Doenças clínicas na gravidez Flashcards
Como definir uma HAS crônica na gravidez?
- > 35 anos; nuligesta; HAS antes da 20ª semana
- Proteinúria ou não (já se pede urina de 24 horas no 1º trimestre da gestação para diferenciar de uma pré-eclâmpsia sobreposta)
- Calciúria > 100 mg/24 horas; persiste no puerpério
Quais os fatores de risco para pré-eclâmpsia?
- < 18 anos e > 35 anos; primigesta; HAS após a 20ª semana; proteinúria após a 20ª semana; calciúria < 100 mg/24 horas; melhora até 6 a 12 semanas de puerpério
Defina pré-eclâmpsia
- Surge após 20 semanas de gestação
* PA > ou = 140 x 90 mmHg + proteinúria > ou = 300 mg/dia ou proteína/creatinina urina > ou = 0,3 ou 1+ na fita
Existe pré-eclâmpsia sem proteinúria?
- APENAS SE hipertensão > 20 semanas MAIS plaquetopenia (< 100.000); Cr > 1,1; edema agudo de pulmão; aumento de 2x as transaminases; sintomas cerebrais ou visuais (cefaleia refratária, escotoma…)
Defina hipertensão gestacional ou transitória
- Hipertensão > 20 semanas SEM proteinúria e SEM outras alterações. Tem que melhorar depois de 6 a 12 semanas do puerpério. Se não melhorar é uma hipertensão crônica que não sabia.
O que é uma pré-eclâmpsia leve
- É aquela que não é grave
O que é uma pré-eclâmpsia grave?
- PAS > ou = 160 ou PAD > ou = 110
- Proteinúria > ou = 5 g (ou > ou = 2 g)/24 horas (não é um critério que tem sido usado na atualidade)
- Edema agudo de pulmão, oligúria, creatinina > ou = 1,3 mg/dl
- HELLP (hemólise, elevação das enzimas hepáticas, plaquetopenia)
- LDH > ou = 600; esquizócito (esfregaço de sangue periférico); bilirrubina > ou = 1,2
- AST > ou = 70
- Plaquetas < 100.000
O que pensar em caso de gestante ictérica?
- Primeiro em hepatite: maior causa na gravidez, principalmente as virais (pedir marcador de hepatite viral)
- NÃO é comum achar icterícia em HELLP
Quais são os sintomas da iminência de eclâmpsia?
- Cefaleia, escotomas, epigastralgia, aumento de reflexo
Qual a conduta diante de um quadro de pré-eclâmpsia?
- Anti-hipertensivos: NÃO fazer caso PA < 160 x 110 mmHg
- Objetivo: manter PAS 140-155 e PAD 90-100
- Crise: Hidralazina IV, Labetalol IV, Nifedipina VO
- Manutenção (HAS): Metildopa VO, Hidralazina VO, Pindolol VO
- EVITAR: Diuréticos, IECA, Propranolol (risco de CIUR)
Como se faz a prevenção de pré-eclâmpsia?
- Em toda pré-eclâmpsia grave, iminência de eclâmpsia ou eclâmpsia
- Droga de escolha: Sulfato de Mg (Ataque + Manutenção) - a depuração é renal
Como é o esquema de Pritchard na prevenção da pré-eclâmpsia?
- Ataque: 4g IV + 10g IM
- Manutenção: 5g IM 4/4 horas
- Se faz quando não se tem bomba infusora
Como é o esquema de Zuspan na prevenção da pré-eclâmpsia?
- Ataque: 4g IV
* Manutenção: 1-2g/hora IV em bomba infusora
Como é o esquema de Sibai na prevenção da pré-eclâmpsia?
- Ataque: 6g IV
* Manutenção: 2-3g/hora IV em bomba infusora
Qual a faixa da magnesemia terapêutica na prevenção da pré-eclâmpsia?
- 4-7meq/L
Como desconfiar de risco de intoxicação pelo magnésio na prevenção da pré-eclâmpsia se não tiver laboratório?
