Doença Renal Crônica Flashcards
Estadiamento de doença renal crônica
0) RFG > 90 ml/min/1,73m² com fatores de risco para DRC
1) RFG ≥ 90 ml/min/1,73m² com dano renal (imagem/EAS)
2) RFG 60-89 ml/min/1,73m²
3a) RFG 45-59 ml/min/1,73m²
3b) RFG 30-44 ml/min/1,73m²
4) RFG 15-29 ml/min/1,73m²
5) RFG < 15 ml/min/1,73m²
Definição de insuficiência renal crônica
Diminuição progressiva e irreversível do número de néfrons. Geralmente corresponde a estágios 3 a 5.
Definição de end-stage renal disease
Síndrome urêmica
Estágio 5 da DRC
Fatores de risco para doença renal crônica
9
HAS
DM
doença auto-imune
cor negra
história familiar de DRC
IRA prévia
proteinúria
sedimento urinário anormal
anormalidades estruturais do TGU
Gene APOL1
Certos alelos, encotrados em poppulações do oeste da África, predispõem a algumas etiologias de DRC (ex: GESF) e protegem contra patógenos tropicais.
Parâmetros levados em conta na estimativa do RFG pelo MDRD
Creatinina plasmática
Idade
Sexo
Cor
Obs: não leva em conta o peso
Equação de Cockroft-Gault
[(140-idade).peso] / [72.creatinina plasmática]
Multiplicar por 0,85 para mulheres
Obs: creatinina plasmática em mg/dl
Parâmetros utilizados na estimativa do RFG pelo CKD-EPI (creatinina)
Sexo
Cor
Idade
Creatinina plasmática
Obs: não leva em conta o peso
Valor do RFG a partir do qual o MDRD superestima o RFG em idosos
60 ml/min/1,73m²
Valor do pico e taxa de declínio normais do RFG
Aproximadamente 120 ml/min/1,73m² na terceira década de vida
Declínio de 1 ml/min/1,73m² por ano
Exames para diagnosticar albuminúria
Urina de 24h
Spot urinário (razão albumina/creatinina)
Valores de albumina/creatinina na urina que indicam lesão renal crônica
> 17 mg/g em homens
> 25 mg/g em mulheres
Sinais e sintomas de DRC nos estágios 1 e 2
Não há sinais e sintomas relacionados ao RFG.
Pode haver sinais e sintomas relacionados à doença renal de base (ex: edema na síndrome nefrótica; HAS secundária)
Principais complicações da DRC nos estágios 3 e 4
Anemia e cansaço
Hiporexia com desnutrição progressiva
Anormalidades Ca, P e hormônios reguladores (calcitriol, PTH e FGF-23)
Anormalidades Na, K, água e equilíbrio ácido-base
Principais etiologias de DRC
Glomerulopatia diabética
Nefropatia hipertensiva (glomerulopatia primária com hipertensão; doença renal vascular e isquêmica)
Doença do rim policístico autossômica dominante
Outras nefropatias císticas e tubulointersticiais
Alterações da uremia relacionadas a fluidos e eletrólitos
Expansão de volume
Hiponatremia
Hipercalemia
Hiperfosfatemia
Alterações ósseas da uremia
Osteíte fibrosa cística (hiperparatireoidismo secundário)
Doença adinâmica do osso (pode surgir com tratamento da DRC)
Osteomalácia (deficiência de vitamina D)
Alterações metabólicas da uremia
Resistência insulínica
Hiperuricemia
Desnutrição energético-protéica
Déficit de crescimento e desenvolvimento
Alterações do sistema reprodutor na uremia
Amenorréia
Infertilidade
Disfunção sexual
Tipo de amiloidose relacionada à uremia
Depósito de beta2-microglobulina
Alterações neuromusculares da uremia
Letargia
Distúrbios do sono
Cefaléia
Disfunção cognitiva
Irritabilidade muscular
Neuropatia periférica
