Distúrbios do Potassio Flashcards
O que é considerado hipocalemia?
É a concentração sérica de potássio menor que 3,5 mEq/L.
Quais são algumas das causas de hipocalemia?
Diminuição da ingestão (atenção aos pacietes hospitalizados), perdas gastrointestinais, distúrbios na excreção renal e o uso de certos medicamentos
Quais são as manifestações clínicas associadas à hipocalemia moderada / grave?
Neuromusculares: fraqueza muscular ascendente (podendo evoluir para paralisia da musculatura respiratória), poliúria, íleo paralítico, rabdomiólise.
Cardíacas: ectopias atriais e ventriculares, bradicardia sinusal e taquicardias, BAVT
Como é feita a reposição de potássio em um paciente com hipocalemia leve ?
KCI xarope 6% - Ingerir 15 ml de 8 em 8h
Alvo: K > 4,0 mEq/L
Quais exames complementares são indicados para pacientes com suspeita de hipocalemia?
ECG, eletrólitos (potássio, bicarbonato, cloro e magnésio), gasometria arterial e relação potássio/creatinina urinária.
OBS: A relação potássio/ creatinina urinaria pode sugerir a etiologia da hipocalemia. Se essa relação é maior que 13 mEq/L, a hipocalemia é decorrente de perda urinaria.
Quais são as medicações que causam hipocalemia?
Drogas associadas à shift intracelular de potássio: epinefrina, descongestionantes nasais, broncodilatadores, insulina, agentes tocolíticos, teofilina, cafeína, verapamil, cloroquina.
Drogas que aumentam a excreção renal: diuréticos, mineralocorticóides, glicocorticóides em altas doses, antibióticos em altas doses (penincilina G, ampicilina).
Drogas associadas à depleção de magnésio: aminoglicosídeos, cisplatina, foscarnet, anfotericina B
Drogas que aumentam a perda de potássio nas fezes: Sorcal, Fleet enema administrado por via oral, bicarbonato de sódio.
Como podemos classificar a hipocalemia?
Casos leve: 3,1 – 3,5 mEq/L (maioria não apresenta sintomas)
Casos moderada: 2,5 - 3,0 mEq/L e grave: < 2,5 mEq/L (Manifestações neuromusculares e cardíacas)
Quais são as alterações no ECG encotradas na hipocalemia ?
Redução da amplitude da onda T (achatamento ou até inversão), depressão do segmento ST e ondas U.
Como é feita a reposição de potássio em um paciente com hipocalemia moderada/grave ?
Depende do valor do K:
- Se K entre 2,0 - 3,0: 20 - 40 mEq diluídos em SF 0,9%
- Se K menor que 2,5: 40 – 80 mEq diluídos em SF 0,9%
Fazer infusão: 5 – 10 mEq/hora. Sendo permitida uma concentração máxima de 40 mEq/L no AVP e 60 no acesso central
OBS: Reduzir dose em > 50% no caso de pacientes com disfunção renal
Quais os cuidados devem ser tomados durante a reposição de potássio em um paciente com hipocalemia moderada/grave ?
- Os níveis de K devem ser monitorizados a cada 1 – 6 horas
- Considerar associação de diuréticos poupadores de potássio (Amilorida ou espironolactona)
- A monitorização cardíaca continua é recomendada caso se infunda mais que 10 mEq/hora, casos de alterações no ECG ou presença de doença cardíaca que predisponha a maior risco de arritmias
Quando deve ser feita reposição de magnésio em pacientes com hipocalemia ?
Se houver hipomagnesemia presente, não haverá resposta a reposição de K. É necessário repor Mg também
- Mg menor 1,0 mg/dl → 4-8 g de Mg em 12-24h
- Mg entre 1-1,5 mg/dl → 2-4 g de Mg em 4-12h
- Mg entre 1,6-1,9 mg/dl → 1-2 g de Mg em 1-2h
Como é definida a hipercalemia?
Concentrações séricas de potássio maiores que 5,5 mEq/L.
Quais são algumas das principais causas de hipercalemia?
Principal: insuficiência renal.
Outras: lise celular (rabdomiólise e hemólise), acidose metabólica, disfunção tubular, hiperglicemia e medicamentos (diuréticos poupadores de potássio e IECA)
Quais são as manifestações clínicas da hipercalemia moderada a grave?
Fraqueza muscular ascendente progressiva, que se inicia nas pernas e progride para troncos e braços. Geralmente não há comprometimento da musculatura respiratória
Distúrbios de ritmo cardíaco (BRD, BRE , BAVT, arritmais) e até mesmo padrão que simula supra ou infradesnivelamento de segmento ST.
Qual é a principal complicação decorrente da hipercalemia?
Alteração da atividade despolarizante muscular, levando a arritmias cardíacas, que podem ser fatais se não tratadas adequadamente. A administração endovenosa de cálcio altera rapidamente essa atividade despolarizante, elevando o limiar do potencial de membrana em repouso tornando as células cardíacas menos excitáveis.