- Reflexo patelar: ausente
- Respiração: < 16 irpm
- Suspender Mg e aplicar gluconato de cálcio (10ml a 10% - fazer 1 grama)
Oligúria < ou = 25 ml/hora é sinal de intoxicação?
- NÃO. Deve-se ajustar a dose do sulfato de magnésio. Se a pessoa está urinando pouco, está sobrando magnésio
Deve-se interromper a gestação durante uma pré-eclâmpsia leve?
- NÃO. Pode ser expectante até o termo, conforme condições maternas e fetais
Deve-se interromper a gestação durante uma pré-eclâmpsia grave?
- SIM. O tratamento definitivo é o parto
- > ou = 34 semanas: PARTO depois de estabilizar
- < 34 semanas: avaliar o bem-estar materno e fetal para corticoide. PARTO se piorar.
Qual a via de parto durante um quadro de pré-eclâmpsia?
- Pode ser vaginal
- Depende das condições maternas (gravidade, BISHOP…) e fetais (sofrimento fetal agudo)
- Parto só após estabilização
Quais são os fatores de risco para pré-eclâmpsia?
- Idade > 35 anos, novo parceiro, HAS, pré-eclâmpsia anterior e obesidade, negra, história familiar de pré-eclâmpsia
- Tabagismo protege!!!
Qual diagnóstico diferencial da síndrome HELLP?
- Esteatose hepática aguda da gestação
Qual o quadro clínico da esteatose hepática aguda da gestação?
- 3º trimestre; polidipsia; náusea; vômitos; dores no hipocôndrio direito; icterícia; HAS
Qual a laboratório da esteatose hepática aguda da gestação?
- Aumento de bilirrubina (direta), aumento de fosfatase alcalina, aumento de TGO, aumento de TGP, aumento de creatinina, leucocitose, hipoglicemia, hipofibrogenemia (tendência a sangramento) e hiperuricemia.
Qual o tratamento da esteatose hepática aguda da gestação?
- PARTO + estabilização
Quais são as complicações da esteatose hepática aguda da gestação?
- Insuficiência hepática e renal
* Leva à acidose materna (óbito fetal)
Como é feito o diagnóstico de diabetes gestacional?
- 1ª consulta (1º trimestre)
- Glicemia de jejum
- < 92: TOTG 75g (24-28 semanas)
- 92 a 125: DM gestacional
- > ou = 126: DM prévio
- Glicemia sem jejum > ou = 200: DM prévio
- Hb glicada > ou = 6,5: DM prévio
Como diagnosticar DMG pelo TOTG 75g (24-28 semanas)?
- Glicemia de jejum > ou = 92
- Após 1 hora > ou = 180
- Após 2 horas > ou = 153
- 1 valor alterado confirma DMG
Como diagnosticar DMG pelo TOTG 75g (24-28 semanas) segundo o Ministério da Saúde -2017?
- Glicemia de jejum de 92 a 125
- Após 1 hora > ou = 180
- Após 2 horas de 153 a 199
- 1 valor alterado confirma DMG
Como diagnosticar DM prévio pelo TOTG 75g (24-28 semanas) segundo o Ministério da Saúde -2017?
- A qualquer momento, mesmo que estivesse normal no 1º trimestre
- Jejum > ou = 126
- Após 2 horas > ou = 200
Qual a conduta diante de uma quadro de diabetes gestacional?
- Dieta fracionada + atividade física 1-2 semanas + controle glicêmico
- 6 refeições: 50% carboidrato, 30% lípides, 20% proteínas
- Se falhar: insulina
Quais os medicamentos utilizados no DM durante a gestação?
- Antidiabéticos orais não estão liberados na gravidez
- Insulina é a droga de escolha
- 1º trimestre/ pós-parto: diminuir a dose da insulina
- 2º/3º trimestre: aumentar a dose da insulina
- 3º trimestre: hipoglicemia sem alteração de dieta e dose de insulina: pensar em insuficiência placentária
Como se deve proceder em relação ao parto de uma gestante com diabetes?
