Asma Brônquica - GINA 2019 Flashcards
Quadro clínico da Asma
Asma é caracterizada pela tríade clínica, sendo pelo menos um desses sintomas relatado em 90%
Doença episódica:
- Dispneia
- Tosse
- Síbilos
- Aperto no peito e desconforto torácico durante a crise (asma não da dor torácica)
Os sintomas da asma predominam pela manhã, logo após o despertar, e no fim da noite.
Paciente mesmo com asma leve quando exarceba pode ser fatal.
Tratamento para Setp 1 (etapa 1) da asma:
PREFERÊNCIA: CI em baixa dose+Formoterol (LABA) s/n
Budesonida + Formoterol
OUTRAS OPÇÕES: CI em dose baixa + SABA s/n
LABA = Long-Acting Beta2-Agonista = β2-agonista de longa ação
SABA = Short-Acting Beta2-Agonista = β2-agonista de curta ação

Medicação de alívio para Asma Brônquica
Formoterol (LABA) + Corticoide inalatório em baixa dose.
Tratamento de asma Step 2
PREFERÊNCIAL
-
CI em dose baixa, opções:
- Beclometasona 100-200mcg/d
- Budesonida 200-400mcg/dia
- CI em dose baixa + Formoterol se necessário
OUTRAS OPÇÕES:
- CI em dose baixa + SABA s/n
- Antileucotrieno + SABA s/n
A grande maioria dos pacientes com diagnóstico recente de asma iniciam seu tratamento no SETP
SETP 2
Tratamento de asma Step 3
PREFERÊNCIAL
- CI em dose baixa + LABA
- CI em dose baixa + LABA + SABA para alivio do sintomas
OUTRAS OPÇÕES:
- CI em dose moderada
- CI em dose baixa + Antileucotrieno + SABA s/n
Tratamento de asma Step 4
PREFERÊNCIAL
- CI em dose média + LABA
- CI em dose média + LABA + SABA para alivio do sintomas
OUTRAS OPÇÕES:
- CI em dose alta + (Tiotrópio ou Antileucotrieno)
Tratamento de asma Step 5
PREFERÊNCIAL
- CI dose alta + LABA, adicionar tiotrópio
- Fenotipar: anti-IgE ou anti-IL5 ou anti-IL4R
OUTRAS OPÇÕES:
- Adicionar Corticoide oral em dose baixa
Classificação quanto ao controle clínico da Asma

A inflamação das vias aéreas na asma possui características peculiares da doença
O infiltrado inflamatório é predominantemente eosinofílico e linfocítico
Principais fatores de risco para asma
- Predisposição genetica
- História familiar parental (pai e mãe): 1 genitor à 25% da criança ter asma; os 2 à 50% da criança ter asma.
- Exposição à alérgenos
- Obesidade
Diagnóstico diferencial da asma que se manifesta apenas com tosse (“asma oculta”)
- Sinusite crônica
- Gotejamento pós-nasal
- DRGE
- Distúrbio das cordas vocais
- Uso de IECA (captropil, enalapril, por exemplo)
Nem tudo que causa sibilância é asma. Doenças que podem se manifestar com sibilos e que são considerados diagnósticos diferenciais da asma
- Bronquiolite por VSR
- DPOC
- TEP
- Fibrose cística
- Insuficiência cardiaca (“asma cardiaca”)
- Vasculite pulmonar
- BOOP
- Bronquiectasias
- Doença da traqueia
- Doença da laringe
Reduzem probabilidade de diagnóstico de asma
Reduzem probabilidade de diagnóstico de asma:
- Tosse isolada, sem outros sintomas respiratórios
- Produção crônica de secreção
- Dor torácica
- Sintomas constitucionais, febre e perda de peso
Diagnóstico de asma
Quando o quadro clínico é típico, o diagnóstico da asma pode ser confirmado por critérios clínicos.
Em casos de dúvida, o exame de escolha para a confirmação diagnóstica é
Espirometria com prova broncodilatadora
Espirometria com prova broncodilatadora negativa
Não exclui o diagnóstico de asma
Distúrbio eletrolítico decorrente do uso de broncodilatadores beta2-agonistas
Hipopotassemia
Isso justifica as cãibras musculares de alguns pacientes durante o uso da droga.
Definição de (crise asmática = asma aguda = exarcebação da asma)
Episódio agudo ou subagudo de piora progressiva dos sintomas da asma (falta de ar, chiado, tosse, aperto no peito)
Principais causas de crise asmática = asma aguda = exarcerbação da asma
Hiper-responsividade brônquica é a reação exagerada da musculatura brônquica a diversos estímulos (_________), causando broncoconstrição e secreção mucosa, tendo papel fundamental na sintomatologia da asma
- Infecção viral
- Tratamento irregular ( uso incorreto da medicação ou não faz o tratamento de manutenção)
- Medicações (em particular ASS e β-Block)
- Exposição a alérgenos/irritantes (ex.: poluição atmosférica)
- Exposição ao ar frio
- Fumaça de cigarro
- Estresse emocional e físico (Exercicios físicos)
- Comorbidade
- Rinossinusopatia
- DRGE
- Obesidade
- SAOS
Quando pedir exame complementar para exacerbação da asma
O diagnóstico de exarcebação aguda de asma é iminentemente clínico e os exames complementares ajudam principalmente na avaliação de gravidade, complicações e fatores precipitantes.
- Saturação arterial de oxigênio: deve ser verificada em todos os pacientes e, se menor do que 90%, orienta a prescrição de oxigenioterapia suplementar.
- Prova de função pulmonar ou aferição do pico de fluxo (peak-flow): indica para todos os pacientes com exarcebação aguda de asma no DE. Os pacientes são reavaliados constatemente com peak-flow (idealmente a cada hora) para verificar a necessidade de modificação no plano terapêutico ou possibilidade de alta hospitalar.

