Disposições Preliminares e Inquérito Policial Flashcards
Em quais situações o CPP não rege? (7)
- crimes conexos com os do Presidente da República
- crimes conexos com os dos ministros do STF
- crimes de responsabilidade
- processos de justiça militar
- processos do tribunal especial: inciso inválido visto que CF proíbe tribunal especial.
- processos por crimes de imprensa
- em procedimentos previstos em tratados e convenções internacionais
O CPP admite a interpretação extensiva, a aplicação analógica e o suplemento dos princípios gerais do direito?
Sim
No DF, a autoridade com exercício em uma circunscrição poderá, em relação aos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em outra circunscrição independentemente de precatórias ou requisições?
Sim
Quais são as funções da polícia judiciária? (5)
- Apurar infração penal e sua autoria
- Fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento do processo
- Realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou MP
- Cumprir os mandados de prisão expedidos por autoridade judiciária
- Representar acerca da prisão preventiva
É possível que autoridades administrativas façam a apuração de infração penal e sua autoria?
Sim, há leis que incumbem essa função a algumas autoridades administrativas.
O que deve conter, sempre que possível, no requerimento de abertura de IP feito pelo ofendido ou seus representantes legais? (3)
- Narração do fato, como todas as circunstâncias
- Individualização do indiciado e as razões de convicção/presunção ou o motivo pelo qual não é possível fazê-lo
- Nomeação de testemunhas com indicação de sua profissão e residência.
Cabe recurso em caso de indeferimento de abertura de inquérito em crimes de ação privada?
Sim, o ofendido ou seu representante legal pode recorrer para o chefe de polícia.
O que é Delatio Criminis?
É quando qualquer pessoa do povo comunica para a polícia, verbalmente ou por escrito, conhecimento de infração penal de ação pública.
Quais são as diligências que a autoridade policial deve promover quando do conhecimento de prática de infração penal? (11)
- Isolar a cena do crime à espera dos peritos criminais
- Apreender objetos que tiveram relação com o fato
- Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato
- Ouvir o ofendido
- Ouvir o indiciado, observando a lei
- Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas
- Determinar o exame de corpo de delito se for o caso
- Ordenar a identificação datiloscópica do indiciado, se possível
- Fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
- Averiguar a vida pregressa do indiciado
- Colher informações sobre a existência de filhos
Quantas peças do IP devem ser rubricadas pela autoridade policial?
Todas.
Prazo geral para terminar IP quando o indiciado estiver solto?
30 dias
Prazo geral para terminar IP quando o indiciado estiver preso em flagrante?
10 dias contados da prisão
Prazo geral para terminar IP quando o indiciado estiver preso preventivamente?
10 dias contados da execução da ordem de prisão
Prazo geral para terminar IP quando for crime contra a economia popular independentemente se o indiciado estiver solto ou preso?
10 dias
Prazo geral para terminar IP quando for crime de tráfico de entorpecentes e o indiciado estiver preso?
30 + 30 dias
Prazo geral para terminar IP quando for crime de tráfico de entorpecentes e o indiciado estiver solto?
90 + 90 dias
Prazo geral para terminar IP quando for o indiciado estiver em prisão temporária por crimes hediondos
30 + 30 dias
Quando pode a autoridade policial requerer a devolução dos autos?
quando o fato for de difícil elucidação e o indiciado estiver solto
Pode o MP requerer a devolução dos autos de volta para a autoridade policial?
Sim, porém somente quando seja imprescindível a realização de novas diligências para o oferecimento da denúncia. A requisição é de observância obrigatória.
Em quais crimes pode o delegado de polícia ou membro do MP requisitar dados e informações cadastrais da vítima ou dos suspeitos? (4)
Em crimes que atentam contra a liberdade da pessoa:
- Sequestro e cárcere privado
- Reduzir alguém à condição análoga de escravo
- Tráfico de pessoas
- Tráfico de crianças
O delegado de polícia ou membro do MP pode requisitar dados e informações cadastrais da vítima ou dos suspeitos em quais instituições?
Órgãos públicos e empresas privadas
Em quantas horas deve a requisição de informação e dados cadastrais da vítima ou dos suspeitos deve ser atendida?
24 horas
O que deve conter na requisição de informação e dados cadastrais da vítima ou dos suspeitos? (3)
- Número do IP
- Nome da autoridade requisitante
- A unidade da polícia judiciária responsável pela investigação do fato.
Quem nomeará um curador para o indiciado quando ele for de menor?
A autoridade policial
Além do MP e do juiz, quem mais pode requisitar diligências? (3)
- O ofendido
- Representantes legais do ofendido
- O indiciado
Cabe aqui a discricionariedade da polícia
Pode a autoridade policial mencionar a instauração de IP nos atestados de antecedentes que lhe forem requisitados?
Não, visto que o IP é sigiloso.
Segundo a jurisprudência do STF, é nulo inquérito policial instaurado a partir de prisão em flagrante dos acusados quando a autoridade policial tomou conhecimento prévio dos fatos por meio de denúncia anônima?
Não é nulo.
Segundo a jurisprudência do STF, justifica-se a instauração imediata de investigação preliminar com base em escritos anônimos?
Não se justifica.
Segundo a jurisprudência do STF, peças apócrifas podem ser, formalmente, incorporadas ao processo?
Não podem, salvo quando:
- forem produzidas pelo próprio acusado.
- quando constituírem o corpo de delito.
Segundo a jurisprudência do STF, é possível que o poder público aplique medidas informais para averiguar sumariamente as informações obtidas sobre ato criminoso via delação anônima?
Sim, é possível, dessa forma o poder público mantém completa desvinculação entre o IP e peças apócrifas.
Se não é possível instaurar IP com única base em denúncia anônima, é possível que o MP forme sua opinio delicti tendo como único fundamento documentos ou escritos anônimos?
Também não.
Segundo a jurisprudência do STF, em regra, é possível a instauração de IP para apuração de crime contra a ordem tributária antes do encerramento do procedimento administrativo-fiscal?
Em regra, não, pois há a necessidade do prévio encerramento do procedimento administrativo-fiscal para configuração dos crimes contra a ordem tributária.
Segundo a jurisprudência do STF, em se tratando de infração contra a ordem tributária, caso a empresa se recuse a oferecer os documentos indispensáveis para a fiscalização, é possível a instauração de IP ainda que não tenha havido ou exaurimento do procedimento administrativo-fiscal?
Sim, pois, nesse caso, a recusa da empresa torna necessária a instauração do IP para formalizar e instrumentalizar o pedido de quebra do sigilo bancário, a qual é diligência imprescindível para a conclusão da fiscalização.
Qual é a Súmula Vinculante que diz que o defensor tem direito a acesso amplo aos elementos de prova já documentados em procedimento investigatório de polícia judiciária e que digam respeito ao exercício do direito de defesa?
Súmula Vinculante 14.
Segundo a jurisprudência do STF, o magistrado pode requisitar ao delegado de polícia o indiciamento de determinada pessoa?
Em nenhum momento. O indiciamento é atribuição exclusiva da autoridade policial.
O que significa dizer que o prazo previsto no art. 10 do CPP é impróprio?
Significa que o prazo não vincula qualquer consequência caso ele não seja respeitado quando o réu estiver solto. Estando ele preso, a prorrogação do prazo poderá implicar relaxamento da prisão do indiciado.
Sendo o prazo processual previsto no CPP impróprio, qual é a sua relevância, segundo a jurisprudência do STF?
O tempo despendido para a conclusão do IP assume relevância para caracterizar constrangimento ilegal em duas situações:
- Se o paciente estiver preso no curso das investigações.
- Se o prazo prescricional tiver sido alcançado e as investigações ainda estiverem em curso.
Existe súmula vinculante que determina que IP arquivado, em regra, só pode ser desarquivado com o surgimento de novas provas?
Não. Existe, na verdade, a súmula 524 do STF.
Em regra, o arquivamento de IP faz coisa julgada ou causa preclusão?
Nem uma nem outra.
Numa situação em que haja dois roubos em sequência, caso o MP ofereça denúncia quanto a somente um deles, estaria o MP impedido de ajuizar nova ação penal quanto ao delito remanescente?
Não, pois o arquivamento implícito não vigora no Brasil.
Segundo a jurisprudência do STF, arquivamento feito com base em excludente de ilicitude faz coisa julgada material?
Não, o que significa que, nesse caso, desde que surjam novas provas, o IP pode ser desarquivado.
Segundo a jurisprudência do STF, arquivamento feito com base em atipicidade do fato faz coisa julgada material?
Sim, o que significa que, nesse caso, mesmo que surjam novas provas, o IP não pode ser desarquivado.
Segundo a jurisprudência do STF, caso a decisão de arquivar IP com base na atipicidade do fato tenha sido emanada por juiz incompetente, pode o IP ser desarquivado?
Não pode, independentemente se a decisão foi feita por juiz competente ou não. Arquivamento por atipicidade do fato faz coisa julgada material!