- DMG sem complicação: Não precisa antecipar
- Tratou com insulina: com 38/39 semanas
- Se feto e mãe bem, pode ser vaginal
Quais são as complicações do diabetes na gestação?
- Macrossomia, distócia de espáduas, sofrimento fetal agudo, polidramnia e malformação fetal (síndroma da regressão caudal é a mais específica)
- OBS.: Malformação fetal é de DM prévio; não é esperado malformação no DMG
- DM gestacional não aumenta malformação
Quais são as manobras de 1ª linha (mais seguras) para distócia de espáduas?
- McRoberts: hiperflexão das coxas com abdução. Muda o ângulo da saída. É altamente eficaz e sem danos para mãe e para a criança.
- Pressão suprapúbica (Rubin I)
Quais são as manobras de 2ª linha para distócia de espáduas?
- Jacquemier: colocar a mão por dentro do útero e tentar puxar o feto
- Woods ou saca-rolha: pega a parte do ombro de baixo e gira 180º
Como é a classificação em relação à gemelaridade?
- Monozigótico: mesmo ovo
- Divisão em 72 horas: dicoriônica (placentas diferentes) e diamniótica
- Divisão em 4-8 dias: monocoriônica e diamniótica
- Divisão de 9 dias em diante: monocoriônica e monoamniótica. Maior chance de gêmeos siameses
- Dizigóticos: ovos diferentes
- Dicoriônica e diamniótica
Quais são os fatores de risco para gemelaridade?
- História familiar, raça, idade => Dizigóticos
* Técnicas de fertilização => Monozigóticos e dizigóticos
Como é feito o diagnóstico de gemelaridade e qual a conduta em cada caso?
- Dicoriônica: sinal do Y/Lambda (reentrância de tecido coriônico)
- Parto +/- 38 semanas (antes, se complicar)
- Monocoriônica: sinal do T
- Parto +/- 36 semanas (antes, se complicar)
Qual a complicação da gemelaridade?
- Síndrome da transfusão feto-fetal (monocoriônica com anastomose vascular / artério-venosas)
- Mais comum nas monocoriônicas
O que ocorre na Síndrome da transfusão feto-fetal?
- Um feto perde sangue e o outro recebe
- Feto doador: pálido, oligodramnia, CIUR
- Feto receptor: polidramnia, hidrópsia
Qual o tratamento da Síndrome da transfusão feto-fetal?
- Leve: amniocentese seriada
- Grave: fotocoagulação com laser
- Geralmente, o feto que morre primeiro é o que recebe sangue, pois ele fica congesto/ICC
Quais são as indicações de cesariana no caso de gemelaridade?
- Gestação tripla; complicações (síndrome da transfusão feto-fetal, unidos); monoamniótica e 1º feto não cefálico; 2º feto muito maior do que o 1º feto (exemplo: mais de 0,5 Kg)
Qual o principal agente da infecção urinária durante a gestação?
- Escherichia coli
Defina bacteriúria assintomática
- > ou = 100.000 UFC/ml em pacientes assintomáticas
Qual deve ser a conduta diante de uma bacteriúria assintomática?
- Sempre tratar a gestante + urinocultura de controle (1 semana após o tratamento)
- Drogas:
- Amoxicilina, nitrofurantoína por 7 dias
- Fosfomicina dose única e muito eficaz
Quais são os sintomas de cistite?
- Disúria, hematúria e polaciúria
Qual o tratamento da cistite?
- Não precisa esperar o resultado da urinocultura para começar a tratar
- Urinocultura de controle (1 semana após o tratamento)
- Drogas:
- Amoxicilina, nitrofurantoína por 7 dias
- Fosfomicina dose única e muito eficaz
Qual o tratamento da pielonefrite na gestação?
- SEMPRE internar + antibiótico parenteral (cefalosporina de 1ª ou 3ª geração)
- Após alta hospitalar: manter o tratamento domiciliar por mais 14 dias
- NUNCA fazer quinolona na gravidez