 10% do normal e, por isso, o paciente fica predisposto a uma maior ação destrutiva de enzimas proteolíticas endógenas, como a elastase secretada por macrófagos. No parênquima pulmonar, a ação da elastase, não contrabalanceada pela proteção da alfa-1-antitripsina, resulta em destruição acelerada e progressiva dos septos alveolares, justificando o surgimento muito precoce de enfisema pulmonar (fato ainda mais acelerado quando o paciente fuma). Em 10% dos casos, coexiste uma lesão hepática crônica que constitui uma causa geneticamente determinada de cirrose hepática. O rastreio diagnóstico deve ser feito pela dosagem dos níveis séricos de alfa-1-antitripsina em pacientes sob suspeita dessa doença, sendo confirmado pela pesquisa genética. O tratamento é feito com reposição intravenosa semanal de alfa-1-antitripsina.

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7
Q

Todos acontecimentos fisiopatologicos da DPOC são irreversiveis. (Verdadeiro ou Falso)

A

Falso

  • Reversível
    • ​Inflamação
    • Contração do musculo liso
    • Hiperplasia grandular
    • Hipersecreção de muco
  • Irreversível
    • ​Enfisema
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8
Q

Estereótipos da DPOC (2)

A
  • Pink Piffer (Soprador Róseo): Enfisematoso, com pouco ou nenhum componente bronquítico
    • Hipoxemia leve e pode ou não ser retentor de CO2. Como a hipoxemia não costuma ser muito grave, esses pacientes raramente evoluem com HAPulmonar e cor pulmonale.
  • Blue Bloater (Inchado Azul): predominio de bronquite crônica e intensa doença obstrutiva de pequenas vias aéreas: bronquiolite
    • Hipoxemia grave e retenção crônica de CO2. Há HAP, cor pumonale. Resultado disfunção VD, justificando o edema de MMII, além de turgência jugular, hepatomegalia e ascite.
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9
Q

O que é Cor pulmonale?

A

Cor pulmonale é a insuficiência ventricular direita decorrente de pneumopatias que possam cursar com hipertensão arterial pulmonar, como é o caso da DPOC.

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10
Q

Sintomas da DPOC

A

Sintomas da DPOC

  • Dispneia
  • Tosse crônica
  • Catarro
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11
Q

Exame físico do paciente com DPOC

A
  • O exame físico pode ser normal
  • Tórax em tonel (DPOC avançada)
  • Hipertimpanismo à percurssão
  • Expansibilidade reduzida
  • Sibilos e roncos, principalmente nas exarcebações
  • Estertores ausentes
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12
Q

Radiografia do tórax no DPOC

A

Normal, não exclui a presença de doença

  • Sinais de efisema no raio-x (em doença avançada):
    • Hiperinsuflação
    • Retificação das cupulas diafragmáticas
  • Excluir outras condições diferenciais ou associadas
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13
Q

Diagnóstico de DPOC

A
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14
Q

Confirmar o diagnóstico por meio de uma espirometria

A

Índice de Tiffeneau

VEF1/CVF pós-broncodilatador<0,70

Obs.: sabultamol 400mcg

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15
Q

Paciente 60 anos com sintomas caracteristicos de DPOC, faz espirometria

Prova broncodilatadora (PBD) é realizada com 400mcg de salbutamol ou fenoterol via inalatória, realizando espirometria 15-20min após o uso da droga.

A

Pós-Broncodilatador

  • FEV1
  • Índice de Tiffeneau < 70
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16
Q

O que é mais importante na espirometria ?

A

VEF1

  • Marcador de mortalidade
  • Usado para classificar gravidade de obstrução
  • Razoável correlação com sintomas
17
Q

Diagnóstico diferenciais de DPOC

A
  • Asma
  • Bronquiectasia
  • Tuberculose
  • TEP crônico
  • Fibrose pulmonar
  • Insuficiência cardíaca
  • Disfunção de corda vocal
18
Q

Existem duas etapas para o diagnóstico e tratamendo da DPOC

A

Etapa 1: espirometria- diagnosticar a DPOC e determinar a gravidade da obstrução do fluxo aéreo (escala GOLD 1 a 4)

Etapa 2: determinar a classificação GOLD A-D e subsequente tratamento farmacológico mais apropriado, através da avaliação dos sintomas e histórico de exacerbações (incluindo hospitalizações)

19
Q

Etapa 1 para o diagnóstico e tratamendo da DPOC

Etapa 1: espirometria- diagnosticar a DPOC e determinar a gravidade da obstrução do fluxo aéreo (escala GOLD 1 a 4)

A
20
Q

Etapa 2 para o diagnóstico e tratamendo da DPOC

Etapa 2: determinar a classificação GOLD A-D e subsequente tratamento farmacológico mais apropriado, através da avaliação dos sintomas e histórico de exacerbações (incluindo hospitalizações)

A

Para guiar o tratamento deve-se fazer duas perguntas:

  1. Histórico de exacerbações: Já teve alguma crise, foi internado, procurou o pronto-socorro. Quantas em 1 ano?
  2. Sintomas: falta de ar
21
Q

Tratamento inicial da DPOC

A

Obs.: Xantinas não faz mais parte do tratamento de DPOC

22
Q

Ex.: LABA (β-2 agonista de longa ação) e seus efeitos colaterais

A

LABA (β-2 agonista de longa ação): formoterol, salmeterol e indacaterol.

Efeitos colaterais: taquicardia e tremores

23
Q

Ex.: LAMA (anticolinérgico ou antagonista muscarínico de longa ação) e seus efeitos colaterais

A

LAMA (anticolinérgico ou antagonista muscarínico de longa ação): tiotrópio e glicopirrônio.

Efeitos colaterais: boca seca, retenção urinária, glaucoma agudo.

24
Q

Exemplo de Corticoide inalatório e seus efeitos colaterais

A

Corticoide inalatório: Budesonida, ​mometasona e fluticasona

Efeitos colaterais: moniliase oral, rouquidão e Pneumonia

25
Q

Qual a medicação no tratamento da DPOC que altera mortalidade?

A

O tratamento não altera mortalidade

O tratamento farmacológico visa: reduzir exacerbações, tratar sintomas, melhorar tolerância ao exercício

26
Q

Duas vias de ação causam a broncoconstrição na DPOC

A

Seguimento do tratamento.. Se tiver dispneia

Se tiver em uso de LABA ou LAMA e mantém dispneia ⇒LAMA + LABA

27
Q

Oxigenoterapia domiciliar

A

PaO2 ≤ 55mmHg ou SatO2 ≤88% com ou sem hipercapnia

OU

PaO2: 55 e 60 mmHg, SatO2 de 88% a 90%, Hipertensão pulmonar, edema periférico ou policitemia (Ht >55%)

O uso do oxigênio a baixo fluxo (1-3L/min) durante no mínimo 15 horas por dia aumenta a sobrevida do paciente com DPOC que preenche pelo menos um dos critérios. Além disso, melhora a qualidade de vida, ao aliviar os sintomas do tipo cansaço, dificuldade de concentração, edema de membros inferiores e dispneia.

O objetivo é manter a PaO2 ≥ 60 mmHg e a SatO2 ≥ 90%.

28
Q

Tratamento não farmacológico

A
29
Q

O que melhora a sobrevida no DPOC?(3)

A
  • Oxigenoterapia se indicado
  • Interrupção do tabagismo
  • Transplante de pulmão
30
Q

Exacerbação da DPOC

A