Síndrome das pernas inquietas
Mioclonia (ex: asterixis*)
Convulsões
Coma
Câimbras musculares
Miopatia
Síndrome do desequilíbrio dialítico
*asterixis é um exemplo de mioclonia negativa
Alterações cardiovasculares da uremia
HAS
ICC
Pericardite
Cardiomiopatia dilatada ou hipertófica
Aterosclerose acelerada
Hipotensão e arritmias (diálise)
Calcificação vascular
Alterações dermatológicas da uremia
Palidez (anemia)
Hiperpigmentação
Prurido
Equimoses
Fibrose sistêmica nefrogênica (contrastes com gadolíneo)
Geada urêmica
Alterações do lipidograma na uremia
Hipertrigliceridemia
Aumento de Lp(a)
Redução do HDL
Alterações pulmonares da uremia
Edema pulmonar
Derrame pleural
Fibrose pulmonar e pleural também podem ocorrer
Obs: pulmão urêmico = edema peri-hilar bilateral
Alterações do TGI na uremia
Anorexia
Náuseas e vômitos
Gastroenterite
Úlcera péptica
Sangramento
Ascite idiopática (diálise)
Peritonite (diálise)
Alterações hematológicas da uremia
Anemia
Linfocitopenia
Diátese hemorrágica
Leucopenia
Trombocitopenia
Diuréticos de escolha para DRC avançada (estágios 3 a 5)
Diuréticos de alça (furosemida, bumetanida, torsemida)
Doses geralmente mais altas
Pode-se usar em associação com metolazona
Mecanismo de ação da metolazona
Inibe co-transportador Na/Cl (NCC) no túbulo distal
“tiazídico-like”
Causas de hipercalemia na DRC
Aumento da ingestão de K
CAtabolismo protéico
Hemólise
Hemorragia
Transfusão de hemácias armazenadas
Acidose metabólica
IECA, BRA, espironolactona, amilorida, eplerenona e triamterene
Causas de DRC que cursam com hipercalemia precoce (antes do estágio 5), desproporcional à queda no RFG
Condições associadas a hipoaldosteronismo hiporreninêmico, como:
DM, uropatia obstrutiva, anemia falciforme, intoxicação por chumbo
Obs: pode haver acidose metabólica hiperclorêmica associada
Causas de hipocalemia na DRC
Excesso de diuréticos
Baixa ingestão de K
Perdas TGI
Causas renais: Síndrome de Fanconi, Síndrome de Bartter, acidose tubular renal (tipos 1 e 2), outras doenças tubulointersticiais
Obs: Mesmo nessas condições, a tendência é de hipercalemia à medida que o RFG cai. Sempre reavaliar reposição e uso de poupadores de K.
Mecanismo de acidose metabólica na DRC
perguntar pra alguém que sabe
Principais conseqüências da acidose metabólica na DRC
Aumenta o catabolismo protéico
Diminui a densidade óssea
Aumenta o ACTH (aumenta glico e mineralocorticóides)
Resistência a insulina
Redução da funcção tireoidiana
Indicação de restrição hídrica na DRC
Apenas em caso de hiponatremia
Conduta em caso de hipervolemia refratária a restrição de sal e uso de diuréticos na DRC
Terapia renal substitutiva
Tratamento da hipercalemia na DRC
Restrição de K
Evitar fármacos poupadores de K (IECA, BRA)
Diuréticos caliuréticos
Resinas trocadoras de cátion (poliestirenosulfato de Ca ou de Na)
Conduta em caso de hipercalemia refratária ao tratamento na DRC
Terapia renal substitutiva
Quando repor bicarbonato em pacientes com DRC?
Quando bicarbonato sérico < 20-23 mmol/l
Obs: reposição geralmente por VO
Por que repor bicarbonato em pacientes com DRC com acidose metabólica leve?
Para evitar o catabolismo protéico, que é visto mesmo em acidoses leves