Diabetes Mellitus/ Obesidade Flashcards

1
Q

Mulher, 68 anos, diabetica, relata pesadelos, palpitações e sudorese noturnas. Em uso de metformina 2550 (dose maxima), insulina NPH (lenta) 20 U antes do café e 14 U antes do jantar e insulina R (regular) 6 U antes do café e 4 U antes do jantar.
Traz exames de glicemia media: notamos glicemia em jejum muito maior do que durante o resto do dia. Conduta:

A

Hipotese: A dose de insulina NPH da noite está acima da necessária, causando hipoglicemia de madrugada, que dá esses sintomas neurologicos e vasomotores- efeito Somogt/hiperglicemia do alvorecer (uma dose de insulina que seja demasiadamente alta pode provocar hiperglicemia de rebote, pois o corpo produz hormonios contrainsulinicos para compensar a hipoglicemia), o que explica a alta glicemia de jejum.

REduzir NPH noturna e mudar horario de tomada do remedio para mais tarde, antes de dormir.

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2
Q

Adolescente, 12 anos, obesa, com poliuria, polidipsia e vulvovaginite por moniliase há 3 meses. Na ultima semana teve cansaço e nauseas. Historia familiar de diabetes. No exame fisico, apresentou hipertensao arterial, acantose nigricans, glicosuria positiva e hemoglobina glicada de 9,7%, glicemia de jejum 250 mg/dl. Diagnostico e conduta:

A

Paciente com diabetes -> 2 dos 3 P’s: poliuria e polidipsia (faltou perda de peso), mas a hiperglicemia em jejum e a elevação da HbA1c nos permite fechar o diagnostico. Além disso, a moniliase prolongada tbm contribui com diabetes (diabeticos tem maior susceptilidade a algumas infecções devido a hiperglicemia).

Como a paciente tem historia familiar*, é obesa e apresenta acantose nigricans**, provavelmente é diabetes tipo II.

  • lembrar que fator hereditario é muito mais forte para diabetes tipo II do que para tipo I

**Acantose Nigricans é condição dermatológica caracterizada por espessamento, hiperpigmentação e acentuação das linhas da pele, gerando aspecto grosseiro e aveludado no local afetado (principalmente em pescoço e axilas)

Geralmente usamos Metformina para DM II (principalmente em obesos), mas nesse caso devemos entrar direto com INSULINA, pois temos sintomas classicos e francos de hiperglicemia

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3
Q

Como pode ser feito o diagnostico de diabetes?

A

1) Paciente com glicemia 100-125 mg/dl a principio é pré-diabetico (glicemia de jejum alterada), mas devemos fazer TOTG 75 para confirmar se nao temos uma DM oculto (resultado positivo é glicemia >200 mg/dl após 2h. Se glicemia 140-199 mg/dl, estado pré-diabetico com “intolerancia a glicose”).
2) Hemoglobina glicada > 6,5% firma o diagnostico
3) Glicemia de jejum >= 126 mg/dl em duas medidas em dias diferentes (glicemia plasmatica coletada por punção venosa -> glicemia capilar nao foi validada ainda para diagnostico)
4) Pacientes com sintomas certeiros de hiperglicemia (poliuria, polidipsia, etc) e glicemia randomica >200 mg/dl sao considerados diabeticos.

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4
Q

Mulher, 52 anos, obesa (predispoe resistencia insulinica elevada), hipertensa, dislipidemica, com poliuria, prurido vaginal persistente (sugere vulvovaginite por Candida), perda ponderal (sem restrição calorica) e cansaço. Hipotese diagnostica:

A

DM tipo II (deficiencia insulinica produz perda ponderal e hiperglicemia favorece infecções fungicas, inclusive de repetição)

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5
Q

Medicamento que atua no inibidor de cotransportador sodio-glicose 2 (SGLT2):

A

Empaglifozina/ dapaglifozina (reduz a glicemia ao promover a perda urinaria da glicose)

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6
Q

Medicamento que atua no inibidor dipeptil-peptidase 4 (DPP-4):

OBS: inibidor DPP-4 funcionam como drogas hipogliceminates, inativando a enzima GLP-1

A

Saxagliptina/ sitagliptina/vildagliptina (gliptinas em geral) -> sao incretinomimeticos

OBS: incretina = são hormônios produzidas pelo trato gastrointestinal e liberadas quando
ocorre a ingestão de nutrientes e sua chegada no intestino, logo que são liberadas estimulam a
secreção de insulina e têm como principais hormônios o GIP (do inglês Gastric Inhibitory
Polypeptide e o GLP-1 (do ingês Glucagon-like peptide-1)

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7
Q

Medicamento que é agonista do receptor GLP-1 (principal incretina endogena):

A

Liraglutida (incretinomimetico)

OBS: incretina = são hormônios produzidas pelo trato gastrointestinal e liberadas quando
ocorre a ingestão de nutrientes e sua chegada no intestino, logo que são liberadas estimulam a
secreção de insulina e têm como principais hormônios o GIP (do inglês Gastric Inhibitory
Polypeptide e o GLP-1 (do ingês Glucagon-like peptide-1)

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8
Q

Medicamento que atua na diminuição da produção hepatica de glicose:

A

Metformina (inibe a gliconeogenese hepatica, reduzindo a glicemia de jejum)

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9
Q

Medicamento que atua no inibidor das enzimas intestinais alfa-glicosidases:

A

Acarbose (atua no tubo digestivo inibindo a enzima alfa-glicosidase na borda em escova dos enterocitos, diminuindo a absorção intestinal de glicose)

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10
Q

Paciente com glicemia de jejum = 121 mg/dl. Conduta:

A

Com a glicemia de jejum 100-125 mg/dl, temos um estado pré-diabetico (glicemia de jejum alterada) e devemos solicitar TOTG 75 para fechar o diagnostico de DM ou nao (glicemia > 200 mg/dl após 2h = DM)

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11
Q

Medidas terapeuticas para controlar cetoacidose diabetica (CAD) em pacientes DM tipo I:

A

Paciente em CAD esta com hiperglicemia -> causa diurese osmótica com perda significativa de líquidos e eletrólitos, gerando baixo volume intravascular.

