Dor no Abdome Superior Flashcards

1
Q

Abordagem da pancreatite aguda - 1º passo

A

DEFINIR CAUSA E GRAVIDADE

  • intersticial x necrosante
  • escores e marcadores BQ (RANSON)

– RANSON > 3/11
BILIAR (NÃO BILIAR):
1ª) > 70 (55) a, leucocitose > 18k (16), gli > 220 (200), LDH > 400 (350), AST > 250
2ª) queda HMT > 10, aumento BUN > 2 (5), Ca < 8, [(PaO2 < 55)], déficit de base > 5 (4), déficit de fluido > 4L (6L)

– APACHE II > 8/14 (uti)
T, PAM, FC, FR, pH/HCO3, Na, K, Cr, Ht, Leucócitos, ECG, idade, comorbidades, g.a-a.02

– BALTAZAR modificado: TC
…inflamação: A) não; B) aumento focal/difuso; C) anormalidades; D) coleção em 1 espaço; E) coleção em 2 ou mais espaços
…necrose: (dobro) nenhum; 1/3; metade; mais que metade

– BISAP:
Bun > 25, Impaired mental status, SIRS, Age, Pleural effusion

2) Tto:
- leve: suporte
- grave: reposição volêmica agressiva + ATB + suporte e
enteral
- PAB grave - CPRE em até 48h

3) complicações: em ordem temporal
- coleção liquida fluida - observar
- 3/4 semanas - necrose - punção por TC - cx se infec
- 4/6 semanas - pseudocisto - se aumentar/sintomático/complicados - drenagem PC ou CX

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2
Q

Mortalidade em pancreatite aguda

A

distribuição bimodal:

  • nas primeiras 2 semanas, por resposta inflamatória sistêmica
  • após um mês, por complicações locais, principalmente infecção.
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3
Q

Fisiopatologia da pancreatite aguda

A

pâncreas exócrino, com céls acinares e ductais desemboca nos ductos de wirsung e santorini, os quais findam no duodeno. a pancreatite se dá por ativação das enzimas secretadas no tecido intrapancreático, pelo fenômeno de “colocalização” = aproximação entre vacúolos contendo catepsina B e pró-enzimas.

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4
Q

Etiologia da pancreatite aguda

A
  • litíase biliar: cálculos < 5mm
  • álcool: mais em pancreatite crônica, exposição análoga ao tabagismo para ca de pulmão, associado a FR como dieta gordurosa e hiperproteica (churras) e o próprio tabagismo.
  • drogas: TARV (pentamidina, didanosina), bactrim, metro & tetraciclina diuréticos, ác valproico, azatioprina, 6-mercaptopurina.
    *paracetamol é provável
    *CE e inibH2 não são
  • CPRE,
  • metabólicas: hipercalcemia, hipertrigliceridemia* (não aumenta amilase)
  • obstrução: lesões duodenais, pancreas divisum (ductos drenam ao contrário), pós-traumática (grave), neo
    pancreática
  • genética
  • idiopática (20%): colecistec + esfincterec

Outros: cirurgias toracoabdominais, infecções, hipotermia, ascaris, organofosforados, vasculite, AI, veneno de escorpião

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5
Q

Clínica da pancreatite aguda

A

retinopatia de Purtscher

  • dor epigástrica intensa que irradia para dorso (aperto em faixa)
  • posição de prece maometana
  • vômitos mesmo após esvaziamento gástrico
  • aumento de amilase*/lipase

íleo adinâmico, hipertimpânico, massa em HC esq

choque hipovolêmico, rebaixamento de consciência, necrose gordurosa subcutânea (paniculite), atelectasia, DP à esquerda, SARA, ICT, febre baixa

EQUIMOSES: tardias e não-patognomônicas

  • flancos: grey turner
  • periumbilicais: cullen
  • base do pênis: fox
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6
Q

Diagnóstico da pancreatite aguda:

A

2 ou mais

  • clínica característica
  • amilase/lipase 3x acima do VR
  • imagem
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7
Q

Exames complementares da pancreatite aguda

A

LABS:

  • leucocitose com desvio à esquerda, hemoconcentração, aumento de U & Cr
  • trombocitopenia, alarga TAP e PTT, possível CIVD
  • alcalose metabólica hipoclorêmica e hipocalêmica (vomitos incoercíveis)
  • hiperglicemia
  • hipoalbuminemia (diluição em RL) associada a hipocalcemia
  • ALT 3xVR no primeiro dia é especifico para etiologia biliar!!
  • amilase: 2-12horas até 3ºdia. se permanecer elevado, suspeitar de complicação caso haja massa palpável
  • sem correlação com a gravidade*
  • em alguns casos, pode não estar elevada&raquo_space; necrose intensa, fibrose crônica grave, hiperTGL*
  • lipase: para dx após 3º dia
  • colecistite aguda, perfuração e obst intestinal são causas de F+*

IMAGEM:

1) RX simples: excluir ddx,
- gás no retroperitôneo!
- em casos graves pode haver alça sentinela, sinal de amputação do cólon e contornos indistintos de órgãos retroperitoneais

2) USG: colelitíase

3) TC: com contraste venoso
- extensão da necrose melhor delimitada a partir do 3º dia

4) RNM: em quem não aguenta contraste
- colangiorresonância

5) USG endoscópica: pode definir CPER

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8
Q

Abordagem da pancreatite aguda - 2º passo

A

tratamento
A) pancreatite aguda leve (90%): suporte!
- inicialmente, dieta zero, observando evolução clínica do paciente. se não necessitar de opioide, sentir apetite e não houver abdome distendido, progredir dieta
- se vomitos importantes e distensão, SNG
- morfina é contraindicada!

B) pancreatite aguda grave (10%): 1/5 morre!

  • reposição volêmica vigorosa, UTI,
  • nutrição enteral previne perda de barreira intestinal e translocação bacteriana; se não tolerar, NPT
  • ATB profilático??? se usar, é imipenem
  • abordagem de vias biliares??? se etiologia biliar, então CPRE precoce + colistec tardia
  • morfina é contraindicada!
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9
Q

Abordagem da pancreatite aguda - 3º passo

A

EVOLUÇÃO/COMPLICAÇÃO

locais (tardias) x sistêmicas (precoces)
estéril x infectada
imagem em TC

1) coleção fluida aguda (30-50%): pâncreas fica babando; geralmente autolimitada, mas observar por risco de infec ou necrose.

2) necrose pan/peripancreática: até 1/3 infecciona e dá alto risco de sepse.
- FR são extensão, grau de isquemia, hipoperfusão e acometimento de outros orgãos
- se sinais de infecção na 1ª semana, punção guiada por TC ajuda a definir ATBterapia
- se confirmada infec, laparotomia para necrosectomia deve ser adiada enquanto paciente for estável. esse procedimento pode ser repitido.

3) pseudocisto pancreático: após 4-6ª semana, sem epitelio. Massa palpável + amilase alta
- a maioria fica na bursa omental, mas se for intrapancreático pode ser “WOPN” (heterogêneos, com debris)
- acompanhar os pseudocistos: se aumentarem ou complicarem, considerar 1º abordagem endoscópica (stent) ou 2º drenagem direta interna
- se infectar, torna-se abscesso! é indicada drenagem externa ou punção

4) se romper um pseudocisto:
- ascite > CPRE
- fístula com ducto de santorini: maioria > dieta zero, NPT, somatostatina e octreotide, paracentese completa
- fístula com wirsung: stentes sobre a lesão (bridging) e dilatação das estenoses proximais

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10
Q

Abordagem da pancreatite aguda - 4º passo

A

ANTES DA ALTA

colecistec VLP se origem biliar e quadro leve diminui recorrência de PAB

alta se analgesia oral e dieta normal

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11
Q

Pancreatite crônica - etiologia

A

Principais:
- álcool (80%) x FC (crianças)

Outras:
- hipercalcemia e hiperlipidemia; DII, organofosforados, AI, obst, genética, idiopática

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12
Q

Pancreatite crônica - clínica

A
etilismo,
dor abdominal pior com alimentação,
sd desabsortiva (esteatorreia), 
DM,
episódios prévios de pancreatite aguda
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13
Q

Pancreatite crônica - diagnóstico

A

DIFERENCIAR DE CANCER DE PANCREAS

amilase/lipase normais ou pouco elevadas
esteatorreia é marcador tardio - perda > 90% da função exócrina - teste de estimulação de secretina
imagem: calcificações podem estar presentes em RX/TC & irregularidades de ductos em RNM/CPRE

*Classificação: depende do ducto de wirsung
» dilatado: grandes ductos em homens com esteatorreia, calcificações e CPRE bem alteradas
» não dilatado: pequenos ductos, em mulheres, sem esteatorreia, teste da secretina alterado mas tripsinogenio sérico e elastase fecal normais, raras alterações em imagem

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14
Q

Pancreatite crônica - tratamento

A
  • abstinência etílica, correção da dislipidemia;
  • esteatorreia: fracionamento de refeições, baixa ingesta de gordura, IBP, reposição enzimática
  • se doença dilatada > pouco responsiva
  • DM - insulinoterapia
  • dor: endoscopia com esfincterotomia, extração de cálculo e stents
  • cirurgia: se dor persistente e ddx ca
    » pequenos ductos (< 6mm): maioria com muita estenose e pouco benefício de drenagem. se obstrução próxima à ampola, esfincteroplastia transduodenal com divisão do septo
    » grandes ductos: descompressão do ducto por anastomose com luz intestinal = pancreatojejunostomia laterolateral (Puestow modificada / Partington-Rochelle)
    » refratários: ressecção total, bloqueio de plexo, transplante autólogo de ilhotas
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