Fatores preditores de exacerbação aguda grave
- História de asma quase fatal (intubação, ventilação mecânica)
- Atendimento de urgência nos últimos 12 meses
- Em uso (atual ou recente) de corticosteroides orais
- Uso excessivo de β-2-agonistas (>200 doses/mês)
- Má aderência ou não adesão ao tratamento
- Doença psiquiátrica ou problemas psicossociais
A asma é uma doença causada por uma resposta ____ (Th1/Th2) exagerada, mediada principalmente por ____ (IgE/IgG/iGA)
A asma é uma doença causada por uma resposta
Th2exagerada, mediada principalmente porIgE
Fator precipitante mais comum de exarcebação aguda de asma, responsável por cerca de 80% dos casos
Infecção viral
Tratamento da crise asmática
Ofertar O2 para todos pacientes?
Deve ser ofertado somente para pacientes hipoxêmicos, alvo de saturação maior que 94%.
Em geral, 1-3L, de fluxo são suficientes, e é recomendado utilizar o menor fluxo possivel para atingir o alvo.
Medicamento fundamental para o tratamento da
crise asmática
SABA = Short-Acting Beta2-Agonista = β2-agonista de curta ação
Tratamento da crise asmática
Aerossol dosimetrado (“bombinha”) ou Nebulização?
O uso de bombinha com dose calibrada com um espaçador é tão eficaz quanto a utilização de um nebulizador pressurizado em estudos randomizados, mas é dificil garantir a técnica adequada em pacientes com desconforto respiratório, por isso, a maioria das diretrizes recomenda o uso de nebolizadores para pacientes com exacerbações graves.
Tratamento da crise asmática
A 1° medida: Iniciar SABA = β2-agonista de curta ação (Salbutamol, fenotetol). Pode se repetir até 3x(intervalo de 10-30min) dentro da primeira 1h, posteriormente, as doses devem ser espaçadas com um período mín entre inalações de 1h.
-
Bombinha
- 4-8jatos de 100mcg, com espaçador para adulto
- 1jato/3kg de peso, para criança (dose máx 10jatos)
-
Nebulizador
- 10-20gotas (SABA + 3-5mL SF 0,9%), adulto
- 1gota para cada 3kg de peso, para criança (dose máx 20 gotas)
Qual melhor SABA para da crise asmática: Salbutamol (Albuterol) ou fenoterol(Berotec®)
Salbutamol é melhor
O fenoterol em comparação com albuterol é associado a maior número de complicações.
Espirometria com prova broncodilatadora positiva - Diagnóstico de asma
Demonstra limitação ao fluxo de ar e ou resposta ao broncodilatador
- VEF1 diminui
- VEF1/CVF < 75%
- Resposta positiva após broncodilatador: aumento 7% e 200mL no VEF1
Paciente asmático da entrada no PS em crise asmática e dor localizada no hemitorax direito.

Pneumotoráx causado pela intensa tosse
Após o inicio do tratamento (SABA) da crise asmática não havendo melhora após 30minutos pode adicionar _______.e _______.
Brometo de ipratrópio (atrovent®)
Adição de brometo de ipratrópio ao SABA, em dose de 500µg (40gotas) obtém dilatação brônquica máxima repetida em todas as inalações oferecidas ao paciente.
Corticoide sistêmico
- Prednisona VO 40-60mg em adultos e 1-2mg/kg até 40mg/dia em criança em dose úncia.
- Hidrocortisona dose inicial 200-300mg EV ao dia seguida por 100mg EV a cada 8/8h ou 6/6h.
Utilizar __________ (água destilada / SF 0,9%) na nebulização
Soro fisiologico 0,9%
Água destilada resseca as vias aéreas do paciente, o correto é Soro Fisiologico 0,9%.
Medidas na alta hospitalar
- Todos os pacientes na alta hospitalar devem receber corticosteroide por via oral por 5 a 7 dias.
- Educar o paciente em relação ao uso correto de inalador, bombinhas e do tratamento com broncodilatadores.
- Introduzir corticosteroides inalatórios
- Intervir em fatores de risco
- Agendar consulta de seguimento em 5 a 7 dias.
Pacientes que se beneficiam de sulfato de magnésio são aqueles com:
- VEF1 < 30%
- Falha em responder à terapêutica inicial
- VEF1 < 60% sem melhora após 1h de tratamento
Dose recomendada de sulfato de magnésio
1,2-2g diluidos em SF 0,9% 100-500mL EV em BIC por 20 minutos (não pode deixar correr rápido)
Sulfato de Magnésio 2g, EV, infundir em 20 minutos (20ml de MgSO4 10% + 200ml de SF0,9%, em BIC)
A resposta terapêutica ocorre em uma a duas horas.
Esta medicação só deve ser administrada uma única vez – não repetir!