1) Devemos fazer reposição do volume intravascular por meio de hidratação de expansao com soro fisiologico, pelo menos 1L de salina (SF 0,9%) na PRIMEIRA HORA de tratamento
OBS: NAO FAZER INSULINOTERAPIA DIRETO, pois vai puxar a glicose pra dentro da celula, levando agua junto com ela e diminuindo mais ainda o volume intravascular, que já esta baixo!!

2) Infusão contínua de insulina (reduz a glicemia, estimula a entrada de potassio na celula e causa hipocalemia*)

  • hipocalemia é o disturbio metabolico mais grave e agudo associado ao tratamento de CAD (insulina faz potassio entrar nas celulas), podendo gerar arritmias cardiacas. Por isso, o momento de iniciar a insulinoterapia IV depende da calemia do paciente (se tiver franca hipocalemia, devemos primeiro repor o potassio IV para depois usar a insulina):
    K > 5 = insulina sozinha (checar potassio de 2/2h -> caso fique abaixo de 5, indicada reposição de K+)
    3,3 < K <5 = insulina + potassio
    K < 3,3 = reposição exclusiva de potassio

OBS: Devemos utilizar GASOMETRIA ARTERIAL para monitorar o pH do paciente (pH e HCO3 importantes para definição de condutas)

OBS 2: Devemos EVITAR A REPOSIÇÃO DE BICARBONATO (somente usamos em baixas quantidades em acidoses muito graves ph < 6,9; para tirar o risco de morte por acidose), pois:

  • corpos cetonicos sao bicarbonato em potencial, sendo que a reposição de insulina induz o figado a transformar essas substancias em bicarbonato (podemos gerar alcalose metabolica de rebote)
  • aumenta o risco de edema cerebral espontaneo, principalmente em pediatricos (nao sabe a causa)

OBS 3: devemos medir a glicemia capilar de 1/1h no inicio do tratamento

OBS 4: quando a glicemia atingir valores < 200-250, devemos reduzir a dose de insulina regular contínua e iniciar a reposição de glicose no soro (adicionando SG 5%). O objetivo é manter a glicemia entre 150-200 ate que a cetoacidose se resolva por completo (hipoglicemia complicação frequente do controle da CAD)

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12
Q

Tratamento do edema cerebral (complicação da CAD em pacientes DM I):

A

Cabeceira do leito elevada. redução da oferta de agua livre e administração de diuretico osmotico como o manitol (nao diuretico de alça como a furosemida)

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13
Q

Paciente 65 anos, obeso, sem queixas, urina EAS sem alterações, glicemia de jejum = 205 mg/dl e HbA1c = 7,9% (diabetes confirmado -> 2 exames diferentes com criterios para a doença). Conduta:

A
  • Orientar mudanças no estilo de vida;
  • Prescrever metformina;
  • Como o EAS é normal, nao precisamos dosar proteinuria de 24h, pois essa tbm sera provavelmente normal. Devemos pesquisar microalbuminuria* em amostra urinaria isolada (spot urinario) atraves da relação albumina/creatinina urinaria
  • Ensinar a fazer automonitorização da glicemia capilar
  • retorno em 3 meses (periodo razoavel pois é uma diabetes recente, sem hiperglicemia muito grave, que vai usar metformina oral)
  • é um indicador precoce de insuficiência renal. Mede pequenas quantidades de albumina que o corpo começa a eliminar na urina anos antes de uma lesão renal se tornar evidente ( mede risco maior de desenvolvimento de insuficiência renal progressiva e doença cardiovascular no futuro)

OBS: A concentração/diluição da urina varia muito durante o dia, mas a excreção de creatinina é relativamente estável. Essa característica da creatinina permite que sua medida seja usada como fator de correção em amostras aleatórias de urina. Quando a creatinina é medida junto da microalbuminúria em uma amostra aleatória de urina, pode ser calculada a relação albumina/creatinina urinaria, que a American Diabetes Association considera ser o exame de escolha para triagem de microalbuminúria.

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14
Q

Triade classica de dislipidemia no diabetico:

A
  • Hipertrigliceridemia;
  • baixos niveis de HDL-C;
  • LDL pequeno e denso (não há aumento da concentração de LDL-C, mas o LDL deles é mais aterogenico->alteração qualitativa)

OBS: os dois primeiros configuram a sindrome metabolica de resistencia a insulina

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15
Q

Situaçoes que causam hiperglicemia por redução da secreção de insulina e outras por resistencia tecidual:

A

Hiperglicemia por redução da secreção de insulina:
- diureticos tiazidicos (ex: furosemida/hidroclorotiazida)

Hiperglicemia por resistencia insulinica tecidual:

  • uso de corticoides cronicos (CORTISOL), acromegalia (GH) e glucagonoma (raro tumor das células alfa pancreáticas que resulta na produção excessiva do hormonio GLUCAGON). Todos os hormonios em CAPS LOCK sao hormonios contra-insulinicos
  • doença hepatica

OBS: pode ser que cause os dois efeitos simultaneos, mas aqui está a ação principal de cada um!!

