Distúrbios Hidroeletrolíticos Flashcards
Quais os principais distúrbios hidroeletrolíticos?
1) hipocalemia
2) hipercalemia
3) hiponatremia
4) hipernatremia
A maior parte do potássio no indivíduo está localizado no espaço extracelular. Certo ou Errado?
Errado. Cerca de 98% do potássio está no espaço INTRACELULAR. Apenas 2% está no espaço extracelular.
Qual a quantidade diária de potássio um adulto precisa por dia?
1-2 mEq/kg/dia, ou seja, cerca de 60-100 mEq/dia.
Por regra prática se faz 20ml de KCL 10% em cada frasco de 500ml de SF 0,9% de um total de 4 frascos em 24 horas.
Qual a classificação da hipocalemia quanto a gravidade?
1) HIPOCALEMIA LEVE: potássio entre 3 e 3,5 mEq/l
2) HIPOCALEMIA MODERADA: potássio entre 2,5 e 3 mEq/l
3) HIPOCALEMIA GRAVE: potássio menor que 2,5 mEq/l
Quais as principais causas de hipocalemia?
1) INGESTA INADEQUADA: ingesta menor que 1-2 mEq/kg/dia.
2) MUDANÇA DE COMPARTIMENTO (extracelular para intracelular): alcalose metabólica, exercício físico vigoroso, medicamentos (bicarbonato, beta 2 agonistas, glicose + insulina, anfotericina B),
3) AUMENTO DE PERDAS RENAIS: diuréticos, corticoides, acidose tubular renal, hiperaldosteronismo primário e secundário, síndrome de Bartter e síndrome de Gilteman.
4) AUMENTO DE PERDAS NÃO RENAIS: diarreia, vômitos, laxantes, quelantes e fístulas.
Quais são as manifestações clínicas da hipocalemia?
1) poliúria
2) fraqueza/adinamia
3) íleo paralítico
4) fraqueza de musculatura respiratória
5) rabdomiólise
Quais as principais alterações eletrocardiográficas na hipocalemia?
Achamento da onda T e presença de onda U.
OBSERVAÇÃO: outros achados menos importantes no ECG são: 1) infradesnivelamento do ST, 2) inversão de onda T e 3) pseudo-prolongamento do QT.
FUNRIO - 2017 - Médico Urologista - A seguinte anormalidade apresentada no eletrocardiograma está associada com hipocalemia severa:
A) fibrilação atrial.
B) ondas U proeminentes.
C) supradesnivelamento ST.
D) alargamento QT.
Letra B.
Como é feito o tratamento da hipocalemia?
HIPOCALEMIA LEVE: reposiação oral com xarope de potássio 10% ou drágea de potássio (mais utilizado). Uma drágea de 600mg de KCL tem 300mg de K, ou seja, cerca de 8mEq desse elemento.
HIPOCALEMIA MODERADA E GRAVE: reposição venosa com cloreto de potássio 10% ou cloreto de potássio 19,1% (mais utilizado). Uma ampola de potássio 19,1% tem 10 ml na concentração de 2,5mEq/ml, ou seja, 25mEq por ampola.
Qual a quantidade de mEq/L de potássio tem uma ampulo de KCL 10% e 19,1%?
AMPOLA 10%: 13,4 mEq em 10 ml
AMPOLA 19,1%: 25mEq em 10 ml
Na reposição EV de potássio deve ser observado dois fatores: velocidade e concentração. Qual a velocidade ele deve ser infundido?
Deve ser infundido a 20-30mEq/hora independentemente se é veia central ou periférica.
O enfermeiro Sérgio diluiu 2 ampolas de cloreto de sódio 19,1% em 500ml de SF 0,9% e realizou a infusão em 30 minutos e veia central. Qual o risco do uso da medicação nesse caso?
A medicação foi feito muito rápida e tem risco de gerar arritmia cardíaca! A velocidade recomendada de infusão do potássio é de 20-30 mEq/hora. Cada ampola de KCL 19,1% tem 25mEq e, portanto, foram feitos 50mEq em 30 minutos. Isso foi errado, pois eles deveriam ser feitas em 2 horas!
Na reposição EV de potássio deve ser observado dois fatores: velocidade e concentração. Qual a concentração ele deve ser infundido?
VEIA PERIFÉRICA: até 50 mEq/l
VEIA CENTRAL: até 100 mEq/l
OBSERVAÇÃO: Para preparar uma solução com 50mEq/l deve-se diluir 1 ampola de potássio 19,1% em 500ml de SF 0,9%. Já para preparar uma solução de 100mEq/l deve-se diluir 2 ampolas de potássio 19,1% em 500 ml de SF 0,9%.
O enfermeiro Sérgio diluiu 2 ampolas de cloreto de sódio 19,1% em 500ml de SF 0,9% e realizou a infusão em 2 horas minutos em veia periférica. Qual o risco do uso da medicação nesse caso?
Risco de Flebite. A concentração indicada para veia periférica é 50mEq/L, no entanto, foi feito na concentração de 100mEq/L.
Quais as manifestações clínicas da hipercalemia?
