Dor Abdominal Flashcards
Como é a classificação de Ranson?
Classifica a gravidade da Pancreatite Aguda (dividida em biliar e não biliar). 3 ou mais pontos = grave.
NÃO BILIAR 1- Admissão - Idade > 55a - Leucocitose > 16000 - Glicose > 200 - LDH > 350 - AST > 250
2- Dentro de 48h da admissão
- Queda do hematócrito > 10 pontos
- Aumento do BUN > 5 mg/dL
- Cálcio sérico < 8
- PaO2 < 69
- Déficit de base > 4 mEql/L
- Déficit de fluido estimado > 6L
BILIAR 1- Admissão - Idade > 70a - Leucocitose > 18000 - Glicose > 220 - LDH > 400 - AST > 250
2- Dentro de 48h da admissão
- Queda do hematócrito > 10 pontos
- Aumento do BUN > 2 mg/dL
- Cálcio sérico < 8
- Déficit de base > 5 mEql/L
- Déficit de fluido estimado > 4L
- PaO2 NÃO DISPONÍVEL
Como é a nova classificação de gravidade de Atlanta?
Pancreatite aguda leve: Ausência de falência orgânica e complicações.
Moderadamente grave: falência orgânica transitória (<48h) ou complicação local isolada
Grave: Falência orgânica persistente (>48h)
Qual o tratamento da pancreatite aguda leve e grave?
LEVE:
- Dieta zero (iniciar apenas quando paciente não precisar de opioides)
- Analgesia, HV, correção de DHE e ácido básico
GRAVE:
- CTI
- Reanimação volêmica intensa (manter diurese > 0,5 ml/kg/h)
- Suporte nutricional: Dieta enteral PRECOCE após estabilização. Se não for possível, NPT.
- Analgesia
- Antibiótico SÓ SE TIVER NECROSE INFECTADA
- Vias biliares? SE ICTERÍCIA OU SINAIS DE COLANGITE = CPRE precoce
Quais as principais complicações da Pancreatite Aguda e o tratamento?
- Coleção Fluida Aguda (30-50%)
- Conduta expectante (maioria resolve expontaneamente).
- Suspeita de infecção (febre, leucocitose, dor abd) = punção percutânea guiada por imagem + ATB EV
2- Necrose Pancreática
- Estéril: expectante
- Infectada: Punção + Laparotomia com Necrosectomia + ATB (imipenem)
3- Pseudocisto pancreático (15%)
- Coleção fluida aguda que persiste após 4-6 semanas -> Revestimento NÃO EPITELIZADO
- Massa em epigastro ou HE. Persistência de amilase acima do esperado.
- Tto: se sintomático ou complicação (ruptura, abscesso) ou aumento de tamanho = drenagem por –EDA
- Assintomático: acompanhamento com USG
O que é o sinal de Blumberg? Rovsing? Dunphy? Lenander? Chutro? Lapinsky?
Todos indicativos de apendicite aguda.
Blumberg: dor à descompressão brusca do ponto de McBurney.
Rovsing: Compressão da FIE e dor em FID.
Dunphy: Dor em FID que piora com a tosse
Lenander: Temperatura retal > temperatura axilar em pelo menos 1ºC
Chutro: Desvio da cicatriz umbilical para a direita
Lapinsky: dor à compressão da FID com a elevação do MID.
Quando está indicado exame de imagem no diagnóstico da apendicite? Quais são os achados?
Em casos duvidosos (criança, mulher, idoso, obeso, quadro atípico).
Criança ou gestante:
- USG: diâmetro > ou igual 7mm, espessamento de parede (imagem em alvo), aumento da vascularização ao Doppler…
- Gestante com USG inconclusiva: ressonância
Homem ou não gestante:
- Tomografia com contraste EV: diâmetro > ou igual 7mm, espessamento de parede, borramento de gordura periapendicular, abscesso (lesão hipodensa), apendicolito (fecalito).
Como funciona o Escore de Alvarado?
Avalia a possibilidade de uma apendicite aguda.
- Dor que migra para FID - 1pt
- Anorexia - 1pt
- Náuseas/vômitos - 1pt
- Dor à palpação em FID - 2pts
- Dor à descompressão brusca da FID - 1pt
- Temperatura > 37,5°C - 1pt
- Leucocitose - 2pts
- Desvio para a esquerda - 1pt
0-3 pontos: improvável
4-6: provável. Observar 12 horas -> se mantiver: cirurgia
> ou igual a 7 pontos: Muito provável -> apendicectomia
O que é a classificação de Hinchey?
Uma classificação da diverticulite com base em achados da TC.
0- Diverticulite não complicada (só espessamento de parede)
I- Abscesso pericólico ou mesentérico
obs: Hinchey modificada: Ia - Fleimão; Ib- abscesso pericólico
II- Abscesso pélvico
III- peritonite purulenta
IV- peritonite fecal
Como se dá a irrigação intestinal?
1- Tronco celíaco (estômago, baço, fígado, parte do pâncreas e duodeno)
2- A. mesentérica superior (parte do pâncreas e duodeno, jejuno, íleo, ceco, cólon direito e parte do transverso)
3- A. mesentérica inferior (parte do transverso, cólon esquerdo, sigmoide e porções proximais do reto)
Quais são as áreas do intestino mais propensas à isquemia?
Áreas do cólon pobres em artérias colaterais:
- Flexura esplênica (área de Griffiths)
- Junção retossigmoide (área de Sudeck)
Qual a isquemia intestinal mais comum e qual o seu quadro clínico?
Colite isquêmica (isquemia colônica), mais comum em idosos. Quadro clínico maior parte das vezes transitório e autolimitado, mas pode se apresentar com dor abdominal, diarreia mucossanguinolenta, febre e distensão.
Quais são os exames diagnósticos da colite isquêmica?
O principal é a retossigmoidoscopia (colonoscopia), que evidencia aspecto de mucosa inflamada. Também pode ser feito o clister opaco (rx + contraste), que evidencia sinal das impressões digitais (thumbprinting).
Qual a principal artéria acometida na isquemia mesentérica aguda? E quais são as principais causas.
A. Mesentérica Superior.
Causas:
1- Embolia (50%) - pct com cardiopatia emboligênica (IAM recente, FA), dor abdominal desproporcional. Achado: oclusão arterial sem colaterais.
2- Vasoconstrição (20%) - Isquemia não oclusiva (choque, vasoconstritor, cocaína, digitálicos). Achado: tudo estreitado.
3- Trombose arterial (15%) - Aterosclerose: dç arterial periférica. Achado: oclusão arterial com colaterais.
4- Trombose venosa (5%) - Estado de hipercoagulabididade. Achado: tudo congesto.
Qual a principal causa e o quadro clínico da isquemia mesentérica crônica?
Causa: aterosclerose.
Clínica: Doe abdominal após alimentação (angina mesentérica), emagrecimento, doença aterosclerótica (sopro, claudicação intermitente, angina ao esforço).