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16
Q

Como medir nefropatia diabetica inicial?

A

Microalbuminuria = albumina na urina de 24h 30-300 mg. Para confirmar o diagnostico, é preciso ter 2 dosagens positivas coletadas em momentos diferentes para afastar albuminuria transitoria

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17
Q

Paciente com rebaixamento do nivel de consciencia, glicemia > 600 mg/dl, pH = 7,3, potassio = 3,5 mEq/L. Diagnostico e conduta:

A

acidose metabolica + glicemia extremamente alta = cetoacidose diabetica (emergencia metabolica caracterizada pela ausencia de efeito da insulina, levando a hiperglicemia, desidratação, acidose metabolica, cetonemia e cetonuria)

Hidratação venosa inicial com solução isotonica (apenas após 1h de hidratação, se tiver hipernatremia podemos usar solução hipotonica)-> reposição de potassio*-> insulinização (TUDO VIA ENDOVENOSA)

*Quando potassio 3,3-5,2 mEq/L devemos REPOR POTASSIO ANTES DA INSULINOTERAPIA, pelo risco de HIPOCALEMIA.

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18
Q

Quando devemos investigar retinopatia diabetica em um paciente com DM tipo II?

A

O rastreio de complicações deve ser feito AO DIAGNOSTICO DA DOENÇA, pois pacientes DM tipo II podem apresentar a doença há quase uma decada

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19
Q

Paciente 24 anos, com dor abdominal, nauseas e vomitos, desidratação profunda e redução do sensorio (obnubilação mental = alteração da consciência e se caracteriza pela diminuição da sensopercepção, lentidão da compreensão e da elaboração das impressões sensoriais). Presença de halito cetonico e glicose >250 mg/dl, acidose metabolica (pH acido + bicarbonato baixo), cetonuria. Diagnostico, etiologia e tratamento:

A

Cetoacidose diabetica*, provavelmente DM tipo I (paciente jovem)

*estado de hiperglicemia + formação de corpos cetônicos + baixo volume intravascular (resultado da poliuria resultante da hiperglicemia)

OBS: a acidose metabolica tem ANION GAP AUMENTADO (nosso sangue tem carga zero, mas quando somamos os principais cations e anions, encontramos um valor ainda positivo, o qual tem que ser anulado matematicamente por anions nao mensuraveis nos nossos exames tradicionais, que é chamado de anion gap == é a diferença entre cátions e ânions medidos no soro ou plasma) e ocorre devido ao acumulo de H+ e de cetoacidos que consomem o bicarbonato circulante

OBS 2: tratamento adequado = hidratação -> insulinização plena (promove entrada de glicose para o espaço intracelular, reverte o estado catabolico e suprime lipolese e cetogenese, corrigindo a glicemia e a acidose)-> reposição de potassio -> glicemia normaliza ANTES da resolução da cetose (acidose), se isso ocorrer, manter a infusao de insulina e iniciar infusao de glicose!!

OBS 3: é necessario haver INSULINOPENIA para surgir a CAD (Nao depende só de glucagon). Dessa forma, o deficit de insulina leva a produção de acidos graxos atraves de lipolise, disponibilizando esses acidos graxos para a via metabolica de produção dos corpos cetonicos pelo figado

OBS 4: CAD pode dar nauseas, vomitos e dor abdominal -> diagnostico diferencial de abdomen agudo

OBS 5: CAD pode dar leucocitose com desvio a esquerda (leucocitose neutrofilica) mesmo na ausencia de infecção sujacente

OBS 6: CAD geralmente tem um fator desencadeante: estresse metabolico agudo (infecção, cirurgia, etc); suspensão inadvertida da insulinoterapia; disturbios alimentares, além de drogas medicamentosas (corticoides, tiazidicos, simpaticomimeticos, pentamidina* e antipsicoticos)

*antiprotozoario para tratar um tipo de pneumonia

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20
Q

Homem 65 anos, hipertenso e diabetico, com HbA1C = 7,5 %, trazendo seu “mapa glicemico” para a consulta. Quais os valores de referencia de glicemia capilar para cada momento do dia?

Paciente apresenta glicemia capilar aumentada após o almoço. Conduta:

A

Hemoglobina glicada em pacientes adultos com DM tipo II < 7 %, logo nosso paciente esta tendo escapes hiperglicemicos!! Valores padrao de glicemia capilar:

1) glicemia pré-pandial e jejum = 80-130
2) glicemia pós-prandial (1h ou 2h pós-refeição) < 180

Acrescentar insulina de ação rapida (regular ou analogo ultrarrapido). Como é paciente com >40 anos, precisamos utilizar estatina (como não há doença cardiovascular aterosclerotica-> tratamento de potencia media com drogas como a sinvastatina. Se tivesse doença, usariamos droga de alta potencia). O ideal é manter LDL <100 mg/dl

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21
Q

Vantagem dos antidiabeticos orais que inibem a DPP-IV (dipeptil peptidase IV):

A

Esses farmacos promovem aumento das incretinas (GLP-1, etc), que sao substancias secretadas pelas celulas do tubo digestivo em resposta a absorção intestinal de carboidratos. O efeito das incretinas é estimular liberação de insulina pelo pancreas SOMENTE em resposta aos carboidratos absorvidos (proporção direta entre liberação de insulina e absorção intestinal). Por isso, baixissimo risco de HIPOGLICEMIA.