As manifestações clínicas são muito pouco comuns. Em raras vezes pode ter fraqueza muscular.
Qual a classificação da hipercalemia quanto a gravidade?
HIPERCALEMIA LEVE: potássio entre 5,5 e 6,5.
HIPERCALEMIA GRAVE: potássio > 6,5 ou potássio em qualquer valor associado a alterações eletrocardiográficas
Quais as principais causas de hipercalemia?
1) INGESTA AUMENTADA: ingesta maior que 1-2 mEq/kg/dia
2) MUDANÇA DE COMPARTIMENTO (intracelular para extracelular): acidose metabólica, síndrome de lise tumoral, betabloqueadores e paralisia periódica hipercalêmica.
3) REDUÇÃO DA EXCREÇÃO URINÁRIA: diuréticos poupadores de potássio (amilorida e espironolactona), anti-hipertensivos (IECA, BRA), antibióticos (sulfametoxazol+trimetropina), IRA e DRC.
As alterações ecocardiográficas da hipocalemia e hipercalemia são potencialmente fatais. Certo ou Errado?
Errado. Apenas da hipercalemia. Da hipocalemia não é potencialmente fatal.
Quais são as alterações eletrocardiográficas da hipercalemia?
As alterações são progessivas e começam na seguinte ordem:
1) onda T apiculada
2) onda P achatada
3) QRS alargado
4) fibrilação atrial
5) ritmo sinusoidal
6) FV ou assistolia
OBSERVAÇÃO: a onda T apiculada é a primeira a parecerecer, mas a ordem de 2 a 6 pode variar a depender do paciente.
FUNIVERSA - 2016 - IF/AP - Médico - Assinale a alternativa que apresenta o tipo de distúrbio metabólico causador da parada cardiorrespiratória em que a presença de ondas T apiculadas seja a primeira manifestação eletrocardiográfica que demanda maior gravidade e que, com a progressão do quadro clínico, torne possível determinar a ausência de ondas P, o prolongamento do intervalo PR, o alargamento do complexo QRS e, por fim, ritmos idioventriculares até a assistolia.
A) hipercalemia
B) hipocalemia
C) hipercalcemia
D) hipocalcemia
Letra A.
Como é feito o tratamento da hipercalemia?
1) ESTABILAZAÇÃO DA MEMBRANA DO CARDIOMIÓCITO: pacientes com alteração eletrocardiográfica devem receber gluconato de cálcio independente do valor sérico do potássio. A prescrição é gluconato de cálcio 10% 10 ml + SF 0,9% 100ml EV em 5 a 10 minutos.
2) MEDICAÇÕES QUE REDUZEM A HIPERCALEMIA: furosemia (aumento da excreção urinária), beta-2-agonista (mudança de compartimento), glicose+insulina (mudança de compartimento), bicarbonato de sódio 8,4% (mudança de compartimento) e poliestirenossulfonato de cálcio (excreção no TGI).
Como é feito a prescrição de glicoinsulina na hipercalemia?
Fazer 50g de glicose + 10 unidades de insulina EV em 60 minutos com monitorização da glicemia. NA PRÁTICA: A glicose 10% 500ml tem 50g e poratnto, o correto seria SG 10% 500ml + 10 unidades de insulina EV em 60 minutos com monitorização da glicose.
OBSERVAÇÃO: para fazer glicose 10% é só pegar 1 frasco de 500ml de SG 5% e acrescentar 5 ampolas de glicose 50%.
Como é feito a prescrição de furosemida na hipercalemia?
Fazer 0,5 a 1mg/kg de furosemida EV até de 04/04horas. NA PRÁTICA: A ampola de furosemida tem 20mg/2ml e, portanto, considerando uma pessoa de 80kg seria 2 a 4 ampolas de furosemida EV de até 04/04 horas.
Como é feito a prescrição de salbutamol na hipercalemia?
10mg de salbutamol + 3ml SF 0,9% por nebulização repetido em até 3 vezes em 1 hora. NA PRÁTICA: O salbutamol inalatório próprio para nebulização tem 5mg/ml, e portanto seria 2ml ou 40 gotas de salbutamol + 3ml de SF0,9% em até 3 vezes em 1 hora.
OBSERVAÇÃO: as doses são bem mais altas do que as consideradas para tratamento de bronespasmo. No tratamento de broncoespasmo é utilizado 0,5ml (10 gotas) a 1ml (20 gotas).
Quais são os medicamentos que geram hipocalemia?
1) DIURÉTICOS TIAZÍDICOS (indapamida e hidroclorotiazida)
2) DIURÉTICOS DE ALÇA (furosemida)
3) BETA 2 AGONISTA (salbutamol e fenoterol)
4) CORTICOIDES (prednisona e hidrocortisona)
5) ANFOTERICINA B
6) INSULINA
7) BICARBONATO
Quais os medicamentos geram hipercalemia?
1) DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO (amilorida e espironolactona)
2) IECA (captopril e enalapril)
3) BRA (losartana e valsartana)
4) SULFAMETOXAZOL + TRIMETROPINA