Displasia do Desenvolvimento do Quadril Flashcards
O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril?
Conjunto de anormalidade em que a cabeça do fêmur, o acetábulo e a capsula articular são defeituosos. Existe luxação e pode ter origem congênita ou desenvolver-se após o nascimento.
A etiologia é multifatorial
Ocorre mais do lado esquerdo (50%)
- Forçado contra o sacro
- Bilateral (25%)
- À direita (mais raro, pior prognóstico)
Qual a classificação da Displasia do Desenvolvimento do Quadril?
- Teratológico
- Associado à outras desordens
- Mielomeningocele, artrogripose, agenesia lombossacral e anomalias cromossômicas
- Típica
- Crianças normais
Qual a incidência da displasia do desenvolvimento do quadril?
1 - 1,5 a cada 1000 nascidos
Quais os fatores de risco da displasia do desenvolvimento do quadril?
- População:
- Mais comum em brancos e menos em negros e asiáticos
- Comum em índios americanos (navajo)
- História Familiar Positiva
- Oligoidrâmnios
- pouco líquido aminiótico
- Macrossomias
- peso ao nascer > 4.000 g
- Primeiro Filho (primiparidade)
- Sexo Feminino (relaxina) - 60%
- Apresentação pélvica (agripino) - 16%
- Pior se for posição de joelhos
- e cesária
- Gemelidade
- Pés deformados
Como é o desenvolvimento do quadril no desenvolvimento fetal e na infância?
- Começa na 7 semana da gestação.
- O acetábulo se desenvolve a partir da cabeça femoral
- Ao nascimento, o acetábulo é completamente formado por cartilagem e com labrum (atua na formação acetabular)
- Ossificação da cabeça do fêmur - 4 a 7 meses
- Por volta dos 8 anos, o acetábulo assume sua forma definitiva
Qual o melhor exame de imagem na investigação de displasia do desenvolvimento do quadril no recém-nascido?
Tomografia, se houver indicação absoluta
no recém-nascido, a cabeça femoral ainda não está ossificada, não sendo visível no raio-x.
Qual a etiologia da displasia do desenvolvimento do quadril?
É multifatorial:
- Lassidão Ligamentar
- Excessiva anteversão femoral
- Anteversão acetabular
- Deficiência acetabular
- Má posição intrauterina ou pós-natal
- Hormonal
- Predisposição racial
Como é feito o diagnóstico clínico da displasia do desenvolvimento do quadril?
- Exame físico para recém-nascidos
- Teste de Barlow e Ortolani (até o 2º mês)
- Um quadril de cada vez
- Ortolani (+): diagnóstico de DDQ
- Ortolani (-): não exclui diagnóstico
- Barlow: instabilidade do quadril
Toda limitação do quadril é suspeita
- Teste de Barlow e Ortolani (até o 2º mês)
- Exame físico para crianças > 3 meses
- limitação da abdução
- Encurtamentos de um dos MMII (teste de Galeazzi)
- Assimetria das pregas cutâneas
*Quanto mais velha a criança: - fácil o diagnóstico
- difícil o tratamento e prognóstico.
- Exame Físico após a marcha:
- Claudicação (bilateral: anserina)
- Sinal de tremdelemburg (+)
- Hiperlordose lombar (principalmente em bilateral)
Como é a manobra de Barlow?
É o teste de deslocamento em quadril luxável em que a cabeça está reduzida e é possível retira-la do acetábulo.
Pressão no eixo femoral: movimentode adução do quadril com a perna em 90°, faz-se uma pressão suave com o polegar, de medial para lateral
Como é o teste de ortolani?
Quadril redutível, sendo possível reduzir a cabeça luxada.
Tração ao longo do eixo femoral: perna em 90°, faz abdução e pressão suave de lateral para medial
O sinal de Ortolani começa a desaparecer após o 10° dia de nascimento e está praticamente ausente após a 8 semana de vida.
Qual o melhor exame de imagem para DDQ em recém-nascidos?
A US dinâmica, pois o núcleo da ossificação só aparece dos 4 aos 5 meses, permitindo identificar o núcleo cartilaginoso. Mas a US só pode ser utilizada até os 6 meses.
Como é a ecogenicidade das estruturas na US dinâmica na investigação de DDQ em recém-nascidos?
- Cartilagem hialina do quadril - hipoecoica
- Cápsula e musculatura - hipoecoica
- Fibrocartilagem labral - hiperecoica
O que é o método de Graf?
É um método que avalia a angulação formada pelas estruturas da articulação femoral na US
Para formar os ângulos são usadas:
1. Linha de base:
- passa pelo íleo e pelo centro da cabeça do fêmur
2. Linha de inclinação
- ao longo da margem cartilaginosa do acetábulo
3. Linha do teto acetabular
- ao longo do teto acetabular
Quando essas três linhas se cruzam são formados dois ângulos, α e β. De acordo com esses ângulos pode-se classificar a DDQ.
- Normal
- α > 60°
- β < 55°
2a. Imaturo (< 3 meses)
- 50 ≥ α ≤ 60°
- 55° ≥ β ≤ 77°
2b. ≥ 3 meses
- 50 > α ≤ 60°
- 55° ≥ β ≤ 77°
2c. Deficiência Acetabular
- 43° ≥ α ≤ 49°
- β > 77°
2d. Labrum evertido
- 43° ≥ α ≤ 49°
- β > 77°
- Labrum evertido
- α < 43°
- β > 77°
- Deslocado
- α = imensurável
- β = Imensurável
Como é a análise do exame radiográfico em investigação de DDQ?
- Poucas informações no recém-nascido
- Indicado a partir dos 6 mês de vida
- Exame negativo não afasta a possibilidade de DDQ
- Radiografia em AP e rã
- Sinais radiográficos importantes:
= Deslocamento para fora e para cima da cabeça femoral cartilaginosa e o desenvolvimento do acetábulo
= Hipoplasia do núcleo de ossificação da cabeça femoral
Quais as linhas e ângulos usadas na investigação de DDQ na radiografia?
- Linha horizontal de Hilgenrainer
- Através da cartilagem trirradiada
- Linha vertical de Ombrédane ou linha de Perkins
- bordo lateral do teto do acetábulo e forma quatro quadrantes com a linha de Hilgenrainer
- Ângulo acetabular
- Formado entre a linha de hilgenrainer e o bordo mais ossificado do teto do acetábulo
- Normal: até 30°
- Linha ou arco de Shenton
- Entre o bordo interno do colo do fêmur e o bordo superior do forame obturador
- Contínuo no quadril normal e interrompido no quadril luxado