OBS: precisam de ajuste na dose em pessoas com insuficiencia renal

OBS 2: possuem inicio de ação rapida e podem ser usados pós-prandial, igual alguns outros

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22
Q

Criterios diagnosticos de sindrome metabolica:

A

3 ou mais:

  • obesidade central (cintura>102 homens e >88 mulheres)
  • hipertrigliceridemia (>=150)
  • HDL baixo (<40 homes e <50 mulheres)
  • hipertensao arterial (>=130/85 ou tratamento anti-hipertensivo)
  • glicemia de jejum alterada (>=100 ou diagnostico de DM)
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23
Q

Quem deve ser rastreado para DM tipo II?

A
  • pessoas > 45 anos
  • pessoas com sobrepeso associado a um ou mais fatores de risco (historia familiar em parente de primeiro grau, hipertensao, dislipidemia, sedentarismo, historia de doença cardiovascular, etc)
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24
Q

Criterios que fecham o diagnostico de diabetes tipo II:

A
  • glicemia de jejum >=126 em duas ocasioes distintas
  • glicemia após 2h TOTG 75g >=200
  • hemoglobina glicosilada >= 6,5
  • glicemia aleatoria >=200 em paciente com sintomas classicos de hiperglicemia (perda de peso, polifagia, poliuria e polidipsia,etc) ou crise hiperglicemica
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25
Q

Criterios para pacientes que ainda nao possuem diabetes, mas possuem risco aumentado:

Tratamento desses casos:

A
  • glicemia de jejum 100-125 (glicemia de jejum alterada-> aolicitar TOTG 75g para confirmar o diagnostico)
  • glicemia após 2h TOTG 75g 140-199 (intolerancia a glicose)
  • hemoglobina glicosilada 5,7-6,4

Perda de peso, atividades fisicas, suspensao do tabagismo. Usar metformina em:

  • IMC >=35
  • idade >60
  • historia de diabetes gestacional
26
Q

Paciente em uso de metformina com efeito adverso de diarreia liquida. Conduta:

A

Devemos evitar o inicio de metformina com dose maxima (2550 mg/dia) para evitar efeitos adversos.

Devemos iniciar o tratamento com 850 mg/dia ou 500mg 2x/dia (junto com as refeições para melhorar a tolerancia). Após 5-7 dias, caso nao haja intolerancia gastrointestinal, aumentar para 850mg 2x/dia antes das refeições. Se o paciente tiver queixas, devemos diminuir para a dose previa e aumentar a dose um pouco mais tarde (efeitos gastrointestinais tendem a ser transitorios).

Reduzir a dose para dose previa, estabelecer um planod de aumento gradual da dose e orientar o paciente a respeito da benignidade do quadro

OBS: procura-se alcançar a dose maxima dentro de 1-2 meses

27
Q

Medicamento que é secretagogo (faz com que insulina seja secretada):

A

Nateglinida

28
Q

Medicamento que é agonista do PPAR-gama (sao receptores nucleares que regulam a homeostase da glicose, metabolismo de lipídeos e inflamação):

A

Pioglitazona

OBS: existem duas classes de antidiabeticos orais que reduzem a resistencia periferica a insulina, aumentando a captação e utilização da glicose pelos tecidos:

1) Biguanidas (metformina)
2) Glitazonas: estimula a expressao de receptores perifericos de insulina, por meio da ativação de um fator de transcrição presente no nucleo da celula (PPAR-gama). Agem muito mais no estímulo a captação de glicose pela musculatura esqueletica do que no bloqueio da gliconeogenese hepatica (metformina age tambem na resistencia periferica, mas sua ação principal é bloqueando gliconeogenese)

29
Q

Paciente com DM tipo I (ainda mais frequente em crianças, apesar da epidemia de obesidade. Assim como DM tipo II, apresenta padrao genetico variavel e poligenico). Como é a evolução do quadro? Qual a complicação aguda mais grave e mais comum? Tratamento?

A

Evolução rapida com sintomas tipicos (poliuria, polidipsia, polifagia e emagrecimento) dentro de dias ou semanas. Sem tratamento, logo evolui para cetoacidose diabetica.

Hipoglicemia, oriundo de insulinoterapia inadequada.

Monitorização glicemica antes de todas as refeições, multiplas aplicações de insulina ao longo do dia, bem como pratica de exercicios fisicos regulares

OBS: maioria dos pacientes DM tipo I apresentam anticorpos circulantes contra celulas das ilhotas pancreaticas e contra a descarboxilase do acido glutamico (pode ser destruição reversivel ou irreversivel das celulas)

30
Q

Principais fatores de risco para a retinopatia diabetica, caracteristicas do tipo proliferativa e nao proliferativa e tratamento:

A

Duração da diabetes e hiperglicemia (pacientes DM tipo II devem fazer rastreamento desde o momento do diagnostico-pela cronicidade da doença- e pacientes DM tipo I devem fazer após 5 anos do diagnostico em pacientes com mais de 10 anos de idade.

Nao proliferativa = microaneurismas (não se verifica a necessidade de efetuar, normalmente, nenhum tratamento, a menos que se verifique edema macular)

proliferativa = neovasos. Tratamento com fotocoagulação (se desenvolve após a retinopatia não proliferativa e é mais grave)

31
Q

Como é feito o diagnostico de neuropatia diabetica em pacientes diabeticos cronicos?

A

Com exames simples que utilizam monofilamento de nailon de 10g, associado a testes de sensibilidade com diapasao, martelo, pino, etc. Pra apresentações clinicas atipicas, podemos usar eletroneuromiografia

OBS: pacientes DM II cronicos apresentam necropsia e substituição de grande parte das ilhotas pancreaticas por amilina.

32
Q

Qual o primeiro estagio da nefropatia diabetica?

A

Hiperfiltração glomerular (pré-nefropatia), marcada por aumento de fluxo sanguineo renal e aumento da TFG

OBS: pacientes diabeticos apresentam maior risco cardiovascular, mesmo com controle glicemico

33
Q

Relação peptideo C e diabetes tipo I e II:

A

Lembrar que é secretado junto com a insulina, logo:

  • abolido no DM I (insulinopenia absoluta)
  • aumentado no DM II (hiperinsulinemia pela resistencia periferica ao hormonio)
34
Q

Criança de 10 anos com CAD (complicação AGUDA do diabetes) e boa evolução clinica começa a ficar torporosa (que apresenta prostração, desânimo, indolência, apatia) e nao responde a comandos verbais. Hipotese diagnostica e tratamento:

A

Edema cerebral (uma das complicações mais graves da CAD), com alta letalidade. Ainda nao sabe pq ocorre (hipoteses multifatoriais:declinio rapido da osmolaridade plasmatica; uso excessivo de liquidos; hipocapnia; uso de bicarbonato, ureia plasmatica elevada; hipoperfusao cerebral e ação direta das cetonas na liberação de interleucinas inflsamatorias-mas NAO sobre o metabolismo dos neuronios). É uma complicação RARA (mais comum seria disturbio eletrolitico e hipoglicemia).

Diminuição da infusao de liquidos e uso de manitol (mesmo assim a mortalidade é bem alta) -> tratamento resistente ao habitual para CAD

OBS: o tratamento inicial do CAD é com soluções cristaloides (soro fisiologico puro), pois soluções hipotonicas (com soro glicosado e menos soro fisiologico) poderiam aumentar o risco de edema cerebral

35
Q

Origem da diabetes secundaria a fibrose cistica e a sindrome de Cushing:

A

Fibrose cistica = falha no funcionamento de enzimas pancreaticas
sindrome de Cushing = falha de produção do hormonio (elevada concentração de cortisol no sangue)

OBS: nao há autoimunidade contra celulas pancreaticas

36
Q

Paciente com sindrome metabolica que apresenta lesoes cutaneas hiperpigmentadas e hiperceratoticas em regioes de dobras cutaneas. Diagnostico e significado clinico:

A

Acantose nigricans / hiperinsulinemia (resistencia a insulina)

37
Q

Homem diabetico em uso de metformina 2x ao dia e insulina glargina a noite apresenta episodios de hipoglicemia pela noite. Além disso, hemoglobina varia durante o dia 150-200 mg/dl. A hemoglobina glicada = 7,5%. Conduta:

OBS:

  • glicemia alvo 80-130 no jejum e <180 no pós-prandial
  • hemoglobina glicada alvo <7%
A

OBS: glargina é uma droga sintetica de ação prolongada ministrada 1x por dia servindo como “insulina basal” para o paciente ( = insulinemia em niveis sericos estaveis e suficientes para evitar a cetose). Apresenta classicamente baixo risco de hipoglicemia, mas pode causar (já a metformina nao causa hipoglicemia).

Paciente com hipoglicemia = reduzir a insulina (glargina) e recomendar alimentação regular, especialmente nesses horarios. Devemos tambem associar uma insulina de ação rapida (insulina regular) antes das refeições- 30 min antes (promover insulinemia pós-prandial) ou entao durante a alimentação em insulinas ultrarrapidas, como a lispro.

38
Q

Paciente com descontrole glicemico cronico* mesmo em uso de dois hipogliceminates orais (valores possiveis de metformina-> 1-2,5g/dia e glibenclamida ->2,5-20mg/dia). Conduta:

  • longe de todas as metas para diabetes:
  • glicemia de jejum 80-130
  • hemoglobina glicada <7%
  • colesterol total <200
  • LDL <100 (desejavel <70)
  • HDL >35
  • triglicerides <150
A

1) Associar uma terceira droga oral
2) Iniciar a insulinização, inicialmente com insulina bedtime (insoluna noturna antes de dormir->melhorar a glicemia na manha seguinte, fazendo com que os hipoglicemiantes orais sejam tomados em uma situação basal melhor -> melhoraria o controle glicemico antes de partir pra uma insulinização plena

Além disso, associar ESTATINAS para melhorar controle lipidemico.

39
Q

Paciente com DM tipo II e glicemia = 300. Tratamento obrigatorio:

A

Insulina.

Com uma glicemia >=300, sempre usar insulina, pois existe tanta glicose (glicotoxicidade) prejudicando as celulas Beta do pancreas que a secreção de insulina fica comprometida e a resposta a hipoglicemiantes orais fica reduzida. Alguns pacientes dá pra tirar a insulina dps, outros nao.

40
Q

O estado hiperosmolar nao cetotico e o CAD atingem mais frequentemente qual tipo de diabetes?

A

CAD= diabetes tipo I (pode ocorrer em pacientes DM II em situações de grande estresse: infecções graves, trauma e emergencias cardiovasculares) e estado hiperosmolar = DM II

OBS: CAD= devido a ausencia de resposta inibitoria insulinica, alguns hormonios contrarreguladores encontram-se elevados (como glucagon)

OBS2: enquanto na CAD a glicemia fica 300-500, no estado hiperosmolar nao cetotico chega >1000 (complicação metabólica do diabetes melito caracterizada por hiperglicemia grave, desidrataçãoextrema, hiperosmolaridade do plasma e alteração do nível de consciência)

41
Q

Por que devemos iniciar o uso de agonista de receptor de GLP-1 em doses baixas (lembrar que incrtinomimeticos sao excelentes hipoglicemiantes orais)?

A

Atrasam o esvaziamento gastrico, gerando efeitos colaterais como nauseas e vomitos (principalmente em individuos que ja tenham gastroparesia diabetica)

42
Q

Paciente de 60 anos internado com pneumonia, com glicemia aumentada e hemoglobina glicada = 6,5%. Nao sabe se tinha diabetes. Glicemia muito elevada (182-256) indicando estado grave com escapes glicemicos. Conduta:

A

O alvo nos pacientes com diabetes grave é manter a glicemia entre 140-180. Se tiver duas glicemias consecutivas >180, devemos iniciar insulina regular IV em bomba infusora

OBS: Os escapes glicemicos apresentados sao resultado da resposta endocrinometabolica decorrente da infecção (aumento de hormonios hiperglicemiantes), nao da diabetes

OBS 2: pacientes se alimentando pela via oral devem manter glicemia <140 antes das refeições e após refeições <180

OBS 3: sliding scale se refere a usar a insulina no paciente antes de cada momento do dia de acordo com a medição recente da glicemia (bom em pacientes internados, por exemplo)

43
Q

Homem, 62 anos, com HPP de DAC. Em uso de rosuvastatina 20 mg/dia. Relata que sua glicemia de jejum aumentou de 112 para 132 após inicio do medicamento. Conduta:

A

Manter a rosuvastatina, apesar de existir uma relação entre uso de estatinas e elevação da glicemia (risco-beneficio em paciente coronariopata -> indicação absoluta de estatina pelo seu alto risco)

44
Q

Homem, 36 anos, consulta de rotina. Assintomatico e sem comorbidades. Hfam de HAS. Exames: glicemia 100, HbA1c = 6%. Conduta:

A

Paciente em estado pré-diabético (glicemia entre 100-125 e HbA1c entre 5,7%-6,4%).

Conduta: orientar mudanças no estilo de vida (dietetico aliado a pratica de atividades fisicas)*. Alem disso, orientar seguimento anual** para verificar se o paciente aderiu as recomendações e tambem para identificar uma possivel diabetes de forma precoce.

  • estudos mostraram que em pré-diabetes é mais efetivo do que iniciar medicamentos

** dependendo do paciente, podemos fazer o acompanhamento semestral.

45
Q

Homem, 63 anos, DM II. Em uso de metformina, glibenclamida, insulina NPH (ao acordar e ao deitar) e insulina regular (antes do cafe da manha, almoço e jantar). Traz controle glicemico do ultimo mes que mostra glicemias normais nas outras partes do dia, com exceção da seguinte alteração: glicemia 2h após café da manha 276 (escape glicemico). Conduta:

A

OBS: Alvos glicemicos: glicemia capilar pré-prandial = 80-130 e pós-prandial = até 140.

OBS 2: NPH atinge seu pico de ação 6-12h e a regular 2-4 horas.

Com essas informações, sabemos que devemos fazer o ajuste inicial na insulina regular do café da manhã (aumentar a dose). No entanto, esse aumento da insulina regular pode alterar a glicemia pré e pós almoço (estavam normais antes, gerando agora risco de hipoglicemia). Por isso, devemos também diminuir a NPH da manhã.

46
Q

Paciente diabetica com proteinuria elevada, assintomatica. Em uso de enalapril 20 mg 12/12h , hidroclorotiazida 25 mg, anlodipino 5 mg, AAS 100 mg, insulina NPH de manhã e de noite. Apresenta ainda HbA1c = 8,7 % e proteinuria elevada. Conduta para reduzir a proteinuria:

A

Geralmente, as principais drogas para reduzir proteinuria sao IECA ou BRA (reduzem a pressao intraglomerular, diminuindo a filtração das proteinas). Mas essa paciente já usa dose maxima de enalapril (40 mg/dia), nao sendo recomendado aumentar a dose além desse ponto (aumentaria efeitos colaterais sem beneficios palpaveis). Da mesma forma, não é recomendado associar IECA e BRA, portanto não podemos acrescentar nenhum desses farmacos.

O que nos restou é controlar a doença de base dessa paciente (diabetes), atraves do aumento da insulina NPH (hemoglobina glicada fora do alvo terapeutico)

OBS: estatinas nao influenciam na proteinuria

47
Q

Paciente diabetica, com HAS descontrolada e presença de microalbuminuria no exame de proteinuria 24h. Conduta:

A

Drogas usadas no manejo de HAS em pacientes com nefropatia diabetica (microalbuminuria = marcador de lesao glomerular precoce) são IECA* (ex: enalapril, captopril) ou BRA (losartana). Essas medicações atuam reduzindo a pressao de filtração glomerular, por dilatarem preferencialmente a arteriola eferente (onde a angiotensina II tem mais efeito vasoconstritor).

Outra medida para prevenir a progressao para proteinuria franca é o controle glicêmico rígido.

  • IECA está indicado em todos os pacientes diabeticos com microalbuminuria/proteinuria, independente de ter HAS ou nao.
48
Q

Características da DM no idoso:

A

1) Pode cursar com demencia vascular e com hiponatremia (NAO HIPERNATREMIA)
2) Conforme a idade aumenta, o limiar para glicosuria tambem aumenta, pois os rins dos idosos conseguem absorver mais açucar da urina (precisa de mais hiperglicemia do que os jovens para ter glicosuria)
3) O surgimento de sintomas neurologicos em vigencia de hiperglicemia sugere estado hiperosmolar hiperglicemico, afastando a cetoacidose diabetica.
4) O DM predispoe a inumeras infecções, em especial de pele e fungicas. O idoso pode apresentar um quadro infeccioso, nao beber tanta agua e desidratar, precipitando um estado hiperosmolar hiperglicemico nao cetotico.

49
Q

Sintomas CAD:

A

Sede, polaciuria, nausea, dor abdominal, fraqueza, hálito cetonico e confusão mental.

50
Q

Como ocorre a defesa do nosso corpo contra a hipoglicemia?

A

Nessa ordem:

1) Diminuição da secreção de insulina (principal fator regulador!) -> quando glicemia 80-85
2) Secreção de glucagon -> glicemia 65-70
3) Epinefrina e cortisol -> glicemia 65-70

Por fim, surgem os sintomas de hipoglicemia, com glicemia 50-55.

51
Q

Mecanismos basicos de toxicidade da hiperglicemia persistente ao organismo:

A

1) Promoção da glicação das proteinas (processo pelo qual a glicose sanguinea se liga a molecula de hemoglobina-> HbA1c)
2) Hiperosmolaridade
3) Aumento dos niveis de sorbitol dentro das celulas

52
Q

A retinopatia diabetica ocorre tanto no DM tipo I quanto no DM tipo II e a prevalencia aumenta proporcionalmente com o tempo de doença, sendo a hiperglicemia cronica a principal causa. Sobre isso:

a) Fisiopatologia das alterações microvasculares:
b) Efeitos colaterais do tratamento com fotocoagulação:
c) Importancia do exame oftalmologico completo (oftalmoscopia direta/indireta e biomicroscopia de retina sob midriase medicamentosa):

OBS: alterações vasculares dos diabeticos são cronicas!

A

a)

  • Aumento do fluxo sanguineo retiniano, levando a produção de substancias vasoativas
  • aumento da permeabilidade vascular
  • acumulo de liquido nas camadas externas da retina, levando ao edema macular

b) A fotocoagulação a laser é um procedimento utilizado no tratamento de doenças que afetam os vasos sanguíneos do olho localizados na retina (retinopatia proliferativa*). Complicações: dor ocular, elevação da pressao intraocular, abrasao corneana, midriase, diminuição do campo visual e cegueira noturna.
* é caracterizada por formação de vasos novos anormais (neovascularização)
c) O exame oftalmologico é a principal ferramenta no diagnostico da retinopatia diabetica e quando realizado precocemente, motiva um melhor controle glicemico e lentifica o dano. (Nos exames oftalmoscopicos = fundoscopia, conseguimos ver microaneurismas, principalmente no polo posterior).

OBS: o acumulo de sorbitol nas celulas e a glicosilação tambem contribuem para a genese da catarata e complicações microvasculares

OBS 2: ocorre diminuição da sensibilidade corneana de forma proporcional à duração e também à gravidade da retinopatia diabetica.

53
Q

Mulher, 60 anos, HAS, diabetica, vitiligo, parestesias em ambos os MMII há 18 meses. Faz uso de metformina, losartana e alfa-metildopa (anti-hipertensivo). Ao exame fisico, hipoestesia em diversos pontos avaliados pelo teste de Semmes-Weinstein*. Exames laboratoriais normais, com exceção de glicose de 140 e de HbA1c de 8,0%. Diagnostico e conduta:

*teste do monofilamento de 10g (estesiometria = medição das sensações), recomendado de rotina em toda consulta de pacientes diabeticos, para rastreio de neuropatia diabetica

A

Neuropatia diabetica (polineuropatia periferica SIMETRICA, de curso INSIDIOSO, de predominio SENSITIVO e em MMII.

O controle glicemico nao reverte o quadro, apenas é importante para evitar a progressao. Como o paciente possui sintomas disestesicos* (ex: dor, parestesias), podemos usar, em baixas doses:

1) antidepressivos triciclicos (amitriptilina) ou
2) inibidores duplos da recaptação de serotonina/noradrenalina ou
3) anticonvulsivantes como gabapentina e a pregabalina.

*distúrbio neurológico que é caracterizado pelo enfraquecimento ou alteração na sensibilidade dos sentidos, sobretudo do tato

OBS: a realização de estudo eletrofisiologico não é obrigatoria para o diagnostico, ficando reservada para casos atipicos (ex: queixas assimetricas, predominio de deficit motor, predominio de alterações proximais, evolução rápida)

OBS 2: exames laboratoriais normais (hemograma e VCM normais) excluem deficiencia de vitamina B12

OBS 3: na hanseniase teriamos mononeuropatia ou polineuropatia assimetrica

54
Q

Qual o melhor esquema de insulina para um paciente de 7 anos com DM tipo I? E qual a meta de glicada?

A

Uma insulina para os periodos inter-refeições (insulina basal-> ação prolongada = glargina) e outra para impedir a elevação da glicemia após as refeições (ultrarrapidos = lispro ou asparte).

Abaixo de 7,5-8% na fase pré puberdade.

55
Q

Sobre orientações de dieta/exercicios fisicos para diabeticos, podemos afirmar:

V OU F

a) Todos os pacientes devem realizar dieta hipocalorica e restrição alimentar para controle de peso, pois é um fator de risco cardiovascular.
b) Antes de iniciar um programa de exercicio, é necessario afastar complicações como claudicação intermitente, doença cardiovascular e retinopatia.
c) Caminhadas e danças não são recomendadas.
d) Os alimentos com sacarose devem ser retirados da dieta.
e) Devemos aplicar insulina no musculo mais utilizado nos exercicios.

A

a) F. Pacientes magros nao devem fazer restrição alimentar.
b) V. A realização de exercicios fisicos pode ser perigosa na presença de doença cardiovascular.
c) F. Atividades fisicas aerobicas diminuem o risco cardiovascular.
d) F. A sacarose (glicose + frutose) é preferivel a glicose.
e) F. O musculo mais exercitado deve ser evitado.

56
Q

Principais complicações da CAD:

A
  • hipoglicemia
  • hipocalemia
  • edema cerebral

OBS:
. Se K serico < 3,3 = add 40 mEq de KCl a cada L de solução;
. Se K serico 3,3-5,5 = add 20-30 mEq de KCl a cada L de solução;
. Se K > 5,5, adiar a reposição e coletar de novo em horas.

OBS 2: lembrar de acompanhar o fosfato serico tambem

57
Q

Qual remedio recomendado para tratamento de diabetes em pacientes com DRC dialitica?

A

Linagliptina (classe dos hipoglicemiantes) -> tem excreção primaria pelo figado, nao necessitando de ajuste em pacientes com DRC.

OBS: acarbose e empaglifozina sao contraindicados em DRC estagios IV e V. Já a liraglutida carece de estudos.

58
Q

Quais fatores podem reduzir ou aumentar o real valor da HbA1c?

A

Fatores que reduzem (redução do numero de eritrocitos ou hemoglobina):

  • anemias hemoliticas de diferentes etiologias
  • presença de grandes quantidades de vitamina C e E (inibem a glicosilação da proteina)
  • comprometimento da medula ossea por radiação, toxinas, fibrose ou tumores
  • hipertireoidismo
  • mieloma multiplo
  • intoxicação por chumbo
  • queimaduras graves com perda de liquido proteico
  • leucemias

Fatores que podem aumentar (turnover de hemácias é baixo):

  • anemias
  • carencia de ferro, vitamina B12, folato
  • aumento de triglicerideos, bilirrubina e ureia

OBS: conceito -> policitemia : doença que leva ao aumento da produção de hemacias

59
Q

Metas terapeuticas de DM em crianças e adolescentes:

A
  • manter o paciente assintomatico
  • sustentar um ritmo normal de crescimento e desenvolvimento
  • manter controle de peso

OBS: tambem manter controle glicemico (para evitar complicações cronicas futuras e tbm evitar hipoglicemias)

60
Q

Diagnostico de hipoglicemia:

A

Triade de Whipple:

1) valores reduzidos de glicose
2) sintomas de hipoglicemia (neuroglicopenicos e hiperadrenergicos)
3) melhora clinica após reposição de glicose hipertonica IV

61
Q

Por que as tiazolidinedinas (rosiglitazona e pioglitazona) nao podem ser usados para tratar DM em pacientes com ICC (principalmente classe III ou IV)?

A

Causam retenção hidrossalina, podendo levar a piora dos sintomas congestivos

CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE OUTROS MEDICAMENTOS:

OBS: glimepirida promove redução da glicemia com a menor dose dentre todas as sulfoniureias

OBS 2: acarbose é inibidor da alfaglicosidase, enzima que digere amido e frutose na luz intestinal e reduz a hiperglicemia pós-prandial em 30-50%

OBS 3: linagliptina é um inibidor da enzima DPP-4 e tem excreção primaria pelo figado, nao necessitando de ajuste em pacientes com DRC.

62
Q

Paciente, 65 anos, em uso de três hipoglicemiantes orais e com glicada = 9,2%. Conduta:

A

Uso de 2 ou 3 drogas hipoglicemiantes orais e mesmo assim HbA1c > 7% = falência terapeutica -> necessario inicio de insulinoterapia (se nao iniciar, aumenta risco de complicações microvasculares).

Insulinoterapia:
- iniciar bedtime (“hora de dormir”), com o objetivo de evitar hiperglicemia matinal, otimizando os efeitos dos hipoglicemiantes orais (que deverão ser mantidos) durante o dia!!

Pode ser NPH ou novas insulinas ultralentas (glargina, detemir e degludec). A dose de NPH bedtime é 0,2 U/kg.

OBS:
DEFINIÇÃO:
Bolus = Grandes quantidades de insulina que são liberadas quando há aumento de açúcar no sangue, geralmente após as refeições.

Portanto, tratamento basal-bolus é manter o basal entre as refeições e de noite; e usar o bolus após o pico de